Apesar do poster cafona e enganoso é um filme que tem suas qualidades e merecia mais reconhecimento.
A história é bem interessante, baseada num suposto projeto militar envolvendo simuladores, radiação e macacos. Mesmo que não seja baseada em fatos reais, ninguém duvidaria que pudesse ser. Afinal os militares sempre demonstraram serem capazes de colocar em prática projetos ainda mais bizarros que este na vida real.
Apesar do Matthew Broderick não convencer muito como piloto da força aérea (parece uma versão do Ferris Bueller com uniforme), sua simpática interação com os macacos é suficiente pra fazer o filme funcionar. O chimpanzé Virgil também chama a atenção, muitas vezes dando a impressão de que ele realmente se conectou ao seu personagem e tinha algum algum entendimento sobre o que estava rolando. As cenas em que ele controla o simulador de avião são impressionantes.
O desfecho também é muito consistente, pois apesar da fuga dos macacos parecer mirabolante ela é totalmente plausível dentro do enredo e ainda acrescenta o toque emocional que o filme precisava.
"Um piloto humano reagiria de forma diferente, porque um piloto humano saberia que iria morrer."
Curiosidade: Apesar do filme fazer uma crítica contra o abuso de animais, mais tarde os próprios produtores foram acusados de maus tratos com os macacos durante a produção do filme.
A comédia é um remake meia boca do filme "Do Que as Mulheres Gostam" com Mel Gibson e Helen Hunt, lançado em 2000.
O filme é chato, com uma narrativa repetitiva, piadas de gosto duvidoso e críticas rasas. Não chega nem perto do filme do Mel Gibson que é mais criativo, mostrar o lado masculino sofrendo a transformação é muito mais interessante e rende situações mais engraçadas do que quando se vê o contrário.
E por incrível que parece as críticas ao sistema corporativo machista é muito mais eficiente no filme do Mel Gibson do que nesse protagonizado pela mulher. Isso mostra bem a falta de propósito desse remake, que além de não divertir tanto, também acaba não prestando nem como crítica.
Usando algumas referências e personagens essa sequência conseguiu preservar a essência do original, sem parecer uma repetição desnecessária.
Emily Blunt não deixa a desejar na nova versão da Mary Poppins, resgatando a personalidade forte e severa da personagem interpretada antes por Julie Andrews. Muitos atores que participaram do filme original fazem pontas nessa versão, o que aumenta a nostalgia para quem assiste. Pena que a própria Julie Andrews tenha recusado o convite, pois teria dado um fechamento especial a esse ciclo.
Na parte cenográfica a direção também faz um ótimo trabalho na construção da ambientação de época dos anos 30, com bom uso dos efeitos em computação gráfica que trouxeram ao filme a atmosfera mágica que a história precisava. Tudo isso sem se afastar do conceito visual do filme antigo.
Pelo lado negativo existe um excesso de musicais, que apesar de terem conexão com a história e estarem bem dublados, se tornam cansativos depois de um tempo e tiram o ritmo da história. Mas nem isso não estraga tanto a experiência, no geral é uma continuação que cumpre com excelência sua proposta e vai comover especialmente quem já conhecia o original.
O conceito do filme é legal, lembra bastante os filmes do Hitchcock com muita correria, caos, assassinatos e enigmas que vão se revelando ao longo da história.
Porém o roteiro peca por ter várias conveniências que não se justificam. Como um criminoso que se infiltra no horário de almoço na sede da CIA pra receber ligações ou como Peter Joshua consegue se infiltrar entre os bandidos sem que isso fique esclarecido na trama. As partes mais cômicas da trama também parecem deslocadas e não surtem o efeito desejado, como a cena do chuveiro que chega a ser patética.
Outro ponto negativo é que apesar da boa química entre Grant e Hepburn a diferença de idade entre eles (25 anos) causa um certo estranhamento no desenvolvimento do romance.
No geral o filme se mostra um bom passatempo. Principalmente pelo estilo que mistura espionagem, comédia romântica e uma "caça ao tesouro" cheia de pistas falsas e reviravoltas. Tem seus bons momentos mas não chega a ser memorável...
Ótimo terror, que soube utilizar a fórmula batida das "casas assombradas" de uma maneira eficiente pra produzir alguns bons sustos e principalmente manter o suspense até os últimos momentos.
A premissa é intrigante, girando em torno de uma antiga entidade pagã babilônica chamada Bughuul, que matava famílias inteiras e levava um de seus filhos para consumir lentamente sua alma. Essa divindade funciona como se fosse uma releitura do clássico "Bogeyman" que sempre fez parte da cultura popular, tirando o sono de muita criança.
Mas o ponto que merece mais elogios são as reviravoltas finais. Ao contrário de muitos filmes de terror que decepcionam na conclusão, este filme consegue fechar a história de forma coerente e satisfatória. Além disso consegue sustentar o mistério até os últimos instantes, antes de revelar como funciona a participação das crianças nos assassinatos e o que mantêm "corrente" da maldição em atividade.
E o melhor é que a história não parece esgotada no final. Se trabalhada com criatividade a mitologia do Bughuul ainda poderia render boas continuações.
Curiosidade: Um estudo de 2020 conduzido pela Broadband Choices elegeu "A Entidade" como o filme mais assustador já feito. O estudo testou 50 filmes de terror de maior audiência já feitos com base na recepção em sites como IMDB, Rotten Tomatoes e Reddit, medindo os batimentos cardíacos dos participantes enquanto assistiam aos filmes. O batimento cardíaco médio em repouso dos participantes foi de 65 batimentos por minuto, mas saltou para uma média de 86 BPM enquanto assistiam ao filme, um aumento de 32% e o mais alto entre todos os filmes testados.
O diferencial desse documentário para a maioria é que o personagem principal admite sem constrangimentos os crimes e ainda se gaba e zomba das vítimas/otários que caíram na arapuca.
O amadorismo como o golpe foi arquitetado e operado deixa claro que a ganância das vítimas é o que facilita a execução de qualquer esquema financeiro. E o mais interessante é que apesar desses tipos de variações das pirâmides já serem bem conhecidas, elas ainda vão continuar funcionando por muito tempo, separando os trouxas gananciosos do seu dinheiro. Lembrando muito a recente moda dos NFTs que fez muita gente rir e chorar...
Mas esse é um tipo de vítima que não merece qualquer empatia ou solidariedade, gente assim tem que se ferrar mesmo. E no final Ray Trapani ainda nos deixa a amarga lição de que muitas vezes o crime compensa SIM!
Bom trabalho do Ben Affleck como diretor. Não é um filme impecável mas chama a atenção por abordar algumas questões éticas que independente do ponto de vista, sempre geram discussões válidas.
Pena a trama tenha uma falha grave de roteiro. Na parte em que é sugerido que o traficante Cheese tinha sequestrado a menina sem sequer ter pedido um resgate, deixou óbvio que ele não era o sequestrador e tudo era apenas um blefe para tentar recuperar o dinheiro roubado.
Essa falha acaba comprometendo todo o restante, indicando um previsível final feliz para o filme com a localização da menina viva no fim, só restando saber exatamente como isso seria feito. E no desfecho quando todo o esquema do sequestro da menina é revelado, a questão passa a ser até que ponto "os fins justificam os meios" e se a vida menina poderia ser beneficiada dali por diante, ao ser deixada com uma família mais estruturada.
Isso coloca o espectador diante de dilemas morais sobre o até que ponto a ética deve ser relativizada e em vários momentos durante o filme, quem assiste se pergunta o que faria se estivesse naquela situação. E justamente por provocar esses tipos de reflexões e pelo plot twist moralmente ambíguo é que o filme se destaca e merece elogios.
O filme é um drama intimista simples mas muito bem conduzido. Alguns diálogos são tão realistas que chegam até a incomodar pela sensação de constrangimento/vergonha alheia que causam.
Mas dentro do contexto do filme nada parece exagerado, todas as situações são coerentes com a ideia de um encontro ao acaso que aproxima dois "semi-estranhos" que tentam se reconectar depois de algumas décadas. E para isto terão que mexer em feridas que nunca cicatrizaram e encarar o peso das escolhas feitas durante suas vidas.
As atuações convincentes de Mark Duplass e Sarah Paulson resultam em diálogos densos que passam toda a carga emocional desejada. Toda a naturalidade vista em cena é resultado do improviso de situações e diálogos, pois a Netflix deu sinal verde para a produção do filme sem ter um roteiro pronto, havia apenas um argumento de dez páginas escrito por Mark Duplass.
É um tipo de filme que vai tocar especialmente quem já tenha passado por relacionamentos mal resolvidos. E o desfecho sugere que, assim como na vida real, muitos relacionamentos são fadados a permanecer indefinidos, apenas com a sugestão do que poderiam ter sido.
A Netflix já produziu muito conteúdo de qualidade sobre guerras mas este filme é decepcionante. O filme dirigido pelo brasileiro Fernando Coimbra se mostra descartável e não empolga pelas cenas de ação meia boca, roteiro genérico e atuações abaixo da média.
Tudo bem que a proposta não era ser um filme de ação eletrizante e sim um visão mais intimista sobre os "dilemas existenciais" de soldados enviados para uma guerra sem qualquer preparo psicológico e ou sequer ter um entendimento crítico sobre aquela realidade. Com muitos encarando a guerra como se fosse a oportunidade de se divertir num videogame da vida real.
O problema do filme é que tudo é retratado de forma desinteressante, tendo como pano de fundo a questão do conserto de uma estação de distribuição de água, onde soldados e moradores locais são obrigados a unir forças para resolver a situação. Não há aprofundamento dos dilemas propostos, todas as discussões são tratadas com banalidade e o desfecho é preguiçoso e não sugere nada relevante.
Então é um filme de guerra que não funciona na parte de ação e muito menos na sua proposta dramática/reflexiva. Atira pra todo lado e não acerta em nada, total perda de tempo...
Se este fosse um filme independente de fantasmas vingativos até que o famoso produtor Sam Raimi teria alcançado um resultado pelo menos dentro da média. A história contada de forma não cronológica é coerente, e as atuações e efeitos visuais não comprometem. Mesmo não sendo um filme dos mais assustadores serve como um bom passatempo.
O problema foi quererem fazer conexão aos demais filmes da franquia. Nesse ponto a proposta fracassa totalmente e o filme é uma aula de como não se tentar fazer um reboot.
A produção apenas copia uma premissa já existente mas ignorando tudo que já tinha sido mostrado anteriormente, mantendo apenas algumas "regras" da maldição da Kayako original. A mitologia da série não é expandida, nada de novo é proposto e nem sequer os antigos fantasmas são citados.
Então é difícil entender qual a finalidade desse filme existir, além de obviamente querer faturar alguns trocados fácil dos antigos fãs da franquia.
Apesar de tendencioso e previsível o documentário é bom, fazendo com competência um apanhado geral da vida da atriz, passando pelos seus altos e baixos e pelas principais polêmicas.
Ficou claro que ela sempre foi uma mulher que dependeu de seus atributos físicos para construir uma carreira. A verdade foi que nunca demonstrou grande talento pra nada, nem pra atuação. Seu único talento sempre foi ser apenas uma mulher bonita com peitos enormes!
É intrigante perceber que enquanto ela estava no auge e ganhado fortunas se aproveitando da fama de símbolo sexual estas questões "existenciais" não pareciam incomodá-la tanto. Quando a maré virou, tanto pela famosa fita quanto pela idade que chegou, ela parece ter mudado suas concepções. Se colocando como uma vítima explorada e passando a criticar um sistema que deu toda a fama e grana fácil que ela tanto buscou.
E o pior é que esse filme se repete com frequência com antigas "sex symbols" arrependidas que enriqueceram graças às vendas de Playboys feitas para atender ao lucrativo "mercado machista". E agora no fim de carreira sempre aparecem buscando redenção e exigindo serem reconhecidas por qualidades que nunca demonstraram durante a carreira toda...
Filme bastante irregular, com seus altos e baixos acaba não conseguindo entregar um resultado muito empolgante ou reflexivo.
Começando pelo lado positivo não há como negar que a cinematografia é incrível, com excelentes efeitos especiais e imagens estelares impressionantes. Além disso o elenco é bem escalado trazendo além do Brad Pitt, o envelhecido Tommy Lee Jones e Donald Sutherland.
Inicialmente esses elementos indicavam um filme mais inspirado do que aquilo que se vê. O grande problema é que a história é fraca e entediante, dando um foco exagerado ao drama familiar entre Roy e Clifford do que na parte científica. Dessa forma tudo o que envolve o tal "Projeto Lima" e a busca por vida extraterrestre ficam mal desenvolvidos, culminando num final totalmente anticlimático.
E o público também parece ter se frustrado com esse estilo mais focado no drama do que na ficção científica, pois a bilheteria foi decepcionante...
Documentário decepcionante para um astro do porte do Stallone. Com exceção de quando detalha a relação conturbada do ator com o pai, a produção se limita apenas em abordar questões relacionadas aos principais filmes e personagens da carreira do ator.
E neste ponto até faz um bom apanhado do início da carreira com todas as dificuldades pessoais que Stallone enfrentou durante a infância, e como isso serviu como combustível para motivá-lo em seus trabalhos. É interessante ver detalhes da concepção dos filme Rocky e Rambo com alguns depoimentos de atores e diretores envolvidos nos projetos.
Mas fora isso, o documentário é extremamente superficial, falta material sobre a vida pessoal do ator, relações de família e amigos. E até pontos mais polêmicos da carreira como fizeram no documentário do Arnold Schwarzenegger. É notável a diferença de qualidade entre as duas produções, enquanto a do Arnold mostrou curiosidades e até polêmicas envolvendo o ator, o documentário do seu "rival" é desleixado e preguiçoso.
Uma pena pois o Sly merecia um documentário à sua altura, tomara que façam isso enquanto ele ainda esteja vivo e possa participar.
O show está dentro do esperado com o cara mantendo seu estilo provocador e sem filtros. Atualmente ele parece ser um dos poucos comediantes que não se preocupa com a patrulha do cancelamento, inclusive parece até se gabar e se divertir com a reação que suas piadas causam.
Mesmo com algumas piadas de gosto duvidoso como as que zombam de crianças doentes, esse é um tipo de humor que sempre teve seu público e sucesso dos shows do Ricky Gervais comprova isso.
E não há como negar que alguns trechos realmente são engraçados, como quando ele satiriza ped0filos ou critica o excesso de politicamente correto para se referir aos deficientes. A parte sobre a pressão em se colocar atores deficientes interpretando determinados personagens e sobre apropriações culturais esdrúxulas são até bastante coerentes!
O filme é um excelente drama e merece a fama que conseguiu, se tornando um dos maiores sucessos na década de 90. O roteiro foi escrito pela dupla Ben Affleck e Matt Damon, que ainda tiveram o privilégio de poder contar com o talento do Robin Williams no projeto, em um dos personagens mais memoráveis de sua carreira.
Inicialmente a história desperta curiosidade sobre se aquela mente brilhante será aproveitada ou desperdiçada, mas a medida em que o filme vai se aprofundando o foco passa para o relacionamento entre Will e seu terapeuta e todas as questões existenciais e filosóficas que passam a ser discutidas. São esses papos que ficam na memória quando o filme termina e provocam boas reflexões.
Uma dessas reflexões é o motivo pelo qual Will só se sentia bem junto aos amigos fracassados e fazendo trabalhos medíocres. No filme é dito que aqueles eram ambientes em que ele se sentia acolhido e reconhecido de verdade, mas fica a dúvida sobre até que ponto isso é real. A melhor alternativa é que neste meio ele se sentia superior, não correndo o risco de ser descartado ou cobrado por eles. Fica claro durante o filme que por baixo de sua fachada arrogante, Will parecia inseguro quando precisava se provar para pessoas de nível semelhante, incluindo a namorada. Mostrando que suas dificuldades de relacionamento poderiam ser fruto de um tipo de "Síndrome do impostor" causada pelos seus traumas antigos.
Com tantas questões em aberto o desfecho indefinido foi a melhor escolha, pois deixa aquela curiosidade sobre como o bilhete premiado do cara teria sido utilizado dali para frente. Pela complexidade do personagem é um filme que sem dúvidas renderia uma excelente continuação, se o tema fosse bem trabalhado e saísse do óbvio.
Ps. Além de todas as qualidades, esse filme deu a sorte de ter uma das melhores traduções de um título para o português. "Gênio Indomável" foi realmente uma sacada GENIAL.
A atuação do Eddie Murphy tem seus bons momentos, agradando com sua comédia física cheia de trejeitos e caras e bocas, típicos dos seus filmes de maiores sucessos.
As situações mais engraçadas são aquelas envolvendo o robô tentando se adaptar e entender os costumes dos terráqueos. A cena onde ele "imprime" notas e moedas cagando é hilária lembrando o Eddie Murphy dos bons tempos.
O maior problema é que o nível do roteiro é rasteiro, a história é muito extravagante com um pretexto genérico para a invasão e solução simplória dos conflitos. Ou seja, Eddie Murphy e a bela Elizabeth Banks até se esforçam mas o resto não ajuda...
Então é um filme que tem seus altos e baixos, fica longe dos melhores trabalhos do Eddie Murphy mas também não é um desastre completo.
Filme vagamente inspirado na vida do ator "superdotado" da vida real John Holmes que se tornou uma lenda do cinema pornô dos anos 70 e 80. Dentro deste cenário o principal mérito do filme fica por conta da forma como o drama humano dos personagens é retratado. Mostrando a ascensão, queda e posterior redenção dos personagens envolvidos na instável e cruel indústria do pornô.
Mas causa um certo incômodo o fato do filme não se decidir entre comédia, drama e cenas de alta violência gráfica dando uma sensação de que a direção tenta atirar para todos os lados em busca de acertar alguma coisa. Sem as partes mais caricatas e algumas palhaçadas desnecessárias o resultado seria mais equilibrado.
A atuação esforçada do Mark Wahlberg chamou a atenção da crítica e público e serviu pra alavancar sua carreira daí pra frente. Ironicamente hoje ele diz que se arrependeu de participar do filme e que fez uma escolha errada na época. Apesar disso disse guardar com carinho a prótese de pênis que usou no filme.
Ao final das 2 horas e meia é um filme que se mostra superestimado, não é ruim mas não existe nada que o destaque além da média. Até o final feliz é convencional demais, por tudo que foi visto era de se esperar algo mais impactante ou pelo menos tragicômico. Pode-se dizer que foi broxante (aproveitando o trocadilho)...
Até então muitas comédias já tinham feito essa sátira sobre o mundo masculino, mas esse foi o primeiro filme que realmente se dedicou aos dilemas femininos. Mostrando com fidelidade não apenas o comportamento tóxico das "meninas malvadas", como destacando todas as fases do processo de formação e posterior desconstrução de uma delas, representada pela novata Candy.
A roteirista Tina Fey acerta em cheio ao fazer referências e usar um humor ácido para narrar experiências bem próximas ao cotidiano dos ambientes escolares, onde a rivalidade feminina impera. E o melhor é que tudo é feito sem apelar tanto para o pastelão como na maioria dos filmes do gênero.
No fina não existe uma preocupação por parte da direção em deixar lições de moral típicas para quem assiste. Mas as críticas aos estereótipos, alienamento da juventude e consumismo estão lá marcando presença por toda a obra.
É um filme que merece o reconhecimento que tem por ter conseguido acertar nas sátiras ao ambiente tóxico das relações femininas. Mas Apesar de toda a boa reputação é um tipo de filme que sempre terá mais apelo e vai agradar principalmente ao seu público alvo, que são as adolescentes. Essas com certeza vão se identificar melhor com o conteúdo, que mesmo de 20 anos de seu lançamento ainda permanece atual.
Curiosidade: Em "Queen Bees & Wannabes", livro que inspirou o filme, a garota mais popular do colégio é chamada de "abelha rainha" e foi daí que veio a ideia do nome de Regina George. Isso porque o nome Regina significa "rainha" em italiano.
O filme começa promissor com uma proposta diferenciada daqueles temas natalinos padronizados. Mostrando desta vez uma família cansada das tradições de fim de ano e aflita para se distanciar daquela rotina.
E neste ponto o filme é muito divertido com o casal tendo que driblar os olhares tortos da vizinhança e planejar a "fuga" do Natal o mais rápido possível. Algumas cenas tiram boas risadas como o boicote do "gelinho", a busca pelo presunto e o "roubo" da árvore de natal do vizinho.
Mas a verdade é que o filme perde fôlego e interesse da metade pra frente, quando o casal desiste de viajar e se rendem à pressão dos vizinhos intrometidos, cumprindo os rituais tradicionais para a espera do bom velhinho. Isso tira toda a originalidade do filme que passa a tomar um rumo mais convencional e sem graça. Seria mais interessante se a "fuga" tivesse sido bem sucedida.
Apesar disso é uma comédia leve que cumpre seu propósito de passar aquelas mensagens de costume vistas em filmes de natal. Como valorizar a família, ser solidário e de cultivar bons laços com a comunidade. Nada demais...
Começando pelos efeitos gráficos que parecem que regrediram em relação ao primeiro filme, as mortes também não tem a mesma violência e nem geram o suspense de antes. Os novos atores que interpretam Kayako e Toshio não funcionaram e causam mais estranheza do que medo.
E piora pela motivação fraca para uma terceira parte. Tudo é repetitivo no mesmo cenário sem grandes inovações em relação ao que foi visto no 2º filme. O único diferencial ficou por conta da presença da irmã Kayako (nunca mencionada antes) que poderia ter trazido algumas respostas, mas no final se mostrou inútil.
O que mais decepcionou foi desfecho que jogou no lixo tudo que se viu até então sobre as origens da maldição. No final Naoko é morta e dá origem a uma nova maldição no local, o que não faz o menor sentido com as explicações de que a maldição estaria vinculada com a Kayako que foi "contaminada" pelos rituais de exorcismo praticados pela mãe na infância. Então não existe nenhuma lógica dentro das "regras" do filme para que o espírito da irmã dar sequência na maldição, mesmo com ela tendo bebido o sangue da Kayako.
Enfim, apenas fizeram uma reciclagem tosca da ideia original, sem mostrar criatividade nem uma trama bem elaborada que pudesse trazer as respostas esperadas pelo pública para um encerramento digno da franquia. Com isso desperdiçaram uma ótima premissa por não terem pensado numa forma coerente para dar sequência na história. Tudo foi sendo improvisado a cada novo filme e o resultado foi essa bagunça vista nas telas.
Belo drama que utiliza um roteiro denso e cheio da camadas para despertar reflexões sobre, culpa, arrependimento e como gerações diferentes de alemães lidariam com dilemas éticos relacionados ao Holocausto.
Além da situação inusitada do romance chama a atenção como o questão do analfabetismo de Hanna é utilizado metaforicamente no enredo. Os motivos do analfabetismo da personagem nunca são devidamente esclarecidos e soa até meio absurdo dentro da história, afinal como um analfabeto que sequer sabia assinar o nome conseguiria um cargo na SS, que era considerada divisão de elite do governo. A conta não fecha...
Mas no decorrer do filme fica a sensação de que isso é usado como simbolismo. É como se a personagem representasse a parte da população alemã que não tinham senso crítico ou plena consciência dos horrores implantados pelo regime nazista e acabaram sendo cúmplices sem estarem de fato tão envolvidos ideologicamente com o sistema.
Apesar de envolver um tema polêmico e parecer algumas vezes condescendente com criminosos de guerra, na parte dramática o filme se sai bem e consegue emocionar com um relacionamento amoroso improvável, que acontece naturalmente e sem segundas intenções. Essa pureza de sentimentos se torna comovente exatamente por contrastar com o contexto do passado sujo de Hanna.
Mas no final prevalece a mensagem de que "Todo mundo, mais cedo ou mais tarde, senta-se para um banquete de consequências", como bem disse o pensador Robert Louis Stevenson...
Adaptação bastante irregular de um dos clássicos do Stephen King. Falta inspiração na produção de John Carpenter, mais tarde ele confessou que quando leu o livro não achou tão assustador para render um bom filme de terror e que ele só aceitou fazer porque achou que seria útil pra sua carreira.
Além do descaso do diretor o roteiro fraco também não ajuda. Não existe esforço em tentar explorar melhor as origens da entidade sobrenatural que se apodera do Plymouth. São dadas explicações muito banais sobre a maldição, como se o carro simplesmente já tivesse sido fabricado desta forma, sem maiores aprofundamentos. De positivo temos apenas a mudança gradual de personalidade do Cunningham ao ser dominado pelo carro que é melhor trabalhada.
Se tivessem tido mais capricho e feito uma adaptação mais fiel ao livro o resultado teria sido melhor e tirado a sensação de ser apenas mais um trash de terror como tantos outros. O próprio Stephen King não gostou do resultado e chegou a mencionar que "Christine" foi uma das duas adaptações que mais o "entediaram".
Se o roteiro deixa a desejar pelo menos o filme se sai melhor na parte técnica. Alguns efeitos especiais são impressionantes para a época. Como a sequência da perseguição com o carro em chamas e as partes onde o carro se "regenera", truques de câmera simples mas bem feitos.
Mesmo com alguns bons momentos é um filme que não empolga e nem chega próximo ao nível de suspense do livro, sem dúvidas esse é um dos filmes que mais merecia um bom remake...
Curiosidade: Para as cenas de destruição foram comprados 24 Plymouths em vários estados de degradação, que foram usados para construir um total de 17 cópias do carro que foram detonadas no filme e depois das gravações vendidas como sucata. Mais tarde alguns chegaram a ser restaurados e leiloados.
Filme horroroso que encerra de maneira vergonhosa a trilogia.
Tentaram inovar dobrando a dose, desta vez com o filho também travestido. O problema pra essa ideia não funcionar é que o personagem se mostra totalmente descartável no filme e o ator escolhido não chega nem perto do carisma do Martin Lawrence.
Pra piorar o enredo policial envolvendo a fórmula batida do "pendrive comprometedor" é o mais forçado e sem graça da série. Pra tentar fazer o filme render ainda decidem encaixar um romance adolescente tosco e alguns hip hops aleatórios, que só serviram pra estender a duração dessa porcaria pra quase 2 horas...
E nem o Martin Lawrence que levou os outros filmes nas costas conseguiu salvar dessa vez e nem de longe lembrava o personagem do primeiro filme. Virou uma comédia pra família qualquer, só restando uma versão infantilóide daquela Vovozona depravada e desbocada que ficou na memória dos fãs.
Uma comédia simpática que mesmo não inovando soube fazer uma boa releitura dos filmes de nerds e fraternidades dos anos 80. Parece uma versão feminina dos filmes da franquia "Pork´s", com nerds desajustados e esquisitos querendo se enturmar a qualquer custo.
Dentro de tanta mesmice o que acaba se destacando é a presença da Anna Faris no auge da forma física (dispensando até dublês nas cenas nua) interpretando de convincentemente uma coelhinha da Playboy, com direito até a contracenar com o próprio dono da revista Hugh Hefner dentro de sua famosa mansão da Playboy.
Visto sem grandes expectativas o filme diverte com várias referências a besteiróis do passado com uma roupagem mais moderna e feminista. Fora isso é apenas mais do mesmo com aquela crítica aos estereótipos para passar mensagens bobas de não julgar o livro pela capa e que se deve valorizar mais a beleza interior...
Projeto Secreto, Macacos
3.0 47Apesar do poster cafona e enganoso é um filme que tem suas qualidades e merecia mais reconhecimento.
A história é bem interessante, baseada num suposto projeto militar envolvendo simuladores, radiação e macacos. Mesmo que não seja baseada em fatos reais, ninguém duvidaria que pudesse ser. Afinal os militares sempre demonstraram serem capazes de colocar em prática projetos ainda mais bizarros que este na vida real.
Apesar do Matthew Broderick não convencer muito como piloto da força aérea (parece uma versão do Ferris Bueller com uniforme), sua simpática interação com os macacos é suficiente pra fazer o filme funcionar. O chimpanzé Virgil também chama a atenção, muitas vezes dando a impressão de que ele realmente se conectou ao seu personagem e tinha algum algum entendimento sobre o que estava rolando. As cenas em que ele controla o simulador de avião são impressionantes.
O desfecho também é muito consistente, pois apesar da fuga dos macacos parecer mirabolante ela é totalmente plausível dentro do enredo e ainda acrescenta o toque emocional que o filme precisava.
"Um piloto humano reagiria de forma diferente, porque um piloto humano saberia que iria morrer."
Curiosidade: Apesar do filme fazer uma crítica contra o abuso de animais, mais tarde os próprios produtores foram acusados de maus tratos com os macacos durante a produção do filme.
[spoiler][/spoiler]
Do Que os Homens Gostam
2.9 115 Assista AgoraA comédia é um remake meia boca do filme "Do Que as Mulheres Gostam" com Mel Gibson e Helen Hunt, lançado em 2000.
O filme é chato, com uma narrativa repetitiva, piadas de gosto duvidoso e críticas rasas. Não chega nem perto do filme do Mel Gibson que é mais criativo, mostrar o lado masculino sofrendo a transformação é muito mais interessante e rende situações mais engraçadas do que quando se vê o contrário.
E por incrível que parece as críticas ao sistema corporativo machista é muito mais eficiente no filme do Mel Gibson do que nesse protagonizado pela mulher. Isso mostra bem a falta de propósito desse remake, que além de não divertir tanto, também acaba não prestando nem como crítica.
O Retorno de Mary Poppins
3.5 343 Assista AgoraUsando algumas referências e personagens essa sequência conseguiu preservar a essência do original, sem parecer uma repetição desnecessária.
Emily Blunt não deixa a desejar na nova versão da Mary Poppins, resgatando a personalidade forte e severa da personagem interpretada antes por Julie Andrews. Muitos atores que participaram do filme original fazem pontas nessa versão, o que aumenta a nostalgia para quem assiste. Pena que a própria Julie Andrews tenha recusado o convite, pois teria dado um fechamento especial a esse ciclo.
Na parte cenográfica a direção também faz um ótimo trabalho na construção da ambientação de época dos anos 30, com bom uso dos efeitos em computação gráfica que trouxeram ao filme a atmosfera mágica que a história precisava. Tudo isso sem se afastar do conceito visual do filme antigo.
Pelo lado negativo existe um excesso de musicais, que apesar de terem conexão com a história e estarem bem dublados, se tornam cansativos depois de um tempo e tiram o ritmo da história. Mas nem isso não estraga tanto a experiência, no geral é uma continuação que cumpre com excelência sua proposta e vai comover especialmente quem já conhecia o original.
Charada
4.1 297 Assista AgoraO conceito do filme é legal, lembra bastante os filmes do Hitchcock com muita correria, caos, assassinatos e enigmas que vão se revelando ao longo da história.
Porém o roteiro peca por ter várias conveniências que não se justificam. Como um criminoso que se infiltra no horário de almoço na sede da CIA pra receber ligações ou como Peter Joshua consegue se infiltrar entre os bandidos sem que isso fique esclarecido na trama. As partes mais cômicas da trama também parecem deslocadas e não surtem o efeito desejado, como a cena do chuveiro que chega a ser patética.
Outro ponto negativo é que apesar da boa química entre Grant e Hepburn a diferença de idade entre eles (25 anos) causa um certo estranhamento no desenvolvimento do romance.
No geral o filme se mostra um bom passatempo. Principalmente pelo estilo que mistura espionagem, comédia romântica e uma "caça ao tesouro" cheia de pistas falsas e reviravoltas. Tem seus bons momentos mas não chega a ser memorável...
A Entidade
3.2 2,3K Assista AgoraÓtimo terror, que soube utilizar a fórmula batida das "casas assombradas" de uma maneira eficiente pra produzir alguns bons sustos e principalmente manter o suspense até os últimos momentos.
A premissa é intrigante, girando em torno de uma antiga entidade pagã babilônica chamada Bughuul, que matava famílias inteiras e levava um de seus filhos para consumir lentamente sua alma. Essa divindade funciona como se fosse uma releitura do clássico "Bogeyman" que sempre fez parte da cultura popular, tirando o sono de muita criança.
Mas o ponto que merece mais elogios são as reviravoltas finais. Ao contrário de muitos filmes de terror que decepcionam na conclusão, este filme consegue fechar a história de forma coerente e satisfatória. Além disso consegue sustentar o mistério até os últimos instantes, antes de revelar como funciona a participação das crianças nos assassinatos e o que mantêm "corrente" da maldição em atividade.
E o melhor é que a história não parece esgotada no final. Se trabalhada com criatividade a mitologia do Bughuul ainda poderia render boas continuações.
Curiosidade: Um estudo de 2020 conduzido pela Broadband Choices elegeu "A Entidade" como o filme mais assustador já feito. O estudo testou 50 filmes de terror de maior audiência já feitos com base na recepção em sites como IMDB, Rotten Tomatoes e Reddit, medindo os batimentos cardíacos dos participantes enquanto assistiam aos filmes. O batimento cardíaco médio em repouso dos participantes foi de 65 batimentos por minuto, mas saltou para uma média de 86 BPM enquanto assistiam ao filme, um aumento de 32% e o mais alto entre todos os filmes testados.
Criptofraude
2.8 9O diferencial desse documentário para a maioria é que o personagem principal admite sem constrangimentos os crimes e ainda se gaba e zomba das vítimas/otários que caíram na arapuca.
O amadorismo como o golpe foi arquitetado e operado deixa claro que a ganância das vítimas é o que facilita a execução de qualquer esquema financeiro. E o mais interessante é que apesar desses tipos de variações das pirâmides já serem bem conhecidas, elas ainda vão continuar funcionando por muito tempo, separando os trouxas gananciosos do seu dinheiro. Lembrando muito a recente moda dos NFTs que fez muita gente rir e chorar...
Mas esse é um tipo de vítima que não merece qualquer empatia ou solidariedade, gente assim tem que se ferrar mesmo. E no final Ray Trapani ainda nos deixa a amarga lição de que muitas vezes o crime compensa SIM!
Medo da Verdade
3.7 461 Assista AgoraBom trabalho do Ben Affleck como diretor. Não é um filme impecável mas chama a atenção por abordar algumas questões éticas que independente do ponto de vista, sempre geram discussões válidas.
Pena a trama tenha uma falha grave de roteiro. Na parte em que é sugerido que o traficante Cheese tinha sequestrado a menina sem sequer ter pedido um resgate, deixou óbvio que ele não era o sequestrador e tudo era apenas um blefe para tentar recuperar o dinheiro roubado.
Essa falha acaba comprometendo todo o restante, indicando um previsível final feliz para o filme com a localização da menina viva no fim, só restando saber exatamente como isso seria feito. E no desfecho quando todo o esquema do sequestro da menina é revelado, a questão passa a ser até que ponto "os fins justificam os meios" e se a vida menina poderia ser beneficiada dali por diante, ao ser deixada com uma família mais estruturada.
Isso coloca o espectador diante de dilemas morais sobre o até que ponto a ética deve ser relativizada e em vários momentos durante o filme, quem assiste se pergunta o que faria se estivesse naquela situação. E justamente por provocar esses tipos de reflexões e pelo plot twist moralmente ambíguo é que o filme se destaca e merece elogios.
Blue Jay
3.8 265 Assista AgoraO filme é um drama intimista simples mas muito bem conduzido. Alguns diálogos são tão realistas que chegam até a incomodar pela sensação de constrangimento/vergonha alheia que causam.
Mas dentro do contexto do filme nada parece exagerado, todas as situações são coerentes com a ideia de um encontro ao acaso que aproxima dois "semi-estranhos" que tentam se reconectar depois de algumas décadas. E para isto terão que mexer em feridas que nunca cicatrizaram e encarar o peso das escolhas feitas durante suas vidas.
As atuações convincentes de Mark Duplass e Sarah Paulson resultam em diálogos densos que passam toda a carga emocional desejada. Toda a naturalidade vista em cena é resultado do improviso de situações e diálogos, pois a Netflix deu sinal verde para a produção do filme sem ter um roteiro pronto, havia apenas um argumento de dez páginas escrito por Mark Duplass.
É um tipo de filme que vai tocar especialmente quem já tenha passado por relacionamentos mal resolvidos. E o desfecho sugere que, assim como na vida real, muitos relacionamentos são fadados a permanecer indefinidos, apenas com a sugestão do que poderiam ter sido.
Castelo de Areia
3.2 120 Assista AgoraA Netflix já produziu muito conteúdo de qualidade sobre guerras mas este filme é decepcionante. O filme dirigido pelo brasileiro Fernando Coimbra se mostra descartável e não empolga pelas cenas de ação meia boca, roteiro genérico e atuações abaixo da média.
Tudo bem que a proposta não era ser um filme de ação eletrizante e sim um visão mais intimista sobre os "dilemas existenciais" de soldados enviados para uma guerra sem qualquer preparo psicológico e ou sequer ter um entendimento crítico sobre aquela realidade. Com muitos encarando a guerra como se fosse a oportunidade de se divertir num videogame da vida real.
O problema do filme é que tudo é retratado de forma desinteressante, tendo como pano de fundo a questão do conserto de uma estação de distribuição de água, onde soldados e moradores locais são obrigados a unir forças para resolver a situação. Não há aprofundamento dos dilemas propostos, todas as discussões são tratadas com banalidade e o desfecho é preguiçoso e não sugere nada relevante.
Então é um filme de guerra que não funciona na parte de ação e muito menos na sua proposta dramática/reflexiva. Atira pra todo lado e não acerta em nada, total perda de tempo...
O Grito
1.9 332 Assista AgoraSe este fosse um filme independente de fantasmas vingativos até que o famoso produtor Sam Raimi teria alcançado um resultado pelo menos dentro da média. A história contada de forma não cronológica é coerente, e as atuações e efeitos visuais não comprometem. Mesmo não sendo um filme dos mais assustadores serve como um bom passatempo.
O problema foi quererem fazer conexão aos demais filmes da franquia. Nesse ponto a proposta fracassa totalmente e o filme é uma aula de como não se tentar fazer um reboot.
A produção apenas copia uma premissa já existente mas ignorando tudo que já tinha sido mostrado anteriormente, mantendo apenas algumas "regras" da maldição da Kayako original. A mitologia da série não é expandida, nada de novo é proposto e nem sequer os antigos fantasmas são citados.
Então é difícil entender qual a finalidade desse filme existir, além de obviamente querer faturar alguns trocados fácil dos antigos fãs da franquia.
Pamela Anderson - Uma História de Amor
3.8 29 Assista AgoraApesar de tendencioso e previsível o documentário é bom, fazendo com competência um apanhado geral da vida da atriz, passando pelos seus altos e baixos e pelas principais polêmicas.
Ficou claro que ela sempre foi uma mulher que dependeu de seus atributos físicos para construir uma carreira. A verdade foi que nunca demonstrou grande talento pra nada, nem pra atuação. Seu único talento sempre foi ser apenas uma mulher bonita com peitos enormes!
É intrigante perceber que enquanto ela estava no auge e ganhado fortunas se aproveitando da fama de símbolo sexual estas questões "existenciais" não pareciam incomodá-la tanto. Quando a maré virou, tanto pela famosa fita quanto pela idade que chegou, ela parece ter mudado suas concepções. Se colocando como uma vítima explorada e passando a criticar um sistema que deu toda a fama e grana fácil que ela tanto buscou.
E o pior é que esse filme se repete com frequência com antigas "sex symbols" arrependidas que enriqueceram graças às vendas de Playboys feitas para atender ao lucrativo "mercado machista". E agora no fim de carreira sempre aparecem buscando redenção e exigindo serem reconhecidas por qualidades que nunca demonstraram durante a carreira toda...
Ad Astra: Rumo às Estrelas
3.3 852 Assista AgoraFilme bastante irregular, com seus altos e baixos acaba não conseguindo entregar um resultado muito empolgante ou reflexivo.
Começando pelo lado positivo não há como negar que a cinematografia é incrível, com excelentes efeitos especiais e imagens estelares impressionantes. Além disso o elenco é bem escalado trazendo além do Brad Pitt, o envelhecido Tommy Lee Jones e Donald Sutherland.
Inicialmente esses elementos indicavam um filme mais inspirado do que aquilo que se vê. O grande problema é que a história é fraca e entediante, dando um foco exagerado ao drama familiar entre Roy e Clifford do que na parte científica. Dessa forma tudo o que envolve o tal "Projeto Lima" e a busca por vida extraterrestre ficam mal desenvolvidos, culminando num final totalmente anticlimático.
E o público também parece ter se frustrado com esse estilo mais focado no drama do que na ficção científica, pois a bilheteria foi decepcionante...
Sly
3.6 43 Assista AgoraDocumentário decepcionante para um astro do porte do Stallone. Com exceção de quando detalha a relação conturbada do ator com o pai, a produção se limita apenas em abordar questões relacionadas aos principais filmes e personagens da carreira do ator.
E neste ponto até faz um bom apanhado do início da carreira com todas as dificuldades pessoais que Stallone enfrentou durante a infância, e como isso serviu como combustível para motivá-lo em seus trabalhos. É interessante ver detalhes da concepção dos filme Rocky e Rambo com alguns depoimentos de atores e diretores envolvidos nos projetos.
Mas fora isso, o documentário é extremamente superficial, falta material sobre a vida pessoal do ator, relações de família e amigos. E até pontos mais polêmicos da carreira como fizeram no documentário do Arnold Schwarzenegger. É notável a diferença de qualidade entre as duas produções, enquanto a do Arnold mostrou curiosidades e até polêmicas envolvendo o ator, o documentário do seu "rival" é desleixado e preguiçoso.
Uma pena pois o Sly merecia um documentário à sua altura, tomara que façam isso enquanto ele ainda esteja vivo e possa participar.
Ricky Gervais: Armageddon
3.5 15O show está dentro do esperado com o cara mantendo seu estilo provocador e sem filtros. Atualmente ele parece ser um dos poucos comediantes que não se preocupa com a patrulha do cancelamento, inclusive parece até se gabar e se divertir com a reação que suas piadas causam.
Mesmo com algumas piadas de gosto duvidoso como as que zombam de crianças doentes, esse é um tipo de humor que sempre teve seu público e sucesso dos shows do Ricky Gervais comprova isso.
E não há como negar que alguns trechos realmente são engraçados, como quando ele satiriza ped0filos ou critica o excesso de politicamente correto para se referir aos deficientes. A parte sobre a pressão em se colocar atores deficientes interpretando determinados personagens e sobre apropriações culturais esdrúxulas são até bastante coerentes!
Gênio Indomável
4.2 1,3K Assista AgoraO filme é um excelente drama e merece a fama que conseguiu, se tornando um dos maiores sucessos na década de 90. O roteiro foi escrito pela dupla Ben Affleck e Matt Damon, que ainda tiveram o privilégio de poder contar com o talento do Robin Williams no projeto, em um dos personagens mais memoráveis de sua carreira.
Inicialmente a história desperta curiosidade sobre se aquela mente brilhante será aproveitada ou desperdiçada, mas a medida em que o filme vai se aprofundando o foco passa para o relacionamento entre Will e seu terapeuta e todas as questões existenciais e filosóficas que passam a ser discutidas. São esses papos que ficam na memória quando o filme termina e provocam boas reflexões.
Uma dessas reflexões é o motivo pelo qual Will só se sentia bem junto aos amigos fracassados e fazendo trabalhos medíocres. No filme é dito que aqueles eram ambientes em que ele se sentia acolhido e reconhecido de verdade, mas fica a dúvida sobre até que ponto isso é real. A melhor alternativa é que neste meio ele se sentia superior, não correndo o risco de ser descartado ou cobrado por eles. Fica claro durante o filme que por baixo de sua fachada arrogante, Will parecia inseguro quando precisava se provar para pessoas de nível semelhante, incluindo a namorada. Mostrando que suas dificuldades de relacionamento poderiam ser fruto de um tipo de "Síndrome do impostor" causada pelos seus traumas antigos.
Com tantas questões em aberto o desfecho indefinido foi a melhor escolha, pois deixa aquela curiosidade sobre como o bilhete premiado do cara teria sido utilizado dali para frente. Pela complexidade do personagem é um filme que sem dúvidas renderia uma excelente continuação, se o tema fosse bem trabalhado e saísse do óbvio.
Ps. Além de todas as qualidades, esse filme deu a sorte de ter uma das melhores traduções de um título para o português. "Gênio Indomável" foi realmente uma sacada GENIAL.
O Grande Dave
2.4 378 Assista AgoraA atuação do Eddie Murphy tem seus bons momentos, agradando com sua comédia física cheia de trejeitos e caras e bocas, típicos dos seus filmes de maiores sucessos.
As situações mais engraçadas são aquelas envolvendo o robô tentando se adaptar e entender os costumes dos terráqueos. A cena onde ele "imprime" notas e moedas cagando é hilária lembrando o Eddie Murphy dos bons tempos.
O maior problema é que o nível do roteiro é rasteiro, a história é muito extravagante com um pretexto genérico para a invasão e solução simplória dos conflitos. Ou seja, Eddie Murphy e a bela Elizabeth Banks até se esforçam mas o resto não ajuda...
Então é um filme que tem seus altos e baixos, fica longe dos melhores trabalhos do Eddie Murphy mas também não é um desastre completo.
Boogie Nights: Prazer Sem Limites
4.0 551 Assista AgoraFilme vagamente inspirado na vida do ator "superdotado" da vida real John Holmes que se tornou uma lenda do cinema pornô dos anos 70 e 80. Dentro deste cenário o principal mérito do filme fica por conta da forma como o drama humano dos personagens é retratado. Mostrando a ascensão, queda e posterior redenção dos personagens envolvidos na instável e cruel indústria do pornô.
Mas causa um certo incômodo o fato do filme não se decidir entre comédia, drama e cenas de alta violência gráfica dando uma sensação de que a direção tenta atirar para todos os lados em busca de acertar alguma coisa. Sem as partes mais caricatas e algumas palhaçadas desnecessárias o resultado seria mais equilibrado.
A atuação esforçada do Mark Wahlberg chamou a atenção da crítica e público e serviu pra alavancar sua carreira daí pra frente. Ironicamente hoje ele diz que se arrependeu de participar do filme e que fez uma escolha errada na época. Apesar disso disse guardar com carinho a prótese de pênis que usou no filme.
Ao final das 2 horas e meia é um filme que se mostra superestimado, não é ruim mas não existe nada que o destaque além da média. Até o final feliz é convencional demais, por tudo que foi visto era de se esperar algo mais impactante ou pelo menos tragicômico. Pode-se dizer que foi broxante (aproveitando o trocadilho)...
Meninas Malvadas
3.7 2,1K Assista AgoraAté então muitas comédias já tinham feito essa sátira sobre o mundo masculino, mas esse foi o primeiro filme que realmente se dedicou aos dilemas femininos. Mostrando com fidelidade não apenas o comportamento tóxico das "meninas malvadas", como destacando todas as fases do processo de formação e posterior desconstrução de uma delas, representada pela novata Candy.
A roteirista Tina Fey acerta em cheio ao fazer referências e usar um humor ácido para narrar experiências bem próximas ao cotidiano dos ambientes escolares, onde a rivalidade feminina impera. E o melhor é que tudo é feito sem apelar tanto para o pastelão como na maioria dos filmes do gênero.
No fina não existe uma preocupação por parte da direção em deixar lições de moral típicas para quem assiste. Mas as críticas aos estereótipos, alienamento da juventude e consumismo estão lá marcando presença por toda a obra.
É um filme que merece o reconhecimento que tem por ter conseguido acertar nas sátiras ao ambiente tóxico das relações femininas. Mas Apesar de toda a boa reputação é um tipo de filme que sempre terá mais apelo e vai agradar principalmente ao seu público alvo, que são as adolescentes. Essas com certeza vão se identificar melhor com o conteúdo, que mesmo de 20 anos de seu lançamento ainda permanece atual.
Curiosidade: Em "Queen Bees & Wannabes", livro que inspirou o filme, a garota mais popular do colégio é chamada de "abelha rainha" e foi daí que veio a ideia do nome de Regina George. Isso porque o nome Regina significa "rainha" em italiano.
Um Natal Muito, Muito Louco
2.8 169 Assista AgoraO filme começa promissor com uma proposta diferenciada daqueles temas natalinos padronizados. Mostrando desta vez uma família cansada das tradições de fim de ano e aflita para se distanciar daquela rotina.
E neste ponto o filme é muito divertido com o casal tendo que driblar os olhares tortos da vizinhança e planejar a "fuga" do Natal o mais rápido possível. Algumas cenas tiram boas risadas como o boicote do "gelinho", a busca pelo presunto e o "roubo" da árvore de natal do vizinho.
Mas a verdade é que o filme perde fôlego e interesse da metade pra frente, quando o casal desiste de viajar e se rendem à pressão dos vizinhos intrometidos, cumprindo os rituais tradicionais para a espera do bom velhinho. Isso tira toda a originalidade do filme que passa a tomar um rumo mais convencional e sem graça. Seria mais interessante se a "fuga" tivesse sido bem sucedida.
Apesar disso é uma comédia leve que cumpre seu propósito de passar aquelas mensagens de costume vistas em filmes de natal. Como valorizar a família, ser solidário e de cultivar bons laços com a comunidade. Nada demais...
O Grito 3
2.2 413O filme é ruim em todos os sentidos.
Começando pelos efeitos gráficos que parecem que regrediram em relação ao primeiro filme, as mortes também não tem a mesma violência e nem geram o suspense de antes. Os novos atores que interpretam Kayako e Toshio não funcionaram e causam mais estranheza do que medo.
E piora pela motivação fraca para uma terceira parte. Tudo é repetitivo no mesmo cenário sem grandes inovações em relação ao que foi visto no 2º filme. O único diferencial ficou por conta da presença da irmã Kayako (nunca mencionada antes) que poderia ter trazido algumas respostas, mas no final se mostrou inútil.
O que mais decepcionou foi desfecho que jogou no lixo tudo que se viu até então sobre as origens da maldição. No final Naoko é morta e dá origem a uma nova maldição no local, o que não faz o menor sentido com as explicações de que a maldição estaria vinculada com a Kayako que foi "contaminada" pelos rituais de exorcismo praticados pela mãe na infância. Então não existe nenhuma lógica dentro das "regras" do filme para que o espírito da irmã dar sequência na maldição, mesmo com ela tendo bebido o sangue da Kayako.
Enfim, apenas fizeram uma reciclagem tosca da ideia original, sem mostrar criatividade nem uma trama bem elaborada que pudesse trazer as respostas esperadas pelo pública para um encerramento digno da franquia. Com isso desperdiçaram uma ótima premissa por não terem pensado numa forma coerente para dar sequência na história. Tudo foi sendo improvisado a cada novo filme e o resultado foi essa bagunça vista nas telas.
O Leitor
4.1 1,8K Assista AgoraBelo drama que utiliza um roteiro denso e cheio da camadas para despertar reflexões sobre, culpa, arrependimento e como gerações diferentes de alemães lidariam com dilemas éticos relacionados ao Holocausto.
Além da situação inusitada do romance chama a atenção como o questão do analfabetismo de Hanna é utilizado metaforicamente no enredo. Os motivos do analfabetismo da personagem nunca são devidamente esclarecidos e soa até meio absurdo dentro da história, afinal como um analfabeto que sequer sabia assinar o nome conseguiria um cargo na SS, que era considerada divisão de elite do governo. A conta não fecha...
Mas no decorrer do filme fica a sensação de que isso é usado como simbolismo. É como se a personagem representasse a parte da população alemã que não tinham senso crítico ou plena consciência dos horrores implantados pelo regime nazista e acabaram sendo cúmplices sem estarem de fato tão envolvidos ideologicamente com o sistema.
Apesar de envolver um tema polêmico e parecer algumas vezes condescendente com criminosos de guerra, na parte dramática o filme se sai bem e consegue emocionar com um relacionamento amoroso improvável, que acontece naturalmente e sem segundas intenções. Essa pureza de sentimentos se torna comovente exatamente por contrastar com o contexto do passado sujo de Hanna.
Mas no final prevalece a mensagem de que "Todo mundo, mais cedo ou mais tarde, senta-se para um banquete de consequências", como bem disse o pensador Robert Louis Stevenson...
Christine, O Carro Assassino
3.3 671 Assista AgoraAdaptação bastante irregular de um dos clássicos do Stephen King. Falta inspiração na produção de John Carpenter, mais tarde ele confessou que quando leu o livro não achou tão assustador para render um bom filme de terror e que ele só aceitou fazer porque achou que seria útil pra sua carreira.
Além do descaso do diretor o roteiro fraco também não ajuda. Não existe esforço em tentar explorar melhor as origens da entidade sobrenatural que se apodera do Plymouth. São dadas explicações muito banais sobre a maldição, como se o carro simplesmente já tivesse sido fabricado desta forma, sem maiores aprofundamentos. De positivo temos apenas a mudança gradual de personalidade do Cunningham ao ser dominado pelo carro que é melhor trabalhada.
Se tivessem tido mais capricho e feito uma adaptação mais fiel ao livro o resultado teria sido melhor e tirado a sensação de ser apenas mais um trash de terror como tantos outros. O próprio Stephen King não gostou do resultado e chegou a mencionar que "Christine" foi uma das duas adaptações que mais o "entediaram".
Se o roteiro deixa a desejar pelo menos o filme se sai melhor na parte técnica. Alguns efeitos especiais são impressionantes para a época. Como a sequência da perseguição com o carro em chamas e as partes onde o carro se "regenera", truques de câmera simples mas bem feitos.
Mesmo com alguns bons momentos é um filme que não empolga e nem chega próximo ao nível de suspense do livro, sem dúvidas esse é um dos filmes que mais merecia um bom remake...
Curiosidade: Para as cenas de destruição foram comprados 24 Plymouths em vários estados de degradação, que foram usados para construir um total de 17 cópias do carro que foram detonadas no filme e depois das gravações vendidas como sucata. Mais tarde alguns chegaram a ser restaurados e leiloados.
Vovó... Zona 3: Tal Pai, Tal Filho
2.7 396 Assista AgoraFilme horroroso que encerra de maneira vergonhosa a trilogia.
Tentaram inovar dobrando a dose, desta vez com o filho também travestido. O problema pra essa ideia não funcionar é que o personagem se mostra totalmente descartável no filme e o ator escolhido não chega nem perto do carisma do Martin Lawrence.
Pra piorar o enredo policial envolvendo a fórmula batida do "pendrive comprometedor" é o mais forçado e sem graça da série. Pra tentar fazer o filme render ainda decidem encaixar um romance adolescente tosco e alguns hip hops aleatórios, que só serviram pra estender a duração dessa porcaria pra quase 2 horas...
E nem o Martin Lawrence que levou os outros filmes nas costas conseguiu salvar dessa vez e nem de longe lembrava o personagem do primeiro filme. Virou uma comédia pra família qualquer, só restando uma versão infantilóide daquela Vovozona depravada e desbocada que ficou na memória dos fãs.
A Casa das Coelhinhas
2.7 729 Assista AgoraUma comédia simpática que mesmo não inovando soube fazer uma boa releitura dos filmes de nerds e fraternidades dos anos 80. Parece uma versão feminina dos filmes da franquia "Pork´s", com nerds desajustados e esquisitos querendo se enturmar a qualquer custo.
Dentro de tanta mesmice o que acaba se destacando é a presença da Anna Faris no auge da forma física (dispensando até dublês nas cenas nua) interpretando de convincentemente uma coelhinha da Playboy, com direito até a contracenar com o próprio dono da revista Hugh Hefner dentro de sua famosa mansão da Playboy.
Visto sem grandes expectativas o filme diverte com várias referências a besteiróis do passado com uma roupagem mais moderna e feminista. Fora isso é apenas mais do mesmo com aquela crítica aos estereótipos para passar mensagens bobas de não julgar o livro pela capa e que se deve valorizar mais a beleza interior...