Bom, talvez eu entenda o motivo pelo qual essa série tem uma nota tão baixa quando comparada à Fleabag. Com toda certeza, isso tem tudo a ver com as expectativas criadas, uma vez que para quem viu Fleabag primeiro, uma terceira temporada da aclamada série de Phoebe era esperada. Contudo, o contexto deve ser considerado. Essa série veio antes, uma das primeiras produções de roteiro que PWB fez. Okay, dito isso, vemos a evolução de roteiro para Fleabag, mas devo dizer que eu COMPLETAMENTE não concordo com a nota desta série. Muitas críticas vieram em cima dos personagens caricatos e como a série deveria ter sido prolongada. Mas, em minha humilde opinião, creio que o tempo da série foi perfeito, uma vez que prolongar daria um clima enfadonho no roteiro. Quanto aos personagens, eu também entendo a irreverência embora realmente concorde que em alguns momentos o Sam me irrite. Tenho uma teoria sobre a série. Creio que o título não se refira ao hospital que está caindo aos pedaços, mas também ao declínio de relações lá dentro. Para mim, o hospital é uma representação da vida amorosa de Kate que após a chegada de Lulu, começa a desmoronar. Vocês podem notar que após a aparição da querida personagem interpretada por Phoebe, as prateleiras começam a cair, as luzes caem na banheira, mesas se quebram e tudo isso, pois há uma ameaça constante no ar, que coloca em xeque a relação entre Kate e Anthony. O mais engraçado é que todos sempre esperam que Kate conserte tudo, que ela dê um jeito em sua relação e que mantenha todos nos trilhos. Outro motivo que me leva a acreditar nisso é que no fim da série (ep 5, se não me engano), Kate declara que não quer continuar a viver assim, ela não quer mais ser uma guardiã. Como vemos no ep. 4, Lulu aplica ao processo de se tornar uma guardiã em algum momento da vida e como já sabemos, no fim das contas, ela fica com o Anthony. Bom, dito isso, vemos que a revelação que Kate faz ao dizer que fingia amar Anthony tem todo sentido. Talvez ela tivesse gostado dele em algum momento, mesmo que não se lembrasse mais do motivo (como quando ela tenta explicar à Melody o motivo de estarem juntos no ep.4) . Talvez ela estivesse com ele para "juntar dinheiro para comprar uma casa" (como ela diz no ep.1). O fato é que isso explica seu desconforto em peidar ou ficar nua, além de sua dificuldade de atingir orgasmos com ele. Em contraste, temos uma relação de extrema cumplicidade entre Anthony e Lulu. A química é evidente, mas confesso que fico triste com a covardia de Anthony no último episódio ou em sua esperança de que Kate seja lésbica. Além disso, essa dominância que ele tenta exercer sobre Lulu são sinais preocupantes de uma masculinidade tóxica. Em todo caso, Lulu é uma personagem complexa que não só tenta provocá-lo, como também não tem noção de momentos para ficar calada. O ep. 3 foi a maior vergonha alheia para mim e sinceramente me deixou um pouco irritado. Creio que PWB aprendeu muito a explorar a dor de traumas em Fleabag e isso teria dado muito certo em Crashing também, uma vez que Lulu sofre abusos de sua tia em troca de dinheiro (ep. 4). Seguindo para os outros núcleos da série: Acho que Melody é uma das melhores personagens do plot. Ela consegue ler a dor Colin muito bem, mesmo que ele queira mostrar que ele está bem com a separação. Quando o vemos cantar a música da verdade no ep 3, conseguimos ver que ele realmente está em dor, que ele quer se tornar pequeno até desaparecer do mundo. Melody captura isso muito bem em sua arte. Para mim, a cena de pinturas corporais é a mais bonita da série e tem muitas mensagens sobre aceitação do próprio corpo e loucura. Sam é outra personagem caricata, mas muito complexo. Bom, confesso que senti raiva dele por manipular o Fred da maneira que o faz. Mas, entendo que como é explicado como essa vontade de estar sempre no controle é um mecanismo de defesa para esconder muitas coisas dos outros, principalmente seus sentimentos e o luto pela morte do pai. Isso fica claro no ep. 5 quando a Melody o enfrenta para que transem e ele começa a chorar. Ainda não consigo entender como um corretor de imóveis como ele mora no hospital. Talvez seja uma representação de sua índole doentia. Pronto, eu creio que agora expliquei alguns motivos que me fizeram amar essa série mesmo com uma nota meio bleh. Até mais e obrigado pelos peixes.
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Next In Fashion (1ª Temporada)
4.1 77 Assista AgoraQuem gosta de Project Runway vai adorar. Tan é incrível!!! E a final não teve nenhum defeito!
Crashing (1ª Temporada)
3.9 142 Assista AgoraBom, talvez eu entenda o motivo pelo qual essa série tem uma nota tão baixa quando comparada à Fleabag. Com toda certeza, isso tem tudo a ver com as expectativas criadas, uma vez que para quem viu Fleabag primeiro, uma terceira temporada da aclamada série de Phoebe era esperada. Contudo, o contexto deve ser considerado. Essa série veio antes, uma das primeiras produções de roteiro que PWB fez. Okay, dito isso, vemos a evolução de roteiro para Fleabag, mas devo dizer que eu COMPLETAMENTE não concordo com a nota desta série. Muitas críticas vieram em cima dos personagens caricatos e como a série deveria ter sido prolongada. Mas, em minha humilde opinião, creio que o tempo da série foi perfeito, uma vez que prolongar daria um clima enfadonho no roteiro. Quanto aos personagens, eu também entendo a irreverência embora realmente concorde que em alguns momentos o Sam me irrite.
Tenho uma teoria sobre a série. Creio que o título não se refira ao hospital que está caindo aos pedaços, mas também ao declínio de relações lá dentro. Para mim, o hospital é uma representação da vida amorosa de Kate que após a chegada de Lulu, começa a desmoronar. Vocês podem notar que após a aparição da querida personagem interpretada por Phoebe, as prateleiras começam a cair, as luzes caem na banheira, mesas se quebram e tudo isso, pois há uma ameaça constante no ar, que coloca em xeque a relação entre Kate e Anthony. O mais engraçado é que todos sempre esperam que Kate conserte tudo, que ela dê um jeito em sua relação e que mantenha todos nos trilhos. Outro motivo que me leva a acreditar nisso é que no fim da série (ep 5, se não me engano), Kate declara que não quer continuar a viver assim, ela não quer mais ser uma guardiã. Como vemos no ep. 4, Lulu aplica ao processo de se tornar uma guardiã em algum momento da vida e como já sabemos, no fim das contas, ela fica com o Anthony.
Bom, dito isso, vemos que a revelação que Kate faz ao dizer que fingia amar Anthony tem todo sentido. Talvez ela tivesse gostado dele em algum momento, mesmo que não se lembrasse mais do motivo (como quando ela tenta explicar à Melody o motivo de estarem juntos no ep.4) . Talvez ela estivesse com ele para "juntar dinheiro para comprar uma casa" (como ela diz no ep.1). O fato é que isso explica seu desconforto em peidar ou ficar nua, além de sua dificuldade de atingir orgasmos com ele. Em contraste, temos uma relação de extrema cumplicidade entre Anthony e Lulu. A química é evidente, mas confesso que fico triste com a covardia de Anthony no último episódio ou em sua esperança de que Kate seja lésbica. Além disso, essa dominância que ele tenta exercer sobre Lulu são sinais preocupantes de uma masculinidade tóxica. Em todo caso, Lulu é uma personagem complexa que não só tenta provocá-lo, como também não tem noção de momentos para ficar calada. O ep. 3 foi a maior vergonha alheia para mim e sinceramente me deixou um pouco irritado. Creio que PWB aprendeu muito a explorar a dor de traumas em Fleabag e isso teria dado muito certo em Crashing também, uma vez que Lulu sofre abusos de sua tia em troca de dinheiro (ep. 4).
Seguindo para os outros núcleos da série: Acho que Melody é uma das melhores personagens do plot. Ela consegue ler a dor Colin muito bem, mesmo que ele queira mostrar que ele está bem com a separação. Quando o vemos cantar a música da verdade no ep 3, conseguimos ver que ele realmente está em dor, que ele quer se tornar pequeno até desaparecer do mundo. Melody captura isso muito bem em sua arte. Para mim, a cena de pinturas corporais é a mais bonita da série e tem muitas mensagens sobre aceitação do próprio corpo e loucura.
Sam é outra personagem caricata, mas muito complexo. Bom, confesso que senti raiva dele por manipular o Fred da maneira que o faz. Mas, entendo que como é explicado como essa vontade de estar sempre no controle é um mecanismo de defesa para esconder muitas coisas dos outros, principalmente seus sentimentos e o luto pela morte do pai. Isso fica claro no ep. 5 quando a Melody o enfrenta para que transem e ele começa a chorar. Ainda não consigo entender como um corretor de imóveis como ele mora no hospital. Talvez seja uma representação de sua índole doentia.
Pronto, eu creio que agora expliquei alguns motivos que me fizeram amar essa série mesmo com uma nota meio bleh. Até mais e obrigado pelos peixes.
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