Impossível não notar como um público mal informado, acostumado a prestigiar os lançamentos da Globo Filmes e telenovelas como forma de arte, são facilmente levados à comoção por subprodutos como esse. Mas nem todo mundo compra esse peixe... Ao recorrer à biografia de um casal que permanece unido ao longo dos anos e permear esse retrato (totalmente burguês) com citações datadas e trilha musical totalmente voltada à experiência psicoemocional, a diretora pensa garantir (e de fato garante) uma aceitação junto ao senso comum. Aceitação esta totalmente acrítica e manipulada. Nota para o recurso narrativo prosodial, que acaba soando um tanto descabido na forma do documentário, retirando o que seria espontâneo e natural, dando lugar a uma expressão um tanto quanto artificial e forçada. Na parte técnica a coisa piora. Um amadorismo que é cultivado e encarado como alternativa cinematográfica. O abuso de aberração cromática e do foco abstrato chega a desorientar e irritar o espectador. A gratuidade na utilização destes recursos parece estar tentando compensar uma deficiência técnica ou mesmo a pura falta de criatividade, complementado por uma montagem que mascara e sobrepõe cenas sem qualquer necessidade. A linguagem parece tentar remeter à ficção poética de Resnais e aos documentários/sonho de Chris Marker e clama por estabelecer um 'nova' proposta quando na verdade reproduz experiências bem conhecidas de quem aprecia o cinema documental e existencialista, com foco no tempo e na memória. Contudo, não se apóia em temas sociais, mas no retrato insípido de uma típica família burguesa e suas amenidades ao longo dos anos de uma vida aparentemente idílica. Não há conflitos, antagonismos, nada. Um frívolo roteiro hedonista que busca subornar quem assiste com uma promessa de alegria e amor eternos, sem qualquer percalço. Na minha opinião é desinteressante, cansativo, mal executado e sobretudo muito, mas muito pretensioso. Não foi desta vez.
Hipsteria
2.0 6Nadavê.
Interrompendo a Festa
3.1 11Pra quem ainda não viu: http://www.youtube.com/watch?v=y60Cb517Tew
Olhos de Ressaca
4.0 43Impossível não notar como um público mal informado, acostumado a prestigiar os lançamentos da Globo Filmes e telenovelas como forma de arte, são facilmente levados à comoção por subprodutos como esse. Mas nem todo mundo compra esse peixe...
Ao recorrer à biografia de um casal que permanece unido ao longo dos anos e permear esse retrato (totalmente burguês) com citações datadas e trilha musical totalmente voltada à experiência psicoemocional, a diretora pensa garantir (e de fato garante) uma aceitação junto ao senso comum. Aceitação esta totalmente acrítica e manipulada. Nota para o recurso narrativo prosodial, que acaba soando um tanto descabido na forma do documentário, retirando o que seria espontâneo e natural, dando lugar a uma expressão um tanto quanto artificial e forçada.
Na parte técnica a coisa piora. Um amadorismo que é cultivado e encarado como alternativa cinematográfica. O abuso de aberração cromática e do foco abstrato chega a desorientar e irritar o espectador. A gratuidade na utilização destes recursos parece estar tentando compensar uma deficiência técnica ou mesmo a pura falta de criatividade, complementado por uma montagem que mascara e sobrepõe cenas sem qualquer necessidade. A linguagem parece tentar remeter à ficção poética de Resnais e aos documentários/sonho de Chris Marker e clama por estabelecer um 'nova' proposta quando na verdade reproduz experiências bem conhecidas de quem aprecia o cinema documental e existencialista, com foco no tempo e na memória. Contudo, não se apóia em temas sociais, mas no retrato insípido de uma típica família burguesa e suas amenidades ao longo dos anos de uma vida aparentemente idílica. Não há conflitos, antagonismos, nada. Um frívolo roteiro hedonista que busca subornar quem assiste com uma promessa de alegria e amor eternos, sem qualquer percalço. Na minha opinião é desinteressante, cansativo, mal executado e sobretudo muito, mas muito pretensioso. Não foi desta vez.