Um dos melhores filmes no gênero. Esta obra conseguiu provocar arrepios em mim. Extremamente provocante e inovadoramente realista, você se dá por convencido de que trata-se de um psicopata genuíno! Maravilhoso!
Meryl Streep. Diane Keaton. Leonardo DiCaprio. Robert De Niro.
Quatro grandes motivos para você usar 1 hora e 38 minutos do seu dia para assistir "As Filhas de Marvin", um tocante e surpreendente drama sobre a difícil convivência familiar.
Bessie (Diane Keaton) é uma mulher chegando aos 50 que nunca se casou nem teve filhos. Há duas décadas que vive apenas para cuidar de seu pai idoso Marvin (Hume Cronyn), acamado e debilitado, prestes a morrer desde seu AVC, há mais de 20 anos. De repente, Bessie recebe uma notícia que revira sua vida do avesso: está com leucemia e sua chance de viver é um transplante de medula óssea.
Chegou a hora de entrar em contato com sua única irmã, Lee (Meryl Streep), uma mulher independente que optou por viver sua própria vida em vez de cuidar do pai. Ela retorna ao antigo lar com seus dois filhos, Charlie (Hal Scardino) e Hank (Leonardo DiCaprio). Ambos são possíveis doadores que podem ajudar a salvar a vida da bondosa Bessie, a tia que nunca tinham ouvido falar. O problema é que Hank é um adolescente rebelde e revoltado por nunca ter recebido afeto, e fará de tudo para contrariar as vontades da mãe, mesmo sendo um pedido de socorro para ajudar a salvar a vida de um familiar.
Um drama poderoso sobre reencontros familiares que fazem as boas e más recordações ressurgirem num turbilhão. Extremamente delicioso de se assistir, "As Filhas de Marvin" oferece um encontro imperdível de grandes talentos e estrelas do cinema, aos embalos de uma trilha genialmente composta por Rachel Portman e pela inigualável Carly Simon.
Prepare-se para amar novamente: as pessoas que você menos conhece podem ser aquelas das quais você mais precise.
Leonardo DiCaprio é, simplesmente, um fenômeno da natureza. Seu talento é fora do normal. Já perdi as contas de quantas vezes vi esse filme (que é um dos meus favoritos da vida inteira). Destaque também para Johnny Depp e para a talentosíssima Darlene Cates, a eterna mãe de Gilbert Grape, falecida o ano passado e que sofria de obesidade mórbida na vida real, que Deus a tenha. Esse filme é imperdível, minha gente. Precisa ser visto por todo o planeta.
Excelente e incômodo. É como se sentar em uma poltrona desconfortável, onde você simplesmente não acha a posição certa. Muito bom trabalho da diretora Anna Muylaert, com uns deslizes aqui e acolá, mas passível de relevar.
Regina Casé está ótima, suas reações são bem convincentes e ela faz um bom trabalho. Mas acho que o mais importante do filme é apontar aspectos que precisam ser levados à reflexão. Eu não sei vocês, mas me irrita muito esse povo não querer nem pegar o próprio copo d'água. Tudo é pedido para a Val, até a coisa mais simples.
Em contrapartida, também é questionada a reação de Jéssica, filha da Val, ao chegar na residência. Ela está sendo invasiva demais ou não?
Pessoalmente, eu não sei quem me irritou mais: a tal da Jéssica ou a dona Bárbara. Pelo amor de Deus, as duas são bem chatas.
O relacionamento entre a Val e o Fabinho é uma das coisas que mais chama a atenção e impressiona. Um rapaz carente de afeto materno encontra na Val o carinho, cuidado e atenção que não teve da própria mãe.
Fraco fraco fraco... Infelizmente. Os filmes solos da Marvel já estão ficando repetitivos. Dá pra perceber que o hype é apenas por causa da grande conquista do filme em questões sociais, mas tirando isso, a ótima trilha sonora e o vilão espetacular, sobra o roteiro fraco e inconsistente, sem contar os efeitos visuais que me lembram o PS2.
Simplesmente um clássico. Não só infantil, mas sim um filme para toda família. Dosa de forma muito inteligente a comédia e a seriedade, principalmente sobre valores como amizade é gratidão. Espetacular do início ao fim. Sem dúvida é um filme que vou passar para os meus filhos e netos.
Putz, olha o pessoal reclamando de roteiro. Nem só de roteiros espetaculares e mirabolantes vive o cinema, pessoal. Alguns roteiros são simples. E esse é um deles. Um filme delicioso, singelo, com erros sim, mas muito gostoso de se assistir. O problema é que o povo quer obra-prima em tudo! Fico imaginando o cara sentando pra ver esse filme falando: "Nossa, que droga! Nem se compara a Cidadão Kane, isso sim que é filme!". Gente, passem dessa fase. Curtam os filmes numa boa, sem requisitar absoluto acerto no projeto.
Que filme maravilhoso. Eu amei. Kate Winslet destruidora sempre, musa inigualável. E Idris Elba? Que homem, minha gente. Que homem!
- Excelentes - Ótimos - Bons - Razoáveis - Ruins - Péssimos - Desprezíveis - E os Halloweens do Rob Zombie
Extremo mau gosto. Só estou postando aqui pois sinto necessidade de desabafar. Demorei anos pra assistir esse H2 pois o H1 do mesmo diretor já tinha me causado aversão profunda. Queria poder desassistir os dois filmes.
E o que é esse fantasma estúpido da mulher com o cavalo? Inacreditável. A Laurie Strode dessa versão é insuportável, mas só perde para o novo dr. Loomis - um verdadeiro merda.
Michael Myers barbudo? Parecendo um personagem do Senhor dos Anéis? Você encontra isso aqui!
Não gostei muito do fim de Loki, tão precipitado. O Deus da Trapaça deveria ter sobrevivido por mais tempo, ao lado de Thanos, fingindo fidelidade durante boa parte do filme, para depois sim dar um golpe mal sucedido e vir a morrer.
De resto, o filme é brilhante, muito bem equilibrado. Vi pessoas reclamando de heróis que não se sobressaíram como deveriam. Mas isso não é sinônimo de filme ruim ou mal feito. É impossível deixar todos os heróis em evidência. O público levaria uma enxurrada de informação, minha gente. Pelo amor de Deus, reclamar disso é o fim.
Bem fraco. Apesar de gostar de todo o conceitual de bonecos malditos, o filme peca em mostrar demais, o que acaba por vaporizar todo o clima de realismo. Esse tipo de estética caía muito bem nos anos 80 e 90, mas em 2017 soa como apelação. Mas acho que o filme funciona muito bem para um público desacostumado a filmes de terror, com certeza. Fãs do horror tendem a se sentir entediados durante os 109 minutos de projeção.
"Encantadoramente filmado e de profunda sabedoria".
"Lança um belíssimo e sensual feitiço".
"Um clássico!".
"Uma obra-prima".
"Extraordinário".
"Sublime".
"Ele nocauteia o público, te deixa sem chão".
"Verdadeiramente atordoante".
Esses são alguns comentários da crítica especializada ao redor do mundo e, de fato, qualquer crítica positiva sobre esse filme não é um mero exagero. O último romance que me trouxe esse tipo de sensação foi "O Leitor", lá em 2008. Ele é até hoje um dos filmes mais duradouros e está entre os meus prediletos. Eu assisto e reassisto, e apresento a muitos amigos meus como um dos melhores romances cinematográficos já feitos. E "Call Me By Your Name" é outro que vou indicar insistentemente por toda minha vida.
Luca Guadagnino é um diretor italiano bastante premiado. É mais conhecido por seus filmes "A Bigger Splash" e "Io sono l'amore", mas agora Luca entrega seu melhor trabalho. A adaptação de "Call Me By Your Name", ou "Me Chame Pelo Seu Nome", foi feita a partir da obra de André Aciman e está brilhante. Suas pouquíssimas mudanças são para o bem e tornam a história o mais cinematográfica possível.
O ano é 1983. Elio Perlman (Timothée Chalamet) é um jovem judeu ítalo-americano de 17 anos, filho de professor universitário, que toca piano, aprecia literatura, é poliglota e gosta de arte contemporânea. É costume de sua família receber um aluno do pai durante as férias de verão em sua residência no interior da Itália. Este ano, os Perlman abrem as portas para Oliver (Armie Hammer), um estudante judeu mais velho, extremamente carismático e muitíssimo interessante, que logo conquista a todos, até mesmo os empregados da casa. E até mesmo Elio, relutante em aceitar ser conquistado. Tudo em Oliver brilha. Seus conhecimentos sobre arte, literatura e esportes, o formato dos seus ombros, seus shorts coloridos, sua pele bronzeada. Começa então o amadurecimento de Elio, ora nervoso e aflito por Oliver ser tão encantador, ora deprimido por não saber articular muito bem esse sentimento.
O filme começa e se mantém em takes e interpretações extremamente naturais e realistas. O ritmo lento do longa, onde praticamente de extraordinário acontece é proposital e transmite ao espectador o tom de realismo absoluto, uma raridade nos dias de hoje. Quase todos os filmes que vemos são bastante fantasiosos. Este não. O resultado é a total imersão do público na vida e sentimentos destes dois grandes personagens. Elio, em sua insegurança, é o primeiro personagem cujas característicos conseguimos ver em nós mesmos. De repente, Oliver descasa suas camadas de personalidade e, quando achávamos que estávamos apaixonados por ele, nos apaixonamos mais ainda.
As atuações de Timothée Chalamet e Armie Hammer são deslumbrantes do início ao fim. Os dois atores encontraram o ponto perfeito de harmonia e se entrelaçaram divinamente, mostrando aos poucos e de forma sutil o crescimento do amor que um sente pelo outro. Podemos enxergar cada detalhe da paixão que Elio nutre por Oliver. Uma paixão não só sexual e física, como intelectual também. Absolutamente lindíssimo de se apreciar. Timothée esbanja carisma, sensibilidade e profundidade. Sentimos suas dores, seus medos e toda sua angústia, sua felicidade, seu desejo, seus prazeres, suas dúvidas... Tudo é transmitido na tela. Impressionante. Sua indicação ao Oscar é muito mais do que merecida, mas não creio que ele ganhe desta vez. Afinal, temos Gary Oldman, que, ao meu ver, não tem jeito. A estatueta simplesmente tem que ser dele.
Armie Hammer. Que homem, minha gente. Não dá pra não se apaixonar por este trabalho indescritível. Poderia ter sido um Oliver superficial, sem carisma, feito para ser bonito apenas. Mas não. Armie entrega tudo. Sua sensibilidade, sua visão própria do personagem, em uma criação muito bem elaborada e profunda de um homem que se protege do mundo e tenta proteger seu emocional. Incrível interpretação digna de palmas, e que foi, ao meu ver, uma injustiça não ter sido indicada ao prêmio de Melhor Ator Coadjuvante. Eu espero, do fundo do meu coração, que ele se supere cada vez mais com personagens grandiosos e ricos em seus próximos filmes para mostrar todo esse potencial artístico.
Os cenários italianos são avassaladores e a fotografia encaixa perfeitamente com o ambiente de cinema europeu francês/italiano que a obra possui. Toques sutis, olhares, expressões espetaculares dos atores que ficam no ar, que se fazem subentender-se, ambíguas ás vezes. Uma obra de arte do cinema sensorial, sem exageros.
A trilha sonora do filme é impecavelmente marcante, e também faz jus ao tom artístico. Sufjan Stevens criou duas belas canções que ilustram muito bem o clima de amor e melancolia que o filme possui - "Mystery Of Love", indicada ao Oscar de Melhor Canção, e "Visions Of Gideon", que serve de pano de fundo para a cena final - uma cena extremamente simples, porém com o impacto de um terremoto. Destaque também para "Love My Way", a faixa de 1982 da banda The Psychedelic Furs, que toca durante a cena de dança de Oliver. Os amantes dos sintetizadores oitentistas vão amar essa música!
Resumindo - este é o meu filme favorito do ano, lado a lado com "Três Anúncios para um Crime". Ambos são obras-primas do cinema e, ao meu ver, são filmes que vão permanecer por décadas a fio. "Me Chame Pelo Seu Nome" me surpreendeu porque fez com que eu me sentisse novamente um adolescente de 17 anos de novo. Seu poder de sensibilidade é muito grande e trouxe à tona sensações que eu não tinha há pelos menos 10 anos. Me impressionou bastante, de forma que eu não poderia prever. E, pessoalmente, não gosto de "vender" este filme como um filme LGBT. Sempre que eu falo deste filme e alguém me pergunta sobre o que é, eu respondo: "É um romance". Não acho que deva existir separações de filmes. "Este é um filme hétero" e "este é um LGBT". São todos romances, e alguns são sobre um homem e uma mulher, outros são sobre dois homens e outros são sobre duas mulheres.
"Me Chame Pelo Seu Nome" é uma das histórias de amor mais bem detalhadas, bem contadas e importantes do cinema, e toca cada pessoa de um forma bastante individual e peculiar. Seu poder de encantamento dá-se também por ser uma história completamente vivenciável. Nada é sensacionalista. Nem mesmo a cena do damasco/pêssego, que já se tornou clássica, é de mau gosto. Muito pelo contrário. É pura poesia e arte.
Putz, de novo essa história? Uma nave com tripulantes averiguando um planeta desconhecido que parece promissor mas o risco de ter uma ameaça mortal lá esperando por eles é bem grande. Onde será que já vi isso antes? Esperava algo bem mais inovador.
"A Forma da Água" é uma fábula, um conto de fadas moderno sobre dois seres solitários sem espaço no mundo, que tem a sorte de se encontrarem em um momento de suas vidas. Nada mais será o mesmo depois desta visualmente perfeita obra de arte do tão consagrado Del Toro - um diretor com marca própria e com uma cartela de fãs bastante estabelecida e fiel.
Em 1963, Elisa (Sally Hawkins) trabalha como auxiliar de limpeza em um laboratório "gerenciado" pelo governo americano. Elisa é uma mulher de meia idade solteira e muda, completamente sonhadora e adora clássicos do cinema, principalmente musicais e filmes com Betty Grable e Shirley Temple. Seu vizinho, Giles (Richard Jenkins), é seu melhor amigo e confidente, a única pessoa do mundo que a compreende além de sua companheira de trabalho e amiga, Zelda (Octavia Spencer), que a ajuda no trabalho em suas dificuldades - em especial seu mau hábito de chegar atrasada.
Pois bem, a trama começa quando um tanque de vidro e metal chega na unidade e desperta a curiosidade de Elisa. O que será que há lá dentro? Sem conseguir controlar-se, Elisa decidi investigar e acaba descobrindo uma criatura, metade homem, metade anfíbio, cuja afeição é despertada de ambas as partes. Mas existe um perigo. O violento coronel Strickland passa a controlar de perto o acesso ao monstro de Elisa e, defendê-lo dos homens passa a ser um trabalho muito mais arriscado do que nunca.
A cumplicidade entre dois seres de espécie diferente é brilhantemente definida, tanto pelo diretor quanto pelo ótimo trabalho dos dois atores principais, Hawkins e Doug Jones, que interpreta o elo perdido vindo da Amazônia. Existem cenas hipnotizantes, mas o destaque mesmo é a cena do banheiro, que já se tornou uma das cenas mais clássicas do cinema contemporâneo. Os personagens de apoio realmente fazem seu trabalho de sustentar os protagonistas. O vilão de Michael Shannon e o artista gay de Richard Jenkins estão memoráveis, e quanto a Octavia Spencer, o que dizer? É sempre um prazer imenso assistir essa mulher, não importa o que aconteça, não importa o filme, não importa o que ela faça. Você simplesmente quer que ela seja como Morgan Freeman e o Samuel L. Jackson - esteja em todos os filmes do mundo.
A trilha escolhida por Del Toro homenageia os grandes clássicos do cinema, incluindo o brasileiro, quando escolhe a canção "Chica Chica Boom Chic", de Carmen Miranda, para compor uma das melhores cenas do filme. Quem se liga nisso vai ficar bastante feliz de ver nossa Carmen na tela do cinema, em pleno ano de 2018. Sem dúvida uma grande homenagem.
Outra coisa impossível de deixar passar é a semelhança entre sua criatura com a do filme "O Monstro da Lagoa Negra", de 1954. Ambos nasceram nas florestas da Amazônia, ambos se apaixonam pela protagonista. Suas características físicas são extremamente parecidas. Seriam irmãos? Seria Del Toro tão maravilhoso a ponto de criar uma interligação com os dois filmes? Seria possível que fossem a mesma criatura? O clássico filme da Universal se passa em 1954, e "A Forma da Água" se passa em 1963, poucos anos depois dos acontecimentos de "Lagoa Negra".
Desejos e sonhos à parte, este filme é um exemplo encantadoramente profundo e sensível que prova a qualquer pessoa capaz de se deixar sentir a força da razão que não importa quão diferentes são as pessoas, elas podem conviver juntas se houver amor, compaixão e, acima de tudo, respeito ao próximo.
Um dos maiores privilégios da minha vida foi ver esse filme. Trata-se de um dos maiores tesouros da animação, um marco do cinema. Totalmente apaixonante, "Loving Vincent" foi traduzido no Brasil como "Com Amor, Van Gogh" para os desavisados perceberem que o filme fala diretamente sobre um dos artistas mais geniais que se ouviu falar.
Agora, como conceber a ideia de criar um filme destes? O filme foi filmado com atores reais, incluindo a talentosa Saoirse Ronan, e depois transformado em obra de arte. Pintado frame por frame (cada segundo de filme contém 12 frames) na mesma técnica inventada por Vincent Van Gogh por 125 artistas, totalizando 65 mil quadros. O resultado? Um momento único e sem precedentes na história de um cinéfilo, impossível explicar com palavras tamanha beleza na tela.
Muito da beleza do filme se deve ao excelente roteiro escrito por Dorota Kobiela, Hugh Welchman e Jacek von Dehnel, com uma história num tom acertado de melancolia e profundidade. A trama se passa no fim de 1890, e acompanha Armand Roulin, um jovem de 25 anos aproximadamente que recebeu a missão do pai, o chefe dos correios, de entregar uma carta escrita por Van Gogh ao irmão, Theo van Gogh. E essa busca começa a se mostrar muito difícil assim que ele descobre que Theo van Gogh faleceu pouco tempo depois, aparentemente de tristeza pela morte do irmão. E agora? A quem a carta deve ser entregue? Sublime do início ao fim, é um filme que intensifica seu amor por van Gogh ou te deixa apaixonado por ele pela primeira vez.
Um soco na boca do estômago. "Três Anúncios para um Crime" é a perfeição em cinema do que seria a concepção do melhor do humor negro com o drama sobre assassinato, vingança confundida com justiça com as próprias mãos... difícil definir o que esta obra de arte significa e é. Indefinível por enquanto.
Este é meu filme favorito a ganhar o mais prestigiado prêmio da noite - o Oscar de Melhor Filme. Incrivelmente coerente com sua temática explosiva sobre seres imperfeitos que tentam se sobrepor aos seus próprios conflitos e limitações aos trancos e barrancos, "Três Anúncios" começa ao mostrar as dores de uma mãe chamada Mildred Hayes - perfeitamente executada por Frances McDormand (que fenômeno, minha gente!) - que, amargurada pelo estupro e assassinato de sua filha Angela, não aceita o fato de que a polícia nunca encontrou o assassino. Como agravante, a polícia é em parte corrupta e não leva seus deveres a sério. Mildred então aluga três outdoors na estrada onde o corpo da filha foi encontrado e distribui as três seguintes frases: "Estuprada enquanto morria”, “E ainda sem prisões?”, e “Por que, delegado Willoughby?”.
Foi uma grande afronta ao Xerife Willoughby (uma entrega de personagem notável por parte de Woody Harrelson), porém muito mais ofendido se sentiu o oficial Dixon (numa performance inacreditável de Sam Rockwell) cuja admiração por seu superior beira a obsessão. Willoughby tenta barganhar uma trégua com Mildred, completamente sem sucesso, alegando que a reputação dela na cidade está bastante comprometida. Já o oficial Dixon, famoso por ser pavio curto, irracional e racista, comete as mais inacreditáveis irresponsabilidades durante o filme todo.
Aí é que está a beleza. Quando você simplesmente acha que está compreendendo esses três grandes personagens, o diretor surpreende e revela mais e mais camadas do que podíamos enxergar. O resultado é uma cartela de personagens muito bem construídos, desenvolvidos e apresentados de dar gosto. O filme passa como se fossem 30 minutos, e o final é simplesmente esplêndido. Você fica querendo mais, uma continuação, ou simplesmente mais 40 minutos, que seja, pelo menos um pouquinho mais de satisfação.
Um prato cheio para os admiradores do bom humor sarcástico, inteligente, "Três Anúncios para um Crime" vai agradar quem compreende, por exemplo, o temperamento tempestuoso dos filmes do Tarantino e Woody Allen. A obra, assim como sua protagonista, também solta farpas e não poupa os americanos, principalmente a polícia e/ou os detentores do poder, de críticas muito bem fundadas e relevantes sobre deveres e direitos, incluindo racismo. Excelente do início ao fim.
Bela Vingança
3.8 1,3K Assista AgoraNãaaaaao! Pelo amor de Deus! Não acredito numa coisa dessas!! Tô amargurado! 😢💔
Entre Facas e Segredos
4.0 1,5K Assista AgoraEspetáculo de filme!
Mulher Marcada
4.1 23Caralho, que filme! Tô impressionado até agora!
Alma em Suplício
4.2 138 Assista AgoraO filme acaba e você sente profundamente duas coisas: amor incondicional por Joan Crawford e vontade de esganar a filha dela! 😂🤣
O Predador
2.5 649Que lástima assistir até o fim. Efeitos ruins pra cacete.
Cachorro predador? De quem caraleos foi essa ideia?
Noite do Terror
3.5 219Um dos melhores filmes no gênero. Esta obra conseguiu provocar arrepios em mim. Extremamente provocante e inovadoramente realista, você se dá por convencido de que trata-se de um psicopata genuíno! Maravilhoso!
Por uns Dólares a Mais
4.3 364 Assista AgoraIsto aqui é puro cinema. Não sei quem eu amo mais, Clint Eastwood ou o grande Lee Van Cleef. Espetacular do início ao fim!
Nasce Uma Estrela
4.0 2,4K Assista AgoraExcelente! Simplesmente arrasador.
Lady Gaga é bastante talentosa e se saiu muito bem fazendo algo que ela nasceu pra fazer com toda certeza.
Mas o filme é do Bradley Cooper! O cara destruiu na atuação! Que personagem, minha gente! O final acabou comigo...
E a última música, na última cena, meu amigo... É de aplaudir de pé!
Um grande filme! Espero que Cooper faça muitos!
As Filhas de Marvin
3.5 126 Assista AgoraMeryl Streep. Diane Keaton. Leonardo DiCaprio. Robert De Niro.
Quatro grandes motivos para você usar 1 hora e 38 minutos do seu dia para assistir "As Filhas de Marvin", um tocante e surpreendente drama sobre a difícil convivência familiar.
Bessie (Diane Keaton) é uma mulher chegando aos 50 que nunca se casou nem teve filhos. Há duas décadas que vive apenas para cuidar de seu pai idoso Marvin (Hume Cronyn), acamado e debilitado, prestes a morrer desde seu AVC, há mais de 20 anos. De repente, Bessie recebe uma notícia que revira sua vida do avesso: está com leucemia e sua chance de viver é um transplante de medula óssea.
Chegou a hora de entrar em contato com sua única irmã, Lee (Meryl Streep), uma mulher independente que optou por viver sua própria vida em vez de cuidar do pai. Ela retorna ao antigo lar com seus dois filhos, Charlie (Hal Scardino) e Hank (Leonardo DiCaprio). Ambos são possíveis doadores que podem ajudar a salvar a vida da bondosa Bessie, a tia que nunca tinham ouvido falar. O problema é que Hank é um adolescente rebelde e revoltado por nunca ter recebido afeto, e fará de tudo para contrariar as vontades da mãe, mesmo sendo um pedido de socorro para ajudar a salvar a vida de um familiar.
Um drama poderoso sobre reencontros familiares que fazem as boas e más recordações ressurgirem num turbilhão. Extremamente delicioso de se assistir, "As Filhas de Marvin" oferece um encontro imperdível de grandes talentos e estrelas do cinema, aos embalos de uma trilha genialmente composta por Rachel Portman e pela inigualável Carly Simon.
Prepare-se para amar novamente: as pessoas que você menos conhece podem ser aquelas das quais você mais precise.
Gilbert Grape: Aprendiz de Sonhador
4.1 1,1K Assista AgoraLeonardo DiCaprio é, simplesmente, um fenômeno da natureza. Seu talento é fora do normal. Já perdi as contas de quantas vezes vi esse filme (que é um dos meus favoritos da vida inteira). Destaque também para Johnny Depp e para a talentosíssima Darlene Cates, a eterna mãe de Gilbert Grape, falecida o ano passado e que sofria de obesidade mórbida na vida real, que Deus a tenha. Esse filme é imperdível, minha gente. Precisa ser visto por todo o planeta.
Que Horas Ela Volta?
4.3 3,0K Assista AgoraExcelente e incômodo. É como se sentar em uma poltrona desconfortável, onde você simplesmente não acha a posição certa. Muito bom trabalho da diretora Anna Muylaert, com uns deslizes aqui e acolá, mas passível de relevar.
Regina Casé está ótima, suas reações são bem convincentes e ela faz um bom trabalho. Mas acho que o mais importante do filme é apontar aspectos que precisam ser levados à reflexão. Eu não sei vocês, mas me irrita muito esse povo não querer nem pegar o próprio copo d'água. Tudo é pedido para a Val, até a coisa mais simples.
Em contrapartida, também é questionada a reação de Jéssica, filha da Val, ao chegar na residência. Ela está sendo invasiva demais ou não?
Pessoalmente, eu não sei quem me irritou mais: a tal da Jéssica ou a dona Bárbara. Pelo amor de Deus, as duas são bem chatas.
O relacionamento entre a Val e o Fabinho é uma das coisas que mais chama a atenção e impressiona. Um rapaz carente de afeto materno encontra na Val o carinho, cuidado e atenção que não teve da própria mãe.
Muito bom mesmo!
Pantera Negra
4.2 2,3K Assista AgoraFraco fraco fraco... Infelizmente. Os filmes solos da Marvel já estão ficando repetitivos. Dá pra perceber que o hype é apenas por causa da grande conquista do filme em questões sociais, mas tirando isso, a ótima trilha sonora e o vilão espetacular, sobra o roteiro fraco e inconsistente, sem contar os efeitos visuais que me lembram o PS2.
Gasparzinho, o Fantasminha Camarada
3.1 540 Assista AgoraSimplesmente um clássico. Não só infantil, mas sim um filme para toda família. Dosa de forma muito inteligente a comédia e a seriedade, principalmente sobre valores como amizade é gratidão. Espetacular do início ao fim. Sem dúvida é um filme que vou passar para os meus filhos e netos.
Depois Daquela Montanha
3.2 389 Assista AgoraPutz, olha o pessoal reclamando de roteiro. Nem só de roteiros espetaculares e mirabolantes vive o cinema, pessoal. Alguns roteiros são simples. E esse é um deles. Um filme delicioso, singelo, com erros sim, mas muito gostoso de se assistir. O problema é que o povo quer obra-prima em tudo! Fico imaginando o cara sentando pra ver esse filme falando: "Nossa, que droga! Nem se compara a Cidadão Kane, isso sim que é filme!". Gente, passem dessa fase. Curtam os filmes numa boa, sem requisitar absoluto acerto no projeto.
Que filme maravilhoso. Eu amei. Kate Winslet destruidora sempre, musa inigualável. E Idris Elba? Que homem, minha gente. Que homem!
A Morte Te Dá Parabéns
3.3 1,5K Assista AgoraCaramba, que filme legal. Adorei. Muitíssimo divertido!
Halloween 2
2.6 679 Assista AgoraExistem filmes:
- Excelentes
- Ótimos
- Bons
- Razoáveis
- Ruins
- Péssimos
- Desprezíveis
- E os Halloweens do Rob Zombie
Extremo mau gosto. Só estou postando aqui pois sinto necessidade de desabafar. Demorei anos pra assistir esse H2 pois o H1 do mesmo diretor já tinha me causado aversão profunda. Queria poder desassistir os dois filmes.
E o que é esse fantasma estúpido da mulher com o cavalo? Inacreditável. A Laurie Strode dessa versão é insuportável, mas só perde para o novo dr. Loomis - um verdadeiro merda.
Michael Myers barbudo? Parecendo um personagem do Senhor dos Anéis? Você encontra isso aqui!
Vingadores: Guerra Infinita
4.3 2,6K Assista AgoraExcelente de cabo a rabo. A única ressalva é:
Não gostei muito do fim de Loki, tão precipitado. O Deus da Trapaça deveria ter sobrevivido por mais tempo, ao lado de Thanos, fingindo fidelidade durante boa parte do filme, para depois sim dar um golpe mal sucedido e vir a morrer.
De resto, o filme é brilhante, muito bem equilibrado. Vi pessoas reclamando de heróis que não se sobressaíram como deveriam. Mas isso não é sinônimo de filme ruim ou mal feito. É impossível deixar todos os heróis em evidência. O público levaria uma enxurrada de informação, minha gente. Pelo amor de Deus, reclamar disso é o fim.
Annabelle 2: A Criação do Mal
3.3 1,1K Assista AgoraBem fraco. Apesar de gostar de todo o conceitual de bonecos malditos, o filme peca em mostrar demais, o que acaba por vaporizar todo o clima de realismo. Esse tipo de estética caía muito bem nos anos 80 e 90, mas em 2017 soa como apelação. Mas acho que o filme funciona muito bem para um público desacostumado a filmes de terror, com certeza. Fãs do horror tendem a se sentir entediados durante os 109 minutos de projeção.
Jogador Nº 1
3.9 1,4K Assista AgoraFilmaço! Uma das frases mais emblemáticas do filme já virou clássico:
"It's fucking Chucky!".
Excelente do início ao fim.
Me Chame Pelo Seu Nome
4.1 2,6K Assista Agora"Triunfante e desolador".
"Encantadoramente filmado e de profunda sabedoria".
"Lança um belíssimo e sensual feitiço".
"Um clássico!".
"Uma obra-prima".
"Extraordinário".
"Sublime".
"Ele nocauteia o público, te deixa sem chão".
"Verdadeiramente atordoante".
Esses são alguns comentários da crítica especializada ao redor do mundo e, de fato, qualquer crítica positiva sobre esse filme não é um mero exagero. O último romance que me trouxe esse tipo de sensação foi "O Leitor", lá em 2008. Ele é até hoje um dos filmes mais duradouros e está entre os meus prediletos. Eu assisto e reassisto, e apresento a muitos amigos meus como um dos melhores romances cinematográficos já feitos. E "Call Me By Your Name" é outro que vou indicar insistentemente por toda minha vida.
Luca Guadagnino é um diretor italiano bastante premiado. É mais conhecido por seus filmes "A Bigger Splash" e "Io sono l'amore", mas agora Luca entrega seu melhor trabalho. A adaptação de "Call Me By Your Name", ou "Me Chame Pelo Seu Nome", foi feita a partir da obra de André Aciman e está brilhante. Suas pouquíssimas mudanças são para o bem e tornam a história o mais cinematográfica possível.
O ano é 1983. Elio Perlman (Timothée Chalamet) é um jovem judeu ítalo-americano de 17 anos, filho de professor universitário, que toca piano, aprecia literatura, é poliglota e gosta de arte contemporânea. É costume de sua família receber um aluno do pai durante as férias de verão em sua residência no interior da Itália. Este ano, os Perlman abrem as portas para Oliver (Armie Hammer), um estudante judeu mais velho, extremamente carismático e muitíssimo interessante, que logo conquista a todos, até mesmo os empregados da casa. E até mesmo Elio, relutante em aceitar ser conquistado. Tudo em Oliver brilha. Seus conhecimentos sobre arte, literatura e esportes, o formato dos seus ombros, seus shorts coloridos, sua pele bronzeada. Começa então o amadurecimento de Elio, ora nervoso e aflito por Oliver ser tão encantador, ora deprimido por não saber articular muito bem esse sentimento.
O filme começa e se mantém em takes e interpretações extremamente naturais e realistas. O ritmo lento do longa, onde praticamente de extraordinário acontece é proposital e transmite ao espectador o tom de realismo absoluto, uma raridade nos dias de hoje. Quase todos os filmes que vemos são bastante fantasiosos. Este não. O resultado é a total imersão do público na vida e sentimentos destes dois grandes personagens. Elio, em sua insegurança, é o primeiro personagem cujas característicos conseguimos ver em nós mesmos. De repente, Oliver descasa suas camadas de personalidade e, quando achávamos que estávamos apaixonados por ele, nos apaixonamos mais ainda.
As atuações de Timothée Chalamet e Armie Hammer são deslumbrantes do início ao fim. Os dois atores encontraram o ponto perfeito de harmonia e se entrelaçaram divinamente, mostrando aos poucos e de forma sutil o crescimento do amor que um sente pelo outro. Podemos enxergar cada detalhe da paixão que Elio nutre por Oliver. Uma paixão não só sexual e física, como intelectual também. Absolutamente lindíssimo de se apreciar. Timothée esbanja carisma, sensibilidade e profundidade. Sentimos suas dores, seus medos e toda sua angústia, sua felicidade, seu desejo, seus prazeres, suas dúvidas... Tudo é transmitido na tela. Impressionante. Sua indicação ao Oscar é muito mais do que merecida, mas não creio que ele ganhe desta vez. Afinal, temos Gary Oldman, que, ao meu ver, não tem jeito. A estatueta simplesmente tem que ser dele.
Armie Hammer. Que homem, minha gente. Não dá pra não se apaixonar por este trabalho indescritível. Poderia ter sido um Oliver superficial, sem carisma, feito para ser bonito apenas. Mas não. Armie entrega tudo. Sua sensibilidade, sua visão própria do personagem, em uma criação muito bem elaborada e profunda de um homem que se protege do mundo e tenta proteger seu emocional. Incrível interpretação digna de palmas, e que foi, ao meu ver, uma injustiça não ter sido indicada ao prêmio de Melhor Ator Coadjuvante. Eu espero, do fundo do meu coração, que ele se supere cada vez mais com personagens grandiosos e ricos em seus próximos filmes para mostrar todo esse potencial artístico.
Os cenários italianos são avassaladores e a fotografia encaixa perfeitamente com o ambiente de cinema europeu francês/italiano que a obra possui. Toques sutis, olhares, expressões espetaculares dos atores que ficam no ar, que se fazem subentender-se, ambíguas ás vezes. Uma obra de arte do cinema sensorial, sem exageros.
A trilha sonora do filme é impecavelmente marcante, e também faz jus ao tom artístico. Sufjan Stevens criou duas belas canções que ilustram muito bem o clima de amor e melancolia que o filme possui - "Mystery Of Love", indicada ao Oscar de Melhor Canção, e "Visions Of Gideon", que serve de pano de fundo para a cena final - uma cena extremamente simples, porém com o impacto de um terremoto. Destaque também para "Love My Way", a faixa de 1982 da banda The Psychedelic Furs, que toca durante a cena de dança de Oliver. Os amantes dos sintetizadores oitentistas vão amar essa música!
Resumindo - este é o meu filme favorito do ano, lado a lado com "Três Anúncios para um Crime". Ambos são obras-primas do cinema e, ao meu ver, são filmes que vão permanecer por décadas a fio. "Me Chame Pelo Seu Nome" me surpreendeu porque fez com que eu me sentisse novamente um adolescente de 17 anos de novo. Seu poder de sensibilidade é muito grande e trouxe à tona sensações que eu não tinha há pelos menos 10 anos. Me impressionou bastante, de forma que eu não poderia prever. E, pessoalmente, não gosto de "vender" este filme como um filme LGBT. Sempre que eu falo deste filme e alguém me pergunta sobre o que é, eu respondo: "É um romance". Não acho que deva existir separações de filmes. "Este é um filme hétero" e "este é um LGBT". São todos romances, e alguns são sobre um homem e uma mulher, outros são sobre dois homens e outros são sobre duas mulheres.
"Me Chame Pelo Seu Nome" é uma das histórias de amor mais bem detalhadas, bem contadas e importantes do cinema, e toca cada pessoa de um forma bastante individual e peculiar. Seu poder de encantamento dá-se também por ser uma história completamente vivenciável. Nada é sensacionalista. Nem mesmo a cena do damasco/pêssego, que já se tornou clássica, é de mau gosto. Muito pelo contrário. É pura poesia e arte.
Alien: Covenant
3.0 1,2K Assista AgoraPutz, de novo essa história? Uma nave com tripulantes averiguando um planeta desconhecido que parece promissor mas o risco de ter uma ameaça mortal lá esperando por eles é bem grande. Onde será que já vi isso antes? Esperava algo bem mais inovador.
A Forma da Água
3.9 2,7K"A Forma da Água" é uma fábula, um conto de fadas moderno sobre dois seres solitários sem espaço no mundo, que tem a sorte de se encontrarem em um momento de suas vidas. Nada mais será o mesmo depois desta visualmente perfeita obra de arte do tão consagrado Del Toro - um diretor com marca própria e com uma cartela de fãs bastante estabelecida e fiel.
Em 1963, Elisa (Sally Hawkins) trabalha como auxiliar de limpeza em um laboratório "gerenciado" pelo governo americano. Elisa é uma mulher de meia idade solteira e muda, completamente sonhadora e adora clássicos do cinema, principalmente musicais e filmes com Betty Grable e Shirley Temple. Seu vizinho, Giles (Richard Jenkins), é seu melhor amigo e confidente, a única pessoa do mundo que a compreende além de sua companheira de trabalho e amiga, Zelda (Octavia Spencer), que a ajuda no trabalho em suas dificuldades - em especial seu mau hábito de chegar atrasada.
Pois bem, a trama começa quando um tanque de vidro e metal chega na unidade e desperta a curiosidade de Elisa. O que será que há lá dentro? Sem conseguir controlar-se, Elisa decidi investigar e acaba descobrindo uma criatura, metade homem, metade anfíbio, cuja afeição é despertada de ambas as partes. Mas existe um perigo. O violento coronel Strickland passa a controlar de perto o acesso ao monstro de Elisa e, defendê-lo dos homens passa a ser um trabalho muito mais arriscado do que nunca.
A cumplicidade entre dois seres de espécie diferente é brilhantemente definida, tanto pelo diretor quanto pelo ótimo trabalho dos dois atores principais, Hawkins e Doug Jones, que interpreta o elo perdido vindo da Amazônia. Existem cenas hipnotizantes, mas o destaque mesmo é a cena do banheiro, que já se tornou uma das cenas mais clássicas do cinema contemporâneo. Os personagens de apoio realmente fazem seu trabalho de sustentar os protagonistas. O vilão de Michael Shannon e o artista gay de Richard Jenkins estão memoráveis, e quanto a Octavia Spencer, o que dizer? É sempre um prazer imenso assistir essa mulher, não importa o que aconteça, não importa o filme, não importa o que ela faça. Você simplesmente quer que ela seja como Morgan Freeman e o Samuel L. Jackson - esteja em todos os filmes do mundo.
A trilha escolhida por Del Toro homenageia os grandes clássicos do cinema, incluindo o brasileiro, quando escolhe a canção "Chica Chica Boom Chic", de Carmen Miranda, para compor uma das melhores cenas do filme. Quem se liga nisso vai ficar bastante feliz de ver nossa Carmen na tela do cinema, em pleno ano de 2018. Sem dúvida uma grande homenagem.
Outra coisa impossível de deixar passar é a semelhança entre sua criatura com a do filme "O Monstro da Lagoa Negra", de 1954. Ambos nasceram nas florestas da Amazônia, ambos se apaixonam pela protagonista. Suas características físicas são extremamente parecidas. Seriam irmãos? Seria Del Toro tão maravilhoso a ponto de criar uma interligação com os dois filmes? Seria possível que fossem a mesma criatura? O clássico filme da Universal se passa em 1954, e "A Forma da Água" se passa em 1963, poucos anos depois dos acontecimentos de "Lagoa Negra".
Desejos e sonhos à parte, este filme é um exemplo encantadoramente profundo e sensível que prova a qualquer pessoa capaz de se deixar sentir a força da razão que não importa quão diferentes são as pessoas, elas podem conviver juntas se houver amor, compaixão e, acima de tudo, respeito ao próximo.
Com Amor, Van Gogh
4.3 1,0K Assista AgoraUm dos maiores privilégios da minha vida foi ver esse filme. Trata-se de um dos maiores tesouros da animação, um marco do cinema. Totalmente apaixonante, "Loving Vincent" foi traduzido no Brasil como "Com Amor, Van Gogh" para os desavisados perceberem que o filme fala diretamente sobre um dos artistas mais geniais que se ouviu falar.
Agora, como conceber a ideia de criar um filme destes? O filme foi filmado com atores reais, incluindo a talentosa Saoirse Ronan, e depois transformado em obra de arte. Pintado frame por frame (cada segundo de filme contém 12 frames) na mesma técnica inventada por Vincent Van Gogh por 125 artistas, totalizando 65 mil quadros. O resultado? Um momento único e sem precedentes na história de um cinéfilo, impossível explicar com palavras tamanha beleza na tela.
Muito da beleza do filme se deve ao excelente roteiro escrito por Dorota Kobiela, Hugh Welchman e Jacek von Dehnel, com uma história num tom acertado de melancolia e profundidade. A trama se passa no fim de 1890, e acompanha Armand Roulin, um jovem de 25 anos aproximadamente que recebeu a missão do pai, o chefe dos correios, de entregar uma carta escrita por Van Gogh ao irmão, Theo van Gogh. E essa busca começa a se mostrar muito difícil assim que ele descobre que Theo van Gogh faleceu pouco tempo depois, aparentemente de tristeza pela morte do irmão. E agora? A quem a carta deve ser entregue? Sublime do início ao fim, é um filme que intensifica seu amor por van Gogh ou te deixa apaixonado por ele pela primeira vez.
Três Anúncios Para um Crime
4.2 2,0K Assista AgoraUm soco na boca do estômago. "Três Anúncios para um Crime" é a perfeição em cinema do que seria a concepção do melhor do humor negro com o drama sobre assassinato, vingança confundida com justiça com as próprias mãos... difícil definir o que esta obra de arte significa e é. Indefinível por enquanto.
Este é meu filme favorito a ganhar o mais prestigiado prêmio da noite - o Oscar de Melhor Filme. Incrivelmente coerente com sua temática explosiva sobre seres imperfeitos que tentam se sobrepor aos seus próprios conflitos e limitações aos trancos e barrancos, "Três Anúncios" começa ao mostrar as dores de uma mãe chamada Mildred Hayes - perfeitamente executada por Frances McDormand (que fenômeno, minha gente!) - que, amargurada pelo estupro e assassinato de sua filha Angela, não aceita o fato de que a polícia nunca encontrou o assassino. Como agravante, a polícia é em parte corrupta e não leva seus deveres a sério. Mildred então aluga três outdoors na estrada onde o corpo da filha foi encontrado e distribui as três seguintes frases: "Estuprada enquanto morria”, “E ainda sem prisões?”, e “Por que, delegado Willoughby?”.
Foi uma grande afronta ao Xerife Willoughby (uma entrega de personagem notável por parte de Woody Harrelson), porém muito mais ofendido se sentiu o oficial Dixon (numa performance inacreditável de Sam Rockwell) cuja admiração por seu superior beira a obsessão. Willoughby tenta barganhar uma trégua com Mildred, completamente sem sucesso, alegando que a reputação dela na cidade está bastante comprometida. Já o oficial Dixon, famoso por ser pavio curto, irracional e racista, comete as mais inacreditáveis irresponsabilidades durante o filme todo.
Aí é que está a beleza. Quando você simplesmente acha que está compreendendo esses três grandes personagens, o diretor surpreende e revela mais e mais camadas do que podíamos enxergar. O resultado é uma cartela de personagens muito bem construídos, desenvolvidos e apresentados de dar gosto. O filme passa como se fossem 30 minutos, e o final é simplesmente esplêndido. Você fica querendo mais, uma continuação, ou simplesmente mais 40 minutos, que seja, pelo menos um pouquinho mais de satisfação.
Um prato cheio para os admiradores do bom humor sarcástico, inteligente, "Três Anúncios para um Crime" vai agradar quem compreende, por exemplo, o temperamento tempestuoso dos filmes do Tarantino e Woody Allen. A obra, assim como sua protagonista, também solta farpas e não poupa os americanos, principalmente a polícia e/ou os detentores do poder, de críticas muito bem fundadas e relevantes sobre deveres e direitos, incluindo racismo. Excelente do início ao fim.