“Boca a Boca” é uma “Malhação” manufaturada para seu público-alvo: adolescentes que amam a Netflix e vivem no Instagram com suas fotos cheias de filtros. A plataforma está cada vez mais alimentando o público que a sustenta, o que, do ponto de vista mercadológico, é o correto a ser feito. Mas e o ponto de vista artístico?
Realmente me doía ver o quanto estava desgostoso com “Reality Z”: sou um grande entusiasta de qualquer pessoa que desbrave o mercado audiovisual nesse país. Qualquer tentativa é bem-sucedida só por conseguir existir. Apesar de ser um seriado distante de uma mercadoria de qualidade – com exceção da ótima maquiagem dos zumbis – e não funcionar como entretenimento trash por se levar a sério demais para ser classificada como tal, “Reality Z” deve ser assistida para fortalecer as produções de gênero no nosso mercado, carente de exemplares do terror.
A quinta temporada de "Black Mirror" é uma mácula irremediável em uma série tão brilhante, e continuação da queda meteórica vista desde a quarta temporada. Tirando os aspectos técnicos - o design de produção segue perfeito -, está na hora de repensar os rumos do seriado. Se por um lado a Netflix é dona da melhor temporada - a terceira, fabulosa -, agora deve aguentar o peso de possuir uma que não consegue salvar um mísero episódio, nem com broderagem, Uber e Miley Cyrus.
Eu conheci "Desventuras em Série" lá pelas bandas de 2007. A parte engraçada é que eu não comecei a ler pelo "Mau Começo", o primeiro livro, e sim pelo "Cidade Sinistra dos Corvos", o sétimo. Na verdade eu não sabia que ali se tratava de uma série nem que eu estava pegando bem no meio dela, porém, imediatamente fiquei fascinado por aquele estilo retrô-gótico e, principalmente, pelos grandes apelos do escritor para que eu NÃO lesse o livro. Essa psicologia reversa foi forte.
Bem depois eu descobri os outros livros e tratei de conseguir todos os treze. Estava ali nascendo uma das minhas maiores paixões da vida. Descobri, também, que a série ganhou um filme baseado nos três primeiros livros. Apesar de transpor as páginas para a tela de modo satisfatório, o molde cinematográfico limitava demais o enorme universo das vidas de Violet, Klaus e Sunny, e sempre desejei que uma série fosse feita para abarcar todos os livros.
10 anos depois esse dia chegou. Para alguns é só uma série engraçadinha, para outros uma ótima adaptação. Para mim, "Desventuras em Série" na Netflix representa a realização de um sonho que esperei por tantos e tantos anos. Adaptando os quatro primeiros livros de forma incrível, o seriado é o pontapé que eu sempre desejei ver na tela, conseguindo genialmente transpor o estilo único de linguagem dos livros sem que o seriado soe um filhote estranho. Além disso, conseguiu colocar tramas inéditas e compor uma temporada cheia de gags que os fãs mais eufóricos dos livros (prazer, eu) vão se deliciar.
Então, obrigado, Netflix. Você fez aquele garoto de 14 anos feliz hoje, nessa sexta-feira 13. Falta muito pra segunda temporada?
São piadas inspiradas e cutucadas a vários ícones modernos perdidos num roteiro que enrola demais na "pastelãozice". Usando um quote célebre de RuPaul, "ser uma bagunça não te permite ser bagunçado". Por mim mesmo, só funciona por causa do Titus. Sem ele, "Unbreakable Kimmy Schmidt" seria só mais uma seriezinha perdida querendo ser engraçada que nem vale tanto assim para passar o tempo.
Que season finale mais previsível, nada épica, morna e até chata. Mas só por "Ozymandias", um dos melhores episódios já feitos na história da humanidade, merece no mínimo quatro estrelas. "Breaking Bad" é sem dúvidas excepcional, mas essa última temporada carregar o título de "melhor da história"? Nunca. É só olhar para a anterior, essa sim impecável. Já to com saudades.
Até a parte da reviravolta a crítica sobre a tecnologia estava gigantesca, numa alusão hiperbólica da desumanidade por trás das lentes, mas aí vem o segredo e mela tudo. Qual é o ponto, afinal? Ela não lembra do que acontece, então punição não é, já que ela só vai sofrer naqueles momentos finais, acordando como se nada tivesse acontecido. Para o deleite do público? Aí sim podemos justificar, mas a crítica à tecnologia dilui para se transformar num circo de horrores, com a plateia em delírio com a aberração. A crítica é para a sociedade, não aos seus celulares às mãos. E outra, o mesmo show todo dia cansa, então a justificativa fica ainda mais fraca.
Fora a parte ideológica, o próprio roteiro do episódio é furado. Tudo foi milimetricamente costurado para que ela acabasse lá na sala da White Bear, mas ela poderia tranquilamente mudar os rumos. Tudo acontece porque ela chega até o posto. E se ela corresse pra outro lugar? Mesmo seguindo a menina com o celular, ela poderia ter ido para vários outros lugares, não encontrando o pessoal da van e não acontecendo nada que a levasse para a White Bear. É tudo amarradinho demais, que soa ainda mais absurdo quando sabemos que é montado. Pior episódio de todos.
Fora isso, Black Mirror continua sendo incrível, mas a primeira temporada foi melhor (o piloto permanece como o melhor episódio).
Todo mundo que assiste à essa série deveria ler isso, é a maior verdade sobre AHS possível: http://www.avclub.com/article/unless-american-horror-story-stops-repeating-itsel-211303
Não to sabendo lidar com uma série que amo e acompanho há anos sendo jogada no lixo desa forma. Sétima temporada já foi fraquíssima, e com esse começo absurdamente sem graça, a oitava vai pro mesmo rumo, senão pior. Triste demais.
De longe a temporada mais fraca da série. O tom narrativo foi mudado e fiquei particularmente incomodado, até os jogos de câmera sofreram mudanças que acabaram descaracterizando-a, além das piadas recicladas (precisaram mesmo trazer ideias de temporadas passadas pra ver se a coisa caminhava), enfim, tudo soou bem mais fraco e sem sal, funcionando só pelo piloto automático adquirido ao longo dos sete anos. Melhor episódio: 18 - "The Mommy Observation".
Boca a Boca (1ª Temporada)
3.8 168 Assista Agora“Boca a Boca” é uma “Malhação” manufaturada para seu público-alvo: adolescentes que amam a Netflix e vivem no Instagram com suas fotos cheias de filtros. A plataforma está cada vez mais alimentando o público que a sustenta, o que, do ponto de vista mercadológico, é o correto a ser feito. Mas e o ponto de vista artístico?
Crítica completa: bit.ly/2XmZmRQ
Reality Z (1ª Temporada)
3.0 214 Assista AgoraRealmente me doía ver o quanto estava desgostoso com “Reality Z”: sou um grande entusiasta de qualquer pessoa que desbrave o mercado audiovisual nesse país. Qualquer tentativa é bem-sucedida só por conseguir existir. Apesar de ser um seriado distante de uma mercadoria de qualidade – com exceção da ótima maquiagem dos zumbis – e não funcionar como entretenimento trash por se levar a sério demais para ser classificada como tal, “Reality Z” deve ser assistida para fortalecer as produções de gênero no nosso mercado, carente de exemplares do terror.
Crítica completa: bit.ly/2VwKSxV
Black Mirror (5ª Temporada)
3.2 962A quinta temporada de "Black Mirror" é uma mácula irremediável em uma série tão brilhante, e continuação da queda meteórica vista desde a quarta temporada. Tirando os aspectos técnicos - o design de produção segue perfeito -, está na hora de repensar os rumos do seriado. Se por um lado a Netflix é dona da melhor temporada - a terceira, fabulosa -, agora deve aguentar o peso de possuir uma que não consegue salvar um mísero episódio, nem com broderagem, Uber e Miley Cyrus.
Crítica completa: bit.ly/2XD2zuo
Desventuras em Série (1ª Temporada)
3.9 600 Assista AgoraEu conheci "Desventuras em Série" lá pelas bandas de 2007. A parte engraçada é que eu não comecei a ler pelo "Mau Começo", o primeiro livro, e sim pelo "Cidade Sinistra dos Corvos", o sétimo. Na verdade eu não sabia que ali se tratava de uma série nem que eu estava pegando bem no meio dela, porém, imediatamente fiquei fascinado por aquele estilo retrô-gótico e, principalmente, pelos grandes apelos do escritor para que eu NÃO lesse o livro. Essa psicologia reversa foi forte.
Bem depois eu descobri os outros livros e tratei de conseguir todos os treze. Estava ali nascendo uma das minhas maiores paixões da vida. Descobri, também, que a série ganhou um filme baseado nos três primeiros livros. Apesar de transpor as páginas para a tela de modo satisfatório, o molde cinematográfico limitava demais o enorme universo das vidas de Violet, Klaus e Sunny, e sempre desejei que uma série fosse feita para abarcar todos os livros.
10 anos depois esse dia chegou. Para alguns é só uma série engraçadinha, para outros uma ótima adaptação. Para mim, "Desventuras em Série" na Netflix representa a realização de um sonho que esperei por tantos e tantos anos. Adaptando os quatro primeiros livros de forma incrível, o seriado é o pontapé que eu sempre desejei ver na tela, conseguindo genialmente transpor o estilo único de linguagem dos livros sem que o seriado soe um filhote estranho. Além disso, conseguiu colocar tramas inéditas e compor uma temporada cheia de gags que os fãs mais eufóricos dos livros (prazer, eu) vão se deliciar.
Então, obrigado, Netflix. Você fez aquele garoto de 14 anos feliz hoje, nessa sexta-feira 13. Falta muito pra segunda temporada?
Unbreakable Kimmy Schmidt (2ª Temporada)
4.0 184São piadas inspiradas e cutucadas a vários ícones modernos perdidos num roteiro que enrola demais na "pastelãozice". Usando um quote célebre de RuPaul, "ser uma bagunça não te permite ser bagunçado". Por mim mesmo, só funciona por causa do Titus. Sem ele, "Unbreakable Kimmy Schmidt" seria só mais uma seriezinha perdida querendo ser engraçada que nem vale tanto assim para passar o tempo.
Breaking Bad (5ª Temporada)
4.8 3,0K Assista AgoraQue season finale mais previsível, nada épica, morna e até chata. Mas só por "Ozymandias", um dos melhores episódios já feitos na história da humanidade, merece no mínimo quatro estrelas. "Breaking Bad" é sem dúvidas excepcional, mas essa última temporada carregar o título de "melhor da história"? Nunca. É só olhar para a anterior, essa sim impecável. Já to com saudades.
Black Mirror (2ª Temporada)
4.4 753 Assista AgoraTive que diminuir a nota pelo segundo episódio.
Até a parte da reviravolta a crítica sobre a tecnologia estava gigantesca, numa alusão hiperbólica da desumanidade por trás das lentes, mas aí vem o segredo e mela tudo. Qual é o ponto, afinal? Ela não lembra do que acontece, então punição não é, já que ela só vai sofrer naqueles momentos finais, acordando como se nada tivesse acontecido. Para o deleite do público? Aí sim podemos justificar, mas a crítica à tecnologia dilui para se transformar num circo de horrores, com a plateia em delírio com a aberração. A crítica é para a sociedade, não aos seus celulares às mãos. E outra, o mesmo show todo dia cansa, então a justificativa fica ainda mais fraca.
Fora a parte ideológica, o próprio roteiro do episódio é furado. Tudo foi milimetricamente costurado para que ela acabasse lá na sala da White Bear, mas ela poderia tranquilamente mudar os rumos. Tudo acontece porque ela chega até o posto. E se ela corresse pra outro lugar? Mesmo seguindo a menina com o celular, ela poderia ter ido para vários outros lugares, não encontrando o pessoal da van e não acontecendo nada que a levasse para a White Bear. É tudo amarradinho demais, que soa ainda mais absurdo quando sabemos que é montado. Pior episódio de todos.
Fora isso, Black Mirror continua sendo incrível, mas a primeira temporada foi melhor (o piloto permanece como o melhor episódio).
American Horror Story: Freak Show (4ª Temporada)
3.5 1,4K Assista AgoraTodo mundo que assiste à essa série deveria ler isso, é a maior verdade sobre AHS possível: http://www.avclub.com/article/unless-american-horror-story-stops-repeating-itsel-211303
Big Bang: A Teoria (8ª Temporada)
4.2 219 Assista AgoraNão to sabendo lidar com uma série que amo e acompanho há anos sendo jogada no lixo desa forma. Sétima temporada já foi fraquíssima, e com esse começo absurdamente sem graça, a oitava vai pro mesmo rumo, senão pior. Triste demais.
Big Bang: A Teoria (7ª Temporada)
4.3 299 Assista AgoraDe longe a temporada mais fraca da série. O tom narrativo foi mudado e fiquei particularmente incomodado, até os jogos de câmera sofreram mudanças que acabaram descaracterizando-a, além das piadas recicladas (precisaram mesmo trazer ideias de temporadas passadas pra ver se a coisa caminhava), enfim, tudo soou bem mais fraco e sem sal, funcionando só pelo piloto automático adquirido ao longo dos sete anos. Melhor episódio: 18 - "The Mommy Observation".
- Então por que você fez isso?
- Porque eu não sou perfeita, Shelly. E a bunda daquele homem é.