É uma série crua que não tem qualquer pudor em expor cenas fortes. É feita pra chocar, mostrar o que o bullying e a violência são para quem sofre. Não é romanceado ou aliviado. Tá ali, na cara dura. E por ser assim, a série não é feita para quem está sofrendo (por isso até acharia legal colocar um aviso no começo...) A carga emocional dos episódios é densa e cada minuto é importante pra contar a relação da Hannah consigo mesma e com os porquês. A série é construída como se fossem memórias, trabalhando a coloração para dar um tom ainda mais frio e real quando se passa no presente. Vi mensagens dizendo que a série não mostrou motivos para a Hannah viver. Porém, como se faz isso através da perspectiva de quem desistiu de tudo? Os personagens estão ali para gerir a história dela, mesmo que cada um tenha outras coisas pra lidar, Os 13 Porquês são da Hannah. Vi outras dizendo que a Hannah foi egoísta por ter cometido suicídio. Egoísta por ter deixado as fitas e explicado os momentos em que teve a pele marcada. Mesmo? Menosprezar a dor que o outro carrega é fácil de se fazer ao invés de preferimos encarar e tentar entender. O problema não é meu, né? É só varrer para debaixo do tapete que deixa de existir. A vida segue. Cada um que sobreviva como pode. Sobreviva... de forma descartável. Você nunca sabe o que alguém que está sofrendo passa. O que é bobo pra você, pode ser intenso para o outro. É fácil julgar quando se está protegido por uma bolha.
Comecei a série sem saber absolutamente nada e foi maravilhoso isso. Ela não se leva a sério em nenhum momento e o desenvolvimento dos personagens, principalmente da Abby, só faz com que você queira mais tempo de cena pra ela. Gostei. Um jeito diferente de explorar uma história já batida.
Comecei a série ao acaso e me apaixonei. O roteiro é inteligente, os personagens cativantes e a história respeita o tempo e a linearidade de cada arco. Recomendo muito. Adoro animações que não subestimam o público.
A produção dessa série é sensacional. A ambientação deixa a gente mergulhado no mundo e todo o visual épico das raças e das cidades é muito boa. Porém, o roteiro, atuação dos personagens e falas são péssimos. Não li os livros, mas certamente eles tem o mesmo problema inicial, porque serviram de base para a série.
Na série, todas as raças são descendentes diretos dos humanos. Não explica como aconteceu, mas o nosso mundo atual é o mundo antigo deles. Há ruínas de prédios, parques, helicópteros. Há indícios de que houve vazamento radioativo e químico em vários lugares. Trolls podem ser humanos vítimas desses vazamentos que de alguma forma conseguiram se reproduzir e passar essas características aos descendentes, assim como os anões. Porém, biologicamente, essa segmentação e diferenciação em outras espécies demora milhares de anos. As ruínas desapareceriam, dezenas de pontos do mundo antigo desapareceria e seria esquecida. Há humanos também, o costume deles é muito parecido, mesmo depois de tanto tempo. Há elfos, que aparentam ser o povo mais evoluído tecnologicamente. E há magia. Esse ponto em si não foi nada explicado. Os primeiros magos não foram explicados. É o nosso mundo atual, mas ao mesmo tempo não é, porque todas as leis da física e da natureza foram ignorados. Um meteoro caiu e trouxe esse conhecimento? O que é a magia nessa época? É uma tecnologia super avançada do mundo antigo que sobreviveu ao tempo? Esses detalhes biológicos e cronológicos me incomodaram muito, porque eles servem de base para a construção do mundo das Crônicas de Shannara, mas não foram respeitados.
De restante, a série tem história clichê em vários momentos com cenas corridas e desenvolvimento e interação de personagens rasos, mas a produção dela e a ambientação do figurino e dos cenários valeram a pena e me seguraram até o final da temporada.
O que eu senti muita falta, na série inteira, foi ambientação. Foi falado muito "o lado de cá é muito ruim, por isso quero ir para o lado de lá", mas não me mostraram porque o lado de cá é tão ruim assim. Todas as cenas pensadas, e que poderiam criar uma imersão maior nessa linha, foram rasas e a atuação dos personagens não conseguiu salvar. Sem emoção em pontos chave da história.
O roteiro não se sustenta na criação de empatia com a história de cada um. As falas são terríveis, porque me chamam de idiota e entra muito no que eu falei da ambientação. Faltou seguir a regra fundamental de contar uma história: show me, don't tell. Me mostre as coisas, não me fale elas. O roteiro é falho, porque em várias cenas que deveriam ter um peso emocional forte, ele não existe por falta de trabalhar isso antes. Ir me conduzindo aos poucos até que aconteça. Por exemplo, o que funcionou bem na série foi o plot do Ezequiel com a Julia, que foi sendo desenvolvido praticamente desde o primeiro episódio. O restante das cenas pareceu algo jogado, com ações dos personagens que não são justificadas, porque aconteceram rápido demais.
Outro ponto da ambientação, que entra muito na produção, é que o lado de cá é "limpo demais". A sujeira das ruas é pensada demais, com panos limpos nas paredes, os rostos das pessoas tem uma sujeita limpa. Não parece real, parece que é pensado. Andar em centros urbanos ajudaria na melhor composição disso, poxa.
Os personagens falam corretamente. Nem eu falo corretamente. Sou privilegiado pela educação que recebi, mas nem por isso uso o português perfeito. Sou cheio de gírias, jargões, plurais errados, me enrolo pra falar. O lado de cá não tem educação perfeita, é falhado, porque todos os personagens falam tão certinho e conjugam os verbos corretamente?
A ideia da série é muito boa. Fala sobre meritocracia e se encaixa demais na realidade brasileira, mas infelizmente não conseguiu se vender para mim. Ser uma série brasileira já é uma conquista enorme pra nossa ficção científica, que não tem tanto espaço quanto as novelas e filmes de comédia. Ter algo assim injetado pela Netflix é sensacional. Mas me deixa muito triste ver que a série não foi bem produzida, que o roteiro é falho e que me trata feito idiota ao utilizar falas para me explicar o funcionamento do sistema. É um recurso narrativo barato :/
Não consegui não comparar com o desenvolvimento de história de Jogos Vorazes, que bem, a ambientação e o roteiro funcionam muito bem. Ignore recursos financeiros, os efeitos de 3% não me incomodaram. Todos os erros das etapas de roteiro, produção e direção foram se acumulando no processo e me deram um resultado que não gostei.
Torço muito para que na segunda temporada, o nível da história aumente, os diálogos melhorem e a direção dos personagens faça com que a atuação dê um salto grande.
Vício total. Merlí é uma série que se passa em uma escola, mas não foca só nos dramas adolescentes. O protagonista, Merlí, é descaradamente um dos personagens mais legais que vi em séries. É direto, sabe o que quer, faz merda de vez em quando porque pensa mais em si mesmo, mas sabe corrigir e ajudar a quem está precisando. A relação que tem com o filho, Bruno, é linda. A dedicação de Merlí, que começa a série desempregado e com uma relação família bem merda, é evidente conforme ele se entrega como professor e melhora como pai. A série toda é trabalhada em cima da Filosofia e a importância que ela tem na formação do pensamento crítico. Merlí trabalha a transição dos dramas adultos, centrados principalmente no corpo docente quanto nos pais dos alunos, e dos dramas adolescentes que todos conhecemos muito bem. Essa série conquistou meu coração. Sem contar que se passa em Barcelona e a língua catalã é sensacional. ❤️
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13 Reasons Why (1ª Temporada)
3.8 1,5K Assista AgoraÉ uma série crua que não tem qualquer pudor em expor cenas fortes. É feita pra chocar, mostrar o que o bullying e a violência são para quem sofre.
Não é romanceado ou aliviado. Tá ali, na cara dura. E por ser assim, a série não é feita para quem está sofrendo (por isso até acharia legal colocar um aviso no começo...)
A carga emocional dos episódios é densa e cada minuto é importante pra contar a relação da Hannah consigo mesma e com os porquês. A série é construída como se fossem memórias, trabalhando a coloração para dar um tom ainda mais frio e real quando se passa no presente.
Vi mensagens dizendo que a série não mostrou motivos para a Hannah viver. Porém, como se faz isso através da perspectiva de quem desistiu de tudo? Os personagens estão ali para gerir a história dela, mesmo que cada um tenha outras coisas pra lidar, Os 13 Porquês são da Hannah.
Vi outras dizendo que a Hannah foi egoísta por ter cometido suicídio. Egoísta por ter deixado as fitas e explicado os momentos em que teve a pele marcada. Mesmo?
Menosprezar a dor que o outro carrega é fácil de se fazer ao invés de preferimos encarar e tentar entender. O problema não é meu, né? É só varrer para debaixo do tapete que deixa de existir. A vida segue. Cada um que sobreviva como pode. Sobreviva... de forma descartável.
Você nunca sabe o que alguém que está sofrendo passa. O que é bobo pra você, pode ser intenso para o outro. É fácil julgar quando se está protegido por uma bolha.
Santa Clarita Diet (1ª Temporada)
3.7 419 Assista AgoraComecei a série sem saber absolutamente nada e foi maravilhoso isso. Ela não se leva a sério em nenhum momento e o desenvolvimento dos personagens, principalmente da Abby, só faz com que você queira mais tempo de cena pra ela. Gostei. Um jeito diferente de explorar uma história já batida.
Caçadores de Trolls (1ª Temporada)
4.3 61 Assista AgoraComecei a série ao acaso e me apaixonei. O roteiro é inteligente, os personagens cativantes e a história respeita o tempo e a linearidade de cada arco. Recomendo muito. Adoro animações que não subestimam o público.
The Shannara Chronicles (1ª Temporada)
3.7 146 Assista AgoraA produção dessa série é sensacional. A ambientação deixa a gente mergulhado no mundo e todo o visual épico das raças e das cidades é muito boa. Porém, o roteiro, atuação dos personagens e falas são péssimos. Não li os livros, mas certamente eles tem o mesmo problema inicial, porque serviram de base para a série.
O que me incomodou muito:
Na série, todas as raças são descendentes diretos dos humanos. Não explica como aconteceu, mas o nosso mundo atual é o mundo antigo deles. Há ruínas de prédios, parques, helicópteros. Há indícios de que houve vazamento radioativo e químico em vários lugares. Trolls podem ser humanos vítimas desses vazamentos que de alguma forma conseguiram se reproduzir e passar essas características aos descendentes, assim como os anões. Porém, biologicamente, essa segmentação e diferenciação em outras espécies demora milhares de anos. As ruínas desapareceriam, dezenas de pontos do mundo antigo desapareceria e seria esquecida. Há humanos também, o costume deles é muito parecido, mesmo depois de tanto tempo. Há elfos, que aparentam ser o povo mais evoluído tecnologicamente. E há magia. Esse ponto em si não foi nada explicado. Os primeiros magos não foram explicados. É o nosso mundo atual, mas ao mesmo tempo não é, porque todas as leis da física e da natureza foram ignorados. Um meteoro caiu e trouxe esse conhecimento? O que é a magia nessa época? É uma tecnologia super avançada do mundo antigo que sobreviveu ao tempo? Esses detalhes biológicos e cronológicos me incomodaram muito, porque eles servem de base para a construção do mundo das Crônicas de Shannara, mas não foram respeitados.
De restante, a série tem história clichê em vários momentos com cenas corridas e desenvolvimento e interação de personagens rasos, mas a produção dela e a ambientação do figurino e dos cenários valeram a pena e me seguraram até o final da temporada.
3% (1ª Temporada)
3.6 772 Assista AgoraVamos, lá. O meu problema com 3%:
O que eu senti muita falta, na série inteira, foi ambientação. Foi falado muito "o lado de cá é muito ruim, por isso quero ir para o lado de lá", mas não me mostraram porque o lado de cá é tão ruim assim. Todas as cenas pensadas, e que poderiam criar uma imersão maior nessa linha, foram rasas e a atuação dos personagens não conseguiu salvar. Sem emoção em pontos chave da história.
O roteiro não se sustenta na criação de empatia com a história de cada um. As falas são terríveis, porque me chamam de idiota e entra muito no que eu falei da ambientação. Faltou seguir a regra fundamental de contar uma história: show me, don't tell. Me mostre as coisas, não me fale elas. O roteiro é falho, porque em várias cenas que deveriam ter um peso emocional forte, ele não existe por falta de trabalhar isso antes. Ir me conduzindo aos poucos até que aconteça. Por exemplo, o que funcionou bem na série foi o plot do Ezequiel com a Julia, que foi sendo desenvolvido praticamente desde o primeiro episódio. O restante das cenas pareceu algo jogado, com ações dos personagens que não são justificadas, porque aconteceram rápido demais.
Outro ponto da ambientação, que entra muito na produção, é que o lado de cá é "limpo demais". A sujeira das ruas é pensada demais, com panos limpos nas paredes, os rostos das pessoas tem uma sujeita limpa. Não parece real, parece que é pensado. Andar em centros urbanos ajudaria na melhor composição disso, poxa.
Os personagens falam corretamente. Nem eu falo corretamente. Sou privilegiado pela educação que recebi, mas nem por isso uso o português perfeito. Sou cheio de gírias, jargões, plurais errados, me enrolo pra falar. O lado de cá não tem educação perfeita, é falhado, porque todos os personagens falam tão certinho e conjugam os verbos corretamente?
A ideia da série é muito boa. Fala sobre meritocracia e se encaixa demais na realidade brasileira, mas infelizmente não conseguiu se vender para mim. Ser uma série brasileira já é uma conquista enorme pra nossa ficção científica, que não tem tanto espaço quanto as novelas e filmes de comédia. Ter algo assim injetado pela Netflix é sensacional. Mas me deixa muito triste ver que a série não foi bem produzida, que o roteiro é falho e que me trata feito idiota ao utilizar falas para me explicar o funcionamento do sistema. É um recurso narrativo barato :/
Não consegui não comparar com o desenvolvimento de história de Jogos Vorazes, que bem, a ambientação e o roteiro funcionam muito bem. Ignore recursos financeiros, os efeitos de 3% não me incomodaram. Todos os erros das etapas de roteiro, produção e direção foram se acumulando no processo e me deram um resultado que não gostei.
Torço muito para que na segunda temporada, o nível da história aumente, os diálogos melhorem e a direção dos personagens faça com que a atuação dê um salto grande.
Merlí (1ª Temporada)
4.5 220Vício total. Merlí é uma série que se passa em uma escola, mas não foca só nos dramas adolescentes. O protagonista, Merlí, é descaradamente um dos personagens mais legais que vi em séries. É direto, sabe o que quer, faz merda de vez em quando porque pensa mais em si mesmo, mas sabe corrigir e ajudar a quem está precisando. A relação que tem com o filho, Bruno, é linda. A dedicação de Merlí, que começa a série desempregado e com uma relação família bem merda, é evidente conforme ele se entrega como professor e melhora como pai. A série toda é trabalhada em cima da Filosofia e a importância que ela tem na formação do pensamento crítico. Merlí trabalha a transição dos dramas adultos, centrados principalmente no corpo docente quanto nos pais dos alunos, e dos dramas adolescentes que todos conhecemos muito bem. Essa série conquistou meu coração. Sem contar que se passa em Barcelona e a língua catalã é sensacional. ❤️