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Últimas opiniões enviadas

  • Milene Szilagyi

    Quem chama isso de comédia, só pode ser sádico. Eu classificaria apenas como animação de horror, sem traços de humor. Um stop motion impecável, uma obra de arte!

    Três histórias repletas de metáforas sobre temas diversos como ganância, depressão e valores morais. Os 3 líderes das histórias sucumbem a própria casa, já que a casa representa eles mesmos. Todos acreditavam que a casa os salvaria, mas ficam cegos e se esquecem de quem realmente são.

    Claro que se pode ter vários entendimentos e pontos de vista, vou deixar o meu:

    Comentário contando partes do filme. Mostrar.

    Na história dos humanos, ao aceitarem a moradia na grande casa, a família não se importa com as entrelinhas do acordo, não se importam em saber quem é o proprietário e os motivos que o levaram a oferecer a casa a eles. Não se importam de onde vem ou quem prepara suas refeições, contanto que estejam confortáveis, nada disso importa. Os membros da família se distanciam, assim como o alcoolismo distanciava o pai de sua família. A mãe se perde no trabalho de costureira, o pai tomado pela ganância despreza sua antiga moradia, a ponto de rir de seu antigo lar em chamas. Já nem se lembram que possuem duas filhas que precisam de cuidados e as deixam sozinhas passando fome e frio. Quando o pai decide queimar todos os seus antigos móveis, esta queimando suas origens e valores. Dessa forma assinou sua sentença de morte, tornando-se, junto a esposa, parte da casa que acaba em chamas. As crianças são salvas por terem o coração puro.

    Na história dos ratos, o proprietário estava passando por um divórcio e queria a todo custo vender sua casa pelo melhor preço. Fez um alto investimento para que a casa ficasse impecável e dispensou os trabalhadores para que ele pudesse ter uma margem de lucro mais alta. Totalmente imerso em seu propósito, tentou de todas as maneiras acabar com as pragas que apareciam na casa, a ponto de camuflar o problema e não resolvê-lo. Tal como em sua vida amorosa. Estava disposto a vender a casa a qualquer custo, agindo de forma desonesta e escondendo o problema das pragas embaixo do tapete. Os potenciais compradores se instalaram na casa por eles próprios serem parasitas que se juntariam aqueles já instalados na casa. O rato baixinho tinha a forma de um besouro e sua esposa comprida tinha a forma de larva. O rato proprietário ao tentar exterminá-los, sufocou com seu próprio veneno e foi parar no hospital. E no fim da história tornou-se um parasita de sua própria casa.

    Na história dos gatos, a proprietária do hotel sonhava em reformar o local e viver uma vida plena e feliz lá. Em um local isolado e sombrio, a casa representava seu próprio interior, uma depressão profunda que não a deixava enxergar o lado bom de nada. Cercada de água, não tinha como escapar. Nada do que tentava fazer dava certo, vivia reclamando e tratando mal seus inquilinos que tentavam alertá-la de que a casa iria sucumbir na água. Ou seja, ela própria estava prestes a sucumbir. Os inquilinos representavam as pessoas que a amavam e tentavam fazê-la sair daquele limbo de tristeza. O gato hippie que chega e se instala do lado de fora, representa uma divindade ou um "salvador", a última esperança que a tiraria do fundo do poço. Mas ela caçoava e não dava chances para mudanças em sua casa (vida). Tem um momento em que uma grande neblina se instala e ela tem a visão dela própria sentada sozinha no sofá de cabeça baixa imersa na tristeza. Quando ela se da conta do quão perdida esta e de que não esta vivendo sua vida, ela chama por socorro, vê seus amigos partindo de barco, e se distanciando. Nesse momento ela suplica por ajuda, suplica para que voltem. Eles a chamam para ir junto com eles e ela diz aos prantos "não consigo". Mas com um desejo genuíno de mudar sua situação. Ela esbarra na alavanca e enxerga uma saída, se agarra a essa oportunidade e consegue fazer com que sua casa se mova, saia do lugar e siga outro rumo. Ou seja, é o início de uma nova vida, de novas perspectivas. Vejo como uma vitória a sua profunda depressão, onde seus amigos vibraram de alegria por ela conseguir e seguiram todos juntos.

    Sei que deixei muita coisa passar e teria que assistir novamente, mas não conto com isso, pois o clima silencioso de mistério me da um pouco de sono. Mas não deixa de ser bom.

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