Em Kill your darlings, Krokidas se vai no embalo frenético da geração beat em plenos anos 50 e narra um de seus contos mais célebres: o assassinato de David Kammerer (Michael C. Hall) por Lucien Carr (Dane DeHaan). O filme desconstrói Carr e seus companheiros Allen Ginsberg (Daniel Radcliffe) e Jack Kerouac (Jack Huston) e cria um panorama do que foi o surgimento de lendas da literatura norte-americana.
Amplamente comentado pela imprensa por portar uma cena de sexo gay com Daniel Radcliffe, o filme chegou até mesmo a ser subestimado por algo que não se mostra sequer crucial para o desenvolvimento da trama e na época do lançamento o estardalhaço chegou aos meus ouvidos. Tive vontade de assistir, mas não pela cena em questão e sim para me aprofundar mais no assunto geração beat, que pude conhecer assistindo On the road (2012).
Completo em http://atalhoparamarte.com/2015/03/filme-kill-your-darlings-john-krokidas-2013/
Antes de esboçar uma opinião sobre Mommy talvez eu deva comentar um pouco sobre minha relação com o diretor, Xavier Dolan. E é assim que vejo, como uma relação, afinal vi 4/5 de seus filmes já lançados e cada vez mais, enquanto os assistia, cheguei a conclusão de que Dolan está fadado a algo grande. Sua enorme evolução com Mommy mostra isso claramente. Um pulo de um ano apenas foi suficiente para que o diretor se desprendesse totalmente de seu último trabalho, Tom à la Ferme, onde também era protagonista, e pudesse criar outra obra magistral, que assim como as anteriores, dá um soco em nossa barriga e nos escancara sentimentos que muitas vezes estão escondidos dentro de nossos íntimos. Xavier Dolan é um mestre, e esta é apenas uma das provas disso.
Mommy trata sobre um tema já frequente na obra do diretor: relações familiares conflituosas, especialmente aquela que tange mãe e filho. Porém, dessa vez, podemos assimilar tudo do ponto de vista da mãe e não do do filho, como visto em J’ai tue ma mère, seu filme de estréia, lançado em 2009.
Steve Després (Antoine Olivier-Pilon) é um garoto que com 15 anos já passou por muito. Diagonisticado com déficit de atenção, era criado pelos pais, até que seu pai faleceu e sua mãe se viu perdendo tudo. A perda do pai é traumática para o garoto, que começa a exibir surtos violentos e linguagem vulgar, assim como hiperatividade e idolatria pela mãe, Diane Després – Die para os íntimos.
O problema é que Die não consegue trabalhar e cuidar de Steve ao mesmo tempo, já que é necessário que uma pessoa esteja sempre com ele para evitar que ele quebre algo (ou se machuque). É então que ela resolve colocá-lo em um colégio interno, de onde ele é expulso no começo do filme por causar um incêndio. Com a volta de Steve à casa é que as coisas começam a se desenvolver, criando diversas indagações, bem como repulsa, esperança e admiração.
Paralelo à volta do garoto, a vizinha da frente, Kyla (Suzanne Clément), uma professora em estado sabático, entra na vida dos dois e Die vê nela uma amiga de verdade e uma ajuda com seu filho, já que a mulher possui certa experiência com adolescentes e Steve parece gostar dela.
Em Mommy não é possível se apegar a momentos. É possível admirá-los e torcer por eles, mas não se apegar, pelo simples fato de que talvez não sejam frequentes. Acompanhamos a luta de uma mulher simples para criar seu filho, enquanto tem de aguentar a violência moral e física provinda dele, bem como todo seu amor por aquele menino loiro que ela sabe que a ama e fará de tudo para protegê-la. Die não vai desistir de tentar. Kyla tem fé para continuar. A amizade dos três é um bálsamo para Steve e de certa forma, é deixado subtendido que ele vê em Kyla a presença do pai falecido. A todo momento é palpável a fragilidade de Steve e sua dedicação à mãe. Apesar de tudo, é impossível não haver um carinho pelo personagem e esse conflito de interesses é típico de Dolan. Antoine Olivier-Pilon vai de um extremo a outro em poucos segundos em cena e se mostra um forte nome para contracenar com as veteranas Anne Dorval e Suzane Clément. Com 17 anos, o ator materializa com perfeição a personagem do filho rebelde, contraditório, confuso… E fofo.
Suzanne Clément, inclusive, é uma das pontas do triângulo de protagonistas e apesar de ter uma personagem quieta e discreta, pôde se destacar tanto quanto as outras duas pontas. Sem mais comentários, preste atenção na gagueira de Kyla.
É impossível negar que não haveria escolha melhor para o papel de Die que Anne Dorval. A atriz transporta todos os sentimentos possíveis para a personagem e cria uma pessoa totalmente diferente e complexa nas telonas. Sua interpretação é comovente e dedicada e seu desespero talvez tenha sido uma das coisas que mais me marcaram nesse filme. Até que ponto o amor de uma mãe é capaz de chegar pelo filho? Em que momento ela deve desistir e se acomodar? Apesar de a abertura do filme já dar uma ideia de como será o final, é impossível deixar de especular como será o desenvolvimento até chegar lá.
Acompanhado de um enquadramento claustrofóbico que nos remete bastante às sensações de Die, uma fotografia bela e colorida do Canadá e uma trilha sonora – assim como é comum em filmes de Xavier Dolan – fantástica, é bem difícil não se deixar prender pelo enredo de Mommy. Talvez por ser um tema tão próximo de nós, filhos, e ao mesmo tempo tão distante, talvez por possuir o excelente combo atores talentosos + produção majestosa. Talvez os dois. O fato é que Mommy mereceu todo seu reconhecimento e prêmios e reafirmou algo que eu já sabia desde o primeiro filme que assisti: Xavier Dolan faz filmes para mim.
Babette Vai à Guerra
3.4 3Onde assistir ou baixar?
Versos de um Crime
3.6 666 Assista AgoraEm Kill your darlings, Krokidas se vai no embalo frenético da geração beat em plenos anos 50 e narra um de seus contos mais célebres: o assassinato de David Kammerer (Michael C. Hall) por Lucien Carr (Dane DeHaan). O filme desconstrói Carr e seus companheiros Allen Ginsberg (Daniel Radcliffe) e Jack Kerouac (Jack Huston) e cria um panorama do que foi o surgimento de lendas da literatura norte-americana.
Amplamente comentado pela imprensa por portar uma cena de sexo gay com Daniel Radcliffe, o filme chegou até mesmo a ser subestimado por algo que não se mostra sequer crucial para o desenvolvimento da trama e na época do lançamento o estardalhaço chegou aos meus ouvidos. Tive vontade de assistir, mas não pela cena em questão e sim para me aprofundar mais no assunto geração beat, que pude conhecer assistindo On the road (2012).
Completo em http://atalhoparamarte.com/2015/03/filme-kill-your-darlings-john-krokidas-2013/
Mommy
4.3 1,2K Assista AgoraAntes de esboçar uma opinião sobre Mommy talvez eu deva comentar um pouco sobre minha relação com o diretor, Xavier Dolan. E é assim que vejo, como uma relação, afinal vi 4/5 de seus filmes já lançados e cada vez mais, enquanto os assistia, cheguei a conclusão de que Dolan está fadado a algo grande. Sua enorme evolução com Mommy mostra isso claramente. Um pulo de um ano apenas foi suficiente para que o diretor se desprendesse totalmente de seu último trabalho, Tom à la Ferme, onde também era protagonista, e pudesse criar outra obra magistral, que assim como as anteriores, dá um soco em nossa barriga e nos escancara sentimentos que muitas vezes estão escondidos dentro de nossos íntimos.
Xavier Dolan é um mestre, e esta é apenas uma das provas disso.
Mommy trata sobre um tema já frequente na obra do diretor: relações familiares conflituosas, especialmente aquela que tange mãe e filho. Porém, dessa vez, podemos assimilar tudo do ponto de vista da mãe e não do do filho, como visto em J’ai tue ma mère, seu filme de estréia, lançado em 2009.
Steve Després (Antoine Olivier-Pilon) é um garoto que com 15 anos já passou por muito. Diagonisticado com déficit de atenção, era criado pelos pais, até que seu pai faleceu e sua mãe se viu perdendo tudo. A perda do pai é traumática para o garoto, que começa a exibir surtos violentos e linguagem vulgar, assim como hiperatividade e idolatria pela mãe, Diane Després – Die para os íntimos.
O problema é que Die não consegue trabalhar e cuidar de Steve ao mesmo tempo, já que é necessário que uma pessoa esteja sempre com ele para evitar que ele quebre algo (ou se machuque). É então que ela resolve colocá-lo em um colégio interno, de onde ele é expulso no começo do filme por causar um incêndio. Com a volta de Steve à casa é que as coisas começam a se desenvolver, criando diversas indagações, bem como repulsa, esperança e admiração.
Paralelo à volta do garoto, a vizinha da frente, Kyla (Suzanne Clément), uma professora em estado sabático, entra na vida dos dois e Die vê nela uma amiga de verdade e uma ajuda com seu filho, já que a mulher possui certa experiência com adolescentes e Steve parece gostar dela.
Em Mommy não é possível se apegar a momentos. É possível admirá-los e torcer por eles, mas não se apegar, pelo simples fato de que talvez não sejam frequentes. Acompanhamos a luta de uma mulher simples para criar seu filho, enquanto tem de aguentar a violência moral e física provinda dele, bem como todo seu amor por aquele menino loiro que ela sabe que a ama e fará de tudo para protegê-la. Die não vai desistir de tentar. Kyla tem fé para continuar. A amizade dos três é um bálsamo para Steve e de certa forma, é deixado subtendido que ele vê em Kyla a presença do pai falecido.
A todo momento é palpável a fragilidade de Steve e sua dedicação à mãe. Apesar de tudo, é impossível não haver um carinho pelo personagem e esse conflito de interesses é típico de Dolan. Antoine Olivier-Pilon vai de um extremo a outro em poucos segundos em cena e se mostra um forte nome para contracenar com as veteranas Anne Dorval e Suzane Clément. Com 17 anos, o ator materializa com perfeição a personagem do filho rebelde, contraditório, confuso… E fofo.
Suzanne Clément, inclusive, é uma das pontas do triângulo de protagonistas e apesar de ter uma personagem quieta e discreta, pôde se destacar tanto quanto as outras duas pontas. Sem mais comentários, preste atenção na gagueira de Kyla.
É impossível negar que não haveria escolha melhor para o papel de Die que Anne Dorval. A atriz transporta todos os sentimentos possíveis para a personagem e cria uma pessoa totalmente diferente e complexa nas telonas. Sua interpretação é comovente e dedicada e seu desespero talvez tenha sido uma das coisas que mais me marcaram nesse filme. Até que ponto o amor de uma mãe é capaz de chegar pelo filho? Em que momento ela deve desistir e se acomodar? Apesar de a abertura do filme já dar uma ideia de como será o final, é impossível deixar de especular como será o desenvolvimento até chegar lá.
Acompanhado de um enquadramento claustrofóbico que nos remete bastante às sensações de Die, uma fotografia bela e colorida do Canadá e uma trilha sonora – assim como é comum em filmes de Xavier Dolan – fantástica, é bem difícil não se deixar prender pelo enredo de Mommy. Talvez por ser um tema tão próximo de nós, filhos, e ao mesmo tempo tão distante, talvez por possuir o excelente combo atores talentosos + produção majestosa. Talvez os dois. O fato é que Mommy mereceu todo seu reconhecimento e prêmios e reafirmou algo que eu já sabia desde o primeiro filme que assisti: Xavier Dolan faz filmes para mim.
Nota: 5/5 – Excelente
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