Welington Donizete Gonzaga

O filme deve ser apreciado como se fosse um paisagem: sustentado por uma bela fotografia e pelos atributos físicos de Zac Efron. E ele pode ser considerado "Um Homem de Sorte", principalmente, pela genética que o favoreceu tanto na vida! Mas acho que tanta beleza até atrapalha o ator: em muitos momentos do filme, em alguns closes, por exemplo, você não sabe se ele está atuando ou se está posando como modelo para uma foto. Acho que o filme tenta conquistar o público mais pela imagem de um ator galã do que pela história. De qualquer forma, para aqueles tinham apenas a imagem de Zac Efron como o adolescente de "High School Musical" como referência, agora poderá vê-lo bastante adulto.

"Ruby Sparks" é apaixonante! Tanto o filme quanto a personagem criada pelo escritor. Uma produção sensível, com um elenco competente e com uma história que faz a gente refletir sobre relacionamentos. Os sentimentos que permeiam uma relação séria podem ser percebidos em cada momento do filme: a euforia da paixão, a insegurança, o egoísmo em algumas situações, o ciúme e, principalmente, a certeza do amor. É uma comédia romântica que consegue fugir um pouco dos clichês deste gênero. Embora seja um filme (um pouco) depressivo, em termos de sentimentos, é bastante fiel com o mundo real. Pude aprender com "Ruby Sparks" que amor é idealização e, quando encontramos a pessoa certa, parece realmente que ela saiu das páginas de um romance perfeito. E, só para complementar, saber que a atriz que faz a Ruby Sparks é também a roteirista do filme, tornou-a ainda mais (e transbordantemente) cativante!

O filme é engraçado em vários momentos e, mesmo que não lhe faça morrer de rir, pelo menos vai lhe tirar o mau humor. O que chama a atenção é a atuação dos chefes. Vai ser fácil odiar o Kevin Spacey como o chefe psicopata! E Collin Farrell como o chefe idiota e viciado também está bastante cômico (e bem diferente de como estamos acostumados a vê-lo!). Já Jennifer Aniston (embora esteja com a mesma cara e cabelo de sempre), está convincente (e safadinha) no papel da chefe tarada. Quem tem carteira de trabalho, em algum breve momento, irá se identificar com "Quero matar meu chefe".