Resumo: comecei a assistir filme pelado com o Paul na mão e terminei chorando.
Me surpreendi com a trilha sonora, já conhecia a música "Funkadelic" mas anotei aqui a nova possibilidade de uso além de ouvir de madrugada e pensar o quanto a minha vida está indo na direção errada.
Se quiseres ler uma crítica inteligente, por favor, passar para o próximo comentário. Grato.
No começo do filme lemos a citação de um autor chamado Alessandro Pepe ("Pepe, já tirei a vela!"). Normalmente quando colocam frases em filmes estas referenciam algum autor consagrado ou algum personagem representado no próprio filme. Tentei puxar pela memória quem era Alessandro Pepe, não consegui, pensei por um momento ter lido errado, ser na verdade algum excerto de Alexander Pope. Quando os créditos iniciais se abrem vi que o tal Alessandro é o jovem roteirista e diretor do filme. Isso já me torceu no nariz logo de cara, soou como uma extremo egoísmo se referenciar como pensador, importante o suficiente para ter sua frase citada e assinada em seu próprio filme. Engoli e voltei a colocar os olhos na tela. Por se tratar de um filme da perspectiva de soldados nazistas, lemos um aviso: "este não é um filme político".
O que seguiu foram imagens provavelmente extraídas de documentários, estilo "Planet Earth" e uma narração em off de um texto que sua tia compartilha no What's App. Torci o nariz novamente. Aquilo que pareceu uma tentativa vaga de tecer alguma profundidade a carnificina que veríamos em um filme de guerra. Engoli novamente e segui, já que me lembrou um pouco o trabalho do grande diretor Terrence Malick, principalmente no filme "A Árvore da Vida", o qual claramente foi inspirado.
Na sequência vemos a cena de alguns solados nazistas em uma floresta. Alinho a bunda no sofá e me preparo pro tiroteiro. O que eu vejo são cenas completamente amadoras. A câmera é mal posiciona, os atores são péssimos, os tiros parecem efeitos especiais que um adolescente faria no Notebook da Positivo comprado em 12x sem juros nas Casas Bahia. Nunca vi tamanho amadorismo em um filme. Depois do tiroteio vejo mais uma cena de batalha ainda pior, apesar desta ter mais soldados. Tudo é completamente mal ensaiado, parece que apenas pegaram pessoas na rua, colocaram um uniforme nela e deram R$10 pra cada um brincar de guerra. Algumas cenas parecem inspiradas em filmes de guerra, como "O Resgate do Soldado Ryan", só que invés de ser uma cópia de qualidade, parece um xerox da faculdade quando o funcionário está de mal humor e esqueceu de limpar o vidro e tinta acumulada nas entranhas da máquina e deixa as folhas todas manchadas e embaçadas.Tiro o chapéu para o figurino, impecável, mas o resto é completamente desastroso.
Em uma narração em off, o personagem central nos diz que escreveu uma carta para amada sobre os avanços, fala dos horrores dos hábitos dos russos, como eles são inferiores, e afirma que nunca os deixará invadir a Alemanha. Vamos nos lembrar: "este não é um filme político", então o personagem declina de detalhes, afirmando que não se aprofundaria mais sobre aquilo. Como assim não é político? É óbvio que é, não é possível investir em um filme tão densamente preenchido com narrações e não escorrer em política, pelo menos na visão do soldado médio sobre a situação em que ele está. Desta vez além de torcer o nariz larguei o filme de mão.
Se alguém quiser assistir a algum filme com a perspectiva de soldados nazistas, por favor, vá atras do "Cruz de Ferro" (1977) e "Stalingrado" (1993). Se quiserem um filme de guerra com uma perspectiva filosófico e com um texto e fotografia espetaculares, procurem por "Além da Linha Vermelha"(1998). Não percam tempo com esta porcaria. Quem sabe se Alessandro Pepe estudar cinema, fazer ensaios com a equipe e planejar as filmagens, além de segurar um pouco a língua e não sair falando qualquer bobagem que pareça profunda mas que soa como um livro de autoajuda comprado em promoção por R$2,00 ele pode se tornar um bom roteirista e diretor. Enquanto isso não serei cobaia, o filme para ser ruim precisa ser bom, este nem é isso é.
O filme é ruim em praticamente todos os aspectos, desde a fotografia, sonoplastia, atuações (com exceção de Lee Marvin, que rouba a cena quando aparece), roteiro, diálogos etc. O filme tem uma trilha típica de marcha militar que tenta evocar emoção, mas com cenas desastrosas que apelam para o humor nas piores situações, parece que tudo é uma grande piada. Emula, de certa forma, o humor de "O mais longo dos dias", mas é como uma piada contada pela 10ª vez que ninguém mais aguenta. O peso das mortes é nulo, parecendo cena de novela dos anos 1980, a qualquer momento achei que teria revelação que o rapaz morto era na verdade filho de Hitler ou qualquer outra bobagem. A cena no hospício é uma das coisas mais amadoras que eu já vi, não sei como tiveram coragem de filmar aquilo.
O filme tenta uma discussão mais profunda sobre o limiar da sanidade e da loucura, do assassinato e da morte, mas tua soa tão vago que estas discussões breves mais atrapalham do que favorecem o filme. Seria como você ter a oportunidade de conversar com um grande filósofo e ele apenas fala: "a vida é sofrimento..." e depois ficar quieto e não desenvolver mais as ideias. Em seguida escorregar e cair de bunda de chão. Isso é o roteiro do filme.
Em suma, não há cenas memoráveis, batalhas bem feitas, atuações boas, trilha emociante e nem nada. O filme é um amontoado de ideias sem direção. O que mais chama a atenção é justamente a presença de Mark Hamill, o grande "Luke Skywalker", em uma atuação sofrível e deslocado do resto (que já são ruins). Destaque para os tanques Sherman, americanos, com pintura dos Panzer do Afrika Corps dos nazistas, chega a ser constrangedor ver aquilo.
Quem sabe no futuro eu assista novamente e mude de opinião, mas o meu primeiro contato com o filme foi terrível, eu não recomendo para ninguém, a não ser que tenhas curiosidade de assistir ao filme para ver Mark Hamill fora da pele de Luke ou da voz do Coringa.
No geral eu gostei muito "The Hobbit, Desolation of Smaug" e achei um filme melhor que o primeiro. O principal ponto positivo do filme foi ver que Peter Jackson soube escutar as críticas e investiu nos pontos que tornaram o filme anterior cansativo. Por exemplo, como o fato de Gandalf ser um Deus Ex Machina ambulante, menor tempo em tela do mago marrom (personagem mais chato do filme anterior), melhorar o ritmo do filme e investir mais na personalidade dos outros anões (apesar que são muitos, então a maioria continua irrelevante). Vamos em partes.
Na quesito ritmo, o filme melhorou imensamente em relação ao anterior, que alcançou seu ápice de chatice na cena da casa do Bilbo, que só aquela parte, se não em engano, concentrou pelo menos 30 minutos de filme. Parecia que não tinha fim! Os personagens não ficam tanto tempo parados sem fazer nada, agora eles correm bastante, chegam num lugar, ficam presos e depois correm mais, estrutura clássica das adaptações do Peter Jackson, o suficiente pra me manter numa cadeira por 3 horas.
O ponto forte do filme está no ato final com Smaug, com sua voz poderosa e seu jeito sarcástico. O dragão roubou o filme. Fiquei curioso de quem dublou o dragão na versão nacional, vi legendado, sinto arrepios com a a voz do Benedict Cumberbatch, que voz fodástica! Acabei me lembrando do filme "Coração de Dragão" que foi dublado pelo Miguel Falabella na época e ficou bem legal. O único ponto ruim é a extrema sorte do personagens, com tanto anão bem que poderiam sacrificar um ou outro pra tornar tudo mais ameaçador, o filme ainda traz a impressão que apesar de todos os perigos, nada nunca vai acontecer com os personagens, mesmo os menos importantes.
A elfa da Evangeline Lilly é legal, gostei dela, deu vontade de levar pra casa. Apesar de muito criticado, o triangulo amoroso entre a elfa, o elfo e o anão (Brazzers) foi a solução que o Peter Jackson encontrou para que mais anões ficassem em evidência, afinal de contas, romances impossíveis agregam valor ao filme. Eu saí do filme lembrando da cara e do nome do anãozinho apaixonado pela Evangeline Lilly. Se eu lembrei de mais de um anão, então Peter Jackson alcançou seu objetivo. Não podemos esquecer que na trilogia Senhor dos Anéis, temos o romance entre uma elfa e um humano. Tá certo que o cara é rei e tal, mas é humano oras! Em o Hobbit a Evangeline Lilly é uma elfa de segunda linha, elfa da floresta.
No fim da sessão todo mundo ficou puto da cara pelo modo como o filme terminou, foi engraçado de ver como as pessoas não sabiam da sequencia ou não entenderam pq terminou assim. O final foi realmente muito abrupto, cortando uma cena de ação ao meio, o que acaba gerando frustração. Outros finais que demonstram sequências deixam amarrados problemas a serem resolvidos no próximo filme - problema de ser o filmes do meio de um trilogia - , mas sabem fechar os filmes, não deixando cenas pela metade, como em Back to Future, Empire Strikes Back, Two Towers e recentemente no segundo filme da série Hunger Games e tantos outros filmes pipoca. Peter Jackson errou no momento que deveria ter terminado o filme, me deu impressão que na sala de edição ele disse "vamos segurar esse público pro próximo filme, mesmo que eles não gostem desse, serão obrigados a assistir ao próximo!" e terminou a frase com uma risada malévola e se formaram cifrões em seus olhos, então fitou o olhar num ser que estava nas sombras, de vestes negras e capuz, que ao levantar o capuz revelou ser George Lucas, que orgulhoso de seu pupilo fez um sinal com cabeça indicando aprovação e saiu da sala de edição, deixando um rastro de dinheiro atrás dele.
Neill Blomkamp é meu atual diretor favorito de Sci-Fi, isso com apenas dois filmes no roteiro. O diretor sul africano surpreendeu o mundo com Distrito 9, é muito mais que um simples filme de ET, mas sim uma metáfora do Apartheid.
Desta vez, depois de ganhar a fama, o diretor pode contratar nomes de peso pra vender o filme, como Matt Damon, Jodie Foster e ainda pra nós brasileiros temos a surpresa de ver a estreia de Wagner Moura no cinema internacional ao lado de Alice Braga e ainda por cima ser um dos personagens principais! Rodrigo Santoro arranjou concorrência forte.
O roteiro é bem construído, com começo (apresentação do universo e dos personagens principais), meio (apresentação do problema a ser enfrentado pelos personagens) e fim (resolução do problema). Segue um pouco a saga do herói, Max ganha um arma especial para que possa enfrentar os inimigos (exoesqueleto), tem um guia (Spider) precisa enfrentar um império opressor (Elysium) controlado por um poderoso senhor (Rhodes) e é caçado por seu cão (Kruger). É o formato que 90% dos filmes de Hollywood usam, tenho quase certeza que Neill Blomkamp foi meio de forçado a escolher esse caminho pra poder vender seu filmes internacionalmente, mas desta vez temos um fundo social, o que faz a grande diferença.
Elysium é uma base espacial (inspirada em projeções futuristas da década de 1960 e 1970) reservado pra quem puder pagar, onde existem máquinas que podem curar qualquer doença em segundos, enquanto na Terra temos um mundo doente, superpovoado, sujo, extremamente pobre, onde os doentes ficam amontoados em hospitais e sofrem. Apesar do filme se passar no futuro, apenas algumas tecnologias como Elysium, robôs, algumas armas e naves são projetadas no futuro, a maior parte da tecnologia apresentada no filme é a atual, como Tvs LCD, carros e e outros. A metáfora social do filme se torna mais crível ao aproximar aquele mundo do nosso invés de apenas projetar um universo impossível. Tudo aquilo que falha no roteiro, é recompensado no design de produção. A Los Angeles do futuro é uma imensa favela, seus prédios altos, antes símbolos de uma economia próspera e competitiva, se tornam imensos cortiços. Escutamo muito espanhol no filme, além de um inglês cheio de sotaques, demonstrando a multiculturalidade, onde as fronteiras são apenas linhas no mapa e não barreiras culturais nacionalistas. O que realmente é ótimo, dando espaço a dois (sim, dois!) atores brasileiros!
Além do lado social do filme, ao se internacionalizar, Neill Blomkamp resolveu meter o dedo na ferida dos americanos: o sistema de saúde. O principal motivador do filme que leva as pessoas a invejarem Elysium não é suas mansões, mas sim suas poderosas máquinas que podem curar qualquer doença, o que leva muitas pessoas a arriscarem a vida, ultrapassando a fronteira para poderem se curar. Wagner Moura aqui ganha o papel de "Coiote" dessa travessia. Esse é a maior metáfora do filme, onde a saúde é reservado apenas aos ricos, enquanto os pobres apodrecem em hospitais super lotados ou devem simplesmente esperar a sua morte.
O filme é ótimo e mostra que Neill Blomkamp já assinou seu estilo de Sci-Fi, adotando metáforas sociais, se aproximando ao máximo do nosso mundo, podemos esperar no futuro realmente grandes filmes desse diretor.
Pode parecer estranho, mas eu tinha fortes esperanças que esse filme fosse bom quando vi o primeiro teaser. Eu fiz a piadinha de "e agora, o próximo será barcos?" Infelizmente eu estava errado.
O filme se passa no universo de Carros, mas o Pixar dificilmente aceitaria um projeto desses, então a Disney resolveu assumir o roteiro.
O roteiro é infantil? É. Precisava ser uma cópia de Carros e ainda ter tantos buracos e erros grotescos? Não. O tema "aviões" poderia render uma história muito melhor, mas aparentemente o conceito dos personagens parece ter sido desenvolvido antes do roteiro, assim copiaram Carros 2, um dos piores filmes da Pixar. O filme investe nos temas de sempre, como acredite em você mesmo e tudo dará certo, temos personagens com problemas de confiança, um avião com medo de altura, outro que trauma de voar e um vilão que se acha o rei do universo até ter sua hegemonia contestada pelo personagem central (sem spoilers até aqui). O pior é que os personagens e as gags são copiadas de Carros, é tudo um repeteco. Temos o avião velho (um belo F4U-1 Corsair) que treina o personagem principal inexplicavelmente apenas lhe dá conselhos no início do filme e depois some, pra aparecer novamente no final revelando a sua história. Temos um caminhão tanque um pouco estúpido que é o melhor amigo do nosso avião pulverizador que sonha em ser um avião de corrida.
O filme só porque é infantil não precisa ser idiota!
Como citei no parágrafo anterior, o filme tem erros grotescos de roteiro, que imagino que foram pensados como piadas, mas foram sem graça e deslocados. Como por exemplo, quando o avião principal se inscreve na corrida, ele coloca um nome como "jato ultra rápido", não me lembro direito, que seu amigo caminhão diz que escolheu, depois num momento mais a frente, quando o fiscal de corrida pergunta onde está o "jato ultra rápido", o mesmo caminhão diz que não conhece e não sabe quem é e nunca ouviu falar sendo que ele próprio inventou a porcaria do nome!!!!! A impressão que tive que esse cara não é amigo de verdade, mas um aproveitador que queria ferrar com o sujeito, um baita filho da puta. Depois ainda se aproveitando ganhando dinheiro com o merchandise do amigo, mas não lhe dá um centavo e inventa que gastou tudo com passagens de avião. O caminhão é o verdadeiro vilão!
O lado bom do filme é que tem uma bela fotografia, homenageia a esquadrão Jolly Rogers e tem uma música tema muito legal "Mark Holman - Nothing Can Stop Me Now", foi o que fez dar uma estrela. Quanto ao 3D, é desprezível, é um filme de avião, direcionado ao público infantil, o mínimo que eu esperava era o uso do efeito pop-up (coisas saindo da tela) que seria muito legal num filme como esse sem ser forçado, mas nem isso a produção do filme se dignou a fazer. Uma pena, o pior filme ano.
Dreamworksrização da Pixar está completa. Não espero mais um filme a altura de Ratatouille por exemplo. A Pixar começou a investir em sequencias pouco inventivas e criativas. Até o humor é óbvio e fraco. Fazer um filme anualmente está aos poucos matando o estúdio. Seria bom se eles ficassem um tempo sem produzir nada, relaxar, esvaziar as mentes pra daí sim conseguirem a inspiração criativa para fazer um novo filme que faça o estúdio retornar a sua época de ouro. Infelizmente nós sabemos que por estarem nas mãos da Disney isso não vai acontecer. O que vale agora não é a criatividade, mas sim o dinheiro e a necessidade concorrer com a Blue Sky e a DreamWorks, que estabeleceu uma meta de animações anuais. Basta ver a quantidade de sequencias que teremos daqui pra frente. A minha única expectativa são piadas bobas e sequencias.
Felizmente eu assisti a trilogia clássica antes de sair os prequels, Star Wars (na época se chamava "Guerra na Estrelas") se tornou o grande filme da minha infância. Mesmo assistindo em VHS fiquei impressionado com o filme (eu assisti a versão de cinema, sem as intervenções posteriores de George Lucas). Star Wars é um filme que tinha tudo pra dar errado, basta ver os bastidores dos atores rindo em total descrédito ao que faziam naquele filme estranho, com soldados de armadura de plástico branco, robôs que pareciam latas de lixo e um king kong, um filme com diálogos mais estranhos ainda, cheio de nomes esquisitos e coisas como "a força". Nem mesmo os amigos de faculdade de George Lucas, como Francis Ford Coppola e Steven Spilberg entendiam o que George Lucas estava tentando fazer misturando Metropolis, Flash Gordon e 2001 numa aventura visual baseada em filmes na década de 1930, gênero totalmente defasado, tudo isso se passando num universo sujo, com naves e robôs desgastados, sendo que no sci-fi tudo era sempre tão limpo. Na década de 1970, o cinema americano estava seguindo uma linha mais "européia" de filmes intimistas, como Taxi Driver e Godfather. George Lucas estava nadando contra a corrente e estava desesperado em uma produção em que tudo ocorria errado, como atrasos, cenários destruídos, falta de colaboração dos atores e etc. Ao ver as primeiras edições, se percebe que o filme estava péssimo. Graças a horas de dedicação na sala de edição, dos esforços da equipe de efeitos especiais, que reinventaram a visão de batalhas espaciais, até então baseadas em "2001" com movimentação lenta, aceleraram as naves com manobras baseados em filmes da segunda guerra mundial além da trilha sonora em formato de ópera de John Williams que deixou tudo grandioso. O filme incrivelmente deu certo, arrastando multidões para o cinema, marcando uma geração inteira e influenciando outras obras como Alien e Blade Runner, que só foram desenvolvidos porque Star Wars trouxe credibilidade ao sci-fi. Até hoje, várias décadas depois, o filme continua influenciando o cinema.
Pena que essas bonecas são caras aqui no Brasil. Do jeito que está a situação de como as pessoas encaram relacionamentos, eu gostaria de comprar uma boneca dessas. Achei engraçado alguns comentários dizendo que o filme é "bonitinho" e "fofo". Só porque é o Ryan Gosling, se fosse eu que comprasse uma boneca dessas iam me chamar de doente e tarado.
Logo nos créditos iniciais, quando o filme se entregou a metalinguagem, remetendo a fontes famosas de filmes como "Indiana Jones", "Titanic", "Poderoso Chefão" e vários outros eu imaginei como isso se encaixaria na história e qual seria a abordagem do roteiro que pela sinopse lembra um pouco "Thelma & Louise" (posteriormente citado dentro do filme como principal motivação dos personagens). Depois seguimos para a história propriamente dita onde somos introduzidos as crianças com Síndrome de Dawn que residem no instituto, narrado em off por Lima Duarte e sua voz de "contador de histórias" num formato de fábula e encantador. Devo ressaltar que esses primeiros 15 minutos me encantaram...mas foi somente essa parte. O resto do filme parece que foi dirigido por outra pessoa e nem parece ser o mesmo filme, assim, quando o instituto aparece novamente nos apresentando os sonhos dos protagonistas o encanto retorna...mas depois acaba afundando mais e mais. A história do filme é ótima, mas parece que ninguém sabia como abordar o roteiro, os personagens secundários e nem as famosas referencias fílmicas, são várias, indo de "Cidade de Deus", seguindo para "O vento levou" e misturando até "Taxi Driver" com "Blade Runner". O meu deleite foi recorrer ao reconhecimento de todas as citações enquanto seguia pelo fraco roteiro e presenciando um ótima ideia ser depreciada. O filme parece ser muito mais longo do que realmente é, durante um momento até conferi o relógio, eu achava que estava num filme de 3 horas e não de 100 minutos. Como exemplo de um momento desperdiçado na minha opinião, temos a cena do Circo,
os personagens entram num circo vazio, escuro, roubam algumas roupas, demonstram que suas armas são falsas e falam de seus sonhos, numa das fotografias mais escuras que já vi na minha vida, era praticamente impossível reconhecer qualquer coisa, não seria legal se no circo tivesse um palhaço ou o dono do circo que fizesse algum discurso chicle de "sigam seus sonhos" e lhes presentasse com as roupas? Com o tom de fábula do filme cairia bem invés de uma cena escura que não se vê nada, não se escuta quase nada (é difícil entender o que os personagens falam) e precisa do resgate de uma cena em flasback com narração em off para apresentar as pretensões que movem os personagens.
A própria fotografia do film é fraca, novamente, repeti que o começo do filme tem um fotografia linda e encantadora, enquanto o resto do filme parece que tiveram preguiça e resolveram filmar de qualquer jeito. Outro problema sério do filme são os personagens secundários, marcados pelos agentes que dirigem um velho Cadillac, no melhor estilo de série policial dos anos 70, que lembra um pouco "Starsky & Hutch", inclusive pelas personalidades ímpares e como eles estão sempre um passo atrás, seguindo sempre a trilha exata de onde o trio passou. Algumas coisas me incomodaram como um deles
apontar a arma para o recepcionista do Motel, alguém entendeu a razão daquela cena? Assim como a ameaça de um policial apontando a arma pra um segurança que interrogava quando esse disse que havia sido agredido por um "deficiente".
a postura da dupla muda ao longo do filme, inicialmente chamavam os protagonistas de "vagabundos" e "retardados" e depois de "meninos" sendo que não existia razão para essa mudança de atitude além da necessidade do roteiro de vilanizar Batatinha invés da dupla. Alguns outros personagens secundários são terríveis, como o atendente "gay" de uma lancheria, o filme perde tempo valioso mostrando esse personagem apenas pelo fato de julgar engraçado mostrar um homem "másculo" com roupas femininas rebolando, assim como a descrição que o policial rodoviário fez de Márcia e sua roupa de herói, deveras desnecessário. Batatinha merece destaque na crítica por ser um personagem sem propósito nenhum no filme, um personagem que fica sobrando, parece que foi criado somente para tecer algum assunto em comum na dupla de policiais e transmitir o "vilão" para outro personagem. Além da metalinguagem através de inúmera referências ao cinema nacional, americano e Europeu (até Godard e Almodóvar eles citam!) o filme é embalado pela trilha sonora de Raul Seixas. Ao mesmo tempo que temos uma ótima trilha sonora, por outro lado temos irritantes sons de guitarra o tempo todo no filme dentro de momentos chaves, tensos e engraçados, sendo empregados desnecessariamente e de forma irritante. É mais fácil fazer uma nota na guitarra do que inventar uma musiquinha qualquer não é mesmo? Um ponto positivo do filme na minha opinião foram as cenas que mostravam como a imprensa tratava do caso, com entrevistas e programas de palco. Demonstrando o sensacionalismo de jornalistas e críticas vazias de especialistas. Apesar de ser uma ótima ideia que poderia render um filme lindo e emociante (nem precisa apelar pro melodrama) se tornou um filme confuso e mal construído, que em vários momentos me deu a impressão que o roteiro foi sendo escrito durante o filme, com exceção das cenas dentro do instituto, que são o ponto forte. Além um final terrível
que usa flashback que nos relembra todo o filme e uma cena onde Stalone e Aninha seguram uma corda impedindo que Márcio voe, mas ele acaba escapando, um cena típica de "esse personagem morreu", para depois o entrarmos num avião são e salvo, onde finalmente ele voa. Para mim ficou parecendo que eles decidiram que o personagem morreria e assim realizaria o sonho de voar, um final triste mais poético, mas depois pensaram "não, não vamos matar ninguém" e resolveram retorná-lo a vida. Além de uma narração em off e Lima Duarte que fecha o filme onde ele diz que jamais ter os visto novamente, sendo que mostra que ele continua trabalhando no instituto e nenhum dos personagens tinha família, para onde foram? Voltaram pra onde? Parece que essa frase "nunca mais os vi" foi uma forma de justificar a narração em off, ele seria o portador da memória daquele trio e estaria contando a fabulosa história de aventura para outros internos. parece que deve ter sido decidida depois que perceberam que era difícil entender as falas dos atores principais e não quiseram incomodá-los requisitando dublagem para a pós-produção.
alguém mais se incomodou com a cena da repórter que rapidamente dá a notícia que ocorreu "um incêndio na capital que matou muita gente" com um sorriso estampado no rosto? É uma crítica ao sensacionalismo da imprensa (espero que seja), depois do que ocorreu em Santa Maria, poderiam ter cortado essa cena antes de distribuir o filme.
Sabe aquele trabalho de faculdade que o professor pede que se faça um mínimo de 8 páginas, mas vocês já escreveu tudo que precisa e fechou o argumento em 5 páginas, então, para alcançar as 8 páginas você inicia a arte da "enrolação", vulgarmente conhecido como "encher linguiça", para completar as 8 páginas? É assim que funciona o Hobbit. Tudo poderia ser resolvido em um único filme de 3 horas e ficaria fabuloso, mas já que Peter Jackson quer reformar a cozinha da casa dele e trocar de carro, resolveu dividir e fazer 3 filmes de 3 horas (já que o tempo "padrão" estabelecido por ele para adaptações de obras do Tolkien). Quem sabe se fosse reduzido para duas horas, preservando a trilogia, já seria diferente e poderia ser um filme muito melhor. O que torna o Hobbit um filme bom é o fato de se sustentar em cima da trilogia "Senhor dos Anéis", se fosse depender apenas desse filme para nos apresentar o universo de Tolkien no cinema, já teriam cancelado os outros filmes e seria um fracasso total.
Fantástico! É a melhor palavra para descrever Jurassic Park (1993). Mesmo depois de 20 anos de seu lançamento o filme ainda encanta e impressiona. É Hollywood? Sim. É puro entreterimento? Sim. Mas desde quando isso foi ruim? Jurassic Park é o conto moderno dos filmes de monstros e mundos fantásticos que encantam o público desde Georges Méliès e suas audaciosas produções. A principal inspiração de Jurassic Park é o filme King Kong (1933). Invés de mandar o monstro pra civilização, constrói-se um parque numa ilha distante, afinal ninguém quer nenhum dinossauro andando pela cidade não é?
Esse é o filme da encantamento. É impressionante saber que que os efeitos foram produzidos numa época de transição entre marionetes/stop motion/minituares e o CGI (que domina os efeitos atualmente. O filme equilibra-se entre cenas realizadas de forma "convencional" e outras que usam de computação, sendo que o maior peso e as cenas mais memoráveis (como o primeiro ataque do T-Rex) foram realizadas através de enormes marionetes.que molhavam e inchavam na chuva, causando grande dor de cabeça pro pessoal dos efeitos especiais. É interessante ver como os computadores eram uma novidade na época e a forma como são apresentados. Abrir uma pasta é visto quase como hackear o PC, telas sensíveis ao toque com CD-ROM interativo são o "crème de la crème" da tecnologia. Me recordo como achava incrível aquilo de tocar numa tela na época do filme, e atualmente é banal. Enfim, ótimo filme que envelheceu muito bem nesses últimos 20 anos e tenho certeza que continuará impressionante e encantando o público pelas próximas décadas.
O filme mostra através dos olhos inocentes de uma criança a dura vida de uma comunidade isolada que se nega de deixarem suas casas. O terreno cheio de sujeira, pedaços de metal enferrujados e animais soltos é visto como um playground pela menina, totalmente contrário a superproteção às crianças do mundo desenvolvido. Gostei muito do contraste da comunidade com a visão das chaminés de diversas industrias uma sala branca lotada de doentes, o inicial encantamento da menina e posterior horror, assim como a alegria das pessoas mesmo depois de tudo que aconteceu com aquelas pessoas. O ponto mais controverso do filme da minha opinião são os "monstros" que criam uma simbologia do medo e da civilização que vêm para devorar aquela pequena comunidade e como a menina procura enfrentar esses medos. A atuação de Quvenzhané Wallis realmente é o ponto forte da trama, os os outros atores também são ótimos, principalmente o pai (Dwight Henry), O horror visto através dos olhos encantados de uma criança não é nenhuma novidade, temos grandes filmes comerciais com esse tema, como "A vida e bela" e todo seu melodrama e "Labirinto do Fauno" com toda fantasia. "Beasts of the Southern Wild" não procura nem ser fantasioso demais e nem ser melodramático demais, estabelecendo um bom ponto de equilíbrio. O filme não choca, pelo menos não ao público brasileiro, é só sair de casa pra dar de cara com os campos dos sonhos da miséria. Para o público americano e europeu ver tamanho isolamento deve chocar e aumentar o potencial do filme para aquele público. Eu achei o filme um pouco "frio" no modo como trata a visão da criança e aquele mundo que poderia ser melhor explorado.
Claro que Amadeus é um filme muito melhor, mas fiquei com Mozart o tempo todo na cabeça pela similaridade do tema. Pra quem gosta de U2 é um filme que vale a pena pela curiosidade de ver uma banda rival que apesar de musicalmente semelhante ao U2, de terem os mesmo gostos e inspirações e de crescerem no mesmo bairro, tiveram destinos completamente opostos.
O Tarantino comentou que esse filme era gay, o que é uma grande bobagem. Tarantino comenta sobre muitas coisas, são apenas opiniões dele, nada mais. Por mais estranho que possam parecer algumas cenas ou falas eu não vejo relação com homossexualismo. Usar a palavras como "excitar" para um ato como pilotar um caça militar a velocidades insanas não é algo fora de contexto. Pilotos com ego alto tentando aparecer um para o outro para tentarem ser reconhecidos pelo grupo também. Dizer frases sobre companheirismo seria homossexual? É a mesma bobagem que dizem sobre Sam e Frodo em Senhor dos Anéis. A cena do vôlei é realmente tensa, mas é um filme dos anos 1980, a década do exagero, não se esqueçam que até Freddy Mercury era considerado "machão" e ninguém desconfiava que ele era homossexual até ser revelado o fato depois de sua morte. O filme é bom, divertido e romântico, hoje em dia é bem chicle, mas as cenas de combate e treinamento aéreo continuam ótimas por uma simples razão: foram feitas na maior parte do tempo com aviões verdadeiros. Vemos o nome e codinome de vários pilotos que colaboraram com suas manobras para o filme, algo difícil de se imaginar hoje em dia, veríamos somente aviões em computação gráfica nas telas, vide "Red Tails" (meu exemplo mor do que não fazer quando se filma batalhas aéreas). É um bom filme pipoca da década de 1980, produto de uma época menos sombria, onde se filma tudo de noite e querem fazer versões adultas de tudo.
Hollywood tem suas ondas de filmes de tempos em tempos, a atual segue principalmente em duas grandes linhas de filmes: super-heróis e adaptações de contos infantis para uma visão adulta. O primeiro dura a mais de uma década e vem seguindo forte empurrado por boas franquias, como Vingadores e Batman e a segunda já começou mal, sendo que todos os filmes lançados até agora foram de gosto duvidoso. Hansel e Gretel (ou João e Maria) não é diferente. Assumo que a ideia é boa, mas foi mal desenvolvida. Nas reuniões que ocorreram antes das filmagens e durante o desenvolvimento do roteiro, algumas boas ideias surgiram, como o fato de
na luta final conta a bruxa o bracelete dele, que indicava quando era preciso tomar a "injeção" tocou, a bruxa se aproveitou da oportunidade para contra-atacar...mas logo em seguida ele já estava lutando de novo e até esqueceu que tinha diabetes, sim, todo conceito se resume a usar a diabetes de João somente nessa cena, vai dizer que isso não é algo mal aproveitado.
O filme mistura o conto original com Van Helsing (lembram do filme? Pois é, também não foi uma boa ideia), invés de vampiros temos bruxas góticas que parecem os zumbis de House of the Dead de Uwe Boll (o que é ruim). Os efeitos especiais, que seriam o forte do filme, são fraquíssimos, as vassouras são deprimentes. O filme sim tem um ótimo ponto positivo: Gemma Arterton. Vê-la em roupa de couro colada é ótimo e valeu meu ingresso. Ainda de brinde levei na memória a cena de Pihla Viitala nua. Me surpreendi em Hollywood mostrar assim tão claramente a atriz nua. Enfim, querem ver adaptações de contos infantis para uma atmosfera adulta? Assistam Irmão Grimm (2003), ainda é o melhor filme do tema e não foi realizado no contexto quando virou moda fazer esse tipo de coisa.
Navio Fantasma
2.8 824 Assista AgoraAlien: o oitavo passageiro + Event Horizon + Titanic = Navio Fantasma
Cats
1.7 375 Assista AgoraSe você usa drogas alucinógenas, por favor, assista a este filme! Caso contrário, escolha outro.
Love
3.5 882 Assista AgoraResumo: comecei a assistir filme pelado com o Paul na mão e terminei chorando.
Me surpreendi com a trilha sonora, já conhecia a música "Funkadelic" mas anotei aqui a nova possibilidade de uso além de ouvir de madrugada e pensar o quanto a minha vida está indo na direção errada.
Se quiseres ler uma crítica inteligente, por favor, passar para o próximo comentário. Grato.
Honra e Lealdade
2.7 23No começo do filme lemos a citação de um autor chamado Alessandro Pepe ("Pepe, já tirei a vela!"). Normalmente quando colocam frases em filmes estas referenciam algum autor consagrado ou algum personagem representado no próprio filme. Tentei puxar pela memória quem era Alessandro Pepe, não consegui, pensei por um momento ter lido errado, ser na verdade algum excerto de Alexander Pope. Quando os créditos iniciais se abrem vi que o tal Alessandro é o jovem roteirista e diretor do filme. Isso já me torceu no nariz logo de cara, soou como uma extremo egoísmo se referenciar como pensador, importante o suficiente para ter sua frase citada e assinada em seu próprio filme. Engoli e voltei a colocar os olhos na tela. Por se tratar de um filme da perspectiva de soldados nazistas, lemos um aviso: "este não é um filme político".
O que seguiu foram imagens provavelmente extraídas de documentários, estilo "Planet Earth" e uma narração em off de um texto que sua tia compartilha no What's App. Torci o nariz novamente. Aquilo que pareceu uma tentativa vaga de tecer alguma profundidade a carnificina que veríamos em um filme de guerra. Engoli novamente e segui, já que me lembrou um pouco o trabalho do grande diretor Terrence Malick, principalmente no filme "A Árvore da Vida", o qual claramente foi inspirado.
Na sequência vemos a cena de alguns solados nazistas em uma floresta. Alinho a bunda no sofá e me preparo pro tiroteiro. O que eu vejo são cenas completamente amadoras. A câmera é mal posiciona, os atores são péssimos, os tiros parecem efeitos especiais que um adolescente faria no Notebook da Positivo comprado em 12x sem juros nas Casas Bahia. Nunca vi tamanho amadorismo em um filme. Depois do tiroteio vejo mais uma cena de batalha ainda pior, apesar desta ter mais soldados. Tudo é completamente mal ensaiado, parece que apenas pegaram pessoas na rua, colocaram um uniforme nela e deram R$10 pra cada um brincar de guerra. Algumas cenas parecem inspiradas em filmes de guerra, como "O Resgate do Soldado Ryan", só que invés de ser uma cópia de qualidade, parece um xerox da faculdade quando o funcionário está de mal humor e esqueceu de limpar o vidro e tinta acumulada nas entranhas da máquina e deixa as folhas todas manchadas e embaçadas.Tiro o chapéu para o figurino, impecável, mas o resto é completamente desastroso.
Em uma narração em off, o personagem central nos diz que escreveu uma carta para amada sobre os avanços, fala dos horrores dos hábitos dos russos, como eles são inferiores, e afirma que nunca os deixará invadir a Alemanha. Vamos nos lembrar: "este não é um filme político", então o personagem declina de detalhes, afirmando que não se aprofundaria mais sobre aquilo. Como assim não é político? É óbvio que é, não é possível investir em um filme tão densamente preenchido com narrações e não escorrer em política, pelo menos na visão do soldado médio sobre a situação em que ele está. Desta vez além de torcer o nariz larguei o filme de mão.
Se alguém quiser assistir a algum filme com a perspectiva de soldados nazistas, por favor, vá atras do "Cruz de Ferro" (1977) e "Stalingrado" (1993). Se quiserem um filme de guerra com uma perspectiva filosófico e com um texto e fotografia espetaculares, procurem por "Além da Linha Vermelha"(1998). Não percam tempo com esta porcaria. Quem sabe se Alessandro Pepe estudar cinema, fazer ensaios com a equipe e planejar as filmagens, além de segurar um pouco a língua e não sair falando qualquer bobagem que pareça profunda mas que soa como um livro de autoajuda comprado em promoção por R$2,00 ele pode se tornar um bom roteirista e diretor. Enquanto isso não serei cobaia, o filme para ser ruim precisa ser bom, este nem é isso é.
Agonia e Glória
3.8 57 Assista AgoraO filme é ruim em praticamente todos os aspectos, desde a fotografia, sonoplastia, atuações (com exceção de Lee Marvin, que rouba a cena quando aparece), roteiro, diálogos etc. O filme tem uma trilha típica de marcha militar que tenta evocar emoção, mas com cenas desastrosas que apelam para o humor nas piores situações, parece que tudo é uma grande piada. Emula, de certa forma, o humor de "O mais longo dos dias", mas é como uma piada contada pela 10ª vez que ninguém mais aguenta. O peso das mortes é nulo, parecendo cena de novela dos anos 1980, a qualquer momento achei que teria revelação que o rapaz morto era na verdade filho de Hitler ou qualquer outra bobagem. A cena no hospício é uma das coisas mais amadoras que eu já vi, não sei como tiveram coragem de filmar aquilo.
O filme tenta uma discussão mais profunda sobre o limiar da sanidade e da loucura, do assassinato e da morte, mas tua soa tão vago que estas discussões breves mais atrapalham do que favorecem o filme. Seria como você ter a oportunidade de conversar com um grande filósofo e ele apenas fala: "a vida é sofrimento..." e depois ficar quieto e não desenvolver mais as ideias. Em seguida escorregar e cair de bunda de chão. Isso é o roteiro do filme.
Em suma, não há cenas memoráveis, batalhas bem feitas, atuações boas, trilha emociante e nem nada. O filme é um amontoado de ideias sem direção. O que mais chama a atenção é justamente a presença de Mark Hamill, o grande "Luke Skywalker", em uma atuação sofrível e deslocado do resto (que já são ruins). Destaque para os tanques Sherman, americanos, com pintura dos Panzer do Afrika Corps dos nazistas, chega a ser constrangedor ver aquilo.
Quem sabe no futuro eu assista novamente e mude de opinião, mas o meu primeiro contato com o filme foi terrível, eu não recomendo para ninguém, a não ser que tenhas curiosidade de assistir ao filme para ver Mark Hamill fora da pele de Luke ou da voz do Coringa.
Ford vs Ferrari
3.9 712 Assista AgoraQuem está dando nota baixa para este filme provavelmente dirige um carro elétrico.
Godzilla II: Rei dos Monstros
3.2 650 Assista AgoraNão entendi nada.
Stalingrado
3.3 69 Assista AgoraSe o filme fosse rodado na velocidade normal duraria 15 minutos.
Alita: Anjo de Combate
3.6 813 Assista AgoraAgora eu entendo a cabeça daqueles japoneses que se apaixonam e casam com personagens de mangá/anime.
O Hobbit: A Desolação de Smaug
4.0 2,5K Assista AgoraNo geral eu gostei muito "The Hobbit, Desolation of Smaug" e achei um filme melhor que o primeiro. O principal ponto positivo do filme foi ver que Peter Jackson soube escutar as críticas e investiu nos pontos que tornaram o filme anterior cansativo. Por exemplo, como o fato de Gandalf ser um Deus Ex Machina ambulante, menor tempo em tela do mago marrom (personagem mais chato do filme anterior), melhorar o ritmo do filme e investir mais na personalidade dos outros anões (apesar que são muitos, então a maioria continua irrelevante). Vamos em partes.
Na quesito ritmo, o filme melhorou imensamente em relação ao anterior, que alcançou seu ápice de chatice na cena da casa do Bilbo, que só aquela parte, se não em engano, concentrou pelo menos 30 minutos de filme. Parecia que não tinha fim! Os personagens não ficam tanto tempo parados sem fazer nada, agora eles correm bastante, chegam num lugar, ficam presos e depois correm mais, estrutura clássica das adaptações do Peter Jackson, o suficiente pra me manter numa cadeira por 3 horas.
O ponto forte do filme está no ato final com Smaug, com sua voz poderosa e seu jeito sarcástico. O dragão roubou o filme. Fiquei curioso de quem dublou o dragão na versão nacional, vi legendado, sinto arrepios com a a voz do Benedict Cumberbatch, que voz fodástica! Acabei me lembrando do filme "Coração de Dragão" que foi dublado pelo Miguel Falabella na época e ficou bem legal. O único ponto ruim é a extrema sorte do personagens, com tanto anão bem que poderiam sacrificar um ou outro pra tornar tudo mais ameaçador, o filme ainda traz a impressão que apesar de todos os perigos, nada nunca vai acontecer com os personagens, mesmo os menos importantes.
A elfa da Evangeline Lilly é legal, gostei dela, deu vontade de levar pra casa. Apesar de muito criticado, o triangulo amoroso entre a elfa, o elfo e o anão (Brazzers) foi a solução que o Peter Jackson encontrou para que mais anões ficassem em evidência, afinal de contas, romances impossíveis agregam valor ao filme. Eu saí do filme lembrando da cara e do nome do anãozinho apaixonado pela Evangeline Lilly. Se eu lembrei de mais de um anão, então Peter Jackson alcançou seu objetivo. Não podemos esquecer que na trilogia Senhor dos Anéis, temos o romance entre uma elfa e um humano. Tá certo que o cara é rei e tal, mas é humano oras! Em o Hobbit a Evangeline Lilly é uma elfa de segunda linha, elfa da floresta.
No fim da sessão todo mundo ficou puto da cara pelo modo como o filme terminou, foi engraçado de ver como as pessoas não sabiam da sequencia ou não entenderam pq terminou assim. O final foi realmente muito abrupto, cortando uma cena de ação ao meio, o que acaba gerando frustração. Outros finais que demonstram sequências deixam amarrados problemas a serem resolvidos no próximo filme - problema de ser o filmes do meio de um trilogia - , mas sabem fechar os filmes, não deixando cenas pela metade, como em Back to Future, Empire Strikes Back, Two Towers e recentemente no segundo filme da série Hunger Games e tantos outros filmes pipoca. Peter Jackson errou no momento que deveria ter terminado o filme, me deu impressão que na sala de edição ele disse "vamos segurar esse público pro próximo filme, mesmo que eles não gostem desse, serão obrigados a assistir ao próximo!" e terminou a frase com uma risada malévola e se formaram cifrões em seus olhos, então fitou o olhar num ser que estava nas sombras, de vestes negras e capuz, que ao levantar o capuz revelou ser George Lucas, que orgulhoso de seu pupilo fez um sinal com cabeça indicando aprovação e saiu da sala de edição, deixando um rastro de dinheiro atrás dele.
Elysium
3.3 2,0K Assista AgoraNeill Blomkamp é meu atual diretor favorito de Sci-Fi, isso com apenas dois filmes no roteiro. O diretor sul africano surpreendeu o mundo com Distrito 9, é muito mais que um simples filme de ET, mas sim uma metáfora do Apartheid.
Desta vez, depois de ganhar a fama, o diretor pode contratar nomes de peso pra vender o filme, como Matt Damon, Jodie Foster e ainda pra nós brasileiros temos a surpresa de ver a estreia de Wagner Moura no cinema internacional ao lado de Alice Braga e ainda por cima ser um dos personagens principais! Rodrigo Santoro arranjou concorrência forte.
O roteiro é bem construído, com começo (apresentação do universo e dos personagens principais), meio (apresentação do problema a ser enfrentado pelos personagens) e fim (resolução do problema). Segue um pouco a saga do herói, Max ganha um arma especial para que possa enfrentar os inimigos (exoesqueleto), tem um guia (Spider) precisa enfrentar um império opressor (Elysium) controlado por um poderoso senhor (Rhodes) e é caçado por seu cão (Kruger). É o formato que 90% dos filmes de Hollywood usam, tenho quase certeza que Neill Blomkamp foi meio de forçado a escolher esse caminho pra poder vender seu filmes internacionalmente, mas desta vez temos um fundo social, o que faz a grande diferença.
Elysium é uma base espacial (inspirada em projeções futuristas da década de 1960 e 1970) reservado pra quem puder pagar, onde existem máquinas que podem curar qualquer doença em segundos, enquanto na Terra temos um mundo doente, superpovoado, sujo, extremamente pobre, onde os doentes ficam amontoados em hospitais e sofrem. Apesar do filme se passar no futuro, apenas algumas tecnologias como Elysium, robôs, algumas armas e naves são projetadas no futuro, a maior parte da tecnologia apresentada no filme é a atual, como Tvs LCD, carros e e outros. A metáfora social do filme se torna mais crível ao aproximar aquele mundo do nosso invés de apenas projetar um universo impossível. Tudo aquilo que falha no roteiro, é recompensado no design de produção. A Los Angeles do futuro é uma imensa favela, seus prédios altos, antes símbolos de uma economia próspera e competitiva, se tornam imensos cortiços. Escutamo muito espanhol no filme, além de um inglês cheio de sotaques, demonstrando a multiculturalidade, onde as fronteiras são apenas linhas no mapa e não barreiras culturais nacionalistas. O que realmente é ótimo, dando espaço a dois (sim, dois!) atores brasileiros!
Além do lado social do filme, ao se internacionalizar, Neill Blomkamp resolveu meter o dedo na ferida dos americanos: o sistema de saúde. O principal motivador do filme que leva as pessoas a invejarem Elysium não é suas mansões, mas sim suas poderosas máquinas que podem curar qualquer doença, o que leva muitas pessoas a arriscarem a vida, ultrapassando a fronteira para poderem se curar. Wagner Moura aqui ganha o papel de "Coiote" dessa travessia. Esse é a maior metáfora do filme, onde a saúde é reservado apenas aos ricos, enquanto os pobres apodrecem em hospitais super lotados ou devem simplesmente esperar a sua morte.
O filme é ótimo e mostra que Neill Blomkamp já assinou seu estilo de Sci-Fi, adotando metáforas sociais, se aproximando ao máximo do nosso mundo, podemos esperar no futuro realmente grandes filmes desse diretor.
Aviões
2.8 175 Assista AgoraPode parecer estranho, mas eu tinha fortes esperanças que esse filme fosse bom quando vi o primeiro teaser. Eu fiz a piadinha de "e agora, o próximo será barcos?" Infelizmente eu estava errado.
O filme se passa no universo de Carros, mas o Pixar dificilmente aceitaria um projeto desses, então a Disney resolveu assumir o roteiro.
O roteiro é infantil? É. Precisava ser uma cópia de Carros e ainda ter tantos buracos e erros grotescos? Não. O tema "aviões" poderia render uma história muito melhor, mas aparentemente o conceito dos personagens parece ter sido desenvolvido antes do roteiro, assim copiaram Carros 2, um dos piores filmes da Pixar. O filme investe nos temas de sempre, como acredite em você mesmo e tudo dará certo, temos personagens com problemas de confiança, um avião com medo de altura, outro que trauma de voar e um vilão que se acha o rei do universo até ter sua hegemonia contestada pelo personagem central (sem spoilers até aqui). O pior é que os personagens e as gags são copiadas de Carros, é tudo um repeteco. Temos o avião velho (um belo F4U-1 Corsair) que treina o personagem principal inexplicavelmente apenas lhe dá conselhos no início do filme e depois some, pra aparecer novamente no final revelando a sua história. Temos um caminhão tanque um pouco estúpido que é o melhor amigo do nosso avião pulverizador que sonha em ser um avião de corrida.
O filme só porque é infantil não precisa ser idiota!
Como citei no parágrafo anterior, o filme tem erros grotescos de roteiro, que imagino que foram pensados como piadas, mas foram sem graça e deslocados. Como por exemplo, quando o avião principal se inscreve na corrida, ele coloca um nome como "jato ultra rápido", não me lembro direito, que seu amigo caminhão diz que escolheu, depois num momento mais a frente, quando o fiscal de corrida pergunta onde está o "jato ultra rápido", o mesmo caminhão diz que não conhece e não sabe quem é e nunca ouviu falar sendo que ele próprio inventou a porcaria do nome!!!!! A impressão que tive que esse cara não é amigo de verdade, mas um aproveitador que queria ferrar com o sujeito, um baita filho da puta. Depois ainda se aproveitando ganhando dinheiro com o merchandise do amigo, mas não lhe dá um centavo e inventa que gastou tudo com passagens de avião. O caminhão é o verdadeiro vilão!
O lado bom do filme é que tem uma bela fotografia, homenageia a esquadrão Jolly Rogers e tem uma música tema muito legal "Mark Holman - Nothing Can Stop Me Now", foi o que fez dar uma estrela. Quanto ao 3D, é desprezível, é um filme de avião, direcionado ao público infantil, o mínimo que eu esperava era o uso do efeito pop-up (coisas saindo da tela) que seria muito legal num filme como esse sem ser forçado, mas nem isso a produção do filme se dignou a fazer. Uma pena, o pior filme ano.
Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros
3.9 1,7K Assista AgoraAlguém sabe se está passando ou vai passar em Porto Alegre?
Universidade Monstros
3.9 1,8K Assista AgoraDreamworksrização da Pixar está completa. Não espero mais um filme a altura de Ratatouille por exemplo. A Pixar começou a investir em sequencias pouco inventivas e criativas. Até o humor é óbvio e fraco. Fazer um filme anualmente está aos poucos matando o estúdio. Seria bom se eles ficassem um tempo sem produzir nada, relaxar, esvaziar as mentes pra daí sim conseguirem a inspiração criativa para fazer um novo filme que faça o estúdio retornar a sua época de ouro. Infelizmente nós sabemos que por estarem nas mãos da Disney isso não vai acontecer. O que vale agora não é a criatividade, mas sim o dinheiro e a necessidade concorrer com a Blue Sky e a DreamWorks, que estabeleceu uma meta de animações anuais. Basta ver a quantidade de sequencias que teremos daqui pra frente. A minha única expectativa são piadas bobas e sequencias.
Star Wars, Episódio IV: Uma Nova Esperança
4.3 1,2K Assista AgoraFelizmente eu assisti a trilogia clássica antes de sair os prequels, Star Wars (na época se chamava "Guerra na Estrelas") se tornou o grande filme da minha infância. Mesmo assistindo em VHS fiquei impressionado com o filme (eu assisti a versão de cinema, sem as intervenções posteriores de George Lucas). Star Wars é um filme que tinha tudo pra dar errado, basta ver os bastidores dos atores rindo em total descrédito ao que faziam naquele filme estranho, com soldados de armadura de plástico branco, robôs que pareciam latas de lixo e um king kong, um filme com diálogos mais estranhos ainda, cheio de nomes esquisitos e coisas como "a força".
Nem mesmo os amigos de faculdade de George Lucas, como Francis Ford Coppola e Steven Spilberg entendiam o que George Lucas estava tentando fazer misturando Metropolis, Flash Gordon e 2001 numa aventura visual baseada em filmes na década de 1930, gênero totalmente defasado, tudo isso se passando num universo sujo, com naves e robôs desgastados, sendo que no sci-fi tudo era sempre tão limpo. Na década de 1970, o cinema americano estava seguindo uma linha mais "européia" de filmes intimistas, como Taxi Driver e Godfather. George Lucas estava nadando contra a corrente e estava desesperado em uma produção em que tudo ocorria errado, como atrasos, cenários destruídos, falta de colaboração dos atores e etc.
Ao ver as primeiras edições, se percebe que o filme estava péssimo. Graças a horas de dedicação na sala de edição, dos esforços da equipe de efeitos especiais, que reinventaram a visão de batalhas espaciais, até então baseadas em "2001" com movimentação lenta, aceleraram as naves com manobras baseados em filmes da segunda guerra mundial além da trilha sonora em formato de ópera de John Williams que deixou tudo grandioso. O filme incrivelmente deu certo, arrastando multidões para o cinema, marcando uma geração inteira e influenciando outras obras como Alien e Blade Runner, que só foram desenvolvidos porque Star Wars trouxe credibilidade ao sci-fi. Até hoje, várias décadas depois, o filme continua influenciando o cinema.
A Garota Ideal
3.8 1,2K Assista AgoraPena que essas bonecas são caras aqui no Brasil. Do jeito que está a situação de como as pessoas encaram relacionamentos, eu gostaria de comprar uma boneca dessas.
Achei engraçado alguns comentários dizendo que o filme é "bonitinho" e "fofo". Só porque é o Ryan Gosling, se fosse eu que comprasse uma boneca dessas iam me chamar de doente e tarado.
Colegas
3.4 606Logo nos créditos iniciais, quando o filme se entregou a metalinguagem, remetendo a fontes famosas de filmes como "Indiana Jones", "Titanic", "Poderoso Chefão" e vários outros eu imaginei como isso se encaixaria na história e qual seria a abordagem do roteiro que pela sinopse lembra um pouco "Thelma & Louise" (posteriormente citado dentro do filme como principal motivação dos personagens). Depois seguimos para a história propriamente dita onde somos introduzidos as crianças com Síndrome de Dawn que residem no instituto, narrado em off por Lima Duarte e sua voz de "contador de histórias" num formato de fábula e encantador. Devo ressaltar que esses primeiros 15 minutos me encantaram...mas foi somente essa parte.
O resto do filme parece que foi dirigido por outra pessoa e nem parece ser o mesmo filme, assim, quando o instituto aparece novamente nos apresentando os sonhos dos protagonistas o encanto retorna...mas depois acaba afundando mais e mais.
A história do filme é ótima, mas parece que ninguém sabia como abordar o roteiro, os personagens secundários e nem as famosas referencias fílmicas, são várias, indo de "Cidade de Deus", seguindo para "O vento levou" e misturando até "Taxi Driver" com "Blade Runner". O meu deleite foi recorrer ao reconhecimento de todas as citações enquanto seguia pelo fraco roteiro e presenciando um ótima ideia ser depreciada.
O filme parece ser muito mais longo do que realmente é, durante um momento até conferi o relógio, eu achava que estava num filme de 3 horas e não de 100 minutos. Como exemplo de um momento desperdiçado na minha opinião, temos a cena do Circo,
os personagens entram num circo vazio, escuro, roubam algumas roupas, demonstram que suas armas são falsas e falam de seus sonhos, numa das fotografias mais escuras que já vi na minha vida, era praticamente impossível reconhecer qualquer coisa, não seria legal se no circo tivesse um palhaço ou o dono do circo que fizesse algum discurso chicle de "sigam seus sonhos" e lhes presentasse com as roupas? Com o tom de fábula do filme cairia bem invés de uma cena escura que não se vê nada, não se escuta quase nada (é difícil entender o que os personagens falam) e precisa do resgate de uma cena em flasback com narração em off para apresentar as pretensões que movem os personagens.
A própria fotografia do film é fraca, novamente, repeti que o começo do filme tem um fotografia linda e encantadora, enquanto o resto do filme parece que tiveram preguiça e resolveram filmar de qualquer jeito.
Outro problema sério do filme são os personagens secundários, marcados pelos agentes que dirigem um velho Cadillac, no melhor estilo de série policial dos anos 70, que lembra um pouco "Starsky & Hutch", inclusive pelas personalidades ímpares e como eles estão sempre um passo atrás, seguindo sempre a trilha exata de onde o trio passou. Algumas coisas me incomodaram como um deles
apontar a arma para o recepcionista do Motel, alguém entendeu a razão daquela cena? Assim como a ameaça de um policial apontando a arma pra um segurança que interrogava quando esse disse que havia sido agredido por um "deficiente".
Batatinha merece destaque na crítica por ser um personagem sem propósito nenhum no filme, um personagem que fica sobrando, parece que foi criado somente para tecer algum assunto em comum na dupla de policiais e transmitir o "vilão" para outro personagem.
Além da metalinguagem através de inúmera referências ao cinema nacional, americano e Europeu (até Godard e Almodóvar eles citam!) o filme é embalado pela trilha sonora de Raul Seixas. Ao mesmo tempo que temos uma ótima trilha sonora, por outro lado temos irritantes sons de guitarra o tempo todo no filme dentro de momentos chaves, tensos e engraçados, sendo empregados desnecessariamente e de forma irritante. É mais fácil fazer uma nota na guitarra do que inventar uma musiquinha qualquer não é mesmo?
Um ponto positivo do filme na minha opinião foram as cenas que mostravam como a imprensa tratava do caso, com entrevistas e programas de palco. Demonstrando o sensacionalismo de jornalistas e críticas vazias de especialistas.
Apesar de ser uma ótima ideia que poderia render um filme lindo e emociante (nem precisa apelar pro melodrama) se tornou um filme confuso e mal construído, que em vários momentos me deu a impressão que o roteiro foi sendo escrito durante o filme, com exceção das cenas dentro do instituto, que são o ponto forte. Além um final terrível
que usa flashback que nos relembra todo o filme e uma cena onde Stalone e Aninha seguram uma corda impedindo que Márcio voe, mas ele acaba escapando, um cena típica de "esse personagem morreu", para depois o entrarmos num avião são e salvo, onde finalmente ele voa. Para mim ficou parecendo que eles decidiram que o personagem morreria e assim realizaria o sonho de voar, um final triste mais poético, mas depois pensaram "não, não vamos matar ninguém" e resolveram retorná-lo a vida. Além de uma narração em off e Lima Duarte que fecha o filme onde ele diz que jamais ter os visto novamente, sendo que mostra que ele continua trabalhando no instituto e nenhum dos personagens tinha família, para onde foram? Voltaram pra onde? Parece que essa frase "nunca mais os vi" foi uma forma de justificar a narração em off, ele seria o portador da memória daquele trio e estaria contando a fabulosa história de aventura para outros internos. parece que deve ter sido decidida depois que perceberam que era difícil entender as falas dos atores principais e não quiseram incomodá-los requisitando dublagem para a pós-produção.
Em suma, uma boa ideia que foi mal aproveitada.
p.s.
alguém mais se incomodou com a cena da repórter que rapidamente dá a notícia que ocorreu "um incêndio na capital que matou muita gente" com um sorriso estampado no rosto? É uma crítica ao sensacionalismo da imprensa (espero que seja), depois do que ocorreu em Santa Maria, poderiam ter cortado essa cena antes de distribuir o filme.
O Hobbit: Uma Jornada Inesperada
4.1 4,7K Assista AgoraSabe aquele trabalho de faculdade que o professor pede que se faça um mínimo de 8 páginas, mas vocês já escreveu tudo que precisa e fechou o argumento em 5 páginas, então, para alcançar as 8 páginas você inicia a arte da "enrolação", vulgarmente conhecido como "encher linguiça", para completar as 8 páginas? É assim que funciona o Hobbit. Tudo poderia ser resolvido em um único filme de 3 horas e ficaria fabuloso, mas já que Peter Jackson quer reformar a cozinha da casa dele e trocar de carro, resolveu dividir e fazer 3 filmes de 3 horas (já que o tempo "padrão" estabelecido por ele para adaptações de obras do Tolkien). Quem sabe se fosse reduzido para duas horas, preservando a trilogia, já seria diferente e poderia ser um filme muito melhor.
O que torna o Hobbit um filme bom é o fato de se sustentar em cima da trilogia "Senhor dos Anéis", se fosse depender apenas desse filme para nos apresentar o universo de Tolkien no cinema, já teriam cancelado os outros filmes e seria um fracasso total.
Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros
3.9 1,7K Assista AgoraFantástico! É a melhor palavra para descrever Jurassic Park (1993). Mesmo depois de 20 anos de seu lançamento o filme ainda encanta e impressiona. É Hollywood? Sim. É puro entreterimento? Sim. Mas desde quando isso foi ruim? Jurassic Park é o conto moderno dos filmes de monstros e mundos fantásticos que encantam o público desde Georges Méliès e suas audaciosas produções. A principal inspiração de Jurassic Park é o filme King Kong (1933). Invés de mandar o monstro pra civilização, constrói-se um parque numa ilha distante, afinal ninguém quer nenhum dinossauro andando pela cidade não é?
vide o segundo filme.
Esse é o filme da encantamento. É impressionante saber que que os efeitos foram produzidos numa época de transição entre marionetes/stop motion/minituares e o CGI (que domina os efeitos atualmente. O filme equilibra-se entre cenas realizadas de forma "convencional" e outras que usam de computação, sendo que o maior peso e as cenas mais memoráveis (como o primeiro ataque do T-Rex) foram realizadas através de enormes marionetes.que molhavam e inchavam na chuva, causando grande dor de cabeça pro pessoal dos efeitos especiais.
É interessante ver como os computadores eram uma novidade na época e a forma como são apresentados. Abrir uma pasta é visto quase como hackear o PC, telas sensíveis ao toque com CD-ROM interativo são o "crème de la crème" da tecnologia. Me recordo como achava incrível aquilo de tocar numa tela na época do filme, e atualmente é banal.
Enfim, ótimo filme que envelheceu muito bem nesses últimos 20 anos e tenho certeza que continuará impressionante e encantando o público pelas próximas décadas.
Indomável Sonhadora
3.8 1,2KO filme mostra através dos olhos inocentes de uma criança a dura vida de uma comunidade isolada que se nega de deixarem suas casas. O terreno cheio de sujeira, pedaços de metal enferrujados e animais soltos é visto como um playground pela menina, totalmente contrário a superproteção às crianças do mundo desenvolvido. Gostei muito do contraste da comunidade com a visão das chaminés de diversas industrias uma sala branca lotada de doentes, o inicial encantamento da menina e posterior horror, assim como a alegria das pessoas mesmo depois de tudo que aconteceu com aquelas pessoas. O ponto mais controverso do filme da minha opinião são os "monstros" que criam uma simbologia do medo e da civilização que vêm para devorar aquela pequena comunidade e como a menina procura enfrentar esses medos. A atuação de Quvenzhané Wallis realmente é o ponto forte da trama, os os outros atores também são ótimos, principalmente o pai (Dwight Henry),
O horror visto através dos olhos encantados de uma criança não é nenhuma novidade, temos grandes filmes comerciais com esse tema, como "A vida e bela" e todo seu melodrama e "Labirinto do Fauno" com toda fantasia. "Beasts of the Southern Wild" não procura nem ser fantasioso demais e nem ser melodramático demais, estabelecendo um bom ponto de equilíbrio. O filme não choca, pelo menos não ao público brasileiro, é só sair de casa pra dar de cara com os campos dos sonhos da miséria. Para o público americano e europeu ver tamanho isolamento deve chocar e aumentar o potencial do filme para aquele público. Eu achei o filme um pouco "frio" no modo como trata a visão da criança e aquele mundo que poderia ser melhor explorado.
Killing Bono
3.8 74"Amadeus" versão U2!
Claro que Amadeus é um filme muito melhor, mas fiquei com Mozart o tempo todo na cabeça pela similaridade do tema. Pra quem gosta de U2 é um filme que vale a pena pela curiosidade de ver uma banda rival que apesar de musicalmente semelhante ao U2, de terem os mesmo gostos e inspirações e de crescerem no mesmo bairro, tiveram destinos completamente opostos.
Carruagens de Fogo
3.5 1593 estrelas pela trilha sonora, 1 pelo filme.
Top Gun: Ases Indomáveis
3.5 922 Assista AgoraO Tarantino comentou que esse filme era gay, o que é uma grande bobagem. Tarantino comenta sobre muitas coisas, são apenas opiniões dele, nada mais. Por mais estranho que possam parecer algumas cenas ou falas eu não vejo relação com homossexualismo. Usar a palavras como "excitar" para um ato como pilotar um caça militar a velocidades insanas não é algo fora de contexto. Pilotos com ego alto tentando aparecer um para o outro para tentarem ser reconhecidos pelo grupo também. Dizer frases sobre companheirismo seria homossexual? É a mesma bobagem que dizem sobre Sam e Frodo em Senhor dos Anéis.
A cena do vôlei é realmente tensa, mas é um filme dos anos 1980, a década do exagero, não se esqueçam que até Freddy Mercury era considerado "machão" e ninguém desconfiava que ele era homossexual até ser revelado o fato depois de sua morte.
O filme é bom, divertido e romântico, hoje em dia é bem chicle, mas as cenas de combate e treinamento aéreo continuam ótimas por uma simples razão: foram feitas na maior parte do tempo com aviões verdadeiros. Vemos o nome e codinome de vários pilotos que colaboraram com suas manobras para o filme, algo difícil de se imaginar hoje em dia, veríamos somente aviões em computação gráfica nas telas, vide "Red Tails" (meu exemplo mor do que não fazer quando se filma batalhas aéreas). É um bom filme pipoca da década de 1980, produto de uma época menos sombria, onde se filma tudo de noite e querem fazer versões adultas de tudo.
João e Maria: Caçadores de Bruxas
3.2 2,8K Assista AgoraHollywood tem suas ondas de filmes de tempos em tempos, a atual segue principalmente em duas grandes linhas de filmes: super-heróis e adaptações de contos infantis para uma visão adulta. O primeiro dura a mais de uma década e vem seguindo forte empurrado por boas franquias, como Vingadores e Batman e a segunda já começou mal, sendo que todos os filmes lançados até agora foram de gosto duvidoso.
Hansel e Gretel (ou João e Maria) não é diferente. Assumo que a ideia é boa, mas foi mal desenvolvida. Nas reuniões que ocorreram antes das filmagens e durante o desenvolvimento do roteiro, algumas boas ideias surgiram, como o fato de
João ter diabetes por causa dos doces que comeu enquanto esteve no cativeiro
na luta final conta a bruxa o bracelete dele, que indicava quando era preciso tomar a "injeção" tocou, a bruxa se aproveitou da oportunidade para contra-atacar...mas logo em seguida ele já estava lutando de novo e até esqueceu que tinha diabetes, sim, todo conceito se resume a usar a diabetes de João somente nessa cena, vai dizer que isso não é algo mal aproveitado.
Os efeitos especiais, que seriam o forte do filme, são fraquíssimos, as vassouras são deprimentes.
O filme sim tem um ótimo ponto positivo: Gemma Arterton. Vê-la em roupa de couro colada é ótimo e valeu meu ingresso. Ainda de brinde levei na memória a cena de Pihla Viitala nua. Me surpreendi em Hollywood mostrar assim tão claramente a atriz nua.
Enfim, querem ver adaptações de contos infantis para uma atmosfera adulta? Assistam Irmão Grimm (2003), ainda é o melhor filme do tema e não foi realizado no contexto quando virou moda fazer esse tipo de coisa.