Ontem finalmente eu cheguei ao quarto episódio da terceira temporada de Black Mirror, San Junipero. Todos os meus amigos que assistiram haviam comentado o tom leve do episódio, afirmando ser uma linda história de amor, o que o torna diferente de todos os outros episódios da série. De fato é, mas o tom melancólico do roteiro e a tecnologia apresentada me levaram a uma reflexão pessoal.
A primeira e única tatuagem que eu tenho, até então, é o símbolo das Relíquias da Morte, introduzido no último livro da série Harry Potter. Sou fã da saga há anos e escolhi o símbolo, justamente, por esse motivo. Mas, além disso, por ter um significado muito mais íntimo. Resumidamente, o símbolo é uma junção de 3 objetos mágicos: a varinha das varinhas, a mais poderosa de todas, na forma de um traço vertical, a pedra da ressurreição, para, obviamente, trazer aqueles que se foram, representada por um círculo, e a capa da invisibilidade, para se esconder da morte, tendo a forma de um triângulo. O bruxo que possuísse os 3 objetos acabaria por se tornar o Senhor da Morte, podendo evitá-la e enganá-la… praticamente imortal. Como já revelei a algumas pessoas, eu temo a morte, não pelo motivo de como ela possa vir, ou se irei sofrer, mas pelo fato da finitude em si. Mesmo sabendo que ela seja algo natural a todo ser vivo, não aceito muito bem a questão de um dia não estar mais por aqui aprendendo, experimentando coisas novas e vivendo ao lado daqueles que amo. No meu entendimento, quem tivesse as Relíquias da Morte, os objetos em si, teria uma proteção eterna contra a morte, então o símbolo, ao menos para mim, representa isso: uma proteção a algo que eu temo.
A possibilidade tecnológica apresentada no dito episódio é simples: na velhice, onde já não se tem as funções neurológicas e motoras perfeitas, as pessoas podem se conectar a um sistema capaz de levá-las a períodos distintos da história na cidade San Junipero. Para tanto, elas recebem de volta seu corpo jovem e ativo, além da própria mente e todo o repertório do seu eu real. Até então funciona como um período de teste, e, no momento da morte do corpo real, essas pessoas podem escolher continuar dentro desse sistema, vivendo a eternidade, que é controlada por um complexo sistema de robótica.
De certa forma, relacionei San Junipero ao episódio White Christmas, onde se é possível ter uma cópia de si dentro de um sistema. Diferentemente, no entanto, essa cópia é uma nova vida, se podemos assim dizer, já que, embora tenha todo o repertório do original, desenvolve um percurso diferente do seu original a partir de sua criação, fato que não acontece em San Junipero. Aqui, as pessoas têm ciência de transitar entre o mundo real e virtual.
O tom melancólico começou a vir à tona a partir dos diálogos das personagens, do tipo “essas pessoas não têm um estilo autêntico… devem ter visto em algum filme e gostado”, referindo-se ao modo como as pessoas se vestem e/ou se comportam em San Junipero, ou, logo mais a frente, com “as pessoas têm que fazer coisas extremas para sentirem alguma coisa”, em relação ao modo como interagem em determinados locais do mundo virtual..
O meu medo da morte já me levou a afirmações do tipo “vou implantar meu cérebro em um robô um dia, para viver para sempre. Mas no fim do episódio ficou aquele nó na garganta, com o pensamento que se continuar vivendo dentro de um sistema é realmente o fim ideal. Não seria melhor aproveitar cada um dos segundos que o universo nos dá?! Parece que sempre estamos adiando sonhos e objetivos, na esperança de que, no futuro, tudo vai dar certo, esquecendo-se, contudo, que o futuro é um segundo à frente daquele que estamos.
O final de San Junipero é sim bonito, mas não me sai da mente a questão de que talvez não estejamos conseguindo viver plenamente, mas, simplesmente, existindo enquanto organismos. As pessoas parecem ter medo de amar e demonstrar o amor pelos outros, de abraçar, de ser feliz enquanto podem. Procuramos tanto uma vida ideal, que não aproveitamos a singularidade daquilo que já possuímos.
Entendo a importância do sistema para algumas pessoas, como no caso de Yorkie, que era paraplégica, mas lembramos que o motivo de ela ter ficado assim, em primeiro momento, foi o fato de os pais não terem aceitado ela sendo lésbica e ela, a partir disso, ter sofrido um acidente ao sair de casa dirigindo em estado de nervos.
Seria tão mais fácil já podermos ser felizes desde sempre em nossas vidas e não depender de um artifício para encontrar a felicidade.
Embora possa não parecer uma crítica ao uso da tecnologia, entendi esse episódio como uma crítica ao modo como estamos vivendo e encarando nossas próprias realidades.
Eu acho que estão dando mais destaque para quem, no final da terceira temporada, irá sair... Quinn, Rachel, Finn, Kurt e Mike... acredito que o Rory deverá ser melhor explorado na próxima temporada.
Muito engraçado... Os produtores sabem bem como usar o baixo orçamento que provávelmente eles têm para fazerem bons episódios. São bem curtinhos mas com o tempo certo e uma boa dose de comédia e de teorias que eu não entendo muito. hauhaua
Black Mirror (3ª Temporada)
4.5 1,3K Assista AgoraOntem finalmente eu cheguei ao quarto episódio da terceira temporada de Black Mirror, San Junipero. Todos os meus amigos que assistiram haviam comentado o tom leve do episódio, afirmando ser uma linda história de amor, o que o torna diferente de todos os outros episódios da série. De fato é, mas o tom melancólico do roteiro e a tecnologia apresentada me levaram a uma reflexão pessoal.
A primeira e única tatuagem que eu tenho, até então, é o símbolo das Relíquias da Morte, introduzido no último livro da série Harry Potter. Sou fã da saga há anos e escolhi o símbolo, justamente, por esse motivo. Mas, além disso, por ter um significado muito mais íntimo. Resumidamente, o símbolo é uma junção de 3 objetos mágicos: a varinha das varinhas, a mais poderosa de todas, na forma de um traço vertical, a pedra da ressurreição, para, obviamente, trazer aqueles que se foram, representada por um círculo, e a capa da invisibilidade, para se esconder da morte, tendo a forma de um triângulo. O bruxo que possuísse os 3 objetos acabaria por se tornar o Senhor da Morte, podendo evitá-la e enganá-la… praticamente imortal. Como já revelei a algumas pessoas, eu temo a morte, não pelo motivo de como ela possa vir, ou se irei sofrer, mas pelo fato da finitude em si. Mesmo sabendo que ela seja algo natural a todo ser vivo, não aceito muito bem a questão de um dia não estar mais por aqui aprendendo, experimentando coisas novas e vivendo ao lado daqueles que amo. No meu entendimento, quem tivesse as Relíquias da Morte, os objetos em si, teria uma proteção eterna contra a morte, então o símbolo, ao menos para mim, representa isso: uma proteção a algo que eu temo.
A possibilidade tecnológica apresentada no dito episódio é simples: na velhice, onde já não se tem as funções neurológicas e motoras perfeitas, as pessoas podem se conectar a um sistema capaz de levá-las a períodos distintos da história na cidade San Junipero. Para tanto, elas recebem de volta seu corpo jovem e ativo, além da própria mente e todo o repertório do seu eu real. Até então funciona como um período de teste, e, no momento da morte do corpo real, essas pessoas podem escolher continuar dentro desse sistema, vivendo a eternidade, que é controlada por um complexo sistema de robótica.
De certa forma, relacionei San Junipero ao episódio White Christmas, onde se é possível ter uma cópia de si dentro de um sistema. Diferentemente, no entanto, essa cópia é uma nova vida, se podemos assim dizer, já que, embora tenha todo o repertório do original, desenvolve um percurso diferente do seu original a partir de sua criação, fato que não acontece em San Junipero. Aqui, as pessoas têm ciência de transitar entre o mundo real e virtual.
O tom melancólico começou a vir à tona a partir dos diálogos das personagens, do tipo “essas pessoas não têm um estilo autêntico… devem ter visto em algum filme e gostado”, referindo-se ao modo como as pessoas se vestem e/ou se comportam em San Junipero, ou, logo mais a frente, com “as pessoas têm que fazer coisas extremas para sentirem alguma coisa”, em relação ao modo como interagem em determinados locais do mundo virtual..
O meu medo da morte já me levou a afirmações do tipo “vou implantar meu cérebro em um robô um dia, para viver para sempre. Mas no fim do episódio ficou aquele nó na garganta, com o pensamento que se continuar vivendo dentro de um sistema é realmente o fim ideal. Não seria melhor aproveitar cada um dos segundos que o universo nos dá?! Parece que sempre estamos adiando sonhos e objetivos, na esperança de que, no futuro, tudo vai dar certo, esquecendo-se, contudo, que o futuro é um segundo à frente daquele que estamos.
O final de San Junipero é sim bonito, mas não me sai da mente a questão de que talvez não estejamos conseguindo viver plenamente, mas, simplesmente, existindo enquanto organismos. As pessoas parecem ter medo de amar e demonstrar o amor pelos outros, de abraçar, de ser feliz enquanto podem. Procuramos tanto uma vida ideal, que não aproveitamos a singularidade daquilo que já possuímos.
Entendo a importância do sistema para algumas pessoas, como no caso de Yorkie, que era paraplégica, mas lembramos que o motivo de ela ter ficado assim, em primeiro momento, foi o fato de os pais não terem aceitado ela sendo lésbica e ela, a partir disso, ter sofrido um acidente ao sair de casa dirigindo em estado de nervos.
Seria tão mais fácil já podermos ser felizes desde sempre em nossas vidas e não depender de um artifício para encontrar a felicidade.
Embora possa não parecer uma crítica ao uso da tecnologia, entendi esse episódio como uma crítica ao modo como estamos vivendo e encarando nossas próprias realidades.
Breaking Bad (1ª Temporada)
4.5 1,4K Assista AgoraUma palavra: sensacional.
Friends (2ª Temporada)
4.6 369Indo para a 9ª temporada... serie boa demais!!!
Glee (3ª Temporada)
4.1 565 Assista AgoraEu acho que estão dando mais destaque para quem, no final da terceira temporada, irá sair... Quinn, Rachel, Finn, Kurt e Mike... acredito que o Rory deverá ser melhor explorado na próxima temporada.
Estética (1ª Temporada)
4.2 77 Assista Agoracomprei n submarino mas o 1º episódio não abre... =(
Big Bang: A Teoria (1ª Temporada)
4.4 774 Assista AgoraMuito engraçado... Os produtores sabem bem como usar o baixo orçamento que provávelmente eles têm para fazerem bons episódios. São bem curtinhos mas com o tempo certo e uma boa dose de comédia e de teorias que eu não entendo muito. hauhaua
Big Bang: A Teoria (1ª Temporada)
4.4 774 Assista AgoraComprei esta semana no Submarino... a temporada está 29,90... não vejo a hora de assistir.
Glee (1ª Temporada)
4.1 796 Assista AgoraGosto de musicais e a série é bem enérgica, mesmo contendo uns absurdos que só são possíveis na tv, haha... assisti em 2 dias. =D