Lucas "Hammer"

Eu tive um privilégio que poucos tiveram. Fui criado dentro de uma locadora. Isso na época dourada do VHS. No fim dos anos 90 eu assumi o controle da bagaça. Não rendia muita grana, mas o suficiente para satisfazer meus custos da época. Como o negócio não era tão movimentado, sobretudo no meio da semana, perdi a conta da quantidade de tardes que passei apreciando grandes relíquias, sobretudo os filmes de ação B de nomes como Gary Daniels, Billy Blanks, Lorenzo Lamas, etc.

Em meio a essas relíquias, encontrei essa jóia chamada de "Firepower - Inferno em Los Angeles". Uma das fitas que tinham aquelas capas maiores, feito de um plastico bem vagabundo, que não durava nada. Praticamente não circulava a fita, até o dia em que eu assisti e fui obrigado a indicar a todos os apreciadores de filmes B tão insanos quanto eu.

O filme se passa no futuro (e se minha memória não estiver falha, estamos até um pouco a frente desse futuro narrado no filme). Los Angeles havia virado um território sem lei onde a policia pouco podia fazer pra combater os criminosos que vinham ganhando força.

Uma determinada área da cidade se torna o covil dos bandidos, denominada "Hellzone", um território restrito onde os TIRAS (termo que eu só vi sendo utilizado em filmes mesmo) não tem acesso. Nesse lugar rola tudo o que há de pior: fabricação de drogas, prostituição e combates mortais em uma arena com o intuito de arrecadarem grana das apostas e isso é claro, sem rolar uma sacanagem na manipulação dos resultados.

Após a bandidagem fazer um tremendo estrago na delegacia local para soltar um dos comparsas, dois tiras, Braniff (Chad McQueen) e Sledge (Gary Daniels) se infiltram como lutadores na Hellzone para desmantelar o esquema da quadrilha.

Isso que narrei é só a premissa que não irá comprometer e nem estragar o gosto de quem ainda vai assistir esse filme (que foi lançado em DVD, ainda que seja dificil encontra-lo).

PÉROLAS DO FILME:

Embora se passe a pelo menos 20 anos a frente da época em que foi feito em uma das raras cenas de "drama familiar" temos o policial Brannif tendo uma DR com sua esposa enquanto joga SUPER NINTENDO com o filho. É, parece que eles botavam fé que o Super Nintendo seria o console definitivo (não seria de todo mau he he)

Você vai cansar de ouvir o termo "tira".

Em Hellzone que a papagaiada deslancha, a começar pelo "Homem-Espada" interpretado pelo bombado Warrior do WWE. O cara é uma montanha de musculos que tem força pra quebrar o pescoço de quem quiser, mas ele insiste em usar uma espadinha nas lutas. No manejo da espada é travadaço, se tornando mais inofensivo do que se estivesse com as mãos vazias.

No combate de Warrior contra Sledge,

Peixes dourados sendo criados no filtro.

Um cabeludo bombado a la Manowar tentando simular que estava tocando um teclado enquanto bangueava, mas não convence nem criança.

E um tiozão presença que é responsavel pelos lutadores que se apega aos dois tiras sem o menor motivo e os ajuda com menos motivo ainda.

ELENCO:

Chad McQueen de certa forma é o protagonista. A forma fisica dele está bem tosca nesse filme (se é que deixou de ser em algum filme). O nome dele de vez em quando aparecia na capa de algum VHS, e sempre entre parenteses citava que ele tinha feito Karatê Kid. Na verdade ele foi só um dos lutadores que apareceram de relance sendo derrotados pelo Laruzzo.
Gary Daniels que estava no auge da forma física e das habilidades marciais. É o destaque do filme.
Alisha Das é a mocinha do filme. Essa moça era muito gata, mas tem uma carreira bem curta, limitada ao início da década de 90. Quando tento pesquisar sobre ela só encontro uma xará indiana dela.
Warrior, que era bem conhecido por quem manjava dos WWE. Morreu não faz muito tempo.
Entre os lutadores da Hellzone temos também:
Art Camacho, conhecido por muitos do genero mais pela direção de filmes C. O cara tem um visual muito bagacera mas merece respeito pois alem de saber dirigir uma luta como poucos, manda bem nas artes marciais.
Gerald Okamura, esse cara botava mais respeito pela sua cara feia do que pelas suas habilidades marciais. Na época dos VHS era tão comum vê-lo como é facil a gente ver o Danny Trejo hoje em dia. Tá na atividade ainda, mas aparecendo bem menos.

É isso aí, me desculpem se me empolguei e escrevi muito, a nostalgia bateu ao relembrar desse filme que é sem duvida um dos meus xodós.