A história da pequena abastada indesejada e afugentada e que não resolve suas questões pessoais com a família narcisista. Assim, ela parte pra um mundo diferente do seu, entra no lar doce lar alheio, muda A pra B, C pra D e E pra F. Por "mudar" compreenda: faz os outros mudarem - pobres animaizinhos da classe trabalhadora.
E, por mais absurdo que pareça, ainda se acha no direito de exigir comprometimento emocional da classe proletária só por ter varrido um chãozinho, só pra suprir uma carência pessoal, um déficit amoroso que traz desde casa.
Que filme errado pra criança. Ou pra quem quer dividir a vida com outra pessoa. A Branca de Neve deveria ser um homem.
os dois são a mesma pessoa, ponderando e se martirizando por erros, preocupações e arrependimentos
. Mesmo assim, a interpretação é de cunho pessoal, cada um enxerga o que tiver vontade, vive a experiência que desejar. E é isso o que torna O Farol particularmente interessante, tanto a narrativa, relativamente lenta, e os personagens sustentados por ótimas e teatrais atuações; tudo isso te dá a permissão (mas nenhuma obrigatoriedade) de entrar ali. De se sentir preso e confinado -
Filmes sobre histórias de homens buscam dar uma carga emocional a cada passo tomado pelo protagonista. Isso acontece principalmente quando o cenário pintado está dentro do esporte, falando de boxe então, é aparentemente inevitável. Parece que há uma busca constante em aproximar esse protagonista dos homens que estão assistindo, dando sempre um tom de superação, SEMPRE. Filmes de guerra funcionam de forma bem similar, 1917 (2019) não foge em nada desse caminho - por exemplo. É drama, mas quase sempre light demais, e cheio de reviravoltas que colocam o homem acima de qualquer ameaça inicial ou perigo eminente.
Mas pra Mickey (Wahlberg), quem ou qual é o perigo inicial senão a proximidade que ele tem com a sua família? Quer dizer, aqui as coisas parecem ser um pouco mais amargas e indigestas. Não dá pra ver em O Vencedor um grande desafio ou objetivo para o lutar, não importa qual o título que ele ele almeja, o que importa aqui é passar pela turbulência emocional que é o processo de afastamento (abrupto ou suave) que muitos de nós temos de dar em determinado ponto de nossas vidas. É incrível como fica nítido a disputa de poder travada pelos familiares do protagonista, que volta e meia voltam a ter o controle da situação.
É engraçado ver, nesse sento, o sentimento de potência e a emancipação que Charlene (Adams) dá a Mickey, o quanto é menos duro pra ele perceber que não é crueldade dele se afastar de sua família problemática e que nem os sonhos de Dick (Bale), seu irmão, poderiam ser figurados em cima de suas lutas, títulos e superação. O que é mais interessante aqui é a transição da relação do personagem de Mark Wahlberg para com o irmão: deixa de ser uma fé cega e dó imatura para um reconhecimento/admiração da história de Dick como pugilista e compaixão em relação ao seu drama de vida.
O Vencedor é sim mais um filme sobre homens e com seus milhares de defeitos/clichês consegue trazer ainda uma mensagem verdadeira do indivíduo que constrói amor próprio, auto-estima e respeito para si e para quem ele escolhe manter ao seu redor. Um homem que aprendeu a falar pra mãe que recebeu muito menos amor do que precisava, que aprendeu a ser um pouco mais humano - o que é um avanço pra um filme com essa temática. É uma experiência positiva, bom de ver.
I've seen things you people wouldn't believe. Attack ships on fire off the shoulder of Orion. I watched C-beams glitter in the dark near the Tannhauser gate. All those moments will be lost in time... like tears in rain... Time to die.
- Eu vivo agora em um mundo de fantasmas, um prisioneiro em meus sonhos. - Ainda assim, você não quer morrer. - Sim, eu quero. - O que você está esperando? - Conhecimento. - Você quer uma garantia. - Chame do que você quiser. - É tão difícil conceber Deus com os sensos de uma pessoa? Por que ele tem de se esconder numa neblina de vagas promessas e milagres invisíveis? Como iremos acreditar nos que acreditam quando não acreditamos em nós mesmos? O que será de nós que queremos acreditar, mas não podemos? E quanto àqueles que não podem ou não irão acreditar? Porque não posso matar Deus dentro de mim? Por que ele vai vivendo em um sofrido, humilhado jeito? Eu quero tirá-lo do meu coração, mas ele ainda continua em uma realidade assustadora que eu não posso me livrar. Está me ouvindo? - Estou te ouvindo. - Eu quero conhecimento. Não crença. Não suposições. Mas, conhecimento. Eu quero que Deus ponha sua mão, mostre seu rosto, fale comigo. - Mas ele é mudo. - Eu choro para ele no escuro, mas parece não ter ninguém lá. - Talvez não tenha ninguém lá. - Então a vida é um terror sem sentido. Nenhum homem pode viver com a Morte e saber que tudo é nada. - A maioria das pessoas não pensam nem na morte ou no nada. - Até que eles chegam no final da vida e vêem a escuridão. - Ah, esse dia. - Eu percebo. - Devemos fazer do nosso medo um ídolo e chamá-lo de Deus.
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Branca de Neve e os Sete Anões
3.8 711Síndrome da Branca de Neve
A história da pequena abastada indesejada e afugentada e que não resolve suas questões pessoais com a família narcisista. Assim, ela parte pra um mundo diferente do seu, entra no lar doce lar alheio, muda A pra B, C pra D e E pra F. Por "mudar" compreenda: faz os outros mudarem - pobres animaizinhos da classe trabalhadora.
E, por mais absurdo que pareça, ainda se acha no direito de exigir comprometimento emocional da classe proletária só por ter varrido um chãozinho, só pra suprir uma carência pessoal, um déficit amoroso que traz desde casa.
Que filme errado pra criança. Ou pra quem quer dividir a vida com outra pessoa. A Branca de Neve deveria ser um homem.
Tim Maia - Não Há Nada Igual
3.6 593 Assista AgoraBabu Santana carregou tudo nas costas
O Farol
3.8 1,6K Assista AgoraEscuro e sombrio. O Farol é perfeito pra ser assistido aqui da quarentena - ou o contrário, ainda não decidi. To junto com aquele grupo que acha que
os dois são a mesma pessoa, ponderando e se martirizando por erros, preocupações e arrependimentos
Mesmo assim, a interpretação é de cunho pessoal, cada um enxerga o que tiver vontade, vive a experiência que desejar. E é isso o que torna O Farol particularmente interessante, tanto a narrativa, relativamente lenta, e os personagens sustentados por ótimas e teatrais atuações; tudo isso te dá a permissão (mas nenhuma obrigatoriedade) de entrar ali. De se sentir preso e confinado -
no meu caso, comigo mesmo
O Vencedor
4.0 1,3K Assista AgoraFilmes sobre histórias de homens buscam dar uma carga emocional a cada passo tomado pelo protagonista. Isso acontece principalmente quando o cenário pintado está dentro do esporte, falando de boxe então, é aparentemente inevitável. Parece que há uma busca constante em aproximar esse protagonista dos homens que estão assistindo, dando sempre um tom de superação, SEMPRE. Filmes de guerra funcionam de forma bem similar, 1917 (2019) não foge em nada desse caminho - por exemplo. É drama, mas quase sempre light demais, e cheio de reviravoltas que colocam o homem acima de qualquer ameaça inicial ou perigo eminente.
Mas pra Mickey (Wahlberg), quem ou qual é o perigo inicial senão a proximidade que ele tem com a sua família? Quer dizer, aqui as coisas parecem ser um pouco mais amargas e indigestas. Não dá pra ver em O Vencedor um grande desafio ou objetivo para o lutar, não importa qual o título que ele ele almeja, o que importa aqui é passar pela turbulência emocional que é o processo de afastamento (abrupto ou suave) que muitos de nós temos de dar em determinado ponto de nossas vidas. É incrível como fica nítido a disputa de poder travada pelos familiares do protagonista, que volta e meia voltam a ter o controle da situação.
É engraçado ver, nesse sento, o sentimento de potência e a emancipação que Charlene (Adams) dá a Mickey, o quanto é menos duro pra ele perceber que não é crueldade dele se afastar de sua família problemática e que nem os sonhos de Dick (Bale), seu irmão, poderiam ser figurados em cima de suas lutas, títulos e superação. O que é mais interessante aqui é a transição da relação do personagem de Mark Wahlberg para com o irmão: deixa de ser uma fé cega e dó imatura para um reconhecimento/admiração da história de Dick como pugilista e compaixão em relação ao seu drama de vida.
O Vencedor é sim mais um filme sobre homens e com seus milhares de defeitos/clichês consegue trazer ainda uma mensagem verdadeira do indivíduo que constrói amor próprio, auto-estima e respeito para si e para quem ele escolhe manter ao seu redor. Um homem que aprendeu a falar pra mãe que recebeu muito menos amor do que precisava, que aprendeu a ser um pouco mais humano - o que é um avanço pra um filme com essa temática. É uma experiência positiva, bom de ver.
Blade Runner: O Caçador de Andróides
4.1 1,6K Assista AgoraI've seen things you people wouldn't believe. Attack ships on fire off the shoulder of Orion. I watched C-beams glitter in the dark near the Tannhauser gate. All those moments will be lost in time... like tears in rain... Time to die.
O Sétimo Selo
4.4 1,0K- Eu vivo agora em um mundo de fantasmas, um prisioneiro em meus sonhos.
- Ainda assim, você não quer morrer.
- Sim, eu quero.
- O que você está esperando?
- Conhecimento.
- Você quer uma garantia.
- Chame do que você quiser.
- É tão difícil conceber Deus com os sensos de uma pessoa? Por que ele tem de se esconder numa neblina de vagas promessas e milagres invisíveis? Como iremos acreditar nos que acreditam quando não acreditamos em nós mesmos?
O que será de nós que queremos acreditar, mas não podemos? E quanto àqueles que não podem ou não irão acreditar?
Porque não posso matar Deus dentro de mim?
Por que ele vai vivendo em um sofrido, humilhado jeito?
Eu quero tirá-lo do meu coração, mas ele ainda continua em uma realidade assustadora que eu não posso me livrar.
Está me ouvindo?
- Estou te ouvindo.
- Eu quero conhecimento. Não crença. Não suposições. Mas, conhecimento.
Eu quero que Deus ponha sua mão, mostre seu rosto, fale comigo.
- Mas ele é mudo.
- Eu choro para ele no escuro, mas parece não ter ninguém lá.
- Talvez não tenha ninguém lá.
- Então a vida é um terror sem sentido. Nenhum homem pode viver com a Morte e saber que tudo é nada.
- A maioria das pessoas não pensam nem na morte ou no nada.
- Até que eles chegam no final da vida e vêem a escuridão.
- Ah, esse dia.
- Eu percebo.
- Devemos fazer do nosso medo um ídolo e chamá-lo de Deus.