A série, que gira em torno do dia a dia do personagem principal, o psicanalista Carlo Antonini, tem na autoria do roteiro Contardo Calligaris, Italiano radicado no Brasil, figura das mais conceituadas na área da psicanálise e atualmente um dos mais reconhecidos colunistas da Folha de São Paulo.
Cada um dos treze episódios dessa primeira temporada se mostra independente e trata mais fortemente do contato do psicanalista com um caso específico, trazendo apenas alguns sutis elos de ligação com os episódios posteriores, o que tira da produção o caráter novelesco que se vê em algumas séries produzidas no Brasil. Para aqueles que acompanham séries do gênero, fica quase inevitável a comparação com “Sessão de Terapia” do Canal GNT, um equívoco aliás, já que no caso de “PSI” o foco não são os pacientes e sim a visão do profissional, o que torna o enfoque mais amplo e porque não dizer, mais maduro.
O trabalho é tecnicamente impecável, saltam aos olhos as belas imagens que passeiam pela cidade de São Paulo e que fazem parte do conceito ao qual se liga o intuito da trama, que é mostrar a relação do indivíduo com a corrida vida moderna, através dos distanciamentos e aproximações com os quais se deparam as pessoas ao lidarem com família, trabalho, paixões, amores, sexualidade, hábitos e crenças, ponto onde reside a maior riqueza no resultado final do que vemos na tela.
Grande atuação de Emílio de Mello no papel principal e de Claudia Ohana, que com sutileza consegue brilhar tanto quanto o ator principal, além de todo o elenco que de um modo geral não deixa nada a desejar.
Uma ideia que a princípio só despertaria interesse nas pessoas ligadas a área de psicologia, a série é tão bem acabada em todos os sentidos, que vai se mostrar instigante a qualquer um que se considere um bom observador do comportamento humano e do quão mais livres podemos nos tornar a medida que nos permitimos um mergulho na complexidade que existe em nós (e nos outros) mesmos, nos redescobrindo assim cada vez mais e mais. Nesse ponto, a série cumpre seu papel em grande estilo e vale muito a pena ser conferida por todos. Que venha a segunda temporada!
Psi (1ª Temporada)
4.3 81A NOSSA MENTE É UM LABIRINTO SEM SAÍDA
A série, que gira em torno do dia a dia do personagem principal, o psicanalista Carlo Antonini, tem na autoria do roteiro Contardo Calligaris, Italiano radicado no Brasil, figura das mais conceituadas na área da psicanálise e atualmente um dos mais reconhecidos colunistas da Folha de São Paulo.
Cada um dos treze episódios dessa primeira temporada se mostra independente e trata mais fortemente do contato do psicanalista com um caso específico, trazendo apenas alguns sutis elos de ligação com os episódios posteriores, o que tira da produção o caráter novelesco que se vê em algumas séries produzidas no Brasil. Para aqueles que acompanham séries do gênero, fica quase inevitável a comparação com “Sessão de Terapia” do Canal GNT, um equívoco aliás, já que no caso de “PSI” o foco não são os pacientes e sim a visão do profissional, o que torna o enfoque mais amplo e porque não dizer, mais maduro.
O trabalho é tecnicamente impecável, saltam aos olhos as belas imagens que passeiam pela cidade de São Paulo e que fazem parte do conceito ao qual se liga o intuito da trama, que é mostrar a relação do indivíduo com a corrida vida moderna, através dos distanciamentos e aproximações com os quais se deparam as pessoas ao lidarem com família, trabalho, paixões, amores, sexualidade, hábitos e crenças, ponto onde reside a maior riqueza no resultado final do que vemos na tela.
Grande atuação de Emílio de Mello no papel principal e de Claudia Ohana, que com sutileza consegue brilhar tanto quanto o ator principal, além de todo o elenco que de um modo geral não deixa nada a desejar.
Uma ideia que a princípio só despertaria interesse nas pessoas ligadas a área de psicologia, a série é tão bem acabada em todos os sentidos, que vai se mostrar instigante a qualquer um que se considere um bom observador do comportamento humano e do quão mais livres podemos nos tornar a medida que nos permitimos um mergulho na complexidade que existe em nós (e nos outros) mesmos, nos redescobrindo assim cada vez mais e mais. Nesse ponto, a série cumpre seu papel em grande estilo e vale muito a pena ser conferida por todos. Que venha a segunda temporada!
[NOTA 9,6]
http://musicaart.net/2014/11/03/a-nossa-mente-e-um-labirinto-sem-saida-texto-de-tadeu-castro-psi-serie/