É visualmente encantador. Bem calmo e ordinário à primeira vista, mas parece uma perfeita captura dos momentos únicos perdidos no nosso cotidiano. Fui assistindo no ônibus e o pessoal ao redor também aproveitou pra dar uma espiada no filme .
É muito interessante como você percebe que ela exala o feminino na transgressão e na tradição, ao mesmo tempo que teve seu espaço como mulher negado pela própria mãe. O próprio processo de resgatar os laços afetivos se torna aquela fase bem freudiana de luta entre filha e mãe para coexistir na morre e renascimento do feminino simbólico.
Honestamente? Eles pegaram um subgênero erótico/pornografico comum na comunidade LGBT, em que MC se satisfaz sexualmente em um ambiente de completa quebra de realidade (fantasia) e, ao contrário da rota usual desse subgênero, força o espectador à humanizar o personagem. Deixando de ver a ficção como fuga da realidade e espaço seguro pra satisfazer seus desejos. Ao mesmo tempo, faz do pornô em um espaço de nostalgia, conforto e, estranhamente, pertencimento. A narrativa mostra um mundo que tudo "deu errado", mas ao mesmo tempo não é o fim. Não é uma tragédia. No ápice da nudez e do prazer encenado está a tendência a mascarar o que não queremos enxergar, mas que no futuro fica ridiculamente claro para quem deixa de ser personagem e vira ator. No meio LGBT esse tipo de mensagem, que te convida a um passado distante (50 anos) e oferece o desconforto de ser um ator pornô que não consegue se excitar, o espectador ganha duas coisas: a certeza do passado é a promessa de um futuro longo (algo importante considerando nossas taxas de mortalidade) e que, em um meio altamente falocentrico, é possível falhar e experienciar a sexualidade de forma menos perfomática.
A crítica é a execução são interessantes, só esqueceram de adicionar o molho. Dá a mesma sensação de frustração e cansaço que ouvir marxista de mesa de bar recitar as frases que a namorada ativista fala, mas que ele não consegue [e sequer se esforça para] compreender o cerne da coisa. Fica preso na superfície porque ela dá aplausos, amacia o ego. Faltou uma equipe de trabalho majoritamente feminina e versada de fato no assunto trabalhado. Tem a profundidade de uma propaganda, de um tiktok. (Já vi tiktok de 6 min melhor trabalhado).
A alegoria é legal e a intenção de retratar ela de forma diferente (fotos) é legal. Mas o resultado final é bem bobão. Achei bem meh. Ridiculamente previsível. Vale assistir só pelo formato mesmo. Narrativamente falando é bem chato. Talvez seja porque cresci com esse tipo de fábula e a apresentação dela aqui perdeu a graça comparada as versões que sou acostumada. Sinto que perdi meu tempo.
Me pergunto porque assisti mais de uma vez. A obsessão do personagem principal dá uma agonia e a gente assiste ele deteriorar. Talvez as moscas estejam ali, como abutres, pra se alimentar não do ambiente, mas dele mesmo, um homem apodrecendo na solidão e compulsão.
Meu curta de (des)conforto. Acho que da primeira vez fiquei mais impactada, ao invés de me conectar com os personagens. Na segunda e terceira vez, percebi que talvez a dificuldade de se conectar com os personagens seja proposital. Como a Sara a gente, como público, passa por uma despersonalização/desrealização, assistindo tudo a distância pra evitar sofrer.
EYE TWO TIMES MOUTH - MIU MIU WOMEN'S TALES #25
3.2 2É visualmente encantador. Bem calmo e ordinário à primeira vista, mas parece uma perfeita captura dos momentos únicos perdidos no nosso cotidiano.
Fui assistindo no ônibus e o pessoal ao redor também aproveitou pra dar uma espiada no filme .
Transviar
3.5 5É muito interessante como você percebe que ela exala o feminino na transgressão e na tradição, ao mesmo tempo que teve seu espaço como mulher negado pela própria mãe. O próprio processo de resgatar os laços afetivos se torna aquela fase bem freudiana de luta entre filha e mãe para coexistir na morre e renascimento do feminino simbólico.
Blank Narcissus (Passion of the Swamp)
3.2 9 Assista AgoraHonestamente?
Eles pegaram um subgênero erótico/pornografico comum na comunidade LGBT, em que MC se satisfaz sexualmente em um ambiente de completa quebra de realidade (fantasia) e, ao contrário da rota usual desse subgênero, força o espectador à humanizar o personagem. Deixando de ver a ficção como fuga da realidade e espaço seguro pra satisfazer seus desejos. Ao mesmo tempo, faz do pornô em um espaço de nostalgia, conforto e, estranhamente, pertencimento.
A narrativa mostra um mundo que tudo "deu errado", mas ao mesmo tempo não é o fim. Não é uma tragédia. No ápice da nudez e do prazer encenado está a tendência a mascarar o que não queremos enxergar, mas que no futuro fica ridiculamente claro para quem deixa de ser personagem e vira ator.
No meio LGBT esse tipo de mensagem, que te convida a um passado distante (50 anos) e oferece o desconforto de ser um ator pornô que não consegue se excitar, o espectador ganha duas coisas: a certeza do passado é a promessa de um futuro longo (algo importante considerando nossas taxas de mortalidade) e que, em um meio altamente falocentrico, é possível falhar e experienciar a sexualidade de forma menos perfomática.
Eletrodoméstica
3.8 67 Assista AgoraA crítica é a execução são interessantes, só esqueceram de adicionar o molho. Dá a mesma sensação de frustração e cansaço que ouvir marxista de mesa de bar recitar as frases que a namorada ativista fala, mas que ele não consegue [e sequer se esforça para] compreender o cerne da coisa. Fica preso na superfície porque ela dá aplausos, amacia o ego.
Faltou uma equipe de trabalho majoritamente feminina e versada de fato no assunto trabalhado.
Tem a profundidade de uma propaganda, de um tiktok. (Já vi tiktok de 6 min melhor trabalhado).
Vinil Verde
3.7 172 Assista AgoraA alegoria é legal e a intenção de retratar ela de forma diferente (fotos) é legal. Mas o resultado final é bem bobão.
Achei bem meh. Ridiculamente previsível. Vale assistir só pelo formato mesmo. Narrativamente falando é bem chato. Talvez seja porque cresci com esse tipo de fábula e a apresentação dela aqui perdeu a graça comparada as versões que sou acostumada.
Sinto que perdi meu tempo.
Teeth
3.5 3Me pergunto porque assisti mais de uma vez. A obsessão do personagem principal dá uma agonia e a gente assiste ele deteriorar. Talvez as moscas estejam ali, como abutres, pra se alimentar não do ambiente, mas dele mesmo, um homem apodrecendo na solidão e compulsão.
Cerdita
3.6 15Meu curta de (des)conforto. Acho que da primeira vez fiquei mais impactada, ao invés de me conectar com os personagens. Na segunda e terceira vez, percebi que talvez a dificuldade de se conectar com os personagens seja proposital. Como a Sara a gente, como público, passa por uma despersonalização/desrealização, assistindo tudo a distância pra evitar sofrer.
Até o Anoitecer
5.0 1Documentário sensorial e belo. Captura com sucesso uma parcela da população e um tipo de modo de vida invisíveis no mundo contemporâneo.