Antes de terminar o primeiro um terço da história, precisei fazer uma pausa. Isso nunca tinha acontecido antes. Foi uma experiência sufocante e, ao mesmo tempo, curiosa. Você vai pra vários lugares de maneira não linear, se depara com emoções variadas e fixa a atenção em construções narrativas que mudam abruptamente e diversas vezes.
Não li o livro, mas não acho que buscar referências externas ao final seja sinal de que o filme fracassou. Acho que é ser honesto com a possibilidade que o próprio Kaufman provoca de que as nossas experiências, visões, interpretações e imediatismo talvez não deem conta de assimilar tudo o que pode ser dito logo de primeira. De que buscar isso não apenas é uma tentativa falha, como também não é o objetivo. E, principalmente, de que existem, sim, algumas maneiras de enxergá-lo.
Por isso, na minha opinião, não se trata de uma obra "Pseudocult Para Poucos", só faz parte da brincadeira, e ter esses estalos de compreensão é talvez mais satisfatório do que tentar entender a narrativa num arco fechado.
Chega Fernanda Montenegro e todo o sufocamento que estava entalado no nó da garganta extravasa pelos olhos -- pelos dela, em um simbolismo sem igual, e pelos meus, que não contiveram a emoção.
Penso que um pouco de todo esse sentimento pode ter sido uma paixão que virou compaixão ao longo dos dias, afinal, "ele assumiu uma criança que nem era dele", ofereceu amparo, e de certo modo tornou os dias de Cindy muito menos difíceis. Um subsequente amor por "dó"? Por consideração ou comodismo? Acho que era amor, de qualquer forma que fosse. E na cena da cozinha, acho que percebi que ela realmente gostava dele, da maneira dela, só que não suportava mais viver "de molho". Sei lá. Não que ela tenha se proposto a mudar - ao contrário de Dean, que pelo meno fez algumas investidas sexuais pra tentar sair da monotonia -, mas, pra ela, talvez uma mudança só fosse possível a partir do momento em que não fosse mais um casal. Em que não houvesse essa restrição burocrática e nominal. É como se aquilo a atravancasse. E quando as coisas rumam pra um fim sem um motivo "palpável", acaba sendo ainda mais triste.
Essas são só impressões. É difícil extrair tudo o que esse filme oferece, ainda que seja uma história tão nua e sem rodeios.
Na minha opinião, os detalhes deste livro são, de fato, muito significativos; denunciam, enfatizam ou alteram aspectos relativos à personalidade dos personagens que muitas vezes não são evidenciados ou percebidos quando no filme. Com sua exclusão, alguns pensamentos acabam ficando omissos.
Talvez na adaptação eu tenha achado Dexter mais presunçoso do que imaginei, e Emma ligeiramente menos engajada em seus objetivos.
Mas sabe, são 400 e tantas páginas escritas colocadas em cerca de 1h40 de filmagem! Acho meio óbvio e superficial dizer que "nada se compara ao livro". Geralmente é assim mesmo, os filmes têm de ser mais corridos pra que não fiquem massantes, o que acaba por modificar aqui e ali alguns pormenores. De modo geral, no entanto, achei que as características mais essenciais foram sim reproduzidas, não comprometendo muito as mensagens e as possíveis interpretações sobre a história. Esta, por sua vez, que me agradou bastante. Achei os acontecimentos bastante plausíveis, por mais que por vezes não tomassem o rumo querido pelos leitores/espectadores apaixonados pelos envolvidos. A história e toda sua atmosfera pra mim foram fascinantes.
Pra mim é fantástico como a relação de amizade se consolida de maneira tão madura e singela entre pai e filhas. Entendi que Stanley (John Cusack), mesmo sem planejamento, foi cuidadoso para que as meninas se desligassem da suposta demorada volta da mãe, e, consequentemente, para que pudesse adiar ao máximo o peso que lhe fora cabido de contar-lhes a noticia. A eficácia dessa "ilusão" me ficou muito evidente quando em alguns momentos parecia não existir mais nada no mundo pros três além deles próprios. Cenas esteticamente simples, todavia carregadas de sentimento (como a da família na casinha de brinquedo, ou então nas atrações do parque), foram mais do que suficientes pra que eu me emocionasse muito. Lindo filme!
Sempre que vejo passando, paro para assisti-lo. Não importa quantas vezes tenha já o tenha visto. Só acho uma lástima quem o considera "filme pra adolescente/da adolescência".
Estou Pensando em Acabar com Tudo
3.1 1,0K Assista AgoraAntes de terminar o primeiro um terço da história, precisei fazer uma pausa. Isso nunca tinha acontecido antes. Foi uma experiência sufocante e, ao mesmo tempo, curiosa. Você vai pra vários lugares de maneira não linear, se depara com emoções variadas e fixa a atenção em construções narrativas que mudam abruptamente e diversas vezes.
Não li o livro, mas não acho que buscar referências externas ao final seja sinal de que o filme fracassou. Acho que é ser honesto com a possibilidade que o próprio Kaufman provoca de que as nossas experiências, visões, interpretações e imediatismo talvez não deem conta de assimilar tudo o que pode ser dito logo de primeira. De que buscar isso não apenas é uma tentativa falha, como também não é o objetivo. E, principalmente, de que existem, sim, algumas maneiras de enxergá-lo.
Por isso, na minha opinião, não se trata de uma obra "Pseudocult Para Poucos", só faz parte da brincadeira, e ter esses estalos de compreensão é talvez mais satisfatório do que tentar entender a narrativa num arco fechado.
A Vida Invisível
4.3 642Chega Fernanda Montenegro e todo o sufocamento que estava entalado no nó da garganta extravasa pelos olhos -- pelos dela, em um simbolismo sem igual, e pelos meus, que não contiveram a emoção.
Edifício Master
4.3 372 Assista AgoraVai achando que é só playboy que vive em Copacabana..
Namorados para Sempre
3.6 2,5K Assista AgoraAcho que isso é algo tão comum, ainda que tão incompreensível para muitos...
Penso que um pouco de todo esse sentimento pode ter sido uma paixão que virou compaixão ao longo dos dias, afinal, "ele assumiu uma criança que nem era dele", ofereceu amparo, e de certo modo tornou os dias de Cindy muito menos difíceis. Um subsequente amor por "dó"? Por consideração ou comodismo? Acho que era amor, de qualquer forma que fosse. E na cena da cozinha, acho que percebi que ela realmente gostava dele, da maneira dela, só que não suportava mais viver "de molho". Sei lá. Não que ela tenha se proposto a mudar - ao contrário de Dean, que pelo meno fez algumas investidas sexuais pra tentar sair da monotonia -, mas, pra ela, talvez uma mudança só fosse possível a partir do momento em que não fosse mais um casal. Em que não houvesse essa restrição burocrática e nominal. É como se aquilo a atravancasse. E quando as coisas rumam pra um fim sem um motivo "palpável", acaba sendo ainda mais triste.
Essas são só impressões. É difícil extrair tudo o que esse filme oferece, ainda que seja uma história tão nua e sem rodeios.
Edifício Master
4.3 372 Assista AgoraUm prato cheio para aqueles que, assim como eu, se deleitam em passar pela cidade imaginando como é a vida dentro de cada janelinha acesa.
Um Dia
3.9 3,5K Assista AgoraNa minha opinião, os detalhes deste livro são, de fato, muito significativos; denunciam, enfatizam ou alteram aspectos relativos à personalidade dos personagens que muitas vezes não são evidenciados ou percebidos quando no filme. Com sua exclusão, alguns pensamentos acabam ficando omissos.
Talvez na adaptação eu tenha achado Dexter mais presunçoso do que imaginei, e Emma ligeiramente menos engajada em seus objetivos.
Nossa Vida Sem Grace
3.4 61 Assista AgoraPra mim é fantástico como a relação de amizade se consolida de maneira tão madura e singela entre pai e filhas. Entendi que Stanley (John Cusack), mesmo sem planejamento, foi cuidadoso para que as meninas se desligassem da suposta demorada volta da mãe, e, consequentemente, para que pudesse adiar ao máximo o peso que lhe fora cabido de contar-lhes a noticia. A eficácia dessa "ilusão" me ficou muito evidente quando em alguns momentos parecia não existir mais nada no mundo pros três além deles próprios. Cenas esteticamente simples, todavia carregadas de sentimento (como a da família na casinha de brinquedo, ou então nas atrações do parque), foram mais do que suficientes pra que eu me emocionasse muito. Lindo filme!
Denise Está Chamando
3.6 24Incrivelmente atual...
Titanic
4.0 4,6K Assista AgoraSempre que vejo passando, paro para assisti-lo. Não importa quantas vezes tenha já o tenha visto. Só acho uma lástima quem o considera "filme pra adolescente/da adolescência".
De Repente 30
3.5 2,1K Assista AgoraEu te amo, Mark Ruffalo