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Filme visceral porque nossa História é visceral.
A propósito, a História "oficializada", a que aprendemos na escola, é, na verdade, uma História suja, que exalta usurpadores, como o Duque de Caxias mostrado no filme, ao mesmo tempo que esquece quem realmente lutava pelo povo, nossos verdadeiros heróis.
Como já disseram, essa produção não recebeu seu devido espaço na mídia justamente por denunciar o que os grandes monopólios midiáticos gostam de apoiar. Ainda assim, é reconfortante ver que essa obra conseguiu chegar a uma parcela considerável de cinéfilos. Talvez, daqui a algumas décadas, essa produção terá seu devido reconhecimento - se bem que, após alguns exemplos recentes, é mais racional pensar que nós nunca valorizamos o que temos de bom ou aprendemos com nosso passado, por mais sombrio que tenha sido.
Enfim, deixando a subjetividade de lado, o que despertou meu interesse pelo filme foi a proposta distópica do seu último ato, digamos assim. Distopias são comumente exploradas no exterior, algumas com resultados melhores que outras, mas algo realizado no Brasil? Ao meu ver, é, minimamente, instigante. Demorei algum tempo pra sentar e assistir, mas quando o fiz, logo me arrependi de não ter visto antes.
Não entendo como algumas notas foram baixas. Sim, há alguns pontos caricatos, principalmente nas cenas em 2096, mas não acredito que elas tirem a originalidade da narrativa. Aliás, algumas cenas - destaco aqui a da Balaiada - me fizeram vibrar e me arrepiar. No entanto, não só cenas específicas conseguiram me tocar devido ao seu significado à nossa História, pequenos detalhes - como a pequena referência a "Deus e o Diabo na Terra do Sol" num poster ou a participação de Lenine e Nação Zumbi na trilha sonora... Essas singelezas fizeram com que o filme ganhasse um espaço no meu coração. Acredito que minha única ressalva é a duração, talvez com mais tempo teria sido possível aprofundar outros eventos importantes; ao mesmo tempo, o roteiro conseguiu fazer um bom apanhado da nossa História - além de deixar uma denúncia ao que pode vir a ser nosso futuro.
Por fim, eu poderia desejar por mais produções como essa, mas seria em vão, "Uma História de Amor e Fúria" é singular. Aliás, singular também é a proposta trazida já em seu título. Não bastasse lidar com o amor e a imortalidade, numa trama de encontros e desencontros (algo que, diga-se de passagem, já foi saturado por sci-fis gringos), nossos protagonistas estão lutando no Brasil, nada mais, nada menos - e essa localização é ímpar para que a narrativa não seja apenas mais um filme de ação ou de ficção científica. Como já disse, nossa História é visceral e espero que ainda sirva de pano de fundo para muitas produções originais, visto que o trabalho feito aqui, especificamente, foi, no mínimo, louvável."Meus heróis nunca viraram estátua. Morreram lutando contra os caras que viraram."
"Você está entrando numa das cidades mais seguras do mundo, controlada pelas milícias particulares. Bem-vindo ao Rio de Janeiro."
Últimos recados
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Marcelo Colassante
Está aceita :)
Ah ,e valeu pela curtida na lista de animes Shoujo ,espero que tenha encontrado algum (ou alguns) que possam te interessar :D -
Alan Guimarães
Olá, Karla, obrigado pelas curtidas da minhas listas de História Geral e de Geografia e espero que tenha gostado delas. E quanto as de História, tem também as minhas complementares de História do Brasil e Oriente Médio, dê uma conferida nelas também. Abraços.
"a gente sentia, assim, que a gente tava fazendo história, sabe? a gente tava construindo a história do brasil, do mundo... e a gente ia transformar tudo; o mundo depois daquilo ia ser outro. então, a gente tinha essa utopia muito forte (...)"