Conseguiram estragar uma série extraordinária com um legado incrível. Aqui temos uma ode à mediocridade. Pouquíssimos episódios se salvam, infelizmente. O erro da série, creio eu, é estar a serviço de uma causa ideológica parasitária, justo por isso perdeu seu fundamento que, por vezes, foi fazer sátiras a realidade como um todo e, sobretudo, ao mistério e à fantasia. Agora, quando se prestou a estabelecer uma causa de uma fatia do que se pensa ser realidade, perdeu-se. Poder-se-ia, pois, modificar o nome da série, porque a “Imaginação”, aqui, foi bem restrita, e de “Além” não teve nada. Circunscreveu-se a um provincianismo ideológico e temporal, uma verdadeira autofagia.
Para mim o melhor episódio disparado foi o segundo, lembrou-me o clássico!! Agora, digno de nota é o episódio “Not all men” (sétimo) que me lembrou da tese rousseauniana do bom selvagem (leia-se, agora atualizada, boa selvagem), mas desta vez com enfoque sobre a mulher: pobrezinhas, imunes a todas as vicissitudes humanas, devem viver (sobreviver) num mundo cheio de homens (leia-se monstros escrotos), isentas de qualquer culpa pelos males que assolam este mundo. Seu único pecado é acreditar na salvação de um ser tão malvado que é o “macho escroto”. Pelos comentários, desagradou a gregos e troianos. Seu início já anuncia sua vulgaridade, na introdução de Jordan Peele, naquele tom conhecido dos fãs da série, ele diz: “Annie será forçada a enfrentar […] uma violência subjacente que está prestes a irromper... na Twilight Zone” (ver aos 00:08:17s da série). É mais que isso, é uma dialética para a distorção do real com fins políticos. Lapidar nesse sentido é o que diz Eric Voegelin sobre a linguagem ideológica: “as ideologias destroem a linguagem, uma vez que, tendo perdido o contato com a realidade, o pensador ideológico passa a construir símbolos não mais para expressá-la, mas para expressar sua alienação em relação a ela. (VOEGELIN, Eric. Reflexões autobiográficas. São Paulo: É Realizações, 2008, p. 39). Mas, em verdade, o caminho que a série escolheu trilhar é a expressão da política do entretenimento atual onde o jovem ‘moderninho’ (englobam-se os velhos também, pois ao lado daqueles que são jovens pela biologia, há também os que o são por ideologia: os velhos Peter Pans), que se sente profundo e dolorosamente oprimido sempre que seus desejos políticos não são aceitos como mandamentos divinos universalmente válidos, imbuídos de um espírito marcusiano de “tolerância libertadora” (leia-se discriminatória), esses tiranos caçam a palavra de seus interlocutores como quem exerce um direito divino: faça uma série sem panfletagem política pra você ver.
The Twilight Zone (1ª Temporada)
3.5 174 Assista AgoraConseguiram estragar uma série extraordinária com um legado incrível. Aqui temos uma ode à mediocridade. Pouquíssimos episódios se salvam, infelizmente. O erro da série, creio eu, é estar a serviço de uma causa ideológica parasitária, justo por isso perdeu seu fundamento que, por vezes, foi fazer sátiras a realidade como um todo e, sobretudo, ao mistério e à fantasia. Agora, quando se prestou a estabelecer uma causa de uma fatia do que se pensa ser realidade, perdeu-se. Poder-se-ia, pois, modificar o nome da série, porque a “Imaginação”, aqui, foi bem restrita, e de “Além” não teve nada. Circunscreveu-se a um provincianismo ideológico e temporal, uma verdadeira autofagia.
Para mim o melhor episódio disparado foi o segundo, lembrou-me o clássico!!
Agora, digno de nota é o episódio “Not all men” (sétimo) que me lembrou da tese rousseauniana do bom selvagem (leia-se, agora atualizada, boa selvagem), mas desta vez com enfoque sobre a mulher: pobrezinhas, imunes a todas as vicissitudes humanas, devem viver (sobreviver) num mundo cheio de homens (leia-se monstros escrotos), isentas de qualquer culpa pelos males que assolam este mundo. Seu único pecado é acreditar na salvação de um ser tão malvado que é o “macho escroto”. Pelos comentários, desagradou a gregos e troianos.
Seu início já anuncia sua vulgaridade, na introdução de Jordan Peele, naquele tom conhecido dos fãs da série, ele diz: “Annie será forçada a enfrentar […] uma violência subjacente que está prestes a irromper... na Twilight Zone” (ver aos 00:08:17s da série).
É mais que isso, é uma dialética para a distorção do real com fins políticos. Lapidar nesse sentido é o que diz Eric Voegelin sobre a linguagem ideológica: “as ideologias destroem a linguagem, uma vez que, tendo perdido o contato com a realidade, o pensador ideológico passa a construir símbolos não mais para expressá-la, mas para expressar sua alienação em relação a ela. (VOEGELIN, Eric. Reflexões autobiográficas. São Paulo: É Realizações, 2008, p. 39).
Mas, em verdade, o caminho que a série escolheu trilhar é a expressão da política do entretenimento atual onde o jovem ‘moderninho’ (englobam-se os velhos também, pois ao lado daqueles que são jovens pela biologia, há também os que o são por ideologia: os velhos Peter Pans), que se sente profundo e dolorosamente oprimido sempre que seus desejos políticos não são aceitos como mandamentos divinos universalmente válidos, imbuídos de um espírito marcusiano de “tolerância libertadora” (leia-se discriminatória), esses tiranos caçam a palavra de seus interlocutores como quem exerce um direito divino: faça uma série sem panfletagem política pra você ver.
Clube do Terror (1ª Temporada)
4.2 219 Assista AgoraCara, que sdds de chegar da escola e assistir isso...