Você está em
  1. > Home
  2. > Artistas
  3. > Vadico

Vadico

Nomes Alternativos: Oswaldo Gogliano

10Número de Fãs

Nascimento: 24 de Junho de 1910 (51 years)

Falecimento: 11 de Junho de 1962

São Paulo - Brasil

Oswaldo Gogliano, mais conhecido como Vadico (São Paulo, 24 de junho de 1910 - Rio de Janeiro, 11 de junho de 1962), foi um compositor e pianista brasileiro. Embora não tão reverenciado, Vadico foi um dos parceiros mais constantes do sambista carioca Noel Rosa. Morou por 15 anos nos Estados Unidos, onde conseguiu cidadania e estudou com o maestro Mario Castelnuovo-Tedesco.

Começou a estudar música aos 16 anos e dois anos depois tocava piano profissionalmente, época em que venceu um concurso com "Isso Mesmo É que Eu Quero". Em 1929, "Arranjei Outra" foi gravada por Francisco Alves e "Deixei de Ser Otário" foi incluída na trilha sonora do filme "Acabaram-se os Otários".

Vadico conheceu Noel Rosa em 1932, nos estúdios da gravadora Odeon, que de imediato pôs letra em "Feitio de Oração", seguida de parcerias notáveis como "Feitiço da Vila", "Pra que Mentir", "Conversa de Botequim", "Cem Mil Réis", "Provei", "Tarzã, o Filho do Alfaiate", "Mais um Samba Popular", "Quantos Beijos" e "Só Pode Ser Você". Com Marino Pinto, Vadico compôs sucessos como "Prece" e "Súplica". Também fez parceria com Vinicius de Moraes em "Sempre a Esperar", muitos desses sucessos cantados pela amiga Aracy de Almeida.

O Dicionário Cravo Albim de Música Popular Brasileira informa que o compositor Osvaldo Almeida Gogliano, o Vadico, nasceu no bairro do Brás, sendo filho de Erasmino Gogliano e Maria Adelaide de Almeida, casal de imigrantes e todos os seus irmãos eram músicos. Aos 18 anos, ganhou um concurso de música popular em São Paulo, concorrendo com a marcha "Isso mesmo é que eu quero". Nesta ocasião, abandonou o ofício de datilógrafo para apresentar-se pela primeira vez em público em um hotel em Poços de Caldas - MG. Decidiu profissionalizar-se para o meio artístico e em 1930, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde conheceu o poeta da vila.

Para Noel Rosa, a presença de Vadico significou a sofisticação harmônica e melódica que talvez faltasse em suas canções de letras muito inspiradas. O encontro entre os dois aconteceu em uma das salas da gravadora Odeon, em 1932, onde foram apresentados por Eduardo Souto, outro maestro, então diretor artístico da gravadora. Contratado como arranjador, Vadico tinha lhe mostrado ao piano uma música que havia composto. Souto ficou impressionado com a beleza da melodia e foi à sala ao lado onde chamou Noel, fez as apresentações e o compositor de Vila Isabel ficou ali, ouvindo entusiasmado a música de Vadico. Noel então pega um lápis e improvisa uma letra provisória, para que as sílabas se encaixassem na linha melódica do arranjador.

Depois, voltou com os versos definitivos: “Quem acha vive se perdendo / Por isso agora eu vou me defendendo…”. Era Feitio de Oração, um dos maiores clássicos da música brasileira. Seria a primeira das composições da dupla. Vadico gostava de compor ao piano, deixando as letras mais interessantes e os acordes de Noel mais melódicos. Osvaldo Gogliano, contudo, seguiu a sina dos compositores, jamais alcançando a fama de seu parceiro que também era intérprete. Em 1939, partiu para os Estados Unidos, onde se casou sete anos mais tarde.

Outro compositor paulista, o maestro Mário “Jequibau” Albanese, pesquisador da memória musical e agora integrante do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, é um profundo conhecedor da vida e obra de Vadico, que no seu entender deveria ter o nome mais citado pelos pesquisadores musicais, por se tratar de mais um entre os grandes compositores nacionais.

Albanese argumenta que o talento desse artista o levou para a Orquestra Romeu Silva, nos Estados Unidos e de lá para Hollywood. “O mundo vivia os horrores da Segunda Guerra e os norte-americanos buscavam aproximação com o Brasil e para isso passaram a produzir filmes musicais incluindo personagens ou canções que falavam do Brasil”, diz Albanese acrescentando que Vadico trabalhou na orquestração de quase uma dezena de filmes como “Uma Noite no Rio”, “Aconteceu em Havana” e “Minha Secretária Brasileira”. Depois integrou o Bando da Lua, grupo vocal e instrumental formado por brasileiros que se apresentava no exterior ao lado de Carmen Miranda.

Convidado por Walt Disney fez os arranjos musicais do desenho de longa metragem “Saludos Amigos”, onde Zé Carioca apresenta o Brasil para o Pato Donald, já mostrado nessa coluna. Em 1949, junta-se à Companhia da bailarina Katherine Dunham na condição de regente de orquestra, excursionando pela Europa, Estados Unidos e toda a América do Sul. Retorna ao Brasil definitivamente em 1956, depois de 16 anos vivendo no exterior, com muito dinheiro no bolso e consagrado artisticamente, mas desconhecido pelos brasileiros.

No Rio de Janeiro, foi ainda diretor da TV-Rio. Morreu aos 52 anos, em plena atividade preparando-se para uma gravação em estúdio. Era 11 de junho de 1962 quando se sentiu mal, foi socorrido, mas sem tempo de salvação. Vadico morreria na cidade maravilhosa onde brilhou com o inesquecível amigo Noel Rosa. “Partiu sem ressentimentos, pois ninguém jamais ouviu dele reclamações por nem sempre ser lembrado em vida como grande nome da música brasileira” enfatiza Mário Albanese.

Vadico considerava a música Prece, com letra de Marino Pinto, sua obra-prima. O final desta música diz assim: “Na vida, eu rezei minha prece, saudade vai e me esquece...”

Este site usa cookies para oferecer a melhor experiência possível. Ao navegar em nosso site, você concorda com o uso de cookies.

Se você precisar de mais informações e / ou não quiser que os cookies sejam colocados ao usar o site, visite a página da Política de Privacidade.