Comigo foi um filme que cresceu com o tempo. Terminei não o achando grandioso (o que também não é de formal alguma um problema), mas quanto mais pensava nele, mais perguntas viam, mais inseria sua história na minha história, mais tentava criar empatia com todos personagens. E penso que seja um filme, centralizando na Margo, que trata de escolhas e decisões até se perguntar se elas importam tanto assim. Será que o fatalismo esta ali presente independentemente das escolhas?
E a cena da "valsa", da música Take this Waltz é quase um resumo do filme, de centenas de relacionamentos e desse pensamento. A relação dela e do Lou a gente só conhece a partir do fim da valsa, enquanto a dela e do canadense charmoso lá vemos praticamente a valsa toda: da excitação à morosidade. E se depois de tomada a escolha a gente observar que tudo conspira para tomarmos a mesma escolha novamente? E se surgir um outro Daniel da vida? Qual seria a escolha de Margo? Passar por toda aquela epopéia novamente para tomar a decisão de se agarrar ao novo ou escolher continuar com o velho? Afinal, um velho pode até saber cozinhar somente frango, mas o faz de diversas maneiras diferentes.
Vi e realmente me lembrou A Pele do Almodóvar. E descobri aqui que ambos os filmes têm o mesmo fotógrafo. O que talvez explique porque associei com a estética meio minimalista clean d’A Pele, mas Passion não consegue ser clean por tanto tempo.
Acho que o De Palma está se referenciando mais que a outro diretor. Ou é coisa do meu imaginário mesmo, porque aquele loira no elevador.. hum... me lembrou um filme dele mesmo rs. Mas aí é aquela coisa né, o cara não pode ter mais nenhuma cena com elevador que vão falar que ele se autorreferencia rsrs.
Já a Rachel, não sei. Não vi muitas coisas dela, mas deu a impressão que ela está fazendo a versão adulta daquela mazinha do Meninas Malvadas. E comparando com a Thomas do Crime de Amor, a Rachel não chega a ter uma crueldade fria, digna do mundo dos adultos, mas a mesma patricinha que cresceu e continua simulando aquele assédio besta na reprografia.
Não lembro muito do final do Crime de Amor, acho que não tinha esses “dois finais”. Porque o sonho me passou essa impressão, a de dois finais. Assim todos podem ficar satisfeitos, tanto os que gostam de uma vingança contra os malfeitores quanto aqueles que torcem por um final não tão moralista. Mas claro que o 2º grupo se satisfez mais.
Particularmente, foi o que menos me "empolgou". Mas, não significa que eu não tenha gostado. Apenas, no ranking fica em 3º lugar.
E a visão de mundo deles me lembra muito o posts que eu lia no blog Não2Não1. Sei lá, parece que tudo fica mais claro quando associo os 2: a idéia sobre o relacionamento lúdico, a vida individual que os parceiros devem ter, as várias pessoas diferentes que somos, o dizer uma coisa quando na verdade intencionamos outra etc. Enfim, valeu a pena esperá-los.
Quando os amigos, que não sabiam da história, foram ao cinema eu já avisei logo: olha, é um "filme-diálogo". E eles disseram "ué, qual não é?". Depois da sessão entenderam o que eu queria dizer rs
Eu vi o do Frears (predileto), o do Forman (vi, mas confesso que esqueci) e o dos adolescentes Segundas Intenções (que, aliás, é daqueles filmes que a gente lembra da adolescência na hora!).
Observei que nesse mais recente chines tem umas referências (não sei se intencionais) aos anteriores que vi. Como a cena inicial de vestir roupas e a forma de abordar pomposamente uma imagem clássica (Frears) e o final mais bonzinho (Segundas Intenções) - e justamente por isso que o achei meio fraquinho. Essa liberdade tira um pouco da "moral da história" do Laclos, onde todo mundo se ferrava, ninguém vencia e a desgraça possuía a todos. E também não sei se o filme escolheu a Xangai dos anos 30 para fazer a ponte com a questão social das diferenças de classes (porque o Laclos faz isso situando a nobreza na pré-Revolução) ou pra proporcionar um requinte garboso, cheio de luxo na alta burguesia.
E acredito que o destaque maior é a Merteuil.Pra mim é a mau-carater mor da literatura e do cinema. Não tem como não ficar boa na tela, a personagem tem tanto poder que ninguém a faz ruim, só pode.
O melhor:a atriz e a culinária. A história acerta quando faz um contraponto com a política, mas ainda assim parece que foi feito para a atriz e culinária, a história em si a gente até esquece depois de um tempo.
A propósito, leiam esse artigo do jornalista francês Sébastien Lapague disponível no Le Monde Diplomatique Brasil: Uma análise e crítica social, cultural e patrimonial sobre a comida na França.
Isabelle sempre vale 2 horas do nosso tempo. Li em algum lugar e concordo, mesmo sendo ótima, não leva jeito pra missionária cristã aqui. Parece a Huppert sendo ótima mesmo.
Lembro que quando eu era criança queria muito ver. Aí vi e esqueci. Revi e notei que é um filme feito com cuidado, não parece ter sido de feito de qualquer modo fácil pra ganhar dinheiro. Tem umas cenas escuras mostrando pouco do muito horror que são quase oníricas. Aí vem aquela musiquinha do inferno (no bom sentido) e realmente, é bem onírico.
Embora algumas narrativas pareçam mais especulações (os próprios admitem que que o diretor pode não ter tido consciência do que fazia [o que pra mim é até bastante interessante, como a sincronização de trás pra frente que torna a descoberta mais "iluminada" justamente por parecer não intencional]) é divertido porque parece aquelas conversas com os amigos depois de ver um filme que muda sua vida. Você gosta, pensa, filosofa além do visto.
E a utilização de trechos de outros filmes funciona mais que mostrar os entrevistados em frente as suas bibliotecas.
Ahh, e no país do Capitão Nascimento, aquelas torturas lá (tããão polêmicas nos EUA) são até leves (no sentido figurado, tortura jamais seria considerado algo leve em aspecto algum)
Como sempre, pensando a memória poeticamente! Uma ótima idéia, só que ficaria melhor num curta... Chega um momento que a gente fala "ok, já entendemos".
Mesmo com pouco traveling e, acho, que sem nenhum zoom ou qualquer recurso de movimento, Seidi fez imagens difíceis de esquecer. E deveria chamar Paraíso: Sem Amor... porque esse né? só na vontade mesmo...
Durante todo o filme, enquanto as cenas se desenvolviam, eu tinha uma azeda sensação de que (alguma merda ia acontecer) algo traumático ou pesado estava prestes a ocorrer. Aí, então, ocorria mesmo... (o que não faz do filme previsível). E a Marion? A presença dela, por si só, já chama a atenção. Ela devia ser escravizada e fazer 1 filme por mês!!
Bom que não aliviaram a barra do Hitchcock, mas tudo foi meio apressado. Pode-se até dizer que o diretor usa certos truques pra arrancar o melhor dos atores. Mas não era isso que ele estava fazendo...
Entre o Amor e a Paixão
3.6 427Comigo foi um filme que cresceu com o tempo. Terminei não o achando grandioso (o que também não é de formal alguma um problema), mas quanto mais pensava nele, mais perguntas viam, mais inseria sua história na minha história, mais tentava criar empatia com todos personagens. E penso que seja um filme, centralizando na Margo, que trata de escolhas e decisões até se perguntar se elas importam tanto assim. Será que o fatalismo esta ali presente independentemente das escolhas?
E a cena da "valsa", da música Take this Waltz é quase um resumo do filme, de centenas de relacionamentos e desse pensamento. A relação dela e do Lou a gente só conhece a partir do fim da valsa, enquanto a dela e do canadense charmoso lá vemos praticamente a valsa toda: da excitação à morosidade. E se depois de tomada a escolha a gente observar que tudo conspira para tomarmos a mesma escolha novamente? E se surgir um outro Daniel da vida? Qual seria a escolha de Margo? Passar por toda aquela epopéia novamente para tomar a decisão de se agarrar ao novo ou escolher continuar com o velho? Afinal, um velho pode até saber cozinhar somente frango, mas o faz de diversas maneiras diferentes.
Paixão
2.7 333Vi e realmente me lembrou A Pele do Almodóvar. E descobri aqui que ambos os filmes têm o mesmo fotógrafo. O que talvez explique porque associei com a estética meio minimalista clean d’A Pele, mas Passion não consegue ser clean por tanto tempo.
Acho que o De Palma está se referenciando mais que a outro diretor. Ou é coisa do meu imaginário mesmo, porque aquele loira no elevador.. hum... me lembrou um filme dele mesmo rs. Mas aí é aquela coisa né, o cara não pode ter mais nenhuma cena com elevador que vão falar que ele se autorreferencia rsrs.
Já a Rachel, não sei. Não vi muitas coisas dela, mas deu a impressão que ela está fazendo a versão adulta daquela mazinha do Meninas Malvadas. E comparando com a Thomas do Crime de Amor, a Rachel não chega a ter uma crueldade fria, digna do mundo dos adultos, mas a mesma patricinha que cresceu e continua simulando aquele assédio besta na reprografia.
Não lembro muito do final do Crime de Amor, acho que não tinha esses “dois finais”. Porque o sonho me passou essa impressão, a de dois finais. Assim todos podem ficar satisfeitos, tanto os que gostam de uma vingança contra os malfeitores quanto aqueles que torcem por um final não tão moralista. Mas claro que o 2º grupo se satisfez mais.
Antes da Meia-Noite
4.2 1,5K Assista AgoraParticularmente, foi o que menos me "empolgou". Mas, não significa que eu não tenha gostado. Apenas, no ranking fica em 3º lugar.
E a visão de mundo deles me lembra muito o posts que eu lia no blog Não2Não1. Sei lá, parece que tudo fica mais claro quando associo os 2: a idéia sobre o relacionamento lúdico, a vida individual que os parceiros devem ter, as várias pessoas diferentes que somos, o dizer uma coisa quando na verdade intencionamos outra etc. Enfim, valeu a pena esperá-los.
Quando os amigos, que não sabiam da história, foram ao cinema eu já avisei logo: olha, é um "filme-diálogo". E eles disseram "ué, qual não é?". Depois da sessão entenderam o que eu queria dizer rs
O Labirinto de Kubrick
3.4 181Aliás, alguém viu a cara do Kubrick nas nuvens?
Dangerous Liaisons
3.8 16Eu vi o do Frears (predileto), o do Forman (vi, mas confesso que esqueci) e o dos adolescentes Segundas Intenções (que, aliás, é daqueles filmes que a gente lembra da adolescência na hora!).
Observei que nesse mais recente chines tem umas referências (não sei se intencionais) aos anteriores que vi. Como a cena inicial de vestir roupas e a forma de abordar pomposamente uma imagem clássica (Frears) e o final mais bonzinho (Segundas Intenções) - e justamente por isso que o achei meio fraquinho. Essa liberdade tira um pouco da "moral da história" do Laclos, onde todo mundo se ferrava, ninguém vencia e a desgraça possuía a todos. E também não sei se o filme escolheu a Xangai dos anos 30 para fazer a ponte com a questão social das diferenças de classes (porque o Laclos faz isso situando a nobreza na pré-Revolução) ou pra proporcionar um requinte garboso, cheio de luxo na alta burguesia.
E acredito que o destaque maior é a Merteuil.Pra mim é a mau-carater mor da literatura e do cinema. Não tem como não ficar boa na tela, a personagem tem tanto poder que ninguém a faz ruim, só pode.
Os Sabores do Palácio
3.6 52 Assista AgoraO melhor:a atriz e a culinária. A história acerta quando faz um contraponto com a política, mas ainda assim parece que foi feito para a atriz e culinária, a história em si a gente até esquece depois de um tempo.
A propósito, leiam esse artigo do jornalista francês Sébastien Lapague disponível no Le Monde Diplomatique Brasil: Uma análise e crítica social, cultural e patrimonial sobre a comida na França.
Em Nome de Deus
3.2 23Isabelle sempre vale 2 horas do nosso tempo. Li em algum lugar e concordo, mesmo sendo ótima, não leva jeito pra missionária cristã aqui. Parece a Huppert sendo ótima mesmo.
Halloween: A Noite do Terror
3.7 1,2K Assista AgoraLembro que quando eu era criança queria muito ver. Aí vi e esqueci. Revi e notei que é um filme feito com cuidado, não parece ter sido de feito de qualquer modo fácil pra ganhar dinheiro. Tem umas cenas escuras mostrando pouco do muito horror que são quase oníricas. Aí vem aquela musiquinha do inferno (no bom sentido) e realmente, é bem onírico.
O Labirinto de Kubrick
3.4 181Embora algumas narrativas pareçam mais especulações (os próprios admitem que que o diretor pode não ter tido consciência do que fazia [o que pra mim é até bastante interessante, como a sincronização de trás pra frente que torna a descoberta mais "iluminada" justamente por parecer não intencional]) é divertido porque parece aquelas conversas com os amigos depois de ver um filme que muda sua vida. Você gosta, pensa, filosofa além do visto.
E a utilização de trechos de outros filmes funciona mais que mostrar os entrevistados em frente as suas bibliotecas.
Therese D.
3.4 159Se a Thérèse lesse certos comentários aqui sobre o filme, provavelmente ela (re)pensaria: "bando de gente da 'raça cega e implacável dos simples' ".
A Hora Mais Escura
3.6 1,1K Assista AgoraAhh, e no país do Capitão Nascimento, aquelas torturas lá (tããão polêmicas nos EUA) são até leves (no sentido figurado, tortura jamais seria considerado algo leve em aspecto algum)
O Divo
3.8 19Quando é que o Brasil fará filmes que abordem sua história política recente e de uma forma estilosa, graciosa e classuda como Il Divo?
Kalifornia: Uma Viagem ao Inferno
3.5 135 Assista AgoraBem normal. O que vale mesmo é a Juliette! Por que ela deu errado hein?
Manhattan
4.1 595 Assista AgoraSeria um daqueles casos que a fotografia supera tudo?
A Hora Mais Escura
3.6 1,1K Assista AgoraÉ propaganda política? SIIM! Mas faz a gente perder o fôlego? SIIM! É melhor que Guerra ao Terror? NÃÃo! A Jessica é a nossa nova musa? SEMPRE FOI!!
Marina Abramovic: A Artista Está Presente
4.5 150Perfeito porque além de conhecer mais sobre o trabalho da Abramovic, entende-se (?) também sobre arte contemporânea.
Milionária por acaso
3.6 4Arte como mercado, ou seja, há mais relações de poder e interesses que possamos enxergar e imaginar.
Vocês Ainda Não Viram Nada!
3.6 28Como sempre, pensando a memória poeticamente! Uma ótima idéia, só que ficaria melhor num curta... Chega um momento que a gente fala "ok, já entendemos".
Paraíso: Amor
3.7 70 Assista AgoraMesmo com pouco traveling e, acho, que sem nenhum zoom ou qualquer recurso de movimento, Seidi fez imagens difíceis de esquecer.
E deveria chamar Paraíso: Sem Amor... porque esse né? só na vontade mesmo...
Loft
3.6 50Tanta reviravolta, tana história paralela, tanta vertigem... e o filme consegue ser monótono.
Ferrugem e Osso
3.9 821 Assista AgoraDurante todo o filme, enquanto as cenas se desenvolviam, eu tinha uma azeda sensação de que (alguma merda ia acontecer) algo traumático ou pesado estava prestes a ocorrer. Aí, então, ocorria mesmo... (o que não faz do filme previsível).
E a Marion? A presença dela, por si só, já chama a atenção. Ela devia ser escravizada e fazer 1 filme por mês!!
A Garota
3.4 118Bom que não aliviaram a barra do Hitchcock, mas tudo foi meio apressado.
Pode-se até dizer que o diretor usa certos truques pra arrancar o melhor dos atores. Mas não era isso que ele estava fazendo...
Olhar Estrangeiro
3.8 47 Assista AgoraE nós? Como enxergamos o sueco, o francês, o norte americano...?
10 Horas Até o Paraíso
3.7 34 Assista AgoraNossa, a mãe dela parece a Sra Bates!