O curta começa com um cartaz em foco que apresenta as costas de alguém; o foco abre e é possível visualizar roupas: um paletó preto e um chapéu vermelho em sua aleatoriedade. No chapéu uma massa de um ser sem gênero começa a cantar.
Uma massa em forma de corpo começa a se produzir no paletó a partir do inicio da música: materializa-se, aqui, o homem da sombra no cartaz. A roupa parece definir o seu padrão de uso e a partir disso o homem é criado pelo objeto, como se fosse a roupa que escolhesse o homem, e não o homem a roupa.
O chapéu começa então a criar algum corpo e a se maquiar, assumindo um certo padrão feminino; a massa do paletó, entretanto, se deforma. As roupas masculinas assumem formas de monstros, e a cabeça do manequim explode papéis de jornal amassados, como se não aguentasse aquele tipo de amor performático.
Performático porque é criado a partir de papel de jornal, que é narrativo, sendo esta uma construção de ideias, memórias, utilidades... A roupa que seria útil para se vestir, passa a definir as utilidades dos corpos para si: corpos com essas características, e não essas, podem me usar.
O homem continua tomando formas monstruosas, e o outro corpo, maquiado porém não humano – nem visto como um ser que respira – foge deste homem que assumiu essas correntes performáticas.
Eles só se encontram, se misturam e se transformam a partir do momento que eles são um, sendo ambos uma massa indefinida, um outro tipo de amor que não é bonito, nem performático, mas que nos atravessa. Lembra uma parte d'O Banquete de Platão, em que menciona esse corpo hermafrodita que possui 4 olhos, 4 braços e 2 cabeças, mas que é completo na sua existência, completo no seu amor.
Mas o clipe supera Platão (alguns vão me massacrar por isso) no sentido de romper com as ideias de gênero, mostrando que nós não somos as expectativas que nos atravessam. Somos justamente a experiência do encontro com o outro que pode ser qualquer coisa, e, por isso mesmo, me destrói e me recria, me transformando neste outro e para além dele, sendo somente eu mesmo.
Enquanto isso canta-se: "poor little baby you've got caught up in the world , I've got to say you've lost your way you're a woman"
No fundo a mulher que ele busca está dentro dele mesmo.
Hugh Cornwell: Another Kind of Love
3.6 23O curta começa com um cartaz em foco que apresenta as costas de alguém; o foco abre e é possível visualizar roupas: um paletó preto e um chapéu vermelho em sua aleatoriedade. No chapéu uma massa de um ser sem gênero começa a cantar.
Uma massa em forma de corpo começa a se produzir no paletó a partir do inicio da música: materializa-se, aqui, o homem da sombra no cartaz. A roupa parece definir o seu padrão de uso e a partir disso o homem é criado pelo objeto, como se fosse a roupa que escolhesse o homem, e não o homem a roupa.
O chapéu começa então a criar algum corpo e a se maquiar, assumindo um certo padrão feminino; a massa do paletó, entretanto, se deforma. As roupas masculinas assumem formas de monstros, e a cabeça do manequim explode papéis de jornal amassados, como se não aguentasse aquele tipo de amor performático.
Performático porque é criado a partir de papel de jornal, que é narrativo, sendo esta uma construção de ideias, memórias, utilidades... A roupa que seria útil para se vestir, passa a definir as utilidades dos corpos para si: corpos com essas características, e não essas, podem me usar.
O homem continua tomando formas monstruosas, e o outro corpo, maquiado porém não humano – nem visto como um ser que respira – foge deste homem que assumiu essas correntes performáticas.
Eles só se encontram, se misturam e se transformam a partir do momento que eles são um, sendo ambos uma massa indefinida, um outro tipo de amor que não é bonito, nem performático, mas que nos atravessa. Lembra uma parte d'O Banquete de Platão, em que menciona esse corpo hermafrodita que possui 4 olhos, 4 braços e 2 cabeças, mas que é completo na sua existência, completo no seu amor.
Mas o clipe supera Platão (alguns vão me massacrar por isso) no sentido de romper com as ideias de gênero, mostrando que nós não somos as expectativas que nos atravessam. Somos justamente a experiência do encontro com o outro que pode ser qualquer coisa, e, por isso mesmo, me destrói e me recria, me transformando neste outro e para além dele, sendo somente eu mesmo.
Enquanto isso canta-se:
"poor little baby you've got caught up in the world , I've got to say
you've lost your way you're a woman"
No fundo a mulher que ele busca está dentro dele mesmo.
Achei esse clipe simplesmente sensacional!
Alice
3.8 214Engraçada a sonoridade comum dessas mulheres que mexem com nossas vidas. Alice. Marise.
A Torre de Babel
3.4 1Onde eu posso ver esse curta? :(
A Pequena Vendedora de Fósforos
4.2 504Curto, delicado e muito profundo. Meu coração ficou até doloridinho, ainda que meio feliz. :')
Alarme
3.7 235A arma sendo naturalizada estragou o curta inteiro.
Enrolados Para Sempre
4.0 149 Assista AgoraQue curta sensacional! Hahaha Um dos mais engraçados que eu já vi.
The Silent Child
4.2 15Gente queria muito ver esse curta, mas não consigo achá-lo! :(
What's Virgin Mean?
4.0 66Achei previsível.
A Invenção da Infância
4.4 71É pra ficar muito triste vendo essas diferentes realidades e ainda ter gente dizendo que as pessoas tem as mesmas oportunidades na vida.
Genial a explicação do que é ser criança e que não necessariamente significa ter infância.
Ótimo curta.
Ideias de Canário
4.0 2Disponível no site da TV Escola e no Youtube.