Patrick Ramos

A série se contradiz a todo momento falando que o dragão poderia ser homem ou mulher, MAS o foco estava somente nas personagens masculinas.

A série continuou forçando a relação do Rand com a Egwene, mesmo ela tendo desistido de ficar com ele para virar Aes Sedai. Nos livros, essa decisão é fundamental para o desenvolvimento da personagem e a série preferiu insistir nesse dilema amoroso.

Transformaram a Nynaeve em uma personagem totalmente sem personalidade e apenas amargurada com a vida. Nos livros é uma personagem emblemática e forte (de poder e de personalidade), sem falar no mau humor dela durante toda a trajetória.

Começar com o Perrin casado foi somente para criar um objetivo dramático para ele sair de Dois Rios. Outro desperdício foi não desenvolver a habilidade dele com os lobos. Que falta o personagem Elyas fez.

O Matt poderia ter sido mais bem aproveitado, mas foi outro personagem desperdiçado. Focaram nele com a Adaga mas esqueceram de mostrar a dependência dele com a adaga durante um tempo. Deixa-lo(quer dizer, abandoná-lo) em Tar Valon foi outro erro porque a série não quis explorar a relação dos Ta'veren e a dependência que os três garotos têm entre si.

Descaracterizam totalmente o Lan Mandragorn para mostrar um carinha apaixonado e sociável. Um Lan carrancudo, frio e quase sem emoções é característica intrínseca do personagem e que mostra o quanto ele sofreu pela perda do seu lar.

O Loial parece que nem existiu na série. Isso sem falar que ele nem parece tão grande quanto os livros afirmam (mas isso é mero detalhe e capricho meu).

A jornada da Moraine foi totalmente alterada. Ela nunca participou do amansamento do Logain, não chegou a voltar para Tar Valon no período em que buscava o Dragão renascido e, definitivamente, não chegou a ser estancada e ficar sem tocar a fonte. Pelo contrário, a ajuda dela - e seus poderes - é fundamental para ajudar o Rand.

O Thom teve uma aparição totalmente apagada. Nem parece que tem papel importante na relação com o quinteto.

Para finalizar, a "luta" no Olho do Mundo foi broxante. Para começar, o Olho do Mundo não chega a ser um lugar onde todo mundo consegue visitar. Além disso, todo mundo está presente no Olho do Mundo e não apenas a Moraine e o Rand. Outro fato importante é que não é apenas o Ishamael quem aparece no Olho do Mundo, como também Aginor. E é somente no Olho do Mundo que o Rand descobre ser capaz de canalizar o Poder Único e não através do Machin Shin.

Aquela batalha no final com os Trollocs não existe. A Nynaeve não morre. E isso me lembra que as Aes Sedai não podem ressuscitar ninguém com a Cura.

Uma semana depois de assistir e ainda estou me perguntando qual foi o propósito da jornada do Finn nesse filme.

Quando assisti esse filme pela primeira aos 15 anos de idade o achei extremamente entediante e chato. Dez anos depois assisti novamente e minha percepção dele é completamente diferente.
O filme tem quase 30 anos, mas trata de um tema completamente atual. Quantas pessoas deixam de aproveitar suas vidas por querer agradar a opinião ou o desejo de outras pessoas?
É disso que o filme trata. E muitos falam que a atitude do Neil foi precipitada, uma vez que ele poderia ter esperado ficar mais velho e se resolvido ou tentado conversar. Contudo, ele estudava em uma escola conservadora e era filho de pais conservadores. Naquela época a vontade um adolescente não valia de muita coisa e era obrigado a fazer o que os pais planejavam para ele. A morte foi a forma de se ver livre daquela ditadura.
Infelizmente, esse tipo de coisa acontece ainda, especialmente por motivações religiosas, não decidindo o que a pessoa deve fazer, mas como deve agir sob determinadas circunstâncias.
O filme é só um retrato do doentia obsessão por controle que as pessoas querem ter sobre as outras.