Diane Reinoso

Uma mulher sendo retratada por uma mulher.
Pode parecer bobo, mas a forma que a câmera desliza traz uma sutileza, uma sensação de poesia.
Eu gostei muito de como a Agnès Varda construiu a personagem da Cléo e a mudança que aconteceu na percepção dela sobre ela mesma, sobre os problemas dela e sobre as outras pessoas desde que ela se afastou da Angèle por algumas horas.
A participação do Godard e da Anna foi um alívio cômico super agradável.

Pois bem, o início desse filme foi difícil de aguentar. O desenvolvimento do Antoine foi sofrido pra nós que estamos assistindo e esperávamos mais dele, não um completo chato.

Mas eu creio que na segunda metade do filme, ele ganha um ritmo mais de Truffaut e eu consegui dar risada, ficou mais leve.
Gostei muito da comunidade criada ali, mas a parte da japonesa ficou meio irreal. Deu pra entender que ele achava ela de outro mundo e parece que o diretor retratou essa visão do personagem.

Achei interessante de assistir também a forma que o diretor escolheu retratar como o Antoine estava cansando da aventura.

Eu queria um filme tranquilo e quando pesquei a palavra "romance" na sinopse dele, pensei "é esse!" hahahaha a pessoa errada, na hora errada.
Mas o filme é interessante, não tem como não me deixar pensando sobre o que foi dito ou o que estava acontecendo

as teorias são muitas, mas acho que o propósito do filme é que cada um lide com a sua experiência dele.