Não tenho palavras pra descrever a perfeição dessa minissérie. Tirou "Breaking Bad" do posto de melhor série da história com facilidade. Nota 10 do início ao fim - e que fim. Impactante é pouco perto de tudo que a série representa, no silêncio que habita em Chernobyl e Pripyat ficarão guardados para sempre o medo e a coragem de todos os seus heróis e vítimas.
A primeira temporada foi perfeita do início ao fim. Vencedora de prêmios, recebendo todas as críticas positivas possível. Realmente uma obra prima da arte.
Mas essa segunda temporada, meus amigos. Que coisa mais maravilhosa. Foi poético, foi crítico. Realmente épico, genial. E isso começa por terem escolhido mostrar toda a história do Andrew Cunanan de modo inverso. Cada episódio tem seu apogeu, seu momento mais incrível.
O primeiro episódio é de uma perfeição sem tamanho. A fotografia da série é de uma beleza sem limites, a paleta de cores é sensacional. Edgar Ramirez está impecável como Gianni Versace. Tanto na aparência quanto nos gestos. A cena do icônico último desfile do Versace foi assustadoramente idêntica em todos os detalhes.
Outra coisa perfeita na série foi a trilha sonora. Várias cenas se tornaram icônicas por conta da trilha sonora. Pra mim, uma cena carregada de emoções é no início do segunda episódio, quando Andrew muda a estação do rádio do carro depois de ouvir seu nome como procurado, e aumenta o som ao ouvir a canção "Gloria", de Laura Branigan. Essa cena diz tudo o que o personagem sente. A euforia dele enquanto canta, pois ele estava a caminho de sua glória pessoal, ele sabia que iria matar Gianni Versace, e para ele isso seria o auge da vida dele, ele seria reconhecido e teria toda atenção, admiração e respeito - e quem sabe até seria amado - que Gianni Versace tinha. Outra música que marcou a série foi "Self Control", da mesma cantora. Ambas tiveram ligações com o momento e a personalidade de Cunanan. Outra cena incrível é o cruzamento das entrevistas de Jeff e Gianni, ambos falando sobre sua sexualidade. Enquanto Jeff se esconde para não ser reconhecido, Versace posa com o companheiro de 13 anos, orgulhoso. A série mostra de maneira clara e crua todo o preconceito em torno da comunidade homossexual naquela época. Inclusive das autoridades.
Agora sobre as interpretações. Darren Criss e Penélope Cruz foram os donos da temporada. E porque eu cito ambos? Pelo simples motivo do personagem de Criss, Andrew Cunanan, ser um personagem MUITOS NÍVEIS MAIS COMPLICADO do que o da Penélope. Ela interpretou com maestria uma Donatella verdadeira, tanto no modo de falar que foi absurdamente idêntico, quanto na aparência - até agora não consegui identificar o que mudaram no rosto dela pra ficar igual a Donatella na época - e, o mais impressionante, ela andou como Donatella. Foi incrível o que ela fez. Pra mim o melhor papel da vida dela. Agora Criss, ele foi assustadoramente incrível. Foi como se ele tivesse incorporado Andrew para fazer a série. Não existem registros de imagem de Cunanan que não sejam fotografias. Não podemos ver como era o jeito dele, mas o que Darren fez foi assustador. A cena dele dançando de sunga no episódio 2, ele se entendeu psicopata e personificou isso, da maneira com mais alma possível. Ao fim da série, é possível sentir algum pouco de pena do personagem. O modo como tudo termina é triste, melancólico.
Andrew Cunanan queria tudo que Gianni Versace tinha e significava. Ele queria se abertamente homossexual e, mesmo assim, ser respeitado e admirado, ser amado por alguém e, acima de tudo, ser considerado alguém importante. Cunanan queria a importância que o pai sempre deu a ele, e que moldou toda a vida dele.
Andrew Cunanan tirou a vida de Gianni Versace em questão de segundos. É confirmado que Gianni nunca viu o que o atingiu naquela manhã de 15 de julho de 1997. Cunanan queria tirar a vida de Versace para que o mesmo perdesse toda glória que tinha. Ele não matou. Não. Andrew Cunanan imortalizou Gianni Versace naquela escada, enquanto deu a confirmação do que ele mais temia, sua vida não teria glória alguma. Andrew Cunanan morreu durante a vida inteira, e ao atentar contra Gianni Versace, ele morreu lentamente e da forma mais melancólica possível no interior daquela casa, durante oito dias. No fundo, ele sabia que Gianni seria seu fim, e essa foi a última tentativa de ter glória e reconhecimento, nem que fosse em seus últimos dias. Foi um personagem digno de pena, seria injusto se ele tivesse conseguido fugir e estivesse até hoje solto por ai. Sua história deveria terminar assim, e talvez o maior reconhecimento e a possível glória que Andrew Cunanan tenha hoje, seja por ter tido a coragem de, em seu momento mais glorioso, tirar a própria vida.
Cinco estrelas. É o mínimo que essa série - e toda a história de Andrew Cunanan e Gianni Versace com suas glórias pessoal - merece.
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Chernobyl
4.7 1,4K Assista AgoraNão tenho palavras pra descrever a perfeição dessa minissérie. Tirou "Breaking Bad" do posto de melhor série da história com facilidade. Nota 10 do início ao fim - e que fim. Impactante é pouco perto de tudo que a série representa, no silêncio que habita em Chernobyl e Pripyat ficarão guardados para sempre o medo e a coragem de todos os seus heróis e vítimas.
American Crime Story: O Assassinato de Gianni Versace (2ª Temporada)
4.1 392 Assista AgoraQue série é essa?
A primeira temporada foi perfeita do início ao fim. Vencedora de prêmios, recebendo todas as críticas positivas possível. Realmente uma obra prima da arte.
Mas essa segunda temporada, meus amigos. Que coisa mais maravilhosa. Foi poético, foi crítico. Realmente épico, genial. E isso começa por terem escolhido mostrar toda a história do Andrew Cunanan de modo inverso. Cada episódio tem seu apogeu, seu momento mais incrível.
O primeiro episódio é de uma perfeição sem tamanho. A fotografia da série é de uma beleza sem limites, a paleta de cores é sensacional. Edgar Ramirez está impecável como Gianni Versace. Tanto na aparência quanto nos gestos. A cena do icônico último desfile do Versace foi assustadoramente idêntica em todos os detalhes.
Outra coisa perfeita na série foi a trilha sonora. Várias cenas se tornaram icônicas por conta da trilha sonora. Pra mim, uma cena carregada de emoções é no início do segunda episódio, quando Andrew muda a estação do rádio do carro depois de ouvir seu nome como procurado, e aumenta o som ao ouvir a canção "Gloria", de Laura Branigan. Essa cena diz tudo o que o personagem sente. A euforia dele enquanto canta, pois ele estava a caminho de sua glória pessoal, ele sabia que iria matar Gianni Versace, e para ele isso seria o auge da vida dele, ele seria reconhecido e teria toda atenção, admiração e respeito - e quem sabe até seria amado - que Gianni Versace tinha. Outra música que marcou a série foi "Self Control", da mesma cantora. Ambas tiveram ligações com o momento e a personalidade de Cunanan.
Outra cena incrível é o cruzamento das entrevistas de Jeff e Gianni, ambos falando sobre sua sexualidade. Enquanto Jeff se esconde para não ser reconhecido, Versace posa com o companheiro de 13 anos, orgulhoso. A série mostra de maneira clara e crua todo o preconceito em torno da comunidade homossexual naquela época. Inclusive das autoridades.
Agora sobre as interpretações. Darren Criss e Penélope Cruz foram os donos da temporada. E porque eu cito ambos? Pelo simples motivo do personagem de Criss, Andrew Cunanan, ser um personagem MUITOS NÍVEIS MAIS COMPLICADO do que o da Penélope. Ela interpretou com maestria uma Donatella verdadeira, tanto no modo de falar que foi absurdamente idêntico, quanto na aparência - até agora não consegui identificar o que mudaram no rosto dela pra ficar igual a Donatella na época - e, o mais impressionante, ela andou como Donatella. Foi incrível o que ela fez. Pra mim o melhor papel da vida dela.
Agora Criss, ele foi assustadoramente incrível. Foi como se ele tivesse incorporado Andrew para fazer a série. Não existem registros de imagem de Cunanan que não sejam fotografias. Não podemos ver como era o jeito dele, mas o que Darren fez foi assustador. A cena dele dançando de sunga no episódio 2, ele se entendeu psicopata e personificou isso, da maneira com mais alma possível. Ao fim da série, é possível sentir algum pouco de pena do personagem. O modo como tudo termina é triste, melancólico.
Andrew Cunanan queria tudo que Gianni Versace tinha e significava. Ele queria se abertamente homossexual e, mesmo assim, ser respeitado e admirado, ser amado por alguém e, acima de tudo, ser considerado alguém importante. Cunanan queria a importância que o pai sempre deu a ele, e que moldou toda a vida dele.
Andrew Cunanan tirou a vida de Gianni Versace em questão de segundos. É confirmado que Gianni nunca viu o que o atingiu naquela manhã de 15 de julho de 1997. Cunanan queria tirar a vida de Versace para que o mesmo perdesse toda glória que tinha. Ele não matou. Não. Andrew Cunanan imortalizou Gianni Versace naquela escada, enquanto deu a confirmação do que ele mais temia, sua vida não teria glória alguma. Andrew Cunanan morreu durante a vida inteira, e ao atentar contra Gianni Versace, ele morreu lentamente e da forma mais melancólica possível no interior daquela casa, durante oito dias. No fundo, ele sabia que Gianni seria seu fim, e essa foi a última tentativa de ter glória e reconhecimento, nem que fosse em seus últimos dias. Foi um personagem digno de pena, seria injusto se ele tivesse conseguido fugir e estivesse até hoje solto por ai. Sua história deveria terminar assim, e talvez o maior reconhecimento e a possível glória que Andrew Cunanan tenha hoje, seja por ter tido a coragem de, em seu momento mais glorioso, tirar a própria vida.
Cinco estrelas. É o mínimo que essa série - e toda a história de Andrew Cunanan e Gianni Versace com suas glórias pessoal - merece.