Brenda Moura

ter demorado 1 ano pra tomar alguma atitude com certeza não faz ideia de como funciona traumas ou estresse pós traumático.

Imagina o tanto de forças que ele teve que juntar pra ver o irmão da garota que ele viu morrer daquela forma trágica? Imagina o tanto de lembranças que isso trás? Considere também que o psicológico dele já era transtornado antes, imagina depois de passar por tudo o que ele passou? Não tou dizendo que tudo o que ele faz é certo, mas é complicado julgar as atitudes de alguém naquele estado.
Eu sinto mais é empatia, sinceramente...

Ela foi usada para abordar o tema "Síndrome de Estocolmo" que, como explicaram claramente na série, é uma síndrome que uma vítima de sequestro desenvolve de forma que cria afeto pelo seu sequestrador. É um tema seríssimo que por causa daquele desfecho passou uma mensagem bem torta. Ela acabou indo embora com o sequestrador como se fosse a coisa mais feliz do mundo. Um SEQUESTRADOR que ela conheceu há CINCO DIAS e que no meio tempo deu um tiro nela. Achei perigoso apresentar a síndrome de Estocolmo (que é um tema pouco abordado nos veículos em geral) com um final desses. (Sem mencionar que cai no clichê “molier joga sua vida fora pra ficar com cara rsrs”).
Um final mais adequado seria o Denver, após suspeitar que a Mônica poderia ter a síndrome, ir se afastando dela (romanticamente) até o final do sequestro, e no desfecho mostraria a Mônica dando uma entrevista ou comentando do quanto é grata pelo Denver ter reconhecido que ela estava sofrendo de um problema e ter ajudado ela em vez de se aproveitar dela

Desde o começo ela foi apresentada como um puta mulherão da porra que estava se reconstruindo dos cacos e aguentava todo tipo de bosta em nome do profissionalismo. No início da primeira temporada mostra que a Murillo chegava ao ponto de colocar a carreira dela ACIMA DE PASSAR TEMPO COM A PRÓPRIA FILHA, daí do nada em 5 dias ela muda essa personalidade ao ponto de jogar toda a carreira fora por causa de um CARA que ela conheceu há menos 5 DIAS (??). Pra mim isso foi de cortar o coração =C
Claro, não vou ignorar que ela também ficou balançada por causa do idealismo que Salva apresentou (principalmente naquele momento em que a Murillo está amarrada e ele fala das chamadas “injeções de liquidez”, que boa parte da produção de dinheiro vai diretamente dos bancos para os mais ricos enquanto pessoas são mortas por roubar pra pagar um hospital pro filho), mas na maior parte do tempo o foco não foi esse. O foco se concentrou quase inteiramente naquela água com açúcar entre eles. Por mim, um final adequado para a inspetora seria: quando a Murillo descobrisse que Salva era na verdade o Professor, ela fizesse uma besteira que a colocasse em descrédito com todos, mas que isso servisse apenas de estopim pra motivação dela aumentar fazendo-a criar um fucking plano de emboscada que acabasse prendendo pelo menos um dos assaltantes (((ou só um pq eu torcia pros “vilões” neah hausha))), de preferência que prendessem o Berlim por causa do vínculo profundo dele com o Professor. Isso mostraria que a Murillo é do tipo de mulher profissional que coloca sim a carreira acima de tudo e não é por causa de uma paixonite que ela vai jogar tudo por alto. Isso mostraria também não só o profissionalismo até então construído nela, como também mostraria o amor dela pela própria história (enfim, não deve ter sido fácil chegar no cargo que ela está) e de quebra ainda esfregaria na cara daqueles homens a grandiosidade da força feminina que sempre é subestimada. Infelizmente, como no final nada disso aconteceu e ela ainda por cima saiu correndo para os braços do Salva/Sergio na primeira oportunidade que apareceu, foi como se jogassem no buraco toda a representatividade feminina que estavam tentando trazer para ela.
**** Roteiristas, a gente não precisa mais de protagonistas que jogam tudo fora por causa de um cara. QUERO ME SENTIR REPRESENTADA. Precisamos urgentemente de protagonistas mulheres que não deixam o emocional interferir completamente no trabalho e que não precisam de um par romântico no decorrer da história. #ficaadica ****