Dark está longe de ser original. Séries que exploram mistério em uma cidadezinha já existem ou existiram várias: Twin Peaks, Under the Dome, Wayward Pines... Apesar disso, a série tem uma proposta interesse, usando um tema popular de sci-fi e retratando de uma maneira profunda e complexa.
O problema é que o enredo demora demais a se desenrolar, somente depois do episódio cinco ou seis. O excesso de personagens e as três linhas narrativas e temporais deixam a história confusa. Você não consegue criar muita empatia pelos personagens, e em muitos momentos fica se perguntando quem é quem. Os dramas e relacionamentos também soam um pouco forçado. Na tentativa de mostrar que todos os personagens estão ligados de alguma maneira e dar o devido espaço pra cada um, a série os afasta do público.
O ponto alto é a fotografia. As cores lavadas, a escolha de cenários e os planos aéreos enriquecem muito a série. Mas os problemas narrativos empobrecem. É esperar pra ver se melhoram isso na segunda temporada. Potencial tem.
Nessa segunda temporada, você consegue ter uma visão mais ampla do enredo e estar um pouco mais envolvido com os personagens, entendendo melhor a proposta. Já falei antes que Mad Men é uma série de estudo de personagens, onde você acompanha apenas para vê-los se desenvolverem. Não é a trama que move os personagens, são os personagens que movem a trama. Geralmente, as sacadas inteligentes do roteiro e o bom trabalho com metáforas é o que consegue compensar e superar o ritmo lento dos episódios. Mas ainda sinto falta de um trabalho melhor com esses elementos.
O Don Draper é um personagem com um perfil que não consegue gerar um empatia muito grande e não tem o carisma necessário de um protagonista pra conduzir bem a série, como tinha, por exemplo, o Walter White e o Tony Soprano. Tanto que o grande destaque da série é a Peggy, uma personagem que tem um papel secundário.
Talvez com um aprofundamento da próxima temporada, a experiência de acompanhar a série melhore, mas até agora não conseguiu ser engajante.
Eu costumo chamar séries como Mad Men de "estudo de personagens", porque elas procuram fugir do óbvio e exploram os sentimentos e reações dos personagens através dos detalhes, e isso dá uma realidade interessante à produção. Nessas histórias, não é a trama que move os personagens, são os personagens que movem a trama.
E geralmente, as sacadas inteligentes do roteiro, usando muito dessas ações diferentes dos personagens, é o que compensa o ritmo mais lento e a falta de ações da trama, muitas vezes até superando-os, e não tornando a série monótona. Família Soprano, por exemplo, fez isso de forma magistral, com um bom número de sacadas inteligentes nos roteiros. Mad Men também apresenta esse conceito nessa primeira temporada, mas em um número pequeno. Senti falta de mais situações inteligentes e do trabalho com metáforas. Por isso o ritmo lento acabou ficando evidente em muitos episódios e tornou a série um pouco enfadonha.
Apesar do Jon Hamm parecer um pouco canastrão, o Don Draper tem carisma, assim como a Peggy que ganhou destaque nessa primeira temporada. A série não é sobre as mulheres, como vi algumas pessoas falando aqui, mas ela dá sim destaque às figuras femininas e tem uma mensagem importante pra transmitir sobre isso.
Por incrível que pareça, gostei mais dessa segunda temporada do que da primeira. A série se aprofundou mais no drama, o que pode ser a razão pra muita gente está reclamando da "falta de ritmo" e "enrolação" inicial. De qualquer maneira, a temporada conseguiu ser engajante. A trama não tem muitas características especiais, mas o universo e o clima nostálgico e de suspense tornam a série gostosa de se assistir.
O elenco se destaca mais uma vez e as crianças dão show de talento. Stranger Things está abastecendo o mercado de atores da nova geração com ótimas revelações. É incrível o carisma e o timing pra comédia do Gaten Matarazzo (Dustin) e o trabalho dramático da Millie Bobby Brown (Eleven). Ela é um clone da Natalie Portman criança. Se a carreira dos dois for bem administrada, têm tudo para irem longe.
Me incomodou um pouco algumas situações expositivas, além do episódio 7, que pode ter sido inserido em um contexto consciente de "pausa dramática", mas que não funcionou. Quebra completamente o ritmo e a proposta da série, saindo do universo de Stranger Things. O final também não é dos melhores, terminando em uma nota errada.
Agora é esperar pra ver se a série tem fôlego pra se manter num bom nível na próxima temporada.
Essa terceira temporada apresentou uma boa evolução. Parece que estão começando a encontrar o tom ideal, apesar de eu ainda não gostar muito da proposta da série, que ao invés acrescentar algo ao universo de The Walking Dead, no caso a origem do vírus, vai acabar mesmo se tornando mais um drama de sobrevivência do apocalipse.
A Madison continua sendo um problema. É a protagonista da série, mas mesmo depois de três temporadas, ainda não conseguiu convencer. A Kim Dickens é muito fria e inexpressiva, sem carisma. A personagem tem o mesmo problema do Travis, mas esse pelo menos já foi resolvido. Em compensação, os atores jovens vêm dominando a série.
A trama oscilou um pouco, mas pela evolução, acredito que o saldo da temporada foi positivo. Já que não irá acrescentar nada ao universo da marca, que pelo menos siga nessa evolução e traga um enredo mais consistente no próximo ano.
Raramente costumo dar cinco estrelas para uma produção, mas vou ter que dar o braço a torcer desta vez. Esta temporada de Sopranos é sem dúvidas a melhor, seguida pela 3ª, e uma das melhores coisas que eu já vi na televisão até agora. É uma verdadeira obra de arte e que mostrou um domínio absurdo do David Chase sobre desenvolvimento de trama e trabalho com metáforas. O que dizer dos quatro primeiros episódios? São simplesmente fantásticos em quase todos os sentidos.
Acredito que muita gente que assistiu na época da exibição original deve realmente ter ficado confusa e frustrada com esse desfecho. Mas com o passar do tempo, você consegue ver a genialidade com que ele foi trabalhado.
Durante a temporada, houve muitas sequências que serviram apenas para dar dicas sobre o desfecho. É o caso do episódio em que Tony aparece na mansão com uma festa enquanto estava em coma (um quadro com a imagem da mesma mansão aparece na última sequência do último episódio); a sequência em que Bobby comenta com Tony sobre o fato de você não vê e nem ouvir nada na hora da sua morte; a sequência em que um amigo de Silvio é atingido por uma bala no restaurante e ele leva alguns instantes para perceber o que realmente aconteceu; a cena em que o Phil morre e a mulher dele também leva alguns instantes para perceber que ele levou um tiro. E eu não duvido que até aquele filme do Christopher em que ele se inspira no Tony também pode ter dado uma dica sobre a morte dele, já que no filme o personagem inspirado no Tony morre assassinado no final.
Alguns planos da última cena do episódio são vistos pela perspectiva do Tony. Ele ergue a cabeça e a câmera mostra o que ele vê. E no último momento em que ele ergue a cabeça, o sujeito que sai para o banheiro, retorna com uma arma e mata no Tony. Seguindo as dicas da temporada, ele não vê e não houve nada com o tiro. Ali é o fim para o Tony. Por isso que pra mim não existe polêmica e nem dúvidas: o Tony realmente morreu. Todas essas sequências citadas não fariam muito sentido dentro do contexto da trama se não estivessem ali com o único objetivo de dar dicas sobre o final da série.
Enfim, Sopranos é simplesmente genial. Repito o que escrevi na primeira temporada: se tem uma palavra que pode definir essa série é inteligência. No final, o sentimento é de vazio, e quando isso acontece, é um sinal claro de que aquilo realmente foi marcante pra você.
A proposta desta temporada era de quebrar totalmente a expectativa, fugindo da nostalgia e provocando o público, oferecendo só algumas doses do estilo original.
Isso fica bem claro quando deixam o Cooper catatônico por 15 episódios, não exploram a maioria dos personagens originais e tentam fugir de Twin Peaks durante boa parte da temporada.
Só que é preciso separar a quebra de expectativa positiva da negativa. Estão supervalorizando esse trabalho do Lynch, só “porque é o Lynch “e só “porque é diferente de tudo o que já se viu na TV”. Mas o diferente nem sempre é bom. A temporada teve muitos problemas de roteiro, de ritmo e excesso de contemplação, além de cenas e subtramas dispersas e totalmente descartáveis. Muitos personagens foram simplesmente esquecidos pelo caminho. Foram apresentados na trama, criaram uma expectativa de importância, mas não tiveram desenvolvimento adequado e nem desfecho.
Vale só um destaque pra atuação incrível do Kyle MacLachlan, que conseguiu dar vida a dois e até três personagens completamente distintos e de traços bem específicos.
Você pode aprovar a temporada só pela questão sensorial, onde o mais importante é a experiência do que a trama em si, mas pra mim, isso é pouco. Sou fã dessa atmosfera que o Lynch cria, mas acredito que uma boa produção tem que somar esse lado atmosférico com uma trama lógica e uma narrativa consistente, o que definitivamente não aconteceu nessa temporada e nem na maioria das obras do diretor. Uma coisa não funciona bem sem a outra.
Se você é fã de Twin Peaks e ainda não viu a temporada, esqueça aquele charme e o clima acolhedor da cidade, os bons momentos cômicos, a torta de cereja e principalmente aquela trilha do Angelo Badalamenti que arrepiava. Essa é uma obra bem autoral, experimental e quase independente. Se você é do tipo que prioriza o entretenimento ao invés da “arte”, vai ter grande chance de ficar frustrado com o que vai ver. São poucos os verdadeiros momentos bons e marcantes. O resto é uma piração que muita gente insiste em exaltar e ficar criando teorias infinitamente. Mas gosto é gosto...
P.S.: desperdiçaram chance de ganhar alguns pontos encerrando a temporada no 17º episódio. O último episódio é simplesmente medonho, arrastado e abrindo arcos que já deveriam ter fechado, enquanto outros ficaram abertos. É claro que tudo faz parte da proposta do Lynch de criar um anticlímax propositalmente e não oferecer um desfecho clássico que todos esperavam (que aconteceria no penúltimo episódio). Mas na minha avaliação foi apenas desnecessário e serviu como a cereja do bolo de uma temporada sofrível.
Me desculpem os transgressores pelo conservadorismo.
Essa temporada teve um crescimento em relação à anterior. O fato de você já estar mais familiarizado aos personagens e ao estilo da série ajuda muito e a questão do ritmo lento e a ausência de uma trama bem amarrada já não incomoda tanto como na primeira temporada. Em Sopranos, fica claro que são os personagens que movem a trama, e não a trama que move os personagens.
E a season finale dessa temporada é um show à parte.
The Sopranos é uma das séries mais inteligentes da história. Essa é a melhor frase pra defini-la. O Tony Soprano, da mesma forma, é um dos personagens mais complexos e carismáticos que eu já vi. Essas características lembram muito as de Breaking Bad e com certeza serviu de inspiração para ela e até para outras produções.
Demorei pra ver a série, e cheguei a desistir depois de assistir os dois primeiros episódios, por causa do ritmo muito lento e da impressão da falta de foco da trama. Mas depois de um tempo, dei outra oportunidade e não me arrependi. Foi aí que entendi a proposta da série. A questão do ritmo continuou incomodando em alguns momentos, assim como o excesso de personagens secundários, o que dá a impressão de disparidade em certos pontos e causa uma certa confusão, onde você tem um pouco de dificuldade para associar quem é quem. Mas isso tudo é quase compensado pelas metáforas bem armadas e pela inteligência dos roteiros. Veremos as próximas temporadas.
Em relação às mensagens que a série tenta transmitir, é importante que o público saiba interpretar da maneira correta para não acabar gerando algum tipo de preconceito. O problema não é a religião na sociedade, o problema são algumas pessoas dessa sociedade que se corrompem e usam a religião como escudo. É como diz uma frase do Mário Sérgio Cortella: "Religião não é coisa de gente tonta, é coisa de gente. Só que nesse meio existe gente que é tonta, da mesma maneira que existe gente tonta em qualquer lugar. É por isso que você não tem o direito de generalizar".
Visualmente, é uma das produções mais bonitas que eu já vi. A estética e a fotografia são caprichosas. Por algum motivo, a ambientação da série me lembrou muito as cidades da Europa durante a Segunda Guerra Mundial. Não sei se pelo fato de também abordar um tipo de regime de ditadura. Apesar dos três últimos episódios apresentarem uma certa irregularidade, a trama é bem amarrada. Com boas atuações e direção, consegue gerar tensão e angústia na medida certa. Sem dúvidas, uma das grandes séries do ano.
The Wire não é uma série convencional. É sobre o cotidiano da polícia e dos criminosos, mas sem ser maniqueísta. Os dois lados são retratados de uma maneira equilibrada. É uma série que prioriza a realidade e abre mão do entretenimento, e isso particularmente não me agrada.
Do ponto de vista audiovisual é uma obra de qualidade, mas quem vai acompanhar acreditando se tratar de uma série policial com uma trama dinâmica e cheia de ação, recomendado assistir outra coisa.
Foram dar liberdade pro Lynch e esse é o resultado. Sinceramente, o que vejo até agora é uma obra quase independente em relação às duas primeiras temporadas; falta o charme da versão original; excesso de personagens e de subtramas, enquanto parte do elenco original vem sendo mal explorado até aqui; um enredo pouco encaixado e muitos devaneios e loucuras do Lynch. Surpreendentemente, parece suficiente e genial pra muita gente, mas pra mim, é pouco e decepcionante.
(É apenas uma humilde opinião conservadora e nostálgica).
Fargo é uma das melhores séries da atualidade. São raras as atrações exibidas atualmente na TV que conseguem ser tão minimalistas, inteligentes e dinâmicas nas suas produções.
Parece ser um consenso entre todos que essa temporada ficou aquém das duas primeiras. Demorou um pouco a engrenar e não achei o enredo muito consistente. Em compensação, ofereceu ótimos personagens como o Vargas, que pra mim, chegou a superar o Malvo.
Os casos não explicados são uma característica de Fargo. Nas duas primeiras temporadas, os mistérios, como o dos discos voadores, até que caíram bem pra reforçar a mitologia da história, mas eu não gosto muito desse recurso, e acho que não funcionou muito bem nessa temporada (deve ser ótimo pra quem escreve e sabe do que se trata, mas uma tortura pra quem assiste e não encontra uma resposta definitiva).
Esperava algo mais surpreendente e contundente nesse último episódio, até por ser provavelmente o último da série. Mas, assim como nas últimas season finales, não foi dos melhores.
De qualquer forma, foi uma experiência incrível acompanhar Fargo, e se realmente não retornar para outra temporada, fica a expectativa pra que apareçam novas séries que alcancem esse mesmo nível.
A trama principal segue sem um rumo bem definido e caminhando a passos bem lentos, mas essa temporada já mostrou uma grande evolução em relação às anteriores. Houve episódios simplesmente geniais, com a marca do Vince Gilligan.
Better Call Saul ainda segue abaixo de Breaking Bad, mas se permanecer nessa crescente, tem tudo pra se igualar a série original.
Apesar dessa segunda temporada ter evoluído em termos técnicos e por desenvolver melhor os personagens, confesso que gostei mais da primeira, por ser mais direta, envolvente e com mais suspense. Muita gente comentou que gostou do desfecho, mas eu sinceramente não curti, achei muito cru e seco. Não teve muita "consideração" pelos personagens. Chosen definitivamente não é uma série de ação comum e cheia de clichês. É mais profunda e imprevisível.
Essa proposta de episódios curtos funcionou muito bem. A série é direta, sem espaço pra barrigas e torna o ritmo dos episódios muito bons. Apesar de algumas passagens previsíveis, a atmosfera, os ganchos e o suspense são eficientes.
Não chegou a ser um desastre, mas também esteve longe de boa. Essa temporada destoou completamente da qualidade das primeiras, o que de certa forma, já era esperado. Teve muitos furos de roteiro, diálogos expositivos, situações mal exploradas e personagens mal desenvolvidos e mal aproveitados, além de uma direção fraca. Alguns episódios são sofríveis. É uma temporada indiferente, que já estreou com certa rejeição e tinha a missão de surpreender, mas não conseguiu.
A narrativa da série, apesar de lenta e irregular em alguns episódios, é bastante interessante.
Se formos analisar o tratamento dado ao suicídio como forma de deixar uma mensagem para previni-lo, a série falha feio nesse aspecto, isso porque, pra mim, o suicídio da protagonista deixou muito mais uma sensação de alívio e solução para os problemas, do que algo ruim e que deve ser evitado. Desta forma, a tendência seria que o público jovem que sofre com problemas se identifique com a protagonista e possa cometer o mesmo ato. Mas se formos analisar esse tema como pura retratação dramática, talvez tenha se saído bem, já que é bom lembrar que a série é vista pela ótica adolescente, onde tudo é potencializado e existe a imaturidade (para os que acreditam que os 'porquês' da protagonista não seriam suficientes para que ela tirasse a própria vida). Por mais que o número de pedidos de ajuda de pessoas com tendência suicida tenha aumentado após o lançamento da série, eu sinceramente não a recomendaria para quem sofre com esse tipo de problema.
Apesar das falhas, gostei da série no seu contexto geral. Das que eu já vi, pode ser considerada uma das melhores a abordar o universo adolescente.
A tipografia e a proposta de mini-atos com legenda caiu muito bem e deu uma dinâmica legal a série. Os episódios inciais são muito bons. Na reta final, os roteiristas quiseram dar uma de David Lynch com algumas sequências enigmáticas sem pé nem cabeça. A Antônia incorporou muito bem a personagem, tem carisma. A produção no geral é boa.
Um resumo perfeito de Twin Peaks: estranhamente boa e bizarramente dramática. A proposta de incluir a cidade como um personagem da história caiu muito bem e isso contribuiu pra criar uma atmosfera legal pra produção. Personagens excêntricos, mas carismáticos e trilha sonora marcante. Tem um enredo que remete muito aos das novelas, o que não chega a surpreender, por de ter sido exibida pela ABC nos EUA. A única coisa que me incomodou mesmo foi o excesso de subtramas, o que reforça ainda mais a ideia de que se assemelha muito a fórmula de novelas. Se tivessem eliminado alguns núcleos da história e a deixassem mais compacta, teria sido perfeita.
P.S.: Não tem como não ficar apaixonado pela Shelly Johnson...
A direção de arte fez um trabalho de reconstituição de época incrível. Mas acho que a série, apesar de ser histórica, sofre um pouco com a narrativa fria e lenta. O arco dramático dos episódios funcionam mais do que o arco dramático da temporada. Não chega a ser espetacular em todos os aspectos, mas sem dúvida é uma boa série, principalmente para entender e conhecer melhor a história da realeza britânica..
O Cauã Reymond calou minha boca em Dois Irmãos. Sempre achei um ator limitado, inexpressivo, mas ele se jogou literalmente de cabeça na minissérie. Mas também foi dirigido pelo mestre em trabalhar com atores, que é o Luiz Fernando Carvalho. Foi o melhor trabalho da Juliana Paes até agora. A Bárbara Evans, por por outro lado, foi uma "figurante de luxo". A série perdeu um pouco fôlego a partir do quarto episódio, mas é muito boa.
A melhor definição que eu vi sobre The OA é que é uma série "bem louca". O melhor lado da série tá na fotografia contemplativa e na atmosfera que ela cria, além do carisma da Brit Marling. Os primeiros episódios são bem legais, instigantes, tensos. Mas cai muito no decorrer e só recupera o fôlego no final. A narrativa é muito lenta. Além da espiritualidade em conflito com a ciência, a série também tem um conceito moralista. Vi muita gente reclamando do fato de ter deixado questões sem respostas, mas se esquecem que é uma SÉRIE e não um filme. Ou seja, as respostas vão vir na próxima ou próximas temporadas. Se tudo fosse resolvido nessa primeira temporada, a segunda não teria muito propósito. Lost, por exemplo, carregou um monte de mistério por SEIS temporadas. É uma boa série, mas tem uma proposta bem restrita, então não vai conseguir agradar todo mundo.
Dark (1ª Temporada)
4.4 1,6KDark está longe de ser original. Séries que exploram mistério em uma cidadezinha já existem ou existiram várias: Twin Peaks, Under the Dome, Wayward Pines... Apesar disso, a série tem uma proposta interesse, usando um tema popular de sci-fi e retratando de uma maneira profunda e complexa.
O problema é que o enredo demora demais a se desenrolar, somente depois do episódio cinco ou seis. O excesso de personagens e as três linhas narrativas e temporais deixam a história confusa. Você não consegue criar muita empatia pelos personagens, e em muitos momentos fica se perguntando quem é quem. Os dramas e relacionamentos também soam um pouco forçado. Na tentativa de mostrar que todos os personagens estão ligados de alguma maneira e dar o devido espaço pra cada um, a série os afasta do público.
O ponto alto é a fotografia. As cores lavadas, a escolha de cenários e os planos aéreos enriquecem muito a série. Mas os problemas narrativos empobrecem. É esperar pra ver se melhoram isso na segunda temporada. Potencial tem.
Mad Men (2ª Temporada)
4.4 113 Assista AgoraNessa segunda temporada, você consegue ter uma visão mais ampla do enredo e estar um pouco mais envolvido com os personagens, entendendo melhor a proposta. Já falei antes que Mad Men é uma série de estudo de personagens, onde você acompanha apenas para vê-los se desenvolverem. Não é a trama que move os personagens, são os personagens que movem a trama. Geralmente, as sacadas inteligentes do roteiro e o bom trabalho com metáforas é o que consegue compensar e superar o ritmo lento dos episódios. Mas ainda sinto falta de um trabalho melhor com esses elementos.
O Don Draper é um personagem com um perfil que não consegue gerar um empatia muito grande e não tem o carisma necessário de um protagonista pra conduzir bem a série, como tinha, por exemplo, o Walter White e o Tony Soprano. Tanto que o grande destaque da série é a Peggy, uma personagem que tem um papel secundário.
Talvez com um aprofundamento da próxima temporada, a experiência de acompanhar a série melhore, mas até agora não conseguiu ser engajante.
Mad Men (1ª Temporada)
4.4 346 Assista AgoraEu costumo chamar séries como Mad Men de "estudo de personagens", porque elas procuram fugir do óbvio e exploram os sentimentos e reações dos personagens através dos detalhes, e isso dá uma realidade interessante à produção. Nessas histórias, não é a trama que move os personagens, são os personagens que movem a trama.
E geralmente, as sacadas inteligentes do roteiro, usando muito dessas ações diferentes dos personagens, é o que compensa o ritmo mais lento e a falta de ações da trama, muitas vezes até superando-os, e não tornando a série monótona. Família Soprano, por exemplo, fez isso de forma magistral, com um bom número de sacadas inteligentes nos roteiros. Mad Men também apresenta esse conceito nessa primeira temporada, mas em um número pequeno. Senti falta de mais situações inteligentes e do trabalho com metáforas. Por isso o ritmo lento acabou ficando evidente em muitos episódios e tornou a série um pouco enfadonha.
Apesar do Jon Hamm parecer um pouco canastrão, o Don Draper tem carisma, assim como a Peggy que ganhou destaque nessa primeira temporada. A série não é sobre as mulheres, como vi algumas pessoas falando aqui, mas ela dá sim destaque às figuras femininas e tem uma mensagem importante pra transmitir sobre isso.
Stranger Things (2ª Temporada)
4.3 1,6KPor incrível que pareça, gostei mais dessa segunda temporada do que da primeira. A série se aprofundou mais no drama, o que pode ser a razão pra muita gente está reclamando da "falta de ritmo" e "enrolação" inicial. De qualquer maneira, a temporada conseguiu ser engajante. A trama não tem muitas características especiais, mas o universo e o clima nostálgico e de suspense tornam a série gostosa de se assistir.
O elenco se destaca mais uma vez e as crianças dão show de talento. Stranger Things está abastecendo o mercado de atores da nova geração com ótimas revelações. É incrível o carisma e o timing pra comédia do Gaten Matarazzo (Dustin) e o trabalho dramático da Millie Bobby Brown (Eleven). Ela é um clone da Natalie Portman criança. Se a carreira dos dois for bem administrada, têm tudo para irem longe.
Me incomodou um pouco algumas situações expositivas, além do episódio 7, que pode ter sido inserido em um contexto consciente de "pausa dramática", mas que não funcionou. Quebra completamente o ritmo e a proposta da série, saindo do universo de Stranger Things. O final também não é dos melhores, terminando em uma nota errada.
Agora é esperar pra ver se a série tem fôlego pra se manter num bom nível na próxima temporada.
Fear the Walking Dead (3ª Temporada)
3.6 161 Assista AgoraEssa terceira temporada apresentou uma boa evolução. Parece que estão começando a encontrar o tom ideal, apesar de eu ainda não gostar muito da proposta da série, que ao invés acrescentar algo ao universo de The Walking Dead, no caso a origem do vírus, vai acabar mesmo se tornando mais um drama de sobrevivência do apocalipse.
A Madison continua sendo um problema. É a protagonista da série, mas mesmo depois de três temporadas, ainda não conseguiu convencer. A Kim Dickens é muito fria e inexpressiva, sem carisma. A personagem tem o mesmo problema do Travis, mas esse pelo menos já foi resolvido. Em compensação, os atores jovens vêm dominando a série.
A trama oscilou um pouco, mas pela evolução, acredito que o saldo da temporada foi positivo. Já que não irá acrescentar nada ao universo da marca, que pelo menos siga nessa evolução e traga um enredo mais consistente no próximo ano.
Família Soprano (6ª Temporada)
4.7 308 Assista AgoraRaramente costumo dar cinco estrelas para uma produção, mas vou ter que dar o braço a torcer desta vez. Esta temporada de Sopranos é sem dúvidas a melhor, seguida pela 3ª, e uma das melhores coisas que eu já vi na televisão até agora. É uma verdadeira obra de arte e que mostrou um domínio absurdo do David Chase sobre desenvolvimento de trama e trabalho com metáforas. O que dizer dos quatro primeiros episódios? São simplesmente fantásticos em quase todos os sentidos.
E sobre o final:
Acredito que muita gente que assistiu na época da exibição original deve realmente ter ficado confusa e frustrada com esse desfecho. Mas com o passar do tempo, você consegue ver a genialidade com que ele foi trabalhado.
Durante a temporada, houve muitas sequências que serviram apenas para dar dicas sobre o desfecho. É o caso do episódio em que Tony aparece na mansão com uma festa enquanto estava em coma (um quadro com a imagem da mesma mansão aparece na última sequência do último episódio); a sequência em que Bobby comenta com Tony sobre o fato de você não vê e nem ouvir nada na hora da sua morte; a sequência em que um amigo de Silvio é atingido por uma bala no restaurante e ele leva alguns instantes para perceber o que realmente aconteceu; a cena em que o Phil morre e a mulher dele também leva alguns instantes para perceber que ele levou um tiro. E eu não duvido que até aquele filme do Christopher em que ele se inspira no Tony também pode ter dado uma dica sobre a morte dele, já que no filme o personagem inspirado no Tony morre assassinado no final.
Alguns planos da última cena do episódio são vistos pela perspectiva do Tony. Ele ergue a cabeça e a câmera mostra o que ele vê. E no último momento em que ele ergue a cabeça, o sujeito que sai para o banheiro, retorna com uma arma e mata no Tony. Seguindo as dicas da temporada, ele não vê e não houve nada com o tiro. Ali é o fim para o Tony. Por isso que pra mim não existe polêmica e nem dúvidas: o Tony realmente morreu. Todas essas sequências citadas não fariam muito sentido dentro do contexto da trama se não estivessem ali com o único objetivo de dar dicas sobre o final da série.
Enfim, Sopranos é simplesmente genial. Repito o que escrevi na primeira temporada: se tem uma palavra que pode definir essa série é inteligência. No final, o sentimento é de vazio, e quando isso acontece, é um sinal claro de que aquilo realmente foi marcante pra você.
Twin Peaks (3ª Temporada)
4.4 622 Assista AgoraA proposta desta temporada era de quebrar totalmente a expectativa, fugindo da nostalgia e provocando o público, oferecendo só algumas doses do estilo original.
Isso fica bem claro quando deixam o Cooper catatônico por 15 episódios, não exploram a maioria dos personagens originais e tentam fugir de Twin Peaks durante boa parte da temporada.
Só que é preciso separar a quebra de expectativa positiva da negativa. Estão supervalorizando esse trabalho do Lynch, só “porque é o Lynch “e só “porque é diferente de tudo o que já se viu na TV”. Mas o diferente nem sempre é bom. A temporada teve muitos problemas de roteiro, de ritmo e excesso de contemplação, além de cenas e subtramas dispersas e totalmente descartáveis. Muitos personagens foram simplesmente esquecidos pelo caminho. Foram apresentados na trama, criaram uma expectativa de importância, mas não tiveram desenvolvimento adequado e nem desfecho.
Vale só um destaque pra atuação incrível do Kyle MacLachlan, que conseguiu dar vida a dois e até três personagens completamente distintos e de traços bem específicos.
Você pode aprovar a temporada só pela questão sensorial, onde o mais importante é a experiência do que a trama em si, mas pra mim, isso é pouco. Sou fã dessa atmosfera que o Lynch cria, mas acredito que uma boa produção tem que somar esse lado atmosférico com uma trama lógica e uma narrativa consistente, o que definitivamente não aconteceu nessa temporada e nem na maioria das obras do diretor. Uma coisa não funciona bem sem a outra.
Se você é fã de Twin Peaks e ainda não viu a temporada, esqueça aquele charme e o clima acolhedor da cidade, os bons momentos cômicos, a torta de cereja e principalmente aquela trilha do Angelo Badalamenti que arrepiava. Essa é uma obra bem autoral, experimental e quase independente. Se você é do tipo que prioriza o entretenimento ao invés da “arte”, vai ter grande chance de ficar frustrado com o que vai ver. São poucos os verdadeiros momentos bons e marcantes. O resto é uma piração que muita gente insiste em exaltar e ficar criando teorias infinitamente. Mas gosto é gosto...
P.S.: desperdiçaram chance de ganhar alguns pontos encerrando a temporada no 17º episódio. O último episódio é simplesmente medonho, arrastado e abrindo arcos que já deveriam ter fechado, enquanto outros ficaram abertos. É claro que tudo faz parte da proposta do Lynch de criar um anticlímax propositalmente e não oferecer um desfecho clássico que todos esperavam (que aconteceria no penúltimo episódio). Mas na minha avaliação foi apenas desnecessário e serviu como a cereja do bolo de uma temporada sofrível.
Me desculpem os transgressores pelo conservadorismo.
Família Soprano (2ª Temporada)
4.6 118 Assista AgoraEssa temporada teve um crescimento em relação à anterior. O fato de você já estar mais familiarizado aos personagens e ao estilo da série ajuda muito e a questão do ritmo lento e a ausência de uma trama bem amarrada já não incomoda tanto como na primeira temporada. Em Sopranos, fica claro que são os personagens que movem a trama, e não a trama que move os personagens.
E a season finale dessa temporada é um show à parte.
Família Soprano (1ª Temporada)
4.5 258 Assista AgoraThe Sopranos é uma das séries mais inteligentes da história. Essa é a melhor frase pra defini-la. O Tony Soprano, da mesma forma, é um dos personagens mais complexos e carismáticos que eu já vi. Essas características lembram muito as de Breaking Bad e com certeza serviu de inspiração para ela e até para outras produções.
Demorei pra ver a série, e cheguei a desistir depois de assistir os dois primeiros episódios, por causa do ritmo muito lento e da impressão da falta de foco da trama. Mas depois de um tempo, dei outra oportunidade e não me arrependi. Foi aí que entendi a proposta da série. A questão do ritmo continuou incomodando em alguns momentos, assim como o excesso de personagens secundários, o que dá a impressão de disparidade em certos pontos e causa uma certa confusão, onde você tem um pouco de dificuldade para associar quem é quem. Mas isso tudo é quase compensado pelas metáforas bem armadas e pela inteligência dos roteiros. Veremos as próximas temporadas.
O Conto da Aia (1ª Temporada)
4.7 1,5K Assista AgoraEm relação às mensagens que a série tenta transmitir, é importante que o público saiba interpretar da maneira correta para não acabar gerando algum tipo de preconceito. O problema não é a religião na sociedade, o problema são algumas pessoas dessa sociedade que se corrompem e usam a religião como escudo. É como diz uma frase do Mário Sérgio Cortella: "Religião não é coisa de gente tonta, é coisa de gente. Só que nesse meio existe gente que é tonta, da mesma maneira que existe gente tonta em qualquer lugar. É por isso que você não tem o direito de generalizar".
Visualmente, é uma das produções mais bonitas que eu já vi. A estética e a fotografia são caprichosas. Por algum motivo, a ambientação da série me lembrou muito as cidades da Europa durante a Segunda Guerra Mundial. Não sei se pelo fato de também abordar um tipo de regime de ditadura. Apesar dos três últimos episódios apresentarem uma certa irregularidade, a trama é bem amarrada. Com boas atuações e direção, consegue gerar tensão e angústia na medida certa. Sem dúvidas, uma das grandes séries do ano.
The Wire (1ª Temporada)
4.6 170 Assista AgoraThe Wire não é uma série convencional. É sobre o cotidiano da polícia e dos criminosos, mas sem ser maniqueísta. Os dois lados são retratados de uma maneira equilibrada. É uma série que prioriza a realidade e abre mão do entretenimento, e isso particularmente não me agrada.
Do ponto de vista audiovisual é uma obra de qualidade, mas quem vai acompanhar acreditando se tratar de uma série policial com uma trama dinâmica e cheia de ação, recomendado assistir outra coisa.
Twin Peaks (3ª Temporada)
4.4 622 Assista AgoraForam dar liberdade pro Lynch e esse é o resultado. Sinceramente, o que vejo até agora é uma obra quase independente em relação às duas primeiras temporadas; falta o charme da versão original; excesso de personagens e de subtramas, enquanto parte do elenco original vem sendo mal explorado até aqui; um enredo pouco encaixado e muitos devaneios e loucuras do Lynch. Surpreendentemente, parece suficiente e genial pra muita gente, mas pra mim, é pouco e decepcionante.
(É apenas uma humilde opinião conservadora e nostálgica).
Fargo (3ª Temporada)
4.1 209 Assista AgoraFargo é uma das melhores séries da atualidade. São raras as atrações exibidas atualmente na TV que conseguem ser tão minimalistas, inteligentes e dinâmicas nas suas produções.
Parece ser um consenso entre todos que essa temporada ficou aquém das duas primeiras. Demorou um pouco a engrenar e não achei o enredo muito consistente. Em compensação, ofereceu ótimos personagens como o Vargas, que pra mim, chegou a superar o Malvo.
Os casos não explicados são uma característica de Fargo. Nas duas primeiras temporadas, os mistérios, como o dos discos voadores, até que caíram bem pra reforçar a mitologia da história, mas eu não gosto muito desse recurso, e acho que não funcionou muito bem nessa temporada (deve ser ótimo pra quem escreve e sabe do que se trata, mas uma tortura pra quem assiste e não encontra uma resposta definitiva).
Esperava algo mais surpreendente e contundente nesse último episódio, até por ser provavelmente o último da série. Mas, assim como nas últimas season finales, não foi dos melhores.
De qualquer forma, foi uma experiência incrível acompanhar Fargo, e se realmente não retornar para outra temporada, fica a expectativa pra que apareçam novas séries que alcancem esse mesmo nível.
Better Call Saul (3ª Temporada)
4.4 312 Assista AgoraA trama principal segue sem um rumo bem definido e caminhando a passos bem lentos, mas essa temporada já mostrou uma grande evolução em relação às anteriores. Houve episódios simplesmente geniais, com a marca do Vince Gilligan.
Better Call Saul ainda segue abaixo de Breaking Bad, mas se permanecer nessa crescente, tem tudo pra se igualar a série original.
Chosen (2ª Temporada)
4.2 13Apesar dessa segunda temporada ter evoluído em termos técnicos e por desenvolver melhor os personagens, confesso que gostei mais da primeira, por ser mais direta, envolvente e com mais suspense. Muita gente comentou que gostou do desfecho, mas eu sinceramente não curti, achei muito cru e seco. Não teve muita "consideração" pelos personagens. Chosen definitivamente não é uma série de ação comum e cheia de clichês. É mais profunda e imprevisível.
Chosen (1ª Temporada)
3.9 16Essa proposta de episódios curtos funcionou muito bem. A série é direta, sem espaço pra barrigas e torna o ritmo dos episódios muito bons. Apesar de algumas passagens previsíveis, a atmosfera, os ganchos e o suspense são eficientes.
Prison Break (5ª Temporada)
3.7 300 Assista AgoraNão chegou a ser um desastre, mas também esteve longe de boa. Essa temporada destoou completamente da qualidade das primeiras, o que de certa forma, já era esperado. Teve muitos furos de roteiro, diálogos expositivos, situações mal exploradas e personagens mal desenvolvidos e mal aproveitados, além de uma direção fraca. Alguns episódios são sofríveis. É uma temporada indiferente, que já estreou com certa rejeição e tinha a missão de surpreender, mas não conseguiu.
13 Reasons Why (1ª Temporada)
3.8 1,5K Assista AgoraA narrativa da série, apesar de lenta e irregular em alguns episódios, é bastante interessante.
Se formos analisar o tratamento dado ao suicídio como forma de deixar uma mensagem para previni-lo, a série falha feio nesse aspecto, isso porque, pra mim, o suicídio da protagonista deixou muito mais uma sensação de alívio e solução para os problemas, do que algo ruim e que deve ser evitado. Desta forma, a tendência seria que o público jovem que sofre com problemas se identifique com a protagonista e possa cometer o mesmo ato. Mas se formos analisar esse tema como pura retratação dramática, talvez tenha se saído bem, já que é bom lembrar que a série é vista pela ótica adolescente, onde tudo é potencializado e existe a imaturidade (para os que acreditam que os 'porquês' da protagonista não seriam suficientes para que ela tirasse a própria vida). Por mais que o número de pedidos de ajuda de pessoas com tendência suicida tenha aumentado após o lançamento da série, eu sinceramente não a recomendaria para quem sofre com esse tipo de problema.
Apesar das falhas, gostei da série no seu contexto geral. Das que eu já vi, pode ser considerada uma das melhores a abordar o universo adolescente.
Lúcia McCartney
3.7 2A tipografia e a proposta de mini-atos com legenda caiu muito bem e deu uma dinâmica legal a série. Os episódios inciais são muito bons. Na reta final, os roteiristas quiseram dar uma de David Lynch com algumas sequências enigmáticas sem pé nem cabeça. A Antônia incorporou muito bem a personagem, tem carisma. A produção no geral é boa.
Twin Peaks (1ª Temporada)
4.5 524Um resumo perfeito de Twin Peaks: estranhamente boa e bizarramente dramática. A proposta de incluir a cidade como um personagem da história caiu muito bem e isso contribuiu pra criar uma atmosfera legal pra produção. Personagens excêntricos, mas carismáticos e trilha sonora marcante. Tem um enredo que remete muito aos das novelas, o que não chega a surpreender, por de ter sido exibida pela ABC nos EUA. A única coisa que me incomodou mesmo foi o excesso de subtramas, o que reforça ainda mais a ideia de que se assemelha muito a fórmula de novelas. Se tivessem eliminado alguns núcleos da história e a deixassem mais compacta, teria sido perfeita.
P.S.: Não tem como não ficar apaixonado pela Shelly Johnson...
The Crown (1ª Temporada)
4.5 389 Assista AgoraA direção de arte fez um trabalho de reconstituição de época incrível. Mas acho que a série, apesar de ser histórica, sofre um pouco com a narrativa fria e lenta. O arco dramático dos episódios funcionam mais do que o arco dramático da temporada. Não chega a ser espetacular em todos os aspectos, mas sem dúvida é uma boa série, principalmente para entender e conhecer melhor a história da realeza britânica..
Dois Irmãos
3.9 46O Cauã Reymond calou minha boca em Dois Irmãos. Sempre achei um ator limitado, inexpressivo, mas ele se jogou literalmente de cabeça na minissérie. Mas também foi dirigido pelo mestre em trabalhar com atores, que é o Luiz Fernando Carvalho. Foi o melhor trabalho da Juliana Paes até agora. A Bárbara Evans, por por outro lado, foi uma "figurante de luxo". A série perdeu um pouco fôlego a partir do quarto episódio, mas é muito boa.
The OA (Parte 1)
4.1 981 Assista AgoraA melhor definição que eu vi sobre The OA é que é uma série "bem louca". O melhor lado da série tá na fotografia contemplativa e na atmosfera que ela cria, além do carisma da Brit Marling. Os primeiros episódios são bem legais, instigantes, tensos. Mas cai muito no decorrer e só recupera o fôlego no final. A narrativa é muito lenta. Além da espiritualidade em conflito com a ciência, a série também tem um conceito moralista. Vi muita gente reclamando do fato de ter deixado questões sem respostas, mas se esquecem que é uma SÉRIE e não um filme. Ou seja, as respostas vão vir na próxima ou próximas temporadas. Se tudo fosse resolvido nessa primeira temporada, a segunda não teria muito propósito. Lost, por exemplo, carregou um monte de mistério por SEIS temporadas. É uma boa série, mas tem uma proposta bem restrita, então não vai conseguir agradar todo mundo.