Maria Clemente

Até o final da adolescência fui uma pessoa totalmente contra livros de autoajuda, pois, assim como todo adolescente, tinha bastante certeza sobre a vida e da facilidade que era viver. Pensava que era muito fácil dominar meus pensamentos, próximos passos e escolhas para o futuro.

Então, assim como Jonah e Phil, a vida me tirou alguém extremamente importante para mim, a partir desse dia meu mundo foi caindo que nem um dominó: fiz escolhas erradas na vida profissional, percebi falhas que nunca havia enxergado em meus pais, e o quanto isso afeta em minha personalidade atual, além da cratera que passou a existir em nosso relacionamento e que persisti ainda nos dias de hoje.

Sei que para alguns esse filme não atingiu aonde vocês gostariam que atingisse, as vezes temos uma resistência dentro de nós que não permite ver a magia que existe nele. Meu eu de 16 anos acharia esse filme uma completa perda de tempo, ou coach demais, como foi relatado nos comentários abaixo. O importante é se deixar dar uma chance daqui uns anos, ninguém precisa passar por um evento traumático pra sentir o que eles tentaram transmitir, talvez só falte enxergar o quanto a vida pode ser fodida se você se permitir permanecer no labirinto.

Assisti esse filme quando era criança, felizmente tive uma incrível surpresa ao reassistir aos 24 anos.

Não lembrava nada do filme a não ser cenas aleatórias, o que me motivou a assistir foi um vídeo de 5 minutos do Mário Sérgio Cortella que associa esse filme a Alice no País das Maravilhas.

“Siga o coelho branco”.

Ele escorregando num buraco, assim como Alice escorregou, e logo depois saindo por uma porta pequena que levava Neo a uma nova realidade.

Genial cada referência, diálogo, filosofia, atuação, trilha sonora e figurino.

Fiquei presa nesse universo, não sei se um dia vou conseguir acordar, mas sempre quando me sentir ignorante demais, darei dez passos pra trás e reassistirei essa masterpiece.

finalmente colocaram o adam scott num papel de destaque, ele merecia essa oportunidade, a série é esplêndida!