Esse filme fala sobre encontros e desencontros que acontecem em uma relação amorosa homossexual durante 9 anos. Erick é um homem guiado por seus desejos e busca, desde a primeira cena, um amor intenso e sexual e é quando ele conhece Erick, um jovem que, até então, está em um relacionamento heterossexual. Em nenhum momento Erick se sente preparado para as partidas de Paul, que procura nas drogas o sentimento de liberdade, em contrapartida faz com que Erick amplie, mesmo sabendo que Paul é a única pessoa que proporciona isso, a possibilidade de amar outros corpos. E são nessas partes que o nome do filme se fixa na mente. Deixa a luz acesa é se preparar para as chegadas, deixando com que as energias e pulsões de um primeiro encontro estejam vivas, tirando o foco das dores de uma despedida. O desfecho faz tanto sentido e desromantiza a ideia de uma relação amorosa eterna e complacente com tudo, tendo em vista que Paul e Erick queriam seguir caminhos diferentes na vida.
Ao longo do drama, me senti envolvida com a personagem. Fui descobrindo Ema aos poucos e a sua relação com o fogo e a impulsividade, me fazendo deduzir que o Larrain quis deixar a personagem rebelde. Ela faz com que a gente desenvolva um certo grau de empatia, compreenda o seu desejo pela a maternidade, a culpabilização da mulher, a naturalização dos papeis de gênero, conceito de família. O filme todo é uma dança conduzida por Ema.
Bacurau é um filme que conta a história de forma sucinta sobre a vida em comunidade de um pequeno vilarejo no sertão nordestino. No primeiro momento, tem-se a impressão de que o longa é uma versão inusitada e cruel de jogos como por exemplo o FreeFire (https://pt.wikipedia.org/wiki/Garena_Free_Fire) em que o vencedor é o que acumula maior pontuação matando pessoas, desde crianças até mulheres. A construção da narrativa foge das narrativas comuns dos filmes nacionais, sobretudo dos que falam sobre o sertão e suas especificidades. É uma narrativa poética, com elementos históricos e um resgate profundo sobre o cangaço e a ausência do estado sobre a gestão das necessidades mais básicas da população, como medicamentos. Lembra um pouco Abril Despedaçado e todas as nuances do povo nordestino, muitas vezes esquecido, mas que segue se fortificando diante da corrupção. Bacurau ensina a gente a lutar e a amar a nossa história, ainda que seja em cima de muito sangue e de cabeças cortadas. Nos mostra o quanto que o Brasil pode ser vendido às custas de gerações que deveriam ser protegidas por um estado que não existe. Fala sobre elo, sobre tradições e, sobretudo, resistência.
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Deixe a Luz Acesa
3.2 275Esse filme fala sobre encontros e desencontros que acontecem em uma relação amorosa homossexual durante 9 anos. Erick é um homem guiado por seus desejos e busca, desde a primeira cena, um amor intenso e sexual e é quando ele conhece Erick, um jovem que, até então, está em um relacionamento heterossexual. Em nenhum momento Erick se sente preparado para as partidas de Paul, que procura nas drogas o sentimento de liberdade, em contrapartida faz com que Erick amplie, mesmo sabendo que Paul é a única pessoa que proporciona isso, a possibilidade de amar outros corpos. E são nessas partes que o nome do filme se fixa na mente. Deixa a luz acesa é se preparar para as chegadas, deixando com que as energias e pulsões de um primeiro encontro estejam vivas, tirando o foco das dores de uma despedida. O desfecho faz tanto sentido e desromantiza a ideia de uma relação amorosa eterna e complacente com tudo, tendo em vista que Paul e Erick queriam seguir caminhos diferentes na vida.
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Ema
3.5 80 Assista AgoraAo longo do drama, me senti envolvida com a personagem. Fui descobrindo Ema aos poucos e a sua relação com o fogo e a impulsividade, me fazendo deduzir que o Larrain quis deixar a personagem rebelde. Ela faz com que a gente desenvolva um certo grau de empatia, compreenda o seu desejo pela a maternidade, a culpabilização da mulher, a naturalização dos papeis de gênero, conceito de família. O filme todo é uma dança conduzida por Ema.
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Bacurau
4.3 2,8K Assista AgoraBacurau é um filme que conta a história de forma sucinta sobre a vida em comunidade de um pequeno vilarejo no sertão nordestino. No primeiro momento, tem-se a impressão de que o longa é uma versão inusitada e cruel de jogos como por exemplo o FreeFire (https://pt.wikipedia.org/wiki/Garena_Free_Fire) em que o vencedor é o que acumula maior pontuação matando pessoas, desde crianças até mulheres. A construção da narrativa foge das narrativas comuns dos filmes nacionais, sobretudo dos que falam sobre o sertão e suas especificidades. É uma narrativa poética, com elementos históricos e um resgate profundo sobre o cangaço e a ausência do estado sobre a gestão das necessidades mais básicas da população, como medicamentos. Lembra um pouco Abril Despedaçado e todas as nuances do povo nordestino, muitas vezes esquecido, mas que segue se fortificando diante da corrupção. Bacurau ensina a gente a lutar e a amar a nossa história, ainda que seja em cima de muito sangue e de cabeças cortadas. Nos mostra o quanto que o Brasil pode ser vendido às custas de gerações que deveriam ser protegidas por um estado que não existe. Fala sobre elo, sobre tradições e, sobretudo, resistência.
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