Giovanna Alvarez

Quem só lê o título acha que é um documentário sobre animais da selva participando de situações brutais e irracionais.
E é exatamente isso.
O filme deixa o ser humano na situação mais desconfortável possível e mostra suas as reações.
Ainda assim, os rumos que as personagens seguem quando passam por essas situações não têm nada de absurdo, são aquelas ideias que temos quando estamos com raiva e passamos por coisas parecidas (mas geralmente deixamos pra lá,

Uma tragicomédia com foco na vingança e no instinto selvagem que todo mundo tem pra nos lembrar que, apesar de tudo, o ser humano é só outra espécie animal.

Quanto mais filmes franceses eu assisto, mais eu percebo que os franceses tem uma ideia sobre o amor e a paixão totalmente diferente do que estamos acostumados a ver por aí.
Desde Godard até Honoré, passando por dezenas de outros diretores, não vemos o amor como algo único, eterno ou inabalável. Mas sim volúvel, multifacetado e inconstante.
E os filmes franceses, querendo ou não, são todos sobre amor. Eles realmente sabem como sentir sem julgar, sem se importar e sem hesitar, não apenas sentindo mas também vivendo de amor.
Acho que a magia do cinema francês, que muitas pessoas consideram chato e superficial, é justamente essa: eles não contam histórias de amor, contam histórias sobre amor.

As cores do filme são maravilhosas!