Termino o filme com a sensação de que tudo está amarrado no roteiro. Ao final e afinal, nada é por acaso. "Ela já havia preparado tudo antes de entrar alí"? Tudo é confuso e misturado: o diretor, que quer - na verdade - ser a personagem, por querer secretamente experimentar seus mais particulares desejos? E afinal, há um desejo reprimido e Masoch-Istas de dominação em nós? Ficção, realidade, reflexão pessoal… Confuso? Que nada, o filme é delicioso. Ou será que estou sendo sádico? Mas novamente: nada é por acaso.
Chocada, passada e no chão! As aristotélicas se revoltam, as simbolistam piram. Não é o primeiro filme que vejo onde numa floresta acontece um tipo de rito de passagem, de amadurecimento, onde o homem - através de diversas maneiras de se confrontar com a vida e com a morte - se revê, e de certa forma, amadurece, desabrocha e voa como um novo homem! De Fernando para Antônio, neste caso, né. E isto através de desapegos do antigo eu, como na cena
onde ele se desfaz do seu celular (onde mantinha comunicação com um antigo companheiro, amor, será?), da sua identidade antiga de Fernando, e dos seus remédios, que até então era algo essencial para a sua vida. Mas que agora como Antônio, já não é mais! Fernando morreu! Está morta e enterrada. Assim como a tradicional narrativa aristotélica!
Uma apologia ao império dos sentidos, acima da razão. O que não é facil, é confuso. Como na conversa com os peixes, quando ele se questiona: "Porque vocês não vivem em águas menos turvas, onde poderiam ver seu caminho?"
Dizer que este filme não faz sentido algum é muito fácil. Liberte-se! O excitante é encontrar-se, criar seus próprios sentidos nestas lindas fotografias. BAPHO!
Quem disse que os filmes que você dorme no meio não são bons? A coisa se mistura com os sonhos e você se pergunta tantas coisas. E o que achei legal desse filme foi que o diretor conseguiu contar uma história, e ao mesmo tempo, não só contar a história: deixar dúvidas, pontos abertos. Talvez abertos demais? Quem sabe? É pessoal de cada um. Recomendo assistir bem de noite.
Acredito que um filme é legal quando nos faz repensar nossa maneira de viver. Esse filme fez isso comigo. Esses dias ouvi de um colega "bonzinho só se fode". E fiquei e me perguntando: por quê? Que foda isso... Por quê alguém sendo ''bom" só se fode? E assistindo a esse filme, vejo que muito do "se foder" está nos arredores. Ser bom, no mundo em que vivemos, (ou arrisco dizer, amar no mundo em que vivemos) nos leva à morte. Mas ok, tudo nos leva a morte. Mas quando amamos-morrendo, provavelmente causaremos revolta ao nosso redor (por diversos motivos que podemos discutir). O que gerará dúvida, fé e sacrifício (como nos capítulos do filme). Mas no fim das contas, é uma escolha pessoal, assim como Bess diz ser um dos seus dons pessoais "eu sei acreditar". Na saúde, na doença... e no que mais mesmo? Utópico!
Pra mim não rolou não. Entendo os elogios à atuação da atriz principal. Realmente ela é linda, e instiga. Até mesmo o ator que faz o marido têm um quê de estranho que dá curiosidade. Diria que até a primeira metade do filme fiquei ligada no enredo, nas metáforas, nos olhares. Mas então a trama descarrilha numa histeria sem-pé-nem-cabeça e um final que não me leva a lugar nenhum. E olha que eu adoro um 'sem-pé-nem-cabeça'. Mas dessa vez não.
Exceto o monstro o gosmento. Esse pra mim, de uma forma bizarra, funciona. Assim como a cena do metrô, quase um solo de dança contemporânea. Bizarrice deliciosa.
A interpretação dos atores italianos causa estranhamento, logo de cara. É muito mais melodramática. O que não é ruim, e pode transformar o riso do espectador num silêncio espantoso em segundos. Me chama a atenção a seleção dos contos do Decameron: escolhem desde histórias mais melancólicas e e funestas (como a trama do Gavião), até as hilárias, como a do convento e a abadessa Usimbalda. Que aliás, é uma gata. Aqui está um outro ponto de vista da obra de Boccaccio, diferente da comédia sexual de Pasolini.
Dois personagens que ao mesmo tempo que parecem irreais - alcançam uma assustadora sinceridade de diálogo - também atingem uma profunda discussão sobre o amor, e suas diversas reverberações em todos nós, seres humanos. Afinal, se o humano é carne, e carne apodrece, haveríamos nós de conseguirmos amar puramente?
Muito propício as filmagens acontecerem dentro de um teatro. Quando se está representando e quando não? Ao colocar uma câmera em frente de pessoas "comuns", estas também não estariam representando uma personagem? E as atrizes, por mais que sejam rainhas do ofício da interpretação, deixam clara a diferença entre a a ocasião da tentativa de imitação, e a sagaz e simples apresentação (ou exposição, projeção, ...) da lógica de pensamento uma outra pessoa - expondo suas estratégias e dificuldades. Muito legal ver a Andréa Beltrão neste filme.
Deliciosamente agoniante: a complexidade de imaginar um ator que não consegue entrar em cena e dar vida à uma personagem por não suportar a própria vida.
Surrealmente estimulante. Atuações que tornam uma delícia acompanhar os "nervos" de cada personagem. Um melodrama neurótico na melhor das hipóteses que traz sequência de exageros preciosamente calculados.
Revelação
4.6 56Já pode por na grade curricular obrigatória do ensino fundamental? #alok
Linha de Fuga 2.0
2.6 2Nossa, vi na mostra e agora não consigo acessar de jeito nenhum. Alguem imagina algum jeito de acessar o filme?
Um Lugar ao Sol
3.9 168 Assista AgoraEu fico desacreditada. Parece até que são atores, porque é difícil de acreditar.
A Pele de Vênus
4.0 218 Assista AgoraTermino o filme com a sensação de que tudo está amarrado no roteiro. Ao final e afinal, nada é por acaso. "Ela já havia preparado tudo antes de entrar alí"? Tudo é confuso e misturado: o diretor, que quer - na verdade - ser a personagem, por querer secretamente experimentar seus mais particulares desejos? E afinal, há um desejo reprimido e Masoch-Istas de dominação em nós? Ficção, realidade, reflexão pessoal… Confuso? Que nada, o filme é delicioso. Ou será que estou sendo sádico? Mas novamente: nada é por acaso.
Gosto muito da inversão dos gêneros dos personagens no fim.
E a cereja é a performance da Bacante pra fechar as portas do teatro e terminar o filme.
O Ornitólogo
3.5 84Chocada, passada e no chão! As aristotélicas se revoltam, as simbolistam piram. Não é o primeiro filme que vejo onde numa floresta acontece um tipo de rito de passagem, de amadurecimento, onde o homem - através de diversas maneiras de se confrontar com a vida e com a morte - se revê, e de certa forma, amadurece, desabrocha e voa como um novo homem! De Fernando para Antônio, neste caso, né. E isto através de desapegos do antigo eu, como na cena
onde ele se desfaz do seu celular (onde mantinha comunicação com um antigo companheiro, amor, será?), da sua identidade antiga de Fernando, e dos seus remédios, que até então era algo essencial para a sua vida. Mas que agora como Antônio, já não é mais! Fernando morreu! Está morta e enterrada. Assim como a tradicional narrativa aristotélica!
Uma apologia ao império dos sentidos, acima da razão. O que não é facil, é confuso. Como na conversa com os peixes, quando ele se questiona: "Porque vocês não vivem em águas menos turvas, onde poderiam ver seu caminho?"
Dizer que este filme não faz sentido algum é muito fácil. Liberte-se! O excitante é encontrar-se, criar seus próprios sentidos nestas lindas fotografias. BAPHO!
Sob a Pele
3.2 1,4K Assista AgoraQuem disse que os filmes que você dorme no meio não são bons? A coisa se mistura com os sonhos e você se pergunta tantas coisas. E o que achei legal desse filme foi que o diretor conseguiu contar uma história, e ao mesmo tempo, não só contar a história: deixar dúvidas, pontos abertos. Talvez abertos demais? Quem sabe? É pessoal de cada um. Recomendo assistir bem de noite.
Ondas do Destino
4.2 335 Assista AgoraAcredito que um filme é legal quando nos faz repensar nossa maneira de viver. Esse filme fez isso comigo. Esses dias ouvi de um colega "bonzinho só se fode". E fiquei e me perguntando: por quê? Que foda isso... Por quê alguém sendo ''bom" só se fode? E assistindo a esse filme, vejo que muito do "se foder" está nos arredores. Ser bom, no mundo em que vivemos, (ou arrisco dizer, amar no mundo em que vivemos) nos leva à morte. Mas ok, tudo nos leva a morte. Mas quando amamos-morrendo, provavelmente causaremos revolta ao nosso redor (por diversos motivos que podemos discutir). O que gerará dúvida, fé e sacrifício (como nos capítulos do filme). Mas no fim das contas, é uma escolha pessoal, assim como Bess diz ser um dos seus dons pessoais "eu sei acreditar". Na saúde, na doença... e no que mais mesmo? Utópico!
Possessão
3.9 589Pra mim não rolou não. Entendo os elogios à atuação da atriz principal. Realmente ela é linda, e instiga. Até mesmo o ator que faz o marido têm um quê de estranho que dá curiosidade. Diria que até a primeira metade do filme fiquei ligada no enredo, nas metáforas, nos olhares. Mas então a trama descarrilha numa histeria sem-pé-nem-cabeça e um final que não me leva a lugar nenhum. E olha que eu adoro um 'sem-pé-nem-cabeça'. Mas dessa vez não.
Exceto o monstro o gosmento. Esse pra mim, de uma forma bizarra, funciona. Assim como a cena do metrô, quase um solo de dança contemporânea. Bizarrice deliciosa.
Crash: Estranhos Prazeres
3.6 328 Assista AgoraEsse filme é de foder.
Maravilhoso Boccaccio
3.1 18 Assista AgoraA interpretação dos atores italianos causa estranhamento, logo de cara. É muito mais melodramática. O que não é ruim, e pode transformar o riso do espectador num silêncio espantoso em segundos. Me chama a atenção a seleção dos contos do Decameron: escolhem desde histórias mais melancólicas e e funestas (como a trama do Gavião), até as hilárias, como a do convento e a abadessa Usimbalda. Que aliás, é uma gata. Aqui está um outro ponto de vista da obra de Boccaccio, diferente da comédia sexual de Pasolini.
Cenas de um Casamento
4.4 232Dois personagens que ao mesmo tempo que parecem irreais - alcançam uma assustadora sinceridade de diálogo - também atingem uma profunda discussão sobre o amor, e suas diversas reverberações em todos nós, seres humanos. Afinal, se o humano é carne, e carne apodrece, haveríamos nós de conseguirmos amar puramente?
Jogo de Cena
4.4 336Muito propício as filmagens acontecerem dentro de um teatro. Quando se está representando e quando não? Ao colocar uma câmera em frente de pessoas "comuns", estas também não estariam representando uma personagem? E as atrizes, por mais que sejam rainhas do ofício da interpretação, deixam clara a diferença entre a a ocasião da tentativa de imitação, e a sagaz e simples apresentação (ou exposição, projeção, ...) da lógica de pensamento uma outra pessoa - expondo suas estratégias e dificuldades.
Muito legal ver a Andréa Beltrão neste filme.
A Viagem do Capitão Tornado
4.2 25Fiquei com uma sensação mista de beleza e tristeza.
"O teatro dá alegria a todos, exceto à quem o faz"
Noite de Estréia
4.4 52Deliciosamente agoniante: a complexidade de imaginar um ator que não consegue entrar em cena e dar vida à uma personagem por não suportar a própria vida.
Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos
4.0 550 Assista AgoraSurrealmente estimulante. Atuações que tornam uma delícia acompanhar os "nervos" de cada personagem. Um melodrama neurótico na melhor das hipóteses que traz sequência de exageros preciosamente calculados.
Destaque para a cena do telefone lançado pelos vidros da janela!
Em muitas ocasiões já desejei o mesmo. Da próxima vez, quem sabe...