Esta era uma das minhas séries favoritas e que eu sempre defendi, a despeito de todas as críticas. Contudo, a partir dessa quarta temporada houve uma derrocada narrativa grotesca em muitos aspectos.
Nos primeiros episódios, Claire, personagem corajosa e sábia, ao invés de ponderar qual a melhor saída para a situação que se constituiu na casa de Jocasta, simplesmente resolve, por conta própria, tomar uma atitude que estava pondo em risco a vida de TODOS dentro da casa. Outras resoluções poderiam ter sido engendradas ali, mas Claire escolhe a mais vulnerável possível, e vulnerável não apenas para o Rufus. Sinceramente, é de difícil compreensão entender como uma personagem eminentemente inteligente, que sobreviveu a situações aterradoras, tenha tomado as atitudes que tomou. Claire já havia sido avisada sobre o que aconteceria com o próprio Rufus e com outros escravos, que seriam brutalmente torturados e mortos para servir de exemplo aos demais. Para mim, houve uma falha substancial na construção da personagem de Claire nesse momento. Claire não é uma personagem que, tendo sido diversas vezes alertada e sabendo o que estava prestes a acontecer, ficaria parada dentro de um quarto vendo janelas sendo quebradas, ameaças de invasão, sem fazer nada além de deixar o caos se instaurar de vez. Claire precisou ser levada a uma situação em que não havia mais tantas escolhas, para tomar uma resolução. Além disso, também sinto que houve nessa primeira parte da temporada uma falha da narrativa em si, que poderia muito bem ter possibilitado outro desfecho para a vida de Rufus. Dentro de um universo ficcional como o dessa série, em que o impossível é quase sempre possível, poderiam sim ter salvado o personagem de Rufus e tê-lo feito representar um papel importante na trama. Embora essa temporada esteja voltada para temáticas da escravidão e do contato com indígenas americanos, percebam que nenhum personagem negro ou indígena passa a fazer parte do núcleo da história, são apenas coadjuvantes de pequeno valor. A história tinha uma oportunidade única ali de oferecer representatividade, mas continua sendo uma série de brancos para brancos.
está na construção da personagem de Bree. Particularmente nessa temporada, ela é apresentada como uma mulher à frente de seu tempo (para o início dos anos 70), dona de si e que sabe o que quer. De repente, há um hiato narrativo em que vemos Bree aceitar diversas imposições de um estilo de vida e de costumes completamente arcaicos, 200 anos na retaguarda de seu verdadeiro tempo. Depois que Brianna volta para o passado, a única atitude verdadeiramente inteligente que a personagem teve foi a estratégia que ela elaborou junto a John Grey para evitar um casamento sem amor. Com exceção disso, parece que a personagem é reduzida em sua relevância e passa a ser simplesmente utilizada para dar sentido a trama de Roger e para abordar temas sérios, como estupro e aborto. E penso que este, talvez, tenha sido o pior momento da temporada.
o estupro é utilizado como argumento para o desenrolar narrativo. Que isso aconteça uma ou duas vezes, ainda desce. Mas a série inteira está utilizando desse artifício argumentativo e sem o menor cuidado. Nessa temporada fica ainda pior, pois além do estupro consumado, vemos a personagem de Brianna aceitar ter o filho de seu estuprador e, além disso, ir vê-lo na cadeia e perdoá-lo pela agressão. Bree afirma que escolheu ter o filho porque existia a possibilidade de ser do Roger, mas ela sabe que é de Bonnet. Tanto que, um pouco antes de dar à luz, ela vai a prisão para perdoá-lo e dizer que a criança será cuidada para nunca ser igual a ele. NÃO FAZ SENTIDO!!! Ela sempre soube que era de Bonnet, ela NÃO estava escolhendo ter o filho "porque havia uma possibilidade de ser do Roger". A narrativa fica subestimando a inteligência dos espectadores, esperando que compremos qualquer justificativa para as ações dos personagens, mas não dá! É aterrador assistir o desdobramento dessa trama de Brianna. Principalmente quando ela decide que a única forma de ter um pouco de paz de espírito é se ela for ver o seu estuprador para conceder-lhe perdão... Gente, para. Esse tema é muito caro e delicado para ser tratado da maneira superficial e negligente com que foi. Vemos apenas gatilho em cima de gatilho e o espectador que engula.
Não tive estômago para esses episódios finais, saí pulando várias partes, especialmente nesse último da temporada. Das séries mais pesadas que já vi, com um dos personagens mais cruéis (Team Eu Odeio Randall). Nenhuma cena de GOT ou Hannibal me deixou tão enojada e sofrida quanto algumas dessa série. É um nível The Handmaid's Tale de desumanização do outro. Pesadão mesmo. Eu li uns comentários aqui no Filmow e pensei que a galera estava exagerando, mas, gente, é bem cruel mesmo. Pessoas muito sensíveis ou empáticas demais à cenas de sofrimento, fica o alerta para que não tenham surpresas desagradáveis.
"Tirando que o Padilha e cia colocaram fala de uns literalmente na boca de outros e deu enfoque em um lado do 'mecanismo', assim como a própria lava jato faz ... ah ta, isso já é o suficiente pra não levar a série a sério mesmo".
Bom Dia, Verônica (3ª Temporada)
2.7 177 Assista AgoraÉ como disse aquele bebum:
"Tava ruim, agora parece que piorou".
This Is Us (6ª Temporada)
4.7 268 Assista AgoraConseguiu a proeza de desbancar Gilmore Girls e se tornou a minha série favorita.
Downton Abbey (6ª Temporada)
4.5 248Mary insuportável, meu maior ranço de personagens femininas em séries de época.
A Maldição da Mansão Bly
3.9 922 Assista AgoraJust perfectly splendid!
Sem Maturidade Para Isso (1ª Temporada)
4.0 42Surpreendentemente bom.
Outlander (4ª Temporada)
4.2 184Esta era uma das minhas séries favoritas e que eu sempre defendi, a despeito de todas as críticas. Contudo, a partir dessa quarta temporada houve uma derrocada narrativa grotesca em muitos aspectos.
A começar por...
Nos primeiros episódios, Claire, personagem corajosa e sábia, ao invés de ponderar qual a melhor saída para a situação que se constituiu na casa de Jocasta, simplesmente resolve, por conta própria, tomar uma atitude que estava pondo em risco a vida de TODOS dentro da casa. Outras resoluções poderiam ter sido engendradas ali, mas Claire escolhe a mais vulnerável possível, e vulnerável não apenas para o Rufus.
Sinceramente, é de difícil compreensão entender como uma personagem eminentemente inteligente, que sobreviveu a situações aterradoras, tenha tomado as atitudes que tomou.
Claire já havia sido avisada sobre o que aconteceria com o próprio Rufus e com outros escravos, que seriam brutalmente torturados e mortos para servir de exemplo aos demais.
Para mim, houve uma falha substancial na construção da personagem de Claire nesse momento. Claire não é uma personagem que, tendo sido diversas vezes alertada e sabendo o que estava prestes a acontecer, ficaria parada dentro de um quarto vendo janelas sendo quebradas, ameaças de invasão, sem fazer nada além de deixar o caos se instaurar de vez. Claire precisou ser levada a uma situação em que não havia mais tantas escolhas, para tomar uma resolução.
Além disso, também sinto que houve nessa primeira parte da temporada uma falha da narrativa em si, que poderia muito bem ter possibilitado outro desfecho para a vida de Rufus. Dentro de um universo ficcional como o dessa série, em que o impossível é quase sempre possível, poderiam sim ter salvado o personagem de Rufus e tê-lo feito representar um papel importante na trama. Embora essa temporada esteja voltada para temáticas da escravidão e do contato com indígenas americanos, percebam que nenhum personagem negro ou indígena passa a fazer parte do núcleo da história, são apenas coadjuvantes de pequeno valor. A história tinha uma oportunidade única ali de oferecer representatividade, mas continua sendo uma série de brancos para brancos.
Outro problema evidente
está na construção da personagem de Bree. Particularmente nessa temporada, ela é apresentada como uma mulher à frente de seu tempo (para o início dos anos 70), dona de si e que sabe o que quer. De repente, há um hiato narrativo em que vemos Bree aceitar diversas imposições de um estilo de vida e de costumes completamente arcaicos, 200 anos na retaguarda de seu verdadeiro tempo. Depois que Brianna volta para o passado, a única atitude verdadeiramente inteligente que a personagem teve foi a estratégia que ela elaborou junto a John Grey para evitar um casamento sem amor. Com exceção disso, parece que a personagem é reduzida em sua relevância e passa a ser simplesmente utilizada para dar sentido a trama de Roger e para abordar temas sérios, como estupro e aborto. E penso que este, talvez, tenha sido o pior momento da temporada.
Mais uma vez,
o estupro é utilizado como argumento para o desenrolar narrativo. Que isso aconteça uma ou duas vezes, ainda desce. Mas a série inteira está utilizando desse artifício argumentativo e sem o menor cuidado. Nessa temporada fica ainda pior, pois além do estupro consumado, vemos a personagem de Brianna aceitar ter o filho de seu estuprador e, além disso, ir vê-lo na cadeia e perdoá-lo pela agressão. Bree afirma que escolheu ter o filho porque existia a possibilidade de ser do Roger, mas ela sabe que é de Bonnet. Tanto que, um pouco antes de dar à luz, ela vai a prisão para perdoá-lo e dizer que a criança será cuidada para nunca ser igual a ele. NÃO FAZ SENTIDO!!! Ela sempre soube que era de Bonnet, ela NÃO estava escolhendo ter o filho "porque havia uma possibilidade de ser do Roger". A narrativa fica subestimando a inteligência dos espectadores, esperando que compremos qualquer justificativa para as ações dos personagens, mas não dá!
É aterrador assistir o desdobramento dessa trama de Brianna. Principalmente quando ela decide que a única forma de ter um pouco de paz de espírito é se ela for ver o seu estuprador para conceder-lhe perdão... Gente, para. Esse tema é muito caro e delicado para ser tratado da maneira superficial e negligente com que foi. Vemos apenas gatilho em cima de gatilho e o espectador que engula.
Olhos que Condenam
4.7 680 Assista AgoraTerminei de assistir aqui e tô arrasada... Um soco no estômago necessário :(
O Avanço da Fênix (1ª Temporada)
4.6 9Esse final destroçou meu coração. Heartbreaker demais.
Outlander (1ª Temporada)
4.5 551 Assista AgoraNão tive estômago para esses episódios finais, saí pulando várias partes, especialmente nesse último da temporada. Das séries mais pesadas que já vi, com um dos personagens mais cruéis (Team Eu Odeio Randall). Nenhuma cena de GOT ou Hannibal me deixou tão enojada e sofrida quanto algumas dessa série. É um nível The Handmaid's Tale de desumanização do outro. Pesadão mesmo. Eu li uns comentários aqui no Filmow e pensei que a galera estava exagerando, mas, gente, é bem cruel mesmo.
Pessoas muito sensíveis ou empáticas demais à cenas de sofrimento, fica o alerta para que não tenham surpresas desagradáveis.
O Mecanismo (1ª Temporada)
3.5 526"Tirando que o Padilha e cia colocaram fala de uns literalmente na boca de outros e deu enfoque em um lado do 'mecanismo', assim como a própria lava jato faz ... ah ta, isso já é o suficiente pra não levar a série a sério mesmo".
Mad Men (7ª Temporada)
4.6 387 Assista Agoraque final, senhoras e senhores!!!