Tiberius L. S. Lobo

Exatamente o oposto da versão antiga, tanto nos méritos quanto nos defeitos. Por isso é tão difícil comparar em quesito de qualidade. O roteiro é sério e bem elaborado, as atuações são boas, os efeitos especiais são perfeitos. Tudo que o filme antigo falhou. Na contrapartida, ficou faltando aqui os grande trunfos da obra de Sam Raimi: o enorme suspense, o senso de aventura, a fotografia, as movimentações de câmera, a trilha sonora e os efeitos sonoros - tudo isso que fez o filme de 1981 revolucionário. Parece que este de 2013 é só pretexto para o gore e mais nada. Até a subtrama de dependência de drogas só serve para chegar a este ponto. No fim, fica a impressão de que algo fundamental faltou - o próprio sentido de ser deste assim-dito remake. Seria melhor se o apresentassem logo como uma continuação, sem esse merchandising de ser remake.

Enquanto o primeiro filme tem indiscutível valor histórico, este segundo é tecnicamente melhor, e fez sua própria revolução. É só aqui que a personalidade de Ash será plenamente desenvolvida; é aqui que ocorrem as cenas mais conhecidas e icônicas da saga Evil Dead. O título original, lamentavelmente, foi imposto a Sam Raimi pela Dino De Laurentis: "Evid Dead 2". Na verdade, nem era pra parecer uma continuação. Ta na cara que é um remake, em estilo de auto-paródia, já que o tom aqui é muito mais de comédia. Destaquemos o fato de que desta vez se conseguir corrigir as falhas de roteiro e os erros de continuidade, criando uma maior lógica interna. No fim das contas, Uma Noite Alucinante 2 acabou virando a maior obra-prima do humor negro de todos os tempos.

Gostei muito, pois não é daquelas versões bobas cheias de musiquinhas a la Disney. Aqui a coisa é cruenta mesmo, até parece filme de Mel Gibson com a quantidade de torturas que o menino Mogli sofre (exageradamente?). Definitivamente, este filme não é indicado a crianças pequenas. No fim das contas, e a versão mais fiel ao livro de Kypling.