Uma das melhores séries que já vi, claramente uma obra de arte do início ao fim. Hannibal promete ver a beleza artística do mundo pós-moderno, onde o feio e o grotesco não substituem o sublime e o contemplável, mas tornam-se um com ele. Os diálogos são bem amarrados e te fazem imergir nas situações propostas pela série, que na primeira temporada é arrastada e experimental, mas tende a sofrer um grave aumento de qualidade até chegar a ser extasiadora.
Não é uma série para qualquer um, mas é sem dúvida uma obra admirável. O jogo psicológico de Hannibal e Will é deslumbrante. Hannibal vê em Will a melhor das presas, mas ao brincar demais percebe que o mesmo é tão capaz de ser predador como ele é. O sociopata canibal (não segundo sua perspectiva) infere marcas profundas na personalidade de Will, não o permitindo a voltar a ser quem era antes de conhece-lo, mas sua moral "pré-hannibal" também o sufoca e não permite quem ele seja o homem que Hannibal moldou, pondo-o no famoso "Auribus teneo lupum" A constituição fotográfica da série e tremendamente impecável. Percebam que Hannibal vê a morte como a forma mais sublime de purificação, mantendo o pensamento dele mesmo ser "Deus", já que concede a meros humanos uma salvação tão imerecida. Já Will, quando decide liberar de si a parte que Hannibal "infectou" (ou será que purificou?) os assassinatos tornam-se mais brutais e viscerais, um retrato do perfil psicológico de Will, que vive se debatendo para ver se é o que Hannibal o mostrou ser ou tornou-se aquilo que o sociopata moldou. O final então foi de me tirar o fôlego, eu quase chorei de pura contemplação, foi catártico e intensamente profundo. Hannibal e Will "apaixonados" (não, eles não se tornaram homoafetivos, fato CONFIRMADO pelo diretor) pela carga humana e intelectual/espiritual um do outro. Era como se fossem dois titãs que conhecessem um semelhante pela primeira vez na vida. Will e Hannibal não podiam ficar juntos, mas não podiam viver mais sem a influência um do outro. Meu ponto de vista a respeito da última cena é que sim, ambos morreram na queda. MAS, o jantar com três pratos e a refeição sendo a perna de Bedelia é (para mim) uma alegoria. Hannibal vive dentro de Bedelia como uma voz na consciência, o que ele fez em Will assim também o fez nela, mas em proporção menor. Isso desencadeou na mesma a devorar a própria carne, pondo os pratos como representação daqueles que a levaram para aquele caminho. Will e Hannibal vivem nela como uma forma consciente, assim como ambos também viverão na história daquela região, um como o maior assassino e o outro como o melhor detetive.
A série é tão bem aplicada que até o nome dos episódios são elaborados, a princípio pratos culinários e então passagens bíblicas, uma tênue proporção da evolução e contexto das personagens. De canibal para auto-declarado Deus (ele sempre pensou assim, mas só nos foi revelado depois) e de detetive "degustador" para "Cordeiro de Deus" ( a expiação do caos ordenado de Lecter). Recomendo para quem tem conteúdo e inteligência (desculpem se soou arrogante, mas nem todos têm) para que aprimorem tais qualidades. Eat the rude.
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Hannibal (2ª Temporada)
4.5 802Uma das melhores séries que já vi, claramente uma obra de arte do início ao fim. Hannibal promete ver a beleza artística do mundo pós-moderno, onde o feio e o grotesco não substituem o sublime e o contemplável, mas tornam-se um com ele.
Os diálogos são bem amarrados e te fazem imergir nas situações propostas pela série, que na primeira temporada é arrastada e experimental, mas tende a sofrer um grave aumento de qualidade até chegar a ser extasiadora.
Não é uma série para qualquer um, mas é sem dúvida uma obra admirável. O jogo psicológico de Hannibal e Will é deslumbrante. Hannibal vê em Will a melhor das presas, mas ao brincar demais percebe que o mesmo é tão capaz de ser predador como ele é. O sociopata canibal (não segundo sua perspectiva) infere marcas profundas na personalidade de Will, não o permitindo a voltar a ser quem era antes de conhece-lo, mas sua moral "pré-hannibal" também o sufoca e não permite quem ele seja o homem que Hannibal moldou, pondo-o no famoso "Auribus teneo lupum"
A constituição fotográfica da série e tremendamente impecável. Percebam que Hannibal vê a morte como a forma mais sublime de purificação, mantendo o pensamento dele mesmo ser "Deus", já que concede a meros humanos uma salvação tão imerecida. Já Will, quando decide liberar de si a parte que Hannibal "infectou" (ou será que purificou?) os assassinatos tornam-se mais brutais e viscerais, um retrato do perfil psicológico de Will, que vive se debatendo para ver se é o que Hannibal o mostrou ser ou tornou-se aquilo que o sociopata moldou.
O final então foi de me tirar o fôlego, eu quase chorei de pura contemplação, foi catártico e intensamente profundo. Hannibal e Will "apaixonados" (não, eles não se tornaram homoafetivos, fato CONFIRMADO pelo diretor) pela carga humana e intelectual/espiritual um do outro. Era como se fossem dois titãs que conhecessem um semelhante pela primeira vez na vida. Will e Hannibal não podiam ficar juntos, mas não podiam viver mais sem a influência um do outro.
Meu ponto de vista a respeito da última cena é que sim, ambos morreram na queda. MAS, o jantar com três pratos e a refeição sendo a perna de Bedelia é (para mim) uma alegoria. Hannibal vive dentro de Bedelia como uma voz na consciência, o que ele fez em Will assim também o fez nela, mas em proporção menor. Isso desencadeou na mesma a devorar a própria carne, pondo os pratos como representação daqueles que a levaram para aquele caminho. Will e Hannibal vivem nela como uma forma consciente, assim como ambos também viverão na história daquela região, um como o maior assassino e o outro como o melhor detetive.
A série é tão bem aplicada que até o nome dos episódios são elaborados, a princípio pratos culinários e então passagens bíblicas, uma tênue proporção da evolução e contexto das personagens. De canibal para auto-declarado Deus (ele sempre pensou assim, mas só nos foi revelado depois) e de detetive "degustador" para "Cordeiro de Deus" ( a expiação do caos ordenado de Lecter).
Recomendo para quem tem conteúdo e inteligência (desculpem se soou arrogante, mas nem todos têm) para que aprimorem tais qualidades.
Eat the rude.