com cenas de violência aterrorizantes porque sugeridas, mas não explícitas; e de um silêncio ensurdecedor por tudo que não é dito, pela repressão das ambiguidades e dos mistérios do corpo e da alma.
há um contraste, que o preto e branco realça, entre a vontade de ordem, higienização e pureza, e os impulsos de diversas facetas da violência. bem como entre o medo do ódio do vizinho e a negação da opressão cultivada em sua própria casa.
o preto e branco também nos mergulha num microcosmo do passado em busca de respostas, imergindo numa investigação primorosa das motivações que levam à perversidade humana, ainda tão próxima. afinal, “a cadela do fascismo está sempre no cio”. e o filme mostra que ela se alimenta da microfísica do poder à espreita nas vilas e é banhada por símbolos de purificação, punitivismo e ilusões de recompensa divina. como disse Hamlet, “quem gostaria de suportar tão duras cargas, gemendo e suando sob o peso de uma vida afanosa, se não fosse o temor de alguma coisa depois da morte”
mas há esperança na figura de um professor, o único que consegue enxergar o que os outros não veem. é o único que consegue respeitar um ‘não’, dito como pedido de cuidado e afeição, formando o único casal representando a possibilidade de frescor, diálogo e amor.
a atmosfera noventista retratada pelas roupas, cabelos e músicas é deliciosa. o filme é ótimo pra ver tomando um vinhozim num fim de tarde de domingo chuvoso.
destaque pros diálogos, em que as mulheres discutem diferenças entre gêneros, lesbianidade, sexo, literatura e compartilham vivências, tudo com uma praia belíssima ao fundo. "is difficult, isn't it? sharing paradise with a stranger?"
destaque também pra trisha todd fazendo as unhas de blusinha branca, fumando dois cigarros ao mesmo tempo, tocando piano, dançando, passando café, respirando.
já a tensão sexual que se cria, aproximando e distanciando as personagens pelas diferenças e recalques, torna-se cansativa por se repetir demais. as conversas e discussões dão muita liga à intimidade, mas esticaram a baladeira.
O Mapa das Pequenas Coisas Perfeitas
3.5 197 Assista Agoraque ódio, vou parar de ver esses filmes com casais fofos que broxam pra realidade dos relacionamentos
Melancolia
3.8 3,1K Assista Agorauma festa de família adoece mais do que a iminência de destruição global
Supermemórias
4.5 4"aqui deves entrar como num templo"
Um Fascinante Novo Mundo
3.5 123 Assista Agoraos dias frios são tão quentes
Miss Violence
3.9 1,0K Assista Agorafilme de terror pra mim é isso
Yves Saint Laurent
3.5 175 Assista Agora"quando amamos estamos em perigo. é isso que eu gosto"
pierre nuney maravilhoso, tão elegante quanto a logo (YSL), que parece a silhueta de um vestido longo
Eloïse
3.6 76a diana gómez tem um olhar doce que te destrói toda
A Bruxa
3.6 3,4K Assista Agoraparaíso cristão < manteiga e ficar nua casmiga
A Cidade Onde Envelheço
3.6 131 Assista Agora"como é difícil explicar as coisas quando a liberdade instala em nós um reino de incertezas"
A Fita Branca
4.0 756 Assista Agoraé uma narrativa impecável e assombrosa,
com cenas de violência aterrorizantes porque sugeridas, mas não explícitas; e de um silêncio ensurdecedor por tudo que não é dito, pela repressão das ambiguidades e dos mistérios do corpo e da alma.
há um contraste, que o preto e branco realça, entre a vontade de ordem, higienização e pureza, e os impulsos de diversas facetas da violência. bem como entre o medo do ódio do vizinho e a negação da opressão cultivada em sua própria casa.
o preto e branco também nos mergulha num microcosmo do passado em busca de respostas, imergindo numa investigação primorosa das motivações que levam à perversidade humana, ainda tão próxima. afinal, “a cadela do fascismo está sempre no cio”.
e o filme mostra que ela se alimenta da microfísica do poder à espreita nas vilas e é banhada por símbolos de purificação, punitivismo e ilusões de recompensa divina.
como disse Hamlet, “quem gostaria de suportar tão duras cargas, gemendo e suando sob o peso de uma vida afanosa, se não fosse o temor de alguma coisa depois da morte”
mas há esperança na figura de um professor, o único que consegue enxergar o que os outros não veem. é o único que consegue respeitar um ‘não’, dito como pedido de cuidado e afeição, formando o único casal representando a possibilidade de frescor, diálogo e amor.
Boyhood: Da Infância à Juventude
4.0 3,7K Assista Agoraterminei o filme com uma sensação de pequenez diante do tempo
"o tempo não para"
Amor à Flor da Pele
4.3 500 Assista Agora"tesão do talvez"
Moonlight: Sob a Luz do Luar
4.1 2,4K Assista Agorasob o silêncio de trevante rhodes
Pedaços De Uma Mulher
3.8 544 Assista Agorakornél mundruczó me representa muito quando disse, numa entrevista pra veja, que a vanessa kirby "tem o silêncio mais bonito que eu já ouvi"
Claire Of The Moon
2.9 9a atmosfera noventista retratada pelas roupas, cabelos e músicas é deliciosa. o filme é ótimo pra ver tomando um vinhozim num fim de tarde de domingo chuvoso.
destaque pros diálogos, em que as mulheres discutem diferenças entre gêneros, lesbianidade, sexo, literatura e compartilham vivências, tudo com uma praia belíssima ao fundo.
"is difficult, isn't it? sharing paradise with a stranger?"
destaque também pra trisha todd fazendo as unhas de blusinha branca, fumando dois cigarros ao mesmo tempo, tocando piano, dançando, passando café, respirando.
já a tensão sexual que se cria, aproximando e distanciando as personagens pelas diferenças e recalques, torna-se cansativa por se repetir demais. as conversas e discussões dão muita liga à intimidade, mas esticaram a baladeira.
no fim, fica uma sensação de que a química entre elas é desperdiçada, porque demora demais pro romance se desenrolar.