"Now You See Me" é um filme mediano que alterna bons momentos com outros nem tanto. A premissa da obra é muito boa, apesar de toda a construção do filme ser feita de uma forma nada crível, onde muita coisa não é explicada de forma eficaz ou é feita de forma apressada, o que demonstra furos no roteiro, onde personagens importantes somem (tipo o do Michael Caine) e onde você não consegue ver a motivação dos personagens. Mas é um filme que vale o tempo de entretenimento, com boas cenas de ação e reviravoltas interessantes.
Primeiro filme de Monty Python que assisto e me pergunto como demorei tanto tempo pra conhecer algo deles. O filme é engraçado do início ao fim, com várias piadas que além de serem extremamente cômicas, possuem conteúdo, muito além do "non sense", que parece imperar nos dias de hoje. Não é à toa ser um clássico!
"Tudo Isto e o Céu Também" é um filme que já queria assistir tem um tempinho e enrolei um pouco até isso acontecer, mas fui recompensado por uma trama bastante singular, que me conquistou logo de início muita pela atuação sempre cativante da Bette Davis, que mostra mais uma vez ser uma atriz bastante versátil e dessa vez encarna a mocinha, em um amor platônico que tem graves consequências. O roteiro é bastante agradável e nos envolve na história desde o momento inicial da sala de aula, onde ficamos curiosos para saber o que aconteceu com Mademoiselle Deluzy/Desportes e aos poucos ficamos encantados pela trama. Como comentaram abaixo, um dos méritos do filme é ter elementos de romance, mas isso nunca precisar ser concretizado ou explícito para fazê-lo melhor, o que é algo quase impensável no cinema de hoje em dia.
Eu conheço bem pouco do anime pra falar com precisão se houve uma boa adaptação ou não, mas o trabalho das irmãs Wachowski me incomodou bastante, não só pelo visual saturado, onde o filme é quase completamente feito em CGI, mas também pelo roteiro que apesar de ter seus méritos (a crítica ao automobilismo é bem válida), é cheio de clichês, observados nos diálogos enfadonhos, além das atuações caricatas. O filme todo é bem esquecível e é um desperdício um elenco tão brilhante ser tão desperdiçado.
Apesar de não ser tão marcante quanto os dois primeiros filmes e usar muito da estrutura de sucesso de "O Julgamento Final", essa terceira obra é coerente com o universo do filme, tem boas doses de humor e ação e uma vilã quase tão boa quanto o T-1000 e, no geral, tudo funciona de forma eficiente. Porém, a Sarah Connor ainda faz muita falta.
Comparando com alguns filmes anteriores expressivos e mais recentes de Bergman, como "Monika e o Desejo" e "Juventude", "Noites de Circo" é uma obra mais modesta e um pouco esquecida na imensa filmografia do diretor, mas é um trabalho pontual e interessante, mostrando a dicotomia de um circo ambulante, que nos passa a imagem de alegria, mas que é composto por pessoas humilhadas, miseráveis, tristes e sem expectativa de vida, enfocando o ciúme e infidelidade dos personagens principais. É ótimo ver a Harriet Andersson novamente trabalhando com o diretor (o que irá ser uma parceria recorrente), mas o grande destaque é o início da parceria entre Bergman e o genial Sven Nykvist, que sem sombra de dúvidas foi um dos melhores diretores de fotografia do cinema e que ajudou a fazer filmes singulares com o Bergman.
Tenho um pouco pé atrás com continuações, principalmente com filmes de terror que basicamente costumam repetir a fórmula que já fez sucesso e não trazem inovação nenhuma. Por isso, não tive expectativas com "Invocação do Mal 2" e me deixei surpreender. Apesar de termos a Lorraine e o Ed, a possessão demoníaca e a casa mal assombrada, não parece que estamos vendo uma repetição do primeiro filme, a começar que, ao contrário do primeiro e de vários filmes em casas assombradas, não temos uma família feliz se mudando e sim uma família desestruturada liderada por uma mãe divorciada e que precisa conseguir lidar com todo o caos que cerca a família. Ao mesmo passo, o desenvolvimento dos personagens Ed e Lorraine se aprofunda um pouco mais e vemos uma relação crível, afetuosa e que consegue nos cativar.
Toda a construção técnica do filme é impecável, com a fotografia meio soturna, a trilha sonora adorável e bem anos 70 e todo o design de produção nos remetendo a essa década. Fora isso, a direção do James Wan vem se mostrando cada vez mais consistente, com ele provavelmente sendo o melhor diretor de terror atualmente e com o mérito de usar vários clichês do gênero, mas não deixando que a obra fique sem identidade própria e genérica e, principalmente, investindo na construção de um suspense que vai além dos "jump scares" (que, claro, existem e conseguem realmente assustar), criando um clima de tensão que nos deixa apreensivos. Fora isso, Vera Farmiga e Patrick Wilson, como sempre, estão ótimos, mas o destaque mesmo é pra pequena Madison Wolfe, que está excelente no papel de menina possuída.
Não me arrisco a dizer que é melhor que o primeiro filme, mas afirmo sem dúvidas que é tão bom quanto e (pelo menos até agora, mesmo com "A Bruxa") é o melhor filme de terror de 2016.
"Alice Através do Espelho" consegue ser até melhor do que o "Alice no País das Maravilhas", do Tim Burton e isso se deve basicamente porque o roteiro é mais interessante, mostrando o passado dos personagens e tudo acaba se encaixando muito bem na história já conhecida por nós. Além do mais, o elenco é bastante competente e tudo funciona bem. Não que seja um filme inesquecível e marcante (longe disso), mas cumpre seu papel de entretenimento.
Dos filmes do Satoshi Kon (e infelizmente, esse é o último que vejo), "Tokyo Godfathers" é o que tem uma mensagem mais direta, sem a narrativa surreal e confusão entre realidade e flashbacks/sonhos de seus outros trabalhos e a busca pelos pais da Kiyoko acaba resultando na busca interior desses três personagens adoráveis que nunca vamos ver em uma animação convencional: três moradores de rua, sendo que uma é travesti. E o filme nos faz refletir sobre suas vidas, já que todo morador de rua tem uma história única que o levou àquela realidade. Uma pena não ter mais filmes do Satoshi Kon pra assistir, tendo o mesmo morrido tão prematuramente e nos privando de ver outros trabalhos primorosos.
Em primeiro lugar, as minhas percepções sobre "X-Men" e a maioria dos filmes de super-heróis são com relação ao universo cinematográfico mesmo, já que não acompanho com afinco HQ's; mas são veículos diferentes que devem ser analisados separadamente; os filmes nunca serão inteiramente fiéis aos quadrinhos e obras literárias por diversas questões. Dito isso, "X-Men" é a franquia de super-heróis que, pra mim, tem a premissa mais interessante: mutantes, vistos como anormais pela sociedade, tendo que aprender a conviver com seus poderes e toda essa exclusão, assim como a reflexão de que o mundo necessita do diferente, sendo difícil viver em uma realidade só com pessoas "normais" ou só com pessoas diferentes. Essa metáfora é cada vez mais atual.
"Apocalipse" me agradou em alguns pontos e desagradou em outros. A franquia tem feito um bom trabalho de reformulação, que começou com "Primeira Classe" e continuou em "Dias de um Futuro Esquecido". Aqui, ainda estamos nessa reformulação, com a introdução de personagens importantes com novos atores, como Jean, Scott, Tempestade e Noturno. Mas algumas tramas ainda se repetem de forma um pouco enfadonha, como as indecisões da Mística e do Magneto, assim como a rixa dele com o Xavier. Isso tira um pouco de originalidade do roteiro.
Outro ponto que me incomoda é a importância dada a alguns personagens em detrimento de outros e a maior prova disso é a Mística, o que é feito simplesmente porque a Jennifer Lawrence é o nome de maior peso no filme (maior peso, não maior talento) e em vários momentos a imagem dela é mais importante do que a da própria personagem, que só assume a sua real aparência da metade em diante do filme. Assim, personagens também importantes como Scott, Tempestade e Anjo acabam ficando em segundo plano. Mas apesar disso, alguns outros possuem uma profundidade maior que é bem desenvolvida, como o Magneto, interpretado brilhantemente pelo Fassbender, que tem todo um arco familiar e de perda que motivam suas atitudes posteriores (por mais que seus conflitos internos ainda sejam repetitivos).
E outra questão que faltou ser mais bem desenvolvida é o vilão Apocalypse. A cena de abertura do filme é espetacular e o personagem prometia ser grandioso. Mas, apesar de ter o receio de ele ser indestrutível e de que as coisas poderiam não acabar bem, ele parece ser um vilão bem fraco pra quem é um Deus, adquiriu uma série de poderes durante anos e o embate final é rápido e o faz parecer ser bem menos temível do que se achava. Fora isso, o trabalho de CGI feito nele me incomodou e deixou ele parecendo aqueles vilões dos Power Ranger. É uma pena o ótimo Oscar Isaac acabar meio perdido no meio de tanto efeito especial. E por sinal, outra ponto negativo foi o excesso de CGI. Em alguns momentos ele é totalmente visível e é uma pena que acabe se sobrepondo ao desenvolvimento do roteiro e se prefira enfatizar as cenas de ação, com destruições etc (o que é legal, mas acaba saturando).
De forma geral, é um bom filme no gênero "super-heróis", mas fica aquém de outros filmes dos "X-Men" e nos deixa carentes de originalidade. Mas eu gostei do elenco, de forma geral, principalmente, entre os novos atores, da Sophie Turner, que já vinha fazendo um bom trabalho em "Game of Thrones" e revigora uma das personagens mais interessantes da série. Espero que nos próximos filmes já se parta do pressuposto de que a franquia já está restabelecida e o roteiro não tenha a necessidade de trabalhar isso novamente. E claro, um vilão combativo e mais desenvolvido é sempre bom. ___ Ps.: por mais que seja repetitivo, a cena do Mercúrio é a mais legal, e por mim, pode ter em todo o filme, pelo tempo que for.
"Terra de Ninguém" ainda traz um Terrence Malick em formação, mas que já imprime uma direção concisa, com uma bela fotografia e um roteiro interessante para um filme que é muito mais um estudo de personagem do que um filme de gênero, com a apatia dos protagonistas diante da violência e das mortes que ocorrem justamente para não acabar com aquele período de romance entre os dois (que eles sabem que é passageiro). Martin Sheen (realmente parecido com James Dean) e a doce Sissy Spacek ainda em início de carreira dão o tom certo às atuações e elevam a obra. E por mais que ainda não seja o Malick espetacular de filmes posteriores, se formos considerar que ainda é sua primeira obra, com um orçamento bem limitado, o resultado final é muito bom.
"Depois de Horas" é uma obra bem diferente na filmografia do Scorsese, mas também pouco lembrado/comentado. É um trabalho mais despretensioso, que está entre "Touro Indomável" e "A Última Tentação de Cristo", que são dois filmes emblemáticos na carreira do diretor e é basicamente uma comédia de erros, remetendo um pouco à psicodelia e surrealismo de "Alice no País das Maravilhas", mas se passando em Nova York, onde tudo pode acontecer e todos aqueles tipos diferentes podem existir. O filme diverte do início ao fim e é extremamente prazeroso acompanhar os desastres da noite maluca de Paul, que termina da melhor forma possível e totalmente coerente à proposta do filme.
40 anos após "Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver", José Mojica Marins encera a trilogia de forma coerente com o universo do Zé do Caixão e modernizando todo aquele cenário que o mesmo criou na década de 60, mas também revisitando todas as suas reflexões existencialistas, críticas religiosas e pessimismo social. Além disso, o filme possui um orçamento maior e sabe desenvolver isso muito bem, mas continua com aquela aura de cinema alternativo e experimental que o Mojica fazia quando os recursos para os filmes eram muito menores.
Comparado a outros filmes que já assisti do Satoshi Kon, "Atriz Milenar" é uma trama mais simples, apesar de ter seus elementos narrativos surrealistas que intercalam realidade com flashbacks, o que pode nos confundir em determinados momentos. Chiyoko é uma personagem adorável e é incrível vê-la envelhecendo e interpretando vários papéis no cinema japonês, que por sinal, possui várias referências, como "Trono Manchado de Sangue", do Kurosawa.
"Mr. Smith Goes To Washington" (esse título nacional é sofrível) tem quase 80 anos, mas as críticas a corrupção na política continuam extremamente atuais, principalmente no contexto atual do Brasil. Políticos de fantoche, interesses pessoais acima do interesse público e meios de comunicação comprados são alguns dos temas muito bem abordados por um Capra ácido, que também nos mostra alguns pontos turísticos e históricos de Washington e um pouco do processo eleitoral dos EUA. E claro, James Stewart, como sempre, está excelente, mas me surpreendi com a ótima atuação do Claude Rains, que estava impecável do início ao fim.
"Os 3", no início, prometia um trama interessante, abordando de forma natural o envolvimento de três jovens que aos poucos vão fortalecendo os laços de amizade até se descobrirem em uma complexa relação à três. Porém, a partir do momento em que é inserido o inverosímel reality show, a coisa desanda e o filme se perde. Preferia ter visto outros conflitos, maiores problemas cotidianos e uma história além daquela casa enfadonha. Quanto à comparação com "The Dreamers": parem!
Bergman faz de "Monika e o Desejo" uma trama de certa forma simples sobre a construção rápido e desmoronamento de uma relação amorosa, mas sem todo o aprofundamento psicológico e existencial de suas obras mais conhecidas, assim como deixando em aberto várias questões para o telespectador tirar suas próprias conclusões, como as motivações do desgaste do casamento de Lund e Monika. Aliás, esta personagem é extremamente adorável e cativante, talvez uma das mais interessantes do cinema de Bergman e o filme funciona muito em função dela.
"Fale Com Ela" foi um dos primeiros filmes do Almodóvar que assisti e de lá pra cá, devorei toda a filmografia desse que se tornou um dos meus diretores preferidos. Aqui, o diretor continua investindo em seus dramas melodramáticos que começam a se intensificar lá em "Carne Trêmula" e as protagonistas femininas abrem um pouco espaço para os homens, apesar de elas serem responsáveis por todas as reviravoltas, pela ânsia do amor platônico de Marco e Benigno, que adveio com o coma das duas mulheres e, mesmo que de fato não falem, são a mola propulsora da obra.
É gratificante ver Elis Regina e Caetano Veloso no filme (Almodóvar adora música brasileira) e todas as reviravoltas que a trama dá, com a renovação dos personagens, mudando seus ciclos de vida. Também é interessante observar que aqui temos um Almodóvar mais sóbrio visualmente, com o visual kitsch menos enfatizado e o vermelho com menos destaque do que normalmente vemos em seus filmes.
E de tantos personagens cativantes, o Benigno nos causa um misto de repulsa e admiração. É um personagem complexo, que viveu uma vida devotado à mãe (é até meio um Norman Bates, de "Psicose") e tem uma paixão por Alicia que até certo ponto transcende o carnal, se satisfazendo simplesmente em cuidar dela em seu coma inconsciente. ___ Ps.: Só revendo o filme, pude ver a Cecilia Roth, que faz a Manuela em "Tudo Sobre Minha Mãe", junto ao pessoal que tá assistindo ao show do Caetano. Ps 2: O pequeno filme mudo assistido por Benigno, além de uma grande homenagem ao Cinema Mudo é uma das sequências mais interessantes de "Fale Com Ela".
Kurosawa é mestre em fazer adaptações de obras literárias, produzindo filmes singulares com identidade própria. "Trono Manchado de Sangue", que tem uma base em "Machbeth" de Shakespeare e talvez seja a abordagem cinematográfica mais interessante do livro, onde toda a construção de um Japão feudal ainda da época de samurais é feita com esmero e tanto Washizu quanto a odiável Asaji são personagens excelentes com toda a sua cobiça por poder, que culmina naquela clássica cena final com
Com um Bergman mais avançado desde "Juventude", "Quando as Mulheres Esperam" foi uma grata surpresa, com histórias episódicas fascinantes daquelas mulheres cheias de angústias, sofrimentos, sonhos e inquietações, mas que conseguem, mesmo diante de todas as intempéries da relação a dois (que sempre vão existir), mantê-la rígida. Por mais que não haja a profundidade psicológica e todos os simbolismos de filmes posteriores do Bergman, não é um trabalho que deva ser menosprezado em sua filmografia.
Dentro do universo Marvel, os filmes do Capitão América costumam ser os mais interessantes, dosando bem tanto a profundidade do protagonista foco da obra quanto o desenvolvimento do universo proposto, com todas as situações que vem sendo exploradas em filmes anteriores. "Guerra Civil" acaba sendo feliz em dosar os dois lados da disputa entre Homem de Ferro e Capitão América, já que os dois lados possuem suas razões e seus obstáculos e assim ficamos divididos na batalha entre os dois grupos.
"Guerra Civil", além de aprofundar os conflitos internos de alguns personagens, é rico em cenas de ação (provavelmente das melhores dos filmes da Marvel) e possui uma carga de humor satisfatória , não achando que chega a passar do tom. A introdução de novos personagens, como o Pantera Negra e o tão aguardado Homem Aranha acaba sendo feita de forma também satisfatória, nos deixando ansiosos por ver como eles serão desenvolvidos nos próximos filmes. De negativo, eu destacaria o fraco vilão que é o Zemo, que serve muito mais pra pontuar os conflitos entre os Vingadores do que ser uma ameaça.
Continuação tão boa quanto o primeiro filme, "Superman II" se destaca por ter um roteiro um pouco mais redondo e vilões mais combativos, ainda contando com o ótimo Lex Luthor do Gene Hackman, que é o grande alívio cômico da obra. As cenas de ação também me agradaram e percebi que houve uma melhora nos efeitos visuais, avançados para a época e que não são tão datados. De forma geral, é um grande filme de super-herói da década de 80, marcando uma geração.
"The Prime of Miss Jean Brodie" é o predecessor de filmes como "Sociedade dos Poetas Mortos" e "O Sorriso de Monalisa", com o mestre que forma intelectualmente um grupo de alunos. A Jean Brodie de Maggie Smith é uma personagem extremamente adorável e sua atuação é impecável, já solidificando uma carreira de sucesso. O filme em si não conseguiu me cativar completamente e acho que ele perde um pouco do fôlego em determinados momentos, mas a atuação de Smith consegue elevar a obra e nos deixar admirados em todos os momentos em que ela entra em cena.
"Chatô - O Rei do Brasil" é o "Chinese Democracy" do nosso cinema nacional, com produção começando em 95, filmagens em 99 e só sendo lançado em 2015, vários anos depois, com a impressão de que nunca sairia, sendo normal gerar alguma expectativa. Acredito que todos os problemas de produção fizeram o filme perder o timing, já que o best-seller do Fernando Morais é de 1994. Adversidades a`parte, não li a obra literária e conheço pouco da figura marcante do Assis Chateaubriand, mas não acho que isso seja fundamental para tentar imergir na obra.
De início, é visível que o filme não envereda pelo formato tradicional de cinebiografias, mesclando vários momentos da vida de Chatô com o seu "julgamento do século". Isso possui pontos positivos e negativos. De positivo, é ótimo ver um modelo narrativo diferente do habitual, porém o Guilherme Fontes não soube dirigir eficazmente, mostrando uma obra confusa, com atuações propositalmente alegóricas e exageradas e um tom surrealista que não convence 9pelo menos a mim). O que deveria ser uma edição dinâmica e interessante, acaba atrapalhando o desenvolvimento do personagem principal e me gerando apatia.
Por mais que a forma de retratar Assis Chateaubriand seja alegórica, senti falta de ver mais esquematicamente como ele vai se tornando a pessoa influente que foi, o que o filme não faz, já que é recortado de várias maneiras e de repente ele já aparece até sendo amigo do Getúlio Vargas. E por mais que o Chatô fosse uma figura desprezível, mulherengo, que muda as leis para benefício próprio, chantageador e que usava seus meios de comunicação para seus próprios interesses, toda essa imagem meio de "Cidadão Kane" não foi bem construída, assim como seu lado intelectual foi quase totalmente esquecido, já que ele foi até professor de direito, membro da Academia de Letras e fundou o MASP, não sei se por capricho, como o filme que nos passar, mas teve uma contribuição importante para a arte no Brasil.
Em resumo o filme não conseguiu me cativar e achei que muito dinheiro foi desperdiçado para se fazer uma obra esquecível, porém, apesar das falhas de direção, edição e roteiro, a produção está de parabéns na caracterização de época e toda a elaboração visual, que possui 16 anos, mas que não é datada. Afora o elenco, composto por vários atores ótimos e que me surpreendeu com o bom desempenho de Marco Ricca.
Truque de Mestre
3.8 2,5K Assista Agora"Now You See Me" é um filme mediano que alterna bons momentos com outros nem tanto. A premissa da obra é muito boa, apesar de toda a construção do filme ser feita de uma forma nada crível, onde muita coisa não é explicada de forma eficaz ou é feita de forma apressada, o que demonstra furos no roteiro, onde personagens importantes somem (tipo o do Michael Caine) e onde você não consegue ver a motivação dos personagens. Mas é um filme que vale o tempo de entretenimento, com boas cenas de ação e reviravoltas interessantes.
Monty Python em Busca do Cálice Sagrado
4.2 742 Assista AgoraPrimeiro filme de Monty Python que assisto e me pergunto como demorei tanto tempo pra conhecer algo deles. O filme é engraçado do início ao fim, com várias piadas que além de serem extremamente cômicas, possuem conteúdo, muito além do "non sense", que parece imperar nos dias de hoje.
Não é à toa ser um clássico!
Tudo Isto e o Céu Também
4.2 29 Assista Agora"Tudo Isto e o Céu Também" é um filme que já queria assistir tem um tempinho e enrolei um pouco até isso acontecer, mas fui recompensado por uma trama bastante singular, que me conquistou logo de início muita pela atuação sempre cativante da Bette Davis, que mostra mais uma vez ser uma atriz bastante versátil e dessa vez encarna a mocinha, em um amor platônico que tem graves consequências. O roteiro é bastante agradável e nos envolve na história desde o momento inicial da sala de aula, onde ficamos curiosos para saber o que aconteceu com Mademoiselle Deluzy/Desportes e aos poucos ficamos encantados pela trama.
Como comentaram abaixo, um dos méritos do filme é ter elementos de romance, mas isso nunca precisar ser concretizado ou explícito para fazê-lo melhor, o que é algo quase impensável no cinema de hoje em dia.
Speed Racer
2.8 411 Assista AgoraEu conheço bem pouco do anime pra falar com precisão se houve uma boa adaptação ou não, mas o trabalho das irmãs Wachowski me incomodou bastante, não só pelo visual saturado, onde o filme é quase completamente feito em CGI, mas também pelo roteiro que apesar de ter seus méritos (a crítica ao automobilismo é bem válida), é cheio de clichês, observados nos diálogos enfadonhos, além das atuações caricatas. O filme todo é bem esquecível e é um desperdício um elenco tão brilhante ser tão desperdiçado.
O Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas
3.1 566 Assista AgoraApesar de não ser tão marcante quanto os dois primeiros filmes e usar muito da estrutura de sucesso de "O Julgamento Final", essa terceira obra é coerente com o universo do filme, tem boas doses de humor e ação e uma vilã quase tão boa quanto o T-1000 e, no geral, tudo funciona de forma eficiente.
Porém, a Sarah Connor ainda faz muita falta.
Noites de Circo
3.9 49Comparando com alguns filmes anteriores expressivos e mais recentes de Bergman, como "Monika e o Desejo" e "Juventude", "Noites de Circo" é uma obra mais modesta e um pouco esquecida na imensa filmografia do diretor, mas é um trabalho pontual e interessante, mostrando a dicotomia de um circo ambulante, que nos passa a imagem de alegria, mas que é composto por pessoas humilhadas, miseráveis, tristes e sem expectativa de vida, enfocando o ciúme e infidelidade dos personagens principais.
É ótimo ver a Harriet Andersson novamente trabalhando com o diretor (o que irá ser uma parceria recorrente), mas o grande destaque é o início da parceria entre Bergman e o genial Sven Nykvist, que sem sombra de dúvidas foi um dos melhores diretores de fotografia do cinema e que ajudou a fazer filmes singulares com o Bergman.
Invocação do Mal 2
3.8 2,1K Assista AgoraTenho um pouco pé atrás com continuações, principalmente com filmes de terror que basicamente costumam repetir a fórmula que já fez sucesso e não trazem inovação nenhuma. Por isso, não tive expectativas com "Invocação do Mal 2" e me deixei surpreender. Apesar de termos a Lorraine e o Ed, a possessão demoníaca e a casa mal assombrada, não parece que estamos vendo uma repetição do primeiro filme, a começar que, ao contrário do primeiro e de vários filmes em casas assombradas, não temos uma família feliz se mudando e sim uma família desestruturada liderada por uma mãe divorciada e que precisa conseguir lidar com todo o caos que cerca a família. Ao mesmo passo, o desenvolvimento dos personagens Ed e Lorraine se aprofunda um pouco mais e vemos uma relação crível, afetuosa e que consegue nos cativar.
Toda a construção técnica do filme é impecável, com a fotografia meio soturna, a trilha sonora adorável e bem anos 70 e todo o design de produção nos remetendo a essa década. Fora isso, a direção do James Wan vem se mostrando cada vez mais consistente, com ele provavelmente sendo o melhor diretor de terror atualmente e com o mérito de usar vários clichês do gênero, mas não deixando que a obra fique sem identidade própria e genérica e, principalmente, investindo na construção de um suspense que vai além dos "jump scares" (que, claro, existem e conseguem realmente assustar), criando um clima de tensão que nos deixa apreensivos. Fora isso, Vera Farmiga e Patrick Wilson, como sempre, estão ótimos, mas o destaque mesmo é pra pequena Madison Wolfe, que está excelente no papel de menina possuída.
Não me arrisco a dizer que é melhor que o primeiro filme, mas afirmo sem dúvidas que é tão bom quanto e (pelo menos até agora, mesmo com "A Bruxa") é o melhor filme de terror de 2016.
Alice Através do Espelho
3.4 733 Assista Agora"Alice Através do Espelho" consegue ser até melhor do que o "Alice no País das Maravilhas", do Tim Burton e isso se deve basicamente porque o roteiro é mais interessante, mostrando o passado dos personagens e tudo acaba se encaixando muito bem na história já conhecida por nós. Além do mais, o elenco é bastante competente e tudo funciona bem. Não que seja um filme inesquecível e marcante (longe disso), mas cumpre seu papel de entretenimento.
Padrinhos de Tóquio
4.3 202 Assista AgoraDos filmes do Satoshi Kon (e infelizmente, esse é o último que vejo), "Tokyo Godfathers" é o que tem uma mensagem mais direta, sem a narrativa surreal e confusão entre realidade e flashbacks/sonhos de seus outros trabalhos e a busca pelos pais da Kiyoko acaba resultando na busca interior desses três personagens adoráveis que nunca vamos ver em uma animação convencional: três moradores de rua, sendo que uma é travesti. E o filme nos faz refletir sobre suas vidas, já que todo morador de rua tem uma história única que o levou àquela realidade.
Uma pena não ter mais filmes do Satoshi Kon pra assistir, tendo o mesmo morrido tão prematuramente e nos privando de ver outros trabalhos primorosos.
X-Men: Apocalipse
3.5 2,1K Assista AgoraEm primeiro lugar, as minhas percepções sobre "X-Men" e a maioria dos filmes de super-heróis são com relação ao universo cinematográfico mesmo, já que não acompanho com afinco HQ's; mas são veículos diferentes que devem ser analisados separadamente; os filmes nunca serão inteiramente fiéis aos quadrinhos e obras literárias por diversas questões. Dito isso, "X-Men" é a franquia de super-heróis que, pra mim, tem a premissa mais interessante: mutantes, vistos como anormais pela sociedade, tendo que aprender a conviver com seus poderes e toda essa exclusão, assim como a reflexão de que o mundo necessita do diferente, sendo difícil viver em uma realidade só com pessoas "normais" ou só com pessoas diferentes. Essa metáfora é cada vez mais atual.
"Apocalipse" me agradou em alguns pontos e desagradou em outros. A franquia tem feito um bom trabalho de reformulação, que começou com "Primeira Classe" e continuou em "Dias de um Futuro Esquecido". Aqui, ainda estamos nessa reformulação, com a introdução de personagens importantes com novos atores, como Jean, Scott, Tempestade e Noturno. Mas algumas tramas ainda se repetem de forma um pouco enfadonha, como as indecisões da Mística e do Magneto, assim como a rixa dele com o Xavier. Isso tira um pouco de originalidade do roteiro.
Outro ponto que me incomoda é a importância dada a alguns personagens em detrimento de outros e a maior prova disso é a Mística, o que é feito simplesmente porque a Jennifer Lawrence é o nome de maior peso no filme (maior peso, não maior talento) e em vários momentos a imagem dela é mais importante do que a da própria personagem, que só assume a sua real aparência da metade em diante do filme. Assim, personagens também importantes como Scott, Tempestade e Anjo acabam ficando em segundo plano. Mas apesar disso, alguns outros possuem uma profundidade maior que é bem desenvolvida, como o Magneto, interpretado brilhantemente pelo Fassbender, que tem todo um arco familiar e de perda que motivam suas atitudes posteriores (por mais que seus conflitos internos ainda sejam repetitivos).
E outra questão que faltou ser mais bem desenvolvida é o vilão Apocalypse. A cena de abertura do filme é espetacular e o personagem prometia ser grandioso. Mas, apesar de ter o receio de ele ser indestrutível e de que as coisas poderiam não acabar bem, ele parece ser um vilão bem fraco pra quem é um Deus, adquiriu uma série de poderes durante anos e o embate final é rápido e o faz parecer ser bem menos temível do que se achava. Fora isso, o trabalho de CGI feito nele me incomodou e deixou ele parecendo aqueles vilões dos Power Ranger. É uma pena o ótimo Oscar Isaac acabar meio perdido no meio de tanto efeito especial.
E por sinal, outra ponto negativo foi o excesso de CGI. Em alguns momentos ele é totalmente visível e é uma pena que acabe se sobrepondo ao desenvolvimento do roteiro e se prefira enfatizar as cenas de ação, com destruições etc (o que é legal, mas acaba saturando).
De forma geral, é um bom filme no gênero "super-heróis", mas fica aquém de outros filmes dos "X-Men" e nos deixa carentes de originalidade. Mas eu gostei do elenco, de forma geral, principalmente, entre os novos atores, da Sophie Turner, que já vinha fazendo um bom trabalho em "Game of Thrones" e revigora uma das personagens mais interessantes da série. Espero que nos próximos filmes já se parta do pressuposto de que a franquia já está restabelecida e o roteiro não tenha a necessidade de trabalhar isso novamente. E claro, um vilão combativo e mais desenvolvido é sempre bom.
___
Ps.: por mais que seja repetitivo, a cena do Mercúrio é a mais legal, e por mim, pode ter em todo o filme, pelo tempo que for.
Terra de Ninguém
3.9 193"Terra de Ninguém" ainda traz um Terrence Malick em formação, mas que já imprime uma direção concisa, com uma bela fotografia e um roteiro interessante para um filme que é muito mais um estudo de personagem do que um filme de gênero, com a apatia dos protagonistas diante da violência e das mortes que ocorrem justamente para não acabar com aquele período de romance entre os dois (que eles sabem que é passageiro). Martin Sheen (realmente parecido com James Dean) e a doce Sissy Spacek ainda em início de carreira dão o tom certo às atuações e elevam a obra.
E por mais que ainda não seja o Malick espetacular de filmes posteriores, se formos considerar que ainda é sua primeira obra, com um orçamento bem limitado, o resultado final é muito bom.
Depois de Horas
4.0 457 Assista Agora"Depois de Horas" é uma obra bem diferente na filmografia do Scorsese, mas também pouco lembrado/comentado. É um trabalho mais despretensioso, que está entre "Touro Indomável" e "A Última Tentação de Cristo", que são dois filmes emblemáticos na carreira do diretor e é basicamente uma comédia de erros, remetendo um pouco à psicodelia e surrealismo de "Alice no País das Maravilhas", mas se passando em Nova York, onde tudo pode acontecer e todos aqueles tipos diferentes podem existir.
O filme diverte do início ao fim e é extremamente prazeroso acompanhar os desastres da noite maluca de Paul, que termina da melhor forma possível e totalmente coerente à proposta do filme.
Encarnação do Demônio
3.3 16840 anos após "Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver", José Mojica Marins encera a trilogia de forma coerente com o universo do Zé do Caixão e modernizando todo aquele cenário que o mesmo criou na década de 60, mas também revisitando todas as suas reflexões existencialistas, críticas religiosas e pessimismo social. Além disso, o filme possui um orçamento maior e sabe desenvolver isso muito bem, mas continua com aquela aura de cinema alternativo e experimental que o Mojica fazia quando os recursos para os filmes eram muito menores.
Atriz Milenar
4.3 115Comparado a outros filmes que já assisti do Satoshi Kon, "Atriz Milenar" é uma trama mais simples, apesar de ter seus elementos narrativos surrealistas que intercalam realidade com flashbacks, o que pode nos confundir em determinados momentos. Chiyoko é uma personagem adorável e é incrível vê-la envelhecendo e interpretando vários papéis no cinema japonês, que por sinal, possui várias referências, como "Trono Manchado de Sangue", do Kurosawa.
A Mulher Faz o Homem
4.3 172 Assista Agora"Mr. Smith Goes To Washington" (esse título nacional é sofrível) tem quase 80 anos, mas as críticas a corrupção na política continuam extremamente atuais, principalmente no contexto atual do Brasil. Políticos de fantoche, interesses pessoais acima do interesse público e meios de comunicação comprados são alguns dos temas muito bem abordados por um Capra ácido, que também nos mostra alguns pontos turísticos e históricos de Washington e um pouco do processo eleitoral dos EUA. E claro, James Stewart, como sempre, está excelente, mas me surpreendi com a ótima atuação do Claude Rains, que estava impecável do início ao fim.
Os 3
3.4 561"Os 3", no início, prometia um trama interessante, abordando de forma natural o envolvimento de três jovens que aos poucos vão fortalecendo os laços de amizade até se descobrirem em uma complexa relação à três. Porém, a partir do momento em que é inserido o inverosímel reality show, a coisa desanda e o filme se perde. Preferia ter visto outros conflitos, maiores problemas cotidianos e uma história além daquela casa enfadonha.
Quanto à comparação com "The Dreamers": parem!
Monika e o Desejo
4.0 120 Assista AgoraBergman faz de "Monika e o Desejo" uma trama de certa forma simples sobre a construção rápido e desmoronamento de uma relação amorosa, mas sem todo o aprofundamento psicológico e existencial de suas obras mais conhecidas, assim como deixando em aberto várias questões para o telespectador tirar suas próprias conclusões, como as motivações do desgaste do casamento de Lund e Monika. Aliás, esta personagem é extremamente adorável e cativante, talvez uma das mais interessantes do cinema de Bergman e o filme funciona muito em função dela.
Fale com Ela
4.2 1,0K Assista Agora"Fale Com Ela" foi um dos primeiros filmes do Almodóvar que assisti e de lá pra cá, devorei toda a filmografia desse que se tornou um dos meus diretores preferidos. Aqui, o diretor continua investindo em seus dramas melodramáticos que começam a se intensificar lá em "Carne Trêmula" e as protagonistas femininas abrem um pouco espaço para os homens, apesar de elas serem responsáveis por todas as reviravoltas, pela ânsia do amor platônico de Marco e Benigno, que adveio com o coma das duas mulheres e, mesmo que de fato não falem, são a mola propulsora da obra.
É gratificante ver Elis Regina e Caetano Veloso no filme (Almodóvar adora música brasileira) e todas as reviravoltas que a trama dá, com a renovação dos personagens, mudando seus ciclos de vida. Também é interessante observar que aqui temos um Almodóvar mais sóbrio visualmente, com o visual kitsch menos enfatizado e o vermelho com menos destaque do que normalmente vemos em seus filmes.
E de tantos personagens cativantes, o Benigno nos causa um misto de repulsa e admiração. É um personagem complexo, que viveu uma vida devotado à mãe (é até meio um Norman Bates, de "Psicose") e tem uma paixão por Alicia que até certo ponto transcende o carnal, se satisfazendo simplesmente em cuidar dela em seu coma inconsciente.
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Ps.: Só revendo o filme, pude ver a Cecilia Roth, que faz a Manuela em "Tudo Sobre Minha Mãe", junto ao pessoal que tá assistindo ao show do Caetano.
Ps 2: O pequeno filme mudo assistido por Benigno, além de uma grande homenagem ao Cinema Mudo é uma das sequências mais interessantes de "Fale Com Ela".
Trono Manchado de Sangue
4.4 121 Assista AgoraKurosawa é mestre em fazer adaptações de obras literárias, produzindo filmes singulares com identidade própria. "Trono Manchado de Sangue", que tem uma base em "Machbeth" de Shakespeare e talvez seja a abordagem cinematográfica mais interessante do livro, onde toda a construção de um Japão feudal ainda da época de samurais é feita com esmero e tanto Washizu quanto a odiável Asaji são personagens excelentes com toda a sua cobiça por poder, que culmina naquela clássica cena final com
o General morrendo cheio de flechas.
Mais um clássico do Kurosawa que mostra o quanto sua contribuição ao cinema foi essencial.
Quando as Mulheres Esperam
3.7 18 Assista AgoraCom um Bergman mais avançado desde "Juventude", "Quando as Mulheres Esperam" foi uma grata surpresa, com histórias episódicas fascinantes daquelas mulheres cheias de angústias, sofrimentos, sonhos e inquietações, mas que conseguem, mesmo diante de todas as intempéries da relação a dois (que sempre vão existir), mantê-la rígida. Por mais que não haja a profundidade psicológica e todos os simbolismos de filmes posteriores do Bergman, não é um trabalho que deva ser menosprezado em sua filmografia.
Capitão América: Guerra Civil
3.9 2,4K Assista AgoraDentro do universo Marvel, os filmes do Capitão América costumam ser os mais interessantes, dosando bem tanto a profundidade do protagonista foco da obra quanto o desenvolvimento do universo proposto, com todas as situações que vem sendo exploradas em filmes anteriores. "Guerra Civil" acaba sendo feliz em dosar os dois lados da disputa entre Homem de Ferro e Capitão América, já que os dois lados possuem suas razões e seus obstáculos e assim ficamos divididos na batalha entre os dois grupos.
"Guerra Civil", além de aprofundar os conflitos internos de alguns personagens, é rico em cenas de ação (provavelmente das melhores dos filmes da Marvel) e possui uma carga de humor satisfatória , não achando que chega a passar do tom. A introdução de novos personagens, como o Pantera Negra e o tão aguardado Homem Aranha acaba sendo feita de forma também satisfatória, nos deixando ansiosos por ver como eles serão desenvolvidos nos próximos filmes.
De negativo, eu destacaria o fraco vilão que é o Zemo, que serve muito mais pra pontuar os conflitos entre os Vingadores do que ser uma ameaça.
Superman II: A Aventura Continua
3.5 252 Assista AgoraContinuação tão boa quanto o primeiro filme, "Superman II" se destaca por ter um roteiro um pouco mais redondo e vilões mais combativos, ainda contando com o ótimo Lex Luthor do Gene Hackman, que é o grande alívio cômico da obra. As cenas de ação também me agradaram e percebi que houve uma melhora nos efeitos visuais, avançados para a época e que não são tão datados.
De forma geral, é um grande filme de super-herói da década de 80, marcando uma geração.
A Primavera de uma Solteirona
4.0 32"The Prime of Miss Jean Brodie" é o predecessor de filmes como "Sociedade dos Poetas Mortos" e "O Sorriso de Monalisa", com o mestre que forma intelectualmente um grupo de alunos. A Jean Brodie de Maggie Smith é uma personagem extremamente adorável e sua atuação é impecável, já solidificando uma carreira de sucesso. O filme em si não conseguiu me cativar completamente e acho que ele perde um pouco do fôlego em determinados momentos, mas a atuação de Smith consegue elevar a obra e nos deixar admirados em todos os momentos em que ela entra em cena.
Chatô - O Rei do Brasil
2.8 182 Assista Agora"Chatô - O Rei do Brasil" é o "Chinese Democracy" do nosso cinema nacional, com produção começando em 95, filmagens em 99 e só sendo lançado em 2015, vários anos depois, com a impressão de que nunca sairia, sendo normal gerar alguma expectativa. Acredito que todos os problemas de produção fizeram o filme perder o timing, já que o best-seller do Fernando Morais é de 1994. Adversidades a`parte, não li a obra literária e conheço pouco da figura marcante do Assis Chateaubriand, mas não acho que isso seja fundamental para tentar imergir na obra.
De início, é visível que o filme não envereda pelo formato tradicional de cinebiografias, mesclando vários momentos da vida de Chatô com o seu "julgamento do século". Isso possui pontos positivos e negativos. De positivo, é ótimo ver um modelo narrativo diferente do habitual, porém o Guilherme Fontes não soube dirigir eficazmente, mostrando uma obra confusa, com atuações propositalmente alegóricas e exageradas e um tom surrealista que não convence 9pelo menos a mim). O que deveria ser uma edição dinâmica e interessante, acaba atrapalhando o desenvolvimento do personagem principal e me gerando apatia.
Por mais que a forma de retratar Assis Chateaubriand seja alegórica, senti falta de ver mais esquematicamente como ele vai se tornando a pessoa influente que foi, o que o filme não faz, já que é recortado de várias maneiras e de repente ele já aparece até sendo amigo do Getúlio Vargas. E por mais que o Chatô fosse uma figura desprezível, mulherengo, que muda as leis para benefício próprio, chantageador e que usava seus meios de comunicação para seus próprios interesses, toda essa imagem meio de "Cidadão Kane" não foi bem construída, assim como seu lado intelectual foi quase totalmente esquecido, já que ele foi até professor de direito, membro da Academia de Letras e fundou o MASP, não sei se por capricho, como o filme que nos passar, mas teve uma contribuição importante para a arte no Brasil.
Em resumo o filme não conseguiu me cativar e achei que muito dinheiro foi desperdiçado para se fazer uma obra esquecível, porém, apesar das falhas de direção, edição e roteiro, a produção está de parabéns na caracterização de época e toda a elaboração visual, que possui 16 anos, mas que não é datada. Afora o elenco, composto por vários atores ótimos e que me surpreendeu com o bom desempenho de Marco Ricca.