Helder Júnior

A menos que você possa assisti-lo na sala iMax, não recomendo. Não é tão ruim, e até me lembra uns bons jogos de video game, mas não me lembra nenhum filme bom. O elenco é bom, mas o roteiro é muito inconstante. Bem, agora eu até mudo minha opinião, pro estilo de filme, até que é divertido. Porém, ainda sugiro que tente ver John Carter no lugar.

Não é possível imaginar o processo de gravação e edição deste documentário sobre o cotidiano de José Saramago e Pilar Del Río, sem ficar assustado com o trabalho que deu. Na verdade, o filme não é biográfico como podemos pensar no primeiro momento. É um filme de amor. De um amor. De todos os amores. As dedicatórias de José a Pilar, por si só, já valem a película. Mas o filme é mais. Aborda o processo criativo do autor e a rotina exaustiva de ambos. As opiniões sobre a vida e o mundo são retratadas com um grau de realidade, de indignação e de sarcasmo que despertam a vontade de refletir. E é dessa forma, meu caro colega, que você vai sair após esse filme: reflexivo.

É um filme perturbador, tanto com a temática quanto com a forma como é encaixada a questão do som e imagem. Fazer um comentário sobre a conduta do protagonista ou de sua irmã (co-protagonista) sem se sentir um pouco exposto, é impossível. Filme recomendável. Em alguns momentos, pode parecer com "O Psicopata Americano", mas é melhor. Foda só deve ser esbarrar apenas com a turma 'cult' quando for ver esse filme. Não é um filme de difícil compreensão, nem montagem inovadora, mas esses babacas vão tentar te convencer disso.