Gustavo Souza

Filme interessante, mas como falado em alguns comentários, envelheceu MUITO mal. A história é legal, a narrativa do telespectador não saber exatamente o passado do protagonista (vai conhecendo por flashbacks e ainda assim não deixa claro), e todo o inferno que ele faz na comunidade foi algo que me prendeu, apesar de um pouco arrastado

Mas existe uma visão misógena ao longo do filme, ainda mais com uma cena polêmica logo nos primeiros 15 minutos, me implica em qualquer avaliação mais positiva

Assisti a esse filme sabendo que era uma obra surrealista, quase experimental, mas ainda assim esperava um fio condutor mais explicativo. É super possível entender o filme e a história que ele quer contar, mas os cortes bruscos de uma cena a outra me incomodaram um pouco. Você está assistindo a Valerie dentro de uma casa e do nada vem um corte onde ela está em cima de uma fonte, com outra trilha sonora e outros personagens em volta, um pequeno meio termo entre uma cena e outra já seria suficiente.

Sobre a história em si, é um dos aspectos positivos do filme, é o exato momento de um mulher entre a infância e adolescência, entre figuras fantásticas em volta (vampiros) e figuras muito humanas (Padre abusador), ambos em busca de sangue jovem... Essa diferença de personagens dá o tom exato que o filme se propõem e que funciona muito bem. Minha crítica é mais pela parte técnica em si, que poderia ser melhor exposta.

O filme é bom e a atuação da Kate é perfeita. Acompanhar a relação de poder de uma grande maestra com todos a sua volta é super interessante, ainda mais uma protagonista que a todo momento toma decisões questionáveis e com grandes consequências a todos desse universo, gerando a "queda" da mesma. O único - e grande - problema é o tempo excessivamente grande. O filme poderia ser bem mais curto que não prejudicaria em nada