A angústia do futuro habita esse filme. Tantos anseios nessa contagem regressiva até o amanhecer e sem conseguir lidar com a finitude das coisas nos prometemos um reencontro (pós morte, daqui a 5 ou 1 ano) para escapar da angústia de lidar com os fins. A morte, tão falada de diversas formas ao decorrer do filme, vem nos lembrar que a vida é única. Única para amar-la, mas também para dar peso as decisões. O medo juvenil desse estranho que iremos nos tornar driblado nessa tentativa de levar para o futuro esse momento onde nos sentimos tão vivos.
Comédia romântica clássica, nada muito inovador. Boa pra assistir sem precisar prestar muita atenção, assistir sob atenção flutuante.
Dica: Com um elenco gigante de grandes estrelas parte do entretenimento pode ser ficar tentando denominar os atores sem citar o nome de nenhum deles. Ex: "A garota do diário da princesa, o cara do efeito borboleta..." etc
Clara vai cultivando no corpo tensionado (seja na postura, nos silêncios, na solidão, na respiração...) o câncer que no final joga à mesa.
Um filme também bem "canceriano". Um filme sobre memória, pertencimento. O apartamento, o móvel de tia Lucia, o próprio corpo de Clara são veículos de memória. Não se nega o novo, mas o gosto pessoal não pode ser o divisor entre o "vintage" e o "velho". Para saber o que fica e o que vai do tempo é necessário entender que memória é uma produção que é nossa e também coletiva. Nesse debate entre o que se mantém e do que se desfaz para abrir espaço para o novo é necessário empatia e acolhimento. Lembrados por Clara em sua conversa com os três filhos.
Uma mulher que não poderia ser descrita como "uma mulher de seu tempo", mas uma mulher de todos os tempos aos quais viveu. Que permite ser afetada por tudo que chega e que faz chegar no aqui agora tudo que também já foi.
"Tá dificil... Tá dificil saber se as coisas que a gente diz que não pode viver sem são as coisas que a gente não pode viver sem de verdade. Porque se acostumou, porque tem medo de mudar"
‘Mal comecei a viajar e tudo já me irrita. A paisagem não muda, sempre a mesma coisa. Parece que não sai do lugar”
(...)
“Se aqui tivesse um correio te escrevia um telegrama com essas palavras: Viajo porque preciso (vírgula) volto porque te amo Ponto’
(...)
“Sinto amores e ódios repentinos por você. Viajo porque preciso Não volto, porque ainda te amo.”
“A gente sempre pensa que é um super-homem: que faz tudo, que pode tudo, que resolve tudo. Até o dia que você leva um pé na bunda. E ai a gente se sente perdido, fragilizado, confuso… Você não consegue ser determinado, solitário, individual. Não consegue nem mesmo terminar um relatório de viagem. Não consegue se mover, você se paraliza. É isso que eu sentia: paralisia múltipla. Pra isso fiz essa viagem, pra me mover. Voltar a caminhar, voltar comer sanduíche de filé, voltar a andar de moto, voltar a ver o fortaleza ganhar, pra voltar a ir a praia no domingo. Pra voltar a viver.’
"“ Talvez eu me arrependa, Helena. Mas agora preciso descobrir o que sobrou de mim mesma. Não posso te arrastar para uma vida de comparações. Você merece coisa melhor que alguém acampada numa encruzilhada tentando enxergar o caminho. Qualquer caminho. O amor exige muito e eu tenho muito pouco para dar. Nem sei se com esse pouco se faz vida. As emoções escorrem, nada penetra. Talvez eu me arrependa, Helena. Talvez."
Fiquei encantada com os figurinos tão sedutores, os olhares profundos, a beleza dos corpos que eram lindos e reais-ao contrário de hoje que temos corpos tão perfeitos que perdem a graça-, a trilha sonora que parece amplificar a dor das cenas, e a cumplicidade entre as personagens. Era tudo dolorosamente lindo. Nada no filme me provocou repulsa pois a tolerância das mulheres diante de seus clientes -um mais estranho que o outro com seus fetiches e vontades- era tranquilizante ao mesmo tempo em que se tinha uma sensação entorpecente. É um filme que com certeza irei ver de novo.
Antes do Amanhecer
4.3 1,9K Assista AgoraA angústia do futuro habita esse filme.
Tantos anseios nessa contagem regressiva até o amanhecer e sem conseguir lidar com a finitude das coisas nos prometemos um reencontro (pós morte, daqui a 5 ou 1 ano) para escapar da angústia de lidar com os fins. A morte, tão falada de diversas formas ao decorrer do filme, vem nos lembrar que a vida é única. Única para amar-la, mas também para dar peso as decisões. O medo juvenil desse estranho que iremos nos tornar driblado nessa tentativa de levar para o futuro esse momento onde nos sentimos tão vivos.
Idas e Vindas do Amor
3.0 1,8K Assista AgoraComédia romântica clássica, nada muito inovador.
Boa pra assistir sem precisar prestar muita atenção, assistir sob atenção flutuante.
Dica: Com um elenco gigante de grandes estrelas parte do entretenimento pode ser ficar tentando denominar os atores sem citar o nome de nenhum deles.
Ex: "A garota do diário da princesa, o cara do efeito borboleta..." etc
Aquarius
4.2 1,9K Assista AgoraUm filme para sentir.
Clara vai cultivando no corpo tensionado (seja na postura, nos silêncios, na solidão, na respiração...) o câncer que no final joga à mesa.
Um filme também bem "canceriano". Um filme sobre memória, pertencimento. O apartamento, o móvel de tia Lucia, o próprio corpo de Clara são veículos de memória. Não se nega o novo, mas o gosto pessoal não pode ser o divisor entre o "vintage" e o "velho". Para saber o que fica e o que vai do tempo é necessário entender que memória é uma produção que é nossa e também coletiva. Nesse debate entre o que se mantém e do que se desfaz para abrir espaço para o novo é necessário empatia e acolhimento. Lembrados por Clara em sua conversa com os três filhos.
Uma mulher que não poderia ser descrita como "uma mulher de seu tempo", mas uma mulher de todos os tempos aos quais viveu. Que permite ser afetada por tudo que chega e que faz chegar no aqui agora tudo que também já foi.
Sonia Braga, como não amar?
De Onde eu te Vejo
3.8 138A citação que mais amei:
"Tá dificil... Tá dificil saber se as coisas que a gente diz que não pode viver sem são as coisas que a gente não pode viver sem de verdade. Porque se acostumou, porque tem medo de mudar"
Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo
3.9 502 Assista Agora‘Mal comecei a viajar e tudo já me irrita.
A paisagem não muda, sempre a mesma coisa.
Parece que não sai do lugar”
(...)
“Se aqui tivesse um correio te escrevia um telegrama com essas palavras:
Viajo porque preciso (vírgula) volto porque te amo
Ponto’
(...)
“Sinto amores e ódios repentinos por você.
Viajo porque preciso
Não volto, porque ainda te amo.”
“A gente sempre pensa que é um super-homem: que faz tudo, que pode tudo, que resolve tudo. Até o dia que você leva um pé na bunda. E ai a gente se sente perdido, fragilizado, confuso… Você não consegue ser determinado, solitário, individual. Não consegue nem mesmo terminar um relatório de viagem. Não consegue se mover, você se paraliza.
É isso que eu sentia: paralisia múltipla.
Pra isso fiz essa viagem, pra me mover. Voltar a caminhar, voltar comer sanduíche de filé, voltar a andar de moto, voltar a ver o fortaleza ganhar, pra voltar a ir a praia no domingo.
Pra voltar a viver.’
Como Esquecer
3.6 659 Assista Agora"“ Talvez eu me arrependa, Helena.
Mas agora preciso descobrir o que sobrou de mim mesma.
Não posso te arrastar para uma vida de comparações.
Você merece coisa melhor que alguém acampada numa encruzilhada tentando enxergar o caminho. Qualquer caminho.
O amor exige muito e eu tenho muito pouco para dar. Nem sei se com esse pouco se faz vida.
As emoções escorrem, nada penetra.
Talvez eu me arrependa, Helena.
Talvez."
L'Apollonide - Os Amores da Casa de Tolerância
3.9 229 Assista AgoraFiquei encantada com os figurinos tão sedutores, os olhares profundos, a beleza dos corpos que eram lindos e reais-ao contrário de hoje que temos corpos tão perfeitos que perdem a graça-, a trilha sonora que parece amplificar a dor das cenas, e a cumplicidade entre as personagens. Era tudo dolorosamente lindo. Nada no filme me provocou repulsa pois a tolerância das mulheres diante de seus clientes -um mais estranho que o outro com seus fetiches e vontades- era tranquilizante ao mesmo tempo em que se tinha uma sensação entorpecente. É um filme que com certeza irei ver de novo.
Moça com Brinco de Pérola
3.6 428Adorei o filme, uma graça. Mas a trama ficou um tanto incompleta.
Arraste-me para o Inferno
2.8 2,8K Assista AgoraNão valeu o tempo perdido para assistir.