Se você gostou da temática desse filme (e se achou que poderia ser melhor), recomendo o filme "A Caça", do Thomas Vinterberg. Muito semelhante a essa história, mas o desenvolvimento e as repercussões são mais interessantes.
Algumas coisas esse filme expõe de maneira mais realista para o brasileiro, como o linchamento virtual e a associação entre homossexualidade e pedofilia.
Filme apressado. Não há tempo para se construir a proximidade necessária para uma legítima emoção ao final, além de faltar consistência para a problemática. Alguns elementos fundamentais da narrativa passam despercebidos. Amei a caracterização da Colômbia e dos burrinhos. As crianças na sessão que eu fui não foram muito entretidas, lá pela metade da duração já estavam brincando pela sala do cinema. Pensei que fosse chorar muito - por se tratar de família e "ser especial". Mas não chorei. * Agora, opinião meramente pessoal: Alguém coloca o Lin-Manuel Miranda de férias, por favor? A sensação de novidade ficou em Hamilton, tantos filmes em tão pouco tempo me fazem sentir o estilo dele como batido já.
Violência gratuita. Não se presta a criticar, apenas expõe o espectador ao desconforto constante, inicialmente pelo suicídio de uma criança, depois pela opressão e repressão, e assim sucessivamente... O filme termina no zero. É uma experiência, mas de muito mal gosto. Não posso deixar de frisar que o filme é extremamente bem feito, insuportavelmente construído, estético e seco. Coerente. Completamente evitável, dificilmente esquecível. Não recomendo.
Vi esse filme depois de maratonar "The White Lotus". O diálogo em certos temas foi difícil de... engolir. Filme muito bom, peca apenas na construção da narrativa ao final, que ganha profundidade emocional, mas perde o impacto do início (ainda que a tensão na cozinha tenha sido grande).
A cena ao celular entre a Hunter e o marido foi tão cruelmente batida... Leio coisas naquela métrica desproporcional e agressividade constantemente nos comentários na internet. Felizmente ela não morre no final - muito pelo contrário.
A EMBRIAGUEZ COMO ESCAPE DA VAZIEZ DA VIDA. O filme dinamarquês indicado a dois Oscars é cativante, com ótimas atuações – em especial a de Mads Mikkelsen – e com um roteiro sensível e realista para a direção firme de Thomas Vinterberg. A história usa do hábito de consumo alcóolico de quatro professores, adquirido devido a uma teoria do psiquiatra norueguês Finn Skårderud, que defende o benefício de manter a taxa de álcool no sangue em 0,05% constantemente para uma maior autoconfiança e satisfação pessoal, para retratar a vaziez da vida como assustadora, desgastante e inevitável, e questionar a salubridade desse consumo como fuga, hábito, dependência e celebração.
Ao lidar com um tema geralmente tão delicado, o roteiro não se dá o trabalho de construir uma narrativa padrão, sendo a reflexão sobre escapismo, torpor satisfatório, o peso das dificuldades cotidianas intrínsecas à realidade e a busca pelo sublime e pelo bem-estar, ainda que induzido, a linha narrativa que conduz a trama.
“Druk – Mais uma rodada” por vezes se refere a grandes personalidades famosas por consumirem álcool assiduamente, tais como Ernest Hemingway e Winston Churchill. O que soaria como engrandecimento para a embriaguez, porém, em uma montagem desconfortavelmente engraçada, é contraposto com a descortesia vexante de políticos, embriagados perante púlpitos e câmeras, e o decorrer da história dos personagens relativiza o hábito, a quantidade e a intenção de cada gole.
Desapegado de moralismos, o filme entrega quatro resultados variantes da experiência “científica” proposta, permitindo-se mostrar prós e contras de cada um deles. O consumo crescente é explicitado, permitindo ao espectador encontrar os erros de cada personagem, e o ponto de virada das motivações que lhes põe o copo – ou mesmo a garrafa – na mão.
A reflexão proposta é muito madura e foge da estética hollywoodiana clássica, estética esta que não permitiria a realização de um filme com a mesma identidade, profundidade e carga emocional, principalmente devido ao compasso atento proposto pelo cofundador do Dogma 95, hoje já distanciado do seu manifesto.
A cena musical final é um deleite que suscita uma genuína emoção e um razoável êxtase. Ela conclui bem o filme e legitima a ideia do roteiro de individualizar a situação abordada. Ações e consequências andam sempre juntas, e a coexistência de alunos e professores na mesma celebração é suficientemente simbólico.
É possível que alguns espectadores busquem uma moral na narrativa que mais instiga o questionamento do que, de fato, se propõe a esclarecê-lo, mas isso tende somente a diminuir a beleza e a dificuldade do argumento em questão.
Se você é adulto e se emocionou com “Soul”, a animação de 2020 da Disney-Pixar, deve parar para refletir com “Druk”. A meu ver, por mais distantes que sejam os dois filmes, os debates propostos são complementares.
Um drama espetacular de amadurecimento emocional de um homem gay oprimido pelo seu meio. A crescente familiarização com a afetividade e o carinho da forma como se desenvolve remete muito a "O Segredo de Brokeback Mountain", porém, felizmente, sem o contexto de homofobia e repressão sexual, o que ajuda a remontar ao filme de Ang Lee é a ambientação e a rusticidade do contato de dois personagens tão opostos. A transformação do ritmo da narrativa também é muito interessante, muito introspectiva e repleta de metáforas visuais.
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Meus Amigos Me Odeiam
3.3 16 Assista Agora...you can't take a f****** joke.
Aos Teus Olhos
3.4 288 Assista AgoraSe você gostou da temática desse filme (e se achou que poderia ser melhor), recomendo o filme "A Caça", do Thomas Vinterberg. Muito semelhante a essa história, mas o desenvolvimento e as repercussões são mais interessantes.
Algumas coisas esse filme expõe de maneira mais realista para o brasileiro, como o linchamento virtual e a associação entre homossexualidade e pedofilia.
Encanto
3.8 805Filme apressado. Não há tempo para se construir a proximidade necessária para uma legítima emoção ao final, além de faltar consistência para a problemática. Alguns elementos fundamentais da narrativa passam despercebidos.
Amei a caracterização da Colômbia e dos burrinhos.
As crianças na sessão que eu fui não foram muito entretidas, lá pela metade da duração já estavam brincando pela sala do cinema.
Pensei que fosse chorar muito - por se tratar de família e "ser especial". Mas não chorei.
*
Agora, opinião meramente pessoal: Alguém coloca o Lin-Manuel Miranda de férias, por favor? A sensação de novidade ficou em Hamilton, tantos filmes em tão pouco tempo me fazem sentir o estilo dele como batido já.
O Que Ficou Para Trás
3.6 510 Assista AgoraO mais aterrorizante é o retrato social e psicológico que trilha todo o filme. Levei sustos e chorei. Ótimas atuações, plot twist interessante.
Miss Violence
3.9 1,0K Assista AgoraViolência gratuita. Não se presta a criticar, apenas expõe o espectador ao desconforto constante, inicialmente pelo suicídio de uma criança, depois pela opressão e repressão, e assim sucessivamente... O filme termina no zero. É uma experiência, mas de muito mal gosto.
Não posso deixar de frisar que o filme é extremamente bem feito, insuportavelmente construído, estético e seco. Coerente.
Completamente evitável, dificilmente esquecível. Não recomendo.
Devorar
3.7 368 Assista AgoraVi esse filme depois de maratonar "The White Lotus". O diálogo em certos temas foi difícil de... engolir. Filme muito bom, peca apenas na construção da narrativa ao final, que ganha profundidade emocional, mas perde o impacto do início (ainda que a tensão na cozinha tenha sido grande).
A cena ao celular entre a Hunter e o marido foi tão cruelmente batida... Leio coisas naquela métrica desproporcional e agressividade constantemente nos comentários na internet.
Felizmente ela não morre no final - muito pelo contrário.
Druk: Mais Uma Rodada
3.9 798 Assista AgoraA EMBRIAGUEZ COMO ESCAPE DA VAZIEZ DA VIDA. O filme dinamarquês indicado a dois Oscars é cativante, com ótimas atuações – em especial a de Mads Mikkelsen – e com um roteiro sensível e realista para a direção firme de Thomas Vinterberg. A história usa do hábito de consumo alcóolico de quatro professores, adquirido devido a uma teoria do psiquiatra norueguês Finn Skårderud, que defende o benefício de manter a taxa de álcool no sangue em 0,05% constantemente para uma maior autoconfiança e satisfação pessoal, para retratar a vaziez da vida como assustadora, desgastante e inevitável, e questionar a salubridade desse consumo como fuga, hábito, dependência e celebração.
Ao lidar com um tema geralmente tão delicado, o roteiro não se dá o trabalho de construir uma narrativa padrão, sendo a reflexão sobre escapismo, torpor satisfatório, o peso das dificuldades cotidianas intrínsecas à realidade e a busca pelo sublime e pelo bem-estar, ainda que induzido, a linha narrativa que conduz a trama.
“Druk – Mais uma rodada” por vezes se refere a grandes personalidades famosas por consumirem álcool assiduamente, tais como Ernest Hemingway e Winston Churchill. O que soaria como engrandecimento para a embriaguez, porém, em uma montagem desconfortavelmente engraçada, é contraposto com a descortesia vexante de políticos, embriagados perante púlpitos e câmeras, e o decorrer da história dos personagens relativiza o hábito, a quantidade e a intenção de cada gole.
Desapegado de moralismos, o filme entrega quatro resultados variantes da experiência “científica” proposta, permitindo-se mostrar prós e contras de cada um deles. O consumo crescente é explicitado, permitindo ao espectador encontrar os erros de cada personagem, e o ponto de virada das motivações que lhes põe o copo – ou mesmo a garrafa – na mão.
A reflexão proposta é muito madura e foge da estética hollywoodiana clássica, estética esta que não permitiria a realização de um filme com a mesma identidade, profundidade e carga emocional, principalmente devido ao compasso atento proposto pelo cofundador do Dogma 95, hoje já distanciado do seu manifesto.
A cena musical final é um deleite que suscita uma genuína emoção e um razoável êxtase. Ela conclui bem o filme e legitima a ideia do roteiro de individualizar a situação abordada. Ações e consequências andam sempre juntas, e a coexistência de alunos e professores na mesma celebração é suficientemente simbólico.
É possível que alguns espectadores busquem uma moral na narrativa que mais instiga o questionamento do que, de fato, se propõe a esclarecê-lo, mas isso tende somente a diminuir a beleza e a dificuldade do argumento em questão.
Se você é adulto e se emocionou com “Soul”, a animação de 2020 da Disney-Pixar, deve parar para refletir com “Druk”. A meu ver, por mais distantes que sejam os dois filmes, os debates propostos são complementares.
O Reino de Deus
4.1 336Um drama espetacular de amadurecimento emocional de um homem gay oprimido pelo seu meio.
A crescente familiarização com a afetividade e o carinho da forma como se desenvolve remete muito a "O Segredo de Brokeback Mountain", porém, felizmente, sem o contexto de homofobia e repressão sexual, o que ajuda a remontar ao filme de Ang Lee é a ambientação e a rusticidade do contato de dois personagens tão opostos.
A transformação do ritmo da narrativa também é muito interessante, muito introspectiva e repleta de metáforas visuais.