O hiato de 3 anos sem dirigir um filme deu animo para mais uma produção cheia de violência, morte, mulheres sensuais, sangue, mais violência e mais morte (se tratando do Tarantino, não dava pra esperar algo diferente, e eu não estou reclamando). O filme tem o estilo dele em tudo, desde a escolha da trilha sonora até o sangue que jorra de um ferimento. Todos os ingredientes que associamos ao cinema dele estão ali. Até as referências, que de tão clássicas, ninguém além dele as conhece, estão ali.
Na minha humilde opinião, o Tarantino está no hall dos caras que vale a pena ver tudo que tenha o dedo, e confesso que a maioria dos projetos dele me agrada. E dessa vez não foi diferente, Death Proof é diversão certa. Concordo com quem achar que faltou mais roteiro, essa é a parte do filme que menos atrai. Em termos de diálogos achei os do segundo grupo de amigas, mais afinados e divertidos, porém nota-se que a intenção do filme é pouco diálogo e mais ação mesmo. E nisso ninguém pode reclamar, na primeira parte tem a cena de batida de carro mais cool que já vi no cinema, incluindo aqui a batida do bonde que transportava a Frida Kahlo em “Frida”, e na segunda parte presenciamos uma das cenas de perseguições mais legais ever, não falo só da cena em si, mas de todo o contexto, não dá pra falar muito sem tirar a surpresa de quem não viu. Aliás é com essa deixa que eu aviso: vale a pena.
O filme é no mínimo bizarro. Ele já começa tosco, parecendo mais um filme idiota sobre zumbis, exceto que não são zumbis de verdade, mas pessoas infectadas por um gás tóxico que o exército dos EUA utilizou nas campanhas no Oriente Médio e que por acaso, se alastra na cidadezinha onde o filme se passa, ou seja, dá pra notar que o roteiro serve unicamente como pretexto para uma coleção de personagens bizarros. Confesso que pensei duas vezes antes de continuar assistindo. Mas continuei e com o tempo o filme se mostrou mais “interessante”, na medida do possível, é claro. As ações foram tomando o lugar dos diálogos vagos e sem graça dando mais valor ao visual (cada vez mais trash) do que a qualquer lógica humanamente próxima do possível. A trama é boba? Sim, muito. E por isso mesmo aconselho aos que forem assistir que deixem de lado qualquer preconceito com o gênero e curtam a diversão em si, a tosquice do filme não está ali por acaso, mas para ser apreciada.
O terror e a ficção se misturam com humor nessa homenagem que traz tudo o que se espera de um filme do gênero: mulheres bonitas, atuações ruins, valentões, perna pra um lado e cabeça para o outro, cenas incrivelmente nojentas, tiros, explosões, e é na junção desses pequenos detalhes que Planeta Terror tira a sua força. Ambos os filmes são divertidos à sua maneira, e sem dúvida valem a pena gastar uma horinhas assistindo os dois. Ainda mais que esse, de quebra, vem com um bônus: uma ponta do Tarantino pagando de ator no papel de um militar muito mau e que termina, bom... pra saber como ele termina, só vendo.
“Planeta Terror” é sem dúvidas a parte mais trash da dobradinha, que propositalmente reúne dois filmes ‘vagabundos’ homenageando as grindhouses dos anos 70 que passavam sessões duplas de filmes do gênero, mas nem por isso é menos divertido, pelo contrário, dá até certo equilíbrio ao projeto, que de um lado mostra visão de quem só ouviu falar e teve ‘medo’ de arriscar uma coisa trash demais, mas obteve um resultado tão bom quanto. E do outro lado a visão de quem viveu aquela época e tem plena consciência do caminho que tinha que seguir para um resultado mais próximo daquela ‘realidade’. E não digo com isso que um ou outro diretor viveu ou não aquela época, essa foi só uma sensação que tive ao final dos filmes.
À Prova de Morte
3.9 2,0K Assista AgoraO hiato de 3 anos sem dirigir um filme deu animo para mais uma produção cheia de violência, morte, mulheres sensuais, sangue, mais violência e mais morte (se tratando do Tarantino, não dava pra esperar algo diferente, e eu não estou reclamando). O filme tem o estilo dele em tudo, desde a escolha da trilha sonora até o sangue que jorra de um ferimento. Todos os ingredientes que associamos ao cinema dele estão ali. Até as referências, que de tão clássicas, ninguém além dele as conhece, estão ali.
Na minha humilde opinião, o Tarantino está no hall dos caras que vale a pena ver tudo que tenha o dedo, e confesso que a maioria dos projetos dele me agrada. E dessa vez não foi diferente, Death Proof é diversão certa. Concordo com quem achar que faltou mais roteiro, essa é a parte do filme que menos atrai. Em termos de diálogos achei os do segundo grupo de amigas, mais afinados e divertidos, porém nota-se que a intenção do filme é pouco diálogo e mais ação mesmo. E nisso ninguém pode reclamar, na primeira parte tem a cena de batida de carro mais cool que já vi no cinema, incluindo aqui a batida do bonde que transportava a Frida Kahlo em “Frida”, e na segunda parte presenciamos uma das cenas de perseguições mais legais ever, não falo só da cena em si, mas de todo o contexto, não dá pra falar muito sem tirar a surpresa de quem não viu. Aliás é com essa deixa que eu aviso: vale a pena.
Planeta Terror
3.7 1,1KO filme é no mínimo bizarro. Ele já começa tosco, parecendo mais um filme idiota sobre zumbis, exceto que não são zumbis de verdade, mas pessoas infectadas por um gás tóxico que o exército dos EUA utilizou nas campanhas no Oriente Médio e que por acaso, se alastra na cidadezinha onde o filme se passa, ou seja, dá pra notar que o roteiro serve unicamente como pretexto para uma coleção de personagens bizarros. Confesso que pensei duas vezes antes de continuar assistindo. Mas continuei e com o tempo o filme se mostrou mais “interessante”, na medida do possível, é claro. As ações foram tomando o lugar dos diálogos vagos e sem graça dando mais valor ao visual (cada vez mais trash) do que a qualquer lógica humanamente próxima do possível. A trama é boba? Sim, muito. E por isso mesmo aconselho aos que forem assistir que deixem de lado qualquer preconceito com o gênero e curtam a diversão em si, a tosquice do filme não está ali por acaso, mas para ser apreciada.
O terror e a ficção se misturam com humor nessa homenagem que traz tudo o que se espera de um filme do gênero: mulheres bonitas, atuações ruins, valentões, perna pra um lado e cabeça para o outro, cenas incrivelmente nojentas, tiros, explosões, e é na junção desses pequenos detalhes que Planeta Terror tira a sua força. Ambos os filmes são divertidos à sua maneira, e sem dúvida valem a pena gastar uma horinhas assistindo os dois. Ainda mais que esse, de quebra, vem com um bônus: uma ponta do Tarantino pagando de ator no papel de um militar muito mau e que termina, bom... pra saber como ele termina, só vendo.
“Planeta Terror” é sem dúvidas a parte mais trash da dobradinha, que propositalmente reúne dois filmes ‘vagabundos’ homenageando as grindhouses dos anos 70 que passavam sessões duplas de filmes do gênero, mas nem por isso é menos divertido, pelo contrário, dá até certo equilíbrio ao projeto, que de um lado mostra visão de quem só ouviu falar e teve ‘medo’ de arriscar uma coisa trash demais, mas obteve um resultado tão bom quanto. E do outro lado a visão de quem viveu aquela época e tem plena consciência do caminho que tinha que seguir para um resultado mais próximo daquela ‘realidade’. E não digo com isso que um ou outro diretor viveu ou não aquela época, essa foi só uma sensação que tive ao final dos filmes.