Caramba, essa temporada foi pra uma direção bem mais porrada, filosofica, existencial. Amei a "MT", personagem incrivel, a protagonista ser uma moradora do trem em vez de um humano adicionou uma profundidade e uma complexidade muito ousada. Episodio favorito pra mim foi wasteland.
No fim acabou se revelando meio que um pinóquio moderno, do brinquedo ou robó querendo se tornar humano. Eu fiquei querendo ver essa questão ir mais longe, fiquei com a leve impressão que a solução pra ela ganhar um número foi um pouco forçada. Talvez eu só devesse sentar e dizer "uhul, um final feliz", mas eu queria muito ver o diálogo dela com o condutor ir mais longe.
Quando fui assistir não sabia nadinha sobre a série, só tinha interesse no tema conversa fiada e achei que seria um "how to" de verdade, ensinando realmente a fazer coisas. Assisti esse primeiro episódio, achei legal, mas não era o que eu esperava e eu não peguei bem o espírito da coisa. Alguns meses depois lembrei da existência da série e resolvi dar seguimento, mas agora já sabendo que não era um how to aos moldes clássicos, me apaixonei.
O primeiro episódio já dá muito do tom da série, é documental, feita a mão, bem editada, de comédia, com um flow ou uma linha de pensamento muito interessante e cativante e com algumas reflexões bem interessantes em meio a comédia. Ele começa o episódio parecendo um tutorial mesmo, dando informaçõess e definições sobre o que é conversar fiado, mas o episódio termina com ele contando que perdeu um amigo num acidente de carro e o cara falando que o amigo dele se matou, a conversa mais distante que dá pra imaginar de algo fiado. Depois disso ele conclui dizendo que de vez em quando a gente precisa sair das conversas rasas e desabafar com a pessoa certa, ou as coisas vão se acumular. Ou seja, não é um tutorial vazio e sim uma reflexão genuina feita a partir de um tópico qualquer (feita de uma forma muito engraçada, mas não por isso menos reflexiva). Em outro episódio sobre cobrir moveis ele chega a conclusão que os danos que as coisas sofrem fazem parte da história delas, ou como a gente se ilude que algumas coisas são temporárias e quando a gente menos percebe o temporário se tornou permanente (falando de andaimes), ou que melhor do que tentar fazer algo perfeito é fazer algo genuino, antes que a oportunidade de fazer aquilo se vá (risoto).
Além das reflexões no meio dos tutoriais me chamou a atenção como ele vai fazendo conexões entre as coisas saindo do tópico mas ao mesmo tempo se mantendo? Tipo começar falando de cobrir móveis pra falar de réplicas de arte e depois de circuncisão e depois voltar pros móveis. Ele consegue no fim, depois de tantos desvios, amarrar tudo. Achei isso sensacional, como ele a partir de coisas e situações reais e absurdas vai expandindo um tópico e decompondo aquilo em conceitos gerais e mais abstratos.
E por fim, não tem como não falar dessa parte, eu amei como ele simplesmente acha as pessoas e situações mais absurdas, tipo o cara que quer fazer a pele do penis crescer de volta (esse é um dos meus episódios favoritos). A parte documental é incrivel, ele tem a habilidade de catar imagens e situações fantásticas.
Enfim, me apaixonei muito sobre a maneira do cara de pensar e a proposta de gravar tudo ao redor dele e de tratar certos tópicos como se ele fosse um alienigena investigando algo.
Trem Infinito: Livro Dois (2ª Temporada)
4.3 13Caramba, essa temporada foi pra uma direção bem mais porrada, filosofica, existencial. Amei a "MT", personagem incrivel, a protagonista ser uma moradora do trem em vez de um humano adicionou uma profundidade e uma complexidade muito ousada. Episodio favorito pra mim foi wasteland.
No fim acabou se revelando meio que um pinóquio moderno, do brinquedo ou robó querendo se tornar humano. Eu fiquei querendo ver essa questão ir mais longe, fiquei com a leve impressão que a solução pra ela ganhar um número foi um pouco forçada. Talvez eu só devesse sentar e dizer "uhul, um final feliz", mas eu queria muito ver o diálogo dela com o condutor ir mais longe.
How To with John Wilson (1ª Temporada)
4.5 12 Assista AgoraQuando fui assistir não sabia nadinha sobre a série, só tinha interesse no tema conversa fiada e achei que seria um "how to" de verdade, ensinando realmente a fazer coisas. Assisti esse primeiro episódio, achei legal, mas não era o que eu esperava e eu não peguei bem o espírito da coisa. Alguns meses depois lembrei da existência da série e resolvi dar seguimento, mas agora já sabendo que não era um how to aos moldes clássicos, me apaixonei.
O primeiro episódio já dá muito do tom da série, é documental, feita a mão, bem editada, de comédia, com um flow ou uma linha de pensamento muito interessante e cativante e com algumas reflexões bem interessantes em meio a comédia. Ele começa o episódio parecendo um tutorial mesmo, dando informaçõess e definições sobre o que é conversar fiado, mas o episódio termina com ele contando que perdeu um amigo num acidente de carro e o cara falando que o amigo dele se matou, a conversa mais distante que dá pra imaginar de algo fiado. Depois disso ele conclui dizendo que de vez em quando a gente precisa sair das conversas rasas e desabafar com a pessoa certa, ou as coisas vão se acumular. Ou seja, não é um tutorial vazio e sim uma reflexão genuina feita a partir de um tópico qualquer (feita de uma forma muito engraçada, mas não por isso menos reflexiva). Em outro episódio sobre cobrir moveis ele chega a conclusão que os danos que as coisas sofrem fazem parte da história delas, ou como a gente se ilude que algumas coisas são temporárias e quando a gente menos percebe o temporário se tornou permanente (falando de andaimes), ou que melhor do que tentar fazer algo perfeito é fazer algo genuino, antes que a oportunidade de fazer aquilo se vá (risoto).
Além das reflexões no meio dos tutoriais me chamou a atenção como ele vai fazendo conexões entre as coisas saindo do tópico mas ao mesmo tempo se mantendo? Tipo começar falando de cobrir móveis pra falar de réplicas de arte e depois de circuncisão e depois voltar pros móveis. Ele consegue no fim, depois de tantos desvios, amarrar tudo. Achei isso sensacional, como ele a partir de coisas e situações reais e absurdas vai expandindo um tópico e decompondo aquilo em conceitos gerais e mais abstratos.
E por fim, não tem como não falar dessa parte, eu amei como ele simplesmente acha as pessoas e situações mais absurdas, tipo o cara que quer fazer a pele do penis crescer de volta (esse é um dos meus episódios favoritos). A parte documental é incrivel, ele tem a habilidade de catar imagens e situações fantásticas.
Enfim, me apaixonei muito sobre a maneira do cara de pensar e a proposta de gravar tudo ao redor dele e de tratar certos tópicos como se ele fosse um alienigena investigando algo.