Uma linda homenagem ao grande artista que foi, "Cazuza - O Tempo Não Pára" é um bom filme, com muitos problemas e muitas virtudes. Uma bela fotografia (com Walter Caravalho, um dos melhores fotógrafos do Brasil, na direção seria difícil ocorrer o contrário) para um roteiro frágil e episódico. Contando muito rápido a história do astro, e saltando entre os eventos marcantes (nem todos, visto que o filme é baseado em livro de Lucinha Araújo, e alguns fatos da vida de Cazuza foram omitidos, como o relacionamento com Ney Matogrosso, a amizade com Lobão e Júlio Barroso, etc) da vida do músico, o filme lembra um artigo dos primórdios da Wikipédia, quando um texto descuidado era o bastante para descrever a vida inteira de uma personalidade. Apesar da atuação matadora de Daniel Oliveira (sua transformação física é impressionante), o ator dá a vida a um Cazuza que representa muito mais a lenda do que o homem de verdade. A música de Cazuza se faz presente durante todo filme, o que junto com a atuação de Daniel Oliveira e a bela fotografia salvam o filme da desgraça.
Iniciado com uma narração em off, excessivamente explicativa, somos introduzidos no universo do protagonista, aspirante a escritor, que segue pessoas para obter matéria-prima para seu livro. Ao final do filme, a narração ganha um significado maior, mas ela permanece supérflua. Ao invés de contar em diálogos, Nolan poderia mostrar em imagens, de maneira mais prolongada, a rotina de seu protagonista. A trama baseia-se na relação do jovem homem com a loira e Cobb (o ladrão; coincidência ou não, o personagem de Leonardo di Caprio em "A Origem" tem esse mesmo nome). Cobb e o jovem homem são parceiros no crime e invadem casas para pequenos furtos de objetos pessoais. A loira e o jovem homem têm um relacionamento amoroso. Essas relações estão mergulhadas em ambiguidades. O filme trata-se, obviamente de um noir moderno, e a fotografia em preto e branco, que mergulha os persongens em sombras, retrata muito bem a essência da história. Nolan antecipa a montagem não-cronológica que viria, em seu máximo, em "Amnésia", que também contribuiu desicivamente no desenrolar da trama, já que, como os personagens, só vamos descobrindo a real intenção dos outros, aos poucos, com o decorrer da história. Um ótimo filme, mostra que Nolan é um realizador ousado e criativo, e já dá indícios do que viria a seguir na filmografia do diretor: a já citada desconstrução temporal de "Amnésia" e o símbolo de "Batman" na porta da casa do jovem homem.
Um filme medíocre com uma premissa interessantíssima, muitíssimo mal aproveitada. Totalmente televisivo, o filme mostra pouco esmero e descuido na direção de arte, atuações (Luana Piovani está ali apenas para mostrar seu corpo quase nu. Sempre!). Torres tenta emular o estilo de Wes Anderson em alguns curtos momentos do filme. Mas não funciona, porque é breve e não contribui em nada para a narrativa. O roteiro então, na metade final, mostra-se risível, com reviravoltas totalmente previsíveis (a vizinha real é realmente real ou não? Ela vai ficar com Pedro ou com seu amigo?), fora os diálogos totalmente banais. Quem salva o longa da desgraça total é Selton Mello, que mostra seu timing coming perfeito, principalmente nas gags envolvendo a inexistência de sua parceira (beijando o ar, dançando sozinho; O sexo seria uma piada interessantissímo com o personagem se... se... bem, enfim, deixa pra lá). A breve participação de Marcelo Adnet também vale a pena: a seriedade dada ao bilheiteiro e seu rosto espinheto são ótimos.
Provavelmente a definição de um filme de super-heroi realista (Christopher Nolan que me perdoe). Bruce Willis está muito bem, encarnando um homem poderoso, mas com problemas conjugais.
Samuel L. Jackson está fabuloso como o vilão que, em última instância, quer o bem. Caracterização mata a pau!
. Mas Spencer Treat Clark, meu deus, não convenceu quando queria atirar no próprio pai e permaneceu inexpressivo o resto do filme (exceto quando estava na diretoria e olhou para o outro garoto com a cara de meu pai é mais foda que o seu). Que amadorismo! E justo depois de Shyamalan ter uma ótima experiência com Haley Joel Osment, em "O Sexto Sentido". A montagem do filme, apesar de quase sempre linear, tem seus momentos de descontinuidade, por exemplo a grande elipse entre o nascimento de Elijah e o acidente de David ou outros momentos irregulares. As "visões" de Dunn também incomodam, pois ele as vê e, exceto a última, não reage nem faz nada. Direção primorosa de Shyamalan, seja pela mise-en-scene, que enfoca David em momentos de força (subindo a escada, levantando os pesos) ou pela fotografia bastante expressiva. Ótimo filme de Shyamalan. Agora é ver o restante dos filmes de Shyamalan, a dita fase negra, que para alguns dura até hoje (particularmente, "O Último Mestre do Ar" não me desagrada de todo). "A Vila", "A Dama na Água", "Fim dos Tempos", "Demônio", etc. E também esperar por "After Earth", que pode ser a tão sonhanda redenção desse grande diretor.
Um pouco auto-indulgente nos delírios de Max, esse é um filme que contribui para o debate entre ciência e religião. E um dos grandes méritos é não tomar partido. Verifica-se a obsessão do lado dos judeus, que querem decifrar a Torá e descobrir o verdadeiro nome de Deus e inaugurar a nova era messiânica, ou de Max e seu professor Sol, que buscam, empiricamente, a verdade absoluta, o número que representa a natureza. O roteiro também é louvável, por apresentar conceitos matemáticos e religiosos e citar nomes relevantes para ambos campos. A trilha sonora de Clint Mansell, que abusa da música eletrônica, reflete o estado mental do personagem, assim como a fotografia em preto e branco e granulada. Além disso, a música também contribui para nos deixar em sintonia com a história, elétricos, sedentos por mais informação.
"Amélie Poulain" encontra "Glória Feita de Sangue". Como no filme de Kubrick, temos soldados franceses que serão executados e do sucesso anterior de Jeunet, temos uma galeria de personagens excêntricos, objetos que ligam os envolvidos e uma bela história. Realista ao mostrar o horror da guerra, fantástica ao retratar o amor incontido de uma mulher por um homem. Ótimo filme, com alguns probleminhas de montagem (mas o que isso importa?).
Comprar Ingressos
Este site usa cookies para oferecer a melhor experiência possível. Ao navegar em nosso site, você concorda com o uso de cookies.
Se você precisar de mais informações e / ou não quiser que os cookies sejam colocados ao usar o site, visite a página da Política de Privacidade.
O Irlandês
4.0 1,5K Assista AgoraOutro provável título para o filme é "The Irishmen"
Cazuza: O Tempo Não Pára
3.6 977 Assista AgoraUma linda homenagem ao grande artista que foi, "Cazuza - O Tempo Não Pára" é um bom filme, com muitos problemas e muitas virtudes. Uma bela fotografia (com Walter Caravalho, um dos melhores fotógrafos do Brasil, na direção seria difícil ocorrer o contrário) para um roteiro frágil e episódico. Contando muito rápido a história do astro, e saltando entre os eventos marcantes (nem todos, visto que o filme é baseado em livro de Lucinha Araújo, e alguns fatos da vida de Cazuza foram omitidos, como o relacionamento com Ney Matogrosso, a amizade com Lobão e Júlio Barroso, etc) da vida do músico, o filme lembra um artigo dos primórdios da Wikipédia, quando um texto descuidado era o bastante para descrever a vida inteira de uma personalidade. Apesar da atuação matadora de Daniel Oliveira (sua transformação física é impressionante), o ator dá a vida a um Cazuza que representa muito mais a lenda do que o homem de verdade. A música de Cazuza se faz presente durante todo filme, o que junto com a atuação de Daniel Oliveira e a bela fotografia salvam o filme da desgraça.
Following
4.0 302 Assista AgoraIniciado com uma narração em off, excessivamente explicativa, somos introduzidos no universo do protagonista, aspirante a escritor, que segue pessoas para obter matéria-prima para seu livro. Ao final do filme, a narração ganha um significado maior, mas ela permanece supérflua. Ao invés de contar em diálogos, Nolan poderia mostrar em imagens, de maneira mais prolongada, a rotina de seu protagonista.
A trama baseia-se na relação do jovem homem com a loira e Cobb (o ladrão; coincidência ou não, o personagem de Leonardo di Caprio em "A Origem" tem esse mesmo nome). Cobb e o jovem homem são parceiros no crime e invadem casas para pequenos furtos de objetos pessoais. A loira e o jovem homem têm um relacionamento amoroso. Essas relações estão mergulhadas em ambiguidades. O filme trata-se, obviamente de um noir moderno, e a fotografia em preto e branco, que mergulha os persongens em sombras, retrata muito bem a essência da história.
Nolan antecipa a montagem não-cronológica que viria, em seu máximo, em "Amnésia", que também contribuiu desicivamente no desenrolar da trama, já que, como os personagens, só vamos descobrindo a real intenção dos outros, aos poucos, com o decorrer da história.
Um ótimo filme, mostra que Nolan é um realizador ousado e criativo, e já dá indícios do que viria a seguir na filmografia do diretor: a já citada desconstrução temporal de "Amnésia" e o símbolo de "Batman" na porta da casa do jovem homem.
A Mulher Invisível
3.1 1,2K Assista AgoraUm filme medíocre com uma premissa interessantíssima, muitíssimo mal aproveitada. Totalmente televisivo, o filme mostra pouco esmero e descuido na direção de arte, atuações (Luana Piovani está ali apenas para mostrar seu corpo quase nu. Sempre!). Torres tenta emular o estilo de Wes Anderson em alguns curtos momentos do filme. Mas não funciona, porque é breve e não contribui em nada para a narrativa. O roteiro então, na metade final, mostra-se risível, com reviravoltas totalmente previsíveis (a vizinha real é realmente real ou não? Ela vai ficar com Pedro ou com seu amigo?), fora os diálogos totalmente banais. Quem salva o longa da desgraça total é Selton Mello, que mostra seu timing coming perfeito, principalmente nas gags envolvendo a inexistência de sua parceira (beijando o ar, dançando sozinho; O sexo seria uma piada interessantissímo com o personagem se... se... bem, enfim, deixa pra lá). A breve participação de Marcelo Adnet também vale a pena: a seriedade dada ao bilheiteiro e seu rosto espinheto são ótimos.
Corpo Fechado
3.7 1,3K Assista AgoraProvavelmente a definição de um filme de super-heroi realista (Christopher Nolan que me perdoe). Bruce Willis está muito bem, encarnando um homem poderoso, mas com problemas conjugais.
Samuel L. Jackson está fabuloso como o vilão que, em última instância, quer o bem. Caracterização mata a pau!
A montagem do filme, apesar de quase sempre linear, tem seus momentos de descontinuidade, por exemplo a grande elipse entre o nascimento de Elijah e o acidente de David ou outros momentos irregulares. As "visões" de Dunn também incomodam, pois ele as vê e, exceto a última, não reage nem faz nada.
Direção primorosa de Shyamalan, seja pela mise-en-scene, que enfoca David em momentos de força (subindo a escada, levantando os pesos) ou pela fotografia bastante expressiva.
Ótimo filme de Shyamalan. Agora é ver o restante dos filmes de Shyamalan, a dita fase negra, que para alguns dura até hoje (particularmente, "O Último Mestre do Ar" não me desagrada de todo). "A Vila", "A Dama na Água", "Fim dos Tempos", "Demônio", etc. E também esperar por "After Earth", que pode ser a tão sonhanda redenção desse grande diretor.
Pi
3.8 769 Assista AgoraUm pouco auto-indulgente nos delírios de Max, esse é um filme que contribui para o debate entre ciência e religião. E um dos grandes méritos é não tomar partido. Verifica-se a obsessão do lado dos judeus, que querem decifrar a Torá e descobrir o verdadeiro nome de Deus e inaugurar a nova era messiânica, ou de Max e seu professor Sol, que buscam, empiricamente, a verdade absoluta, o número que representa a natureza. O roteiro também é louvável, por apresentar conceitos matemáticos e religiosos e citar nomes relevantes para ambos campos. A trilha sonora de Clint Mansell, que abusa da música eletrônica, reflete o estado mental do personagem, assim como a fotografia em preto e branco e granulada. Além disso, a música também contribui para nos deixar em sintonia com a história, elétricos, sedentos por mais informação.
Eterno Amor
3.9 209"Amélie Poulain" encontra "Glória Feita de Sangue". Como no filme de Kubrick, temos soldados franceses que serão executados e do sucesso anterior de Jeunet, temos uma galeria de personagens excêntricos, objetos que ligam os envolvidos e uma bela história. Realista ao mostrar o horror da guerra, fantástica ao retratar o amor incontido de uma mulher por um homem. Ótimo filme, com alguns probleminhas de montagem (mas o que isso importa?).