Atendeu minhas expectativas. Achei que ia ser ruim e foi mesmo. Eu poderia falar tanta coisa ruim sobre esse filme mas é muita coisa, e o filme é tão ruim que nem sequer vale a pena. Quem sabe depois eu fale
Decepcionante! Nada funciona nesse filme: humor, personagens, ritmo... Chegar até o final do filme pra mim foi uma tortura. A única coisa boa nesse filme foi o figurino, desperdiçando numa produção de merda.
Nada menos que excelente! No top 3 de melhores filmes do ano com certeza. A atmosfera claustrofóbica potencializada pela proporção de tela e pela fotografia em preto e branco, as atuações magníficas dos protagonistas (o melhor trabalho de Pattinson), o ótimo e interessante uso do som, que por vezes se mescla à trilha sonora, fazem de O Farol um clássico do gênero.
minha teoria bem simplória é de que os dois são uma pessoa só. Talvez o Dafoe passou tanto tempo sozinho que projetou uma companhia através de sua mente enlouquecida
Uma opção válida para o simples entretenimento. O roteiro não é um dos melhores e abusa de clichês do gênero. Se fosse uma série funcionaria melhor, já que teria mais tempo para desenvolver o grande número de informações, personagens e mitologia, ao que tudo acabou ficando muito corrido e com pouco tempo para explorar o que parece ser uma mitologia interessante, se imaginar que no mangá deve ter muito mais detalhes.
O ótimo elenco é desperdiçado com personagens sem profundidade, pouco convincentes e diálogos rasos. As atuações do casal protagonista são fracas, sendo que a única atuação realmente convincente, dentro do que exige o respectivo personagem, é a do caçador de recompensas que usa uma espada. A ação funciona bem, com cenas divertidas e efeitos visuais muito bem feitos e no final ainda é uma opção válida para o divertimento.
O roteiro nos apresenta dois homens totalmente distintos. Um, Josef Ratzinger (Bento XVI) é um ortodoxo, conservador, cujos dogmas da Igreja defende que sejam preservados. Outro, Bergoglio (Francisco), é um reformista que acredita que a Igreja precisa de grandes mudanças e é flexível à respeito de temas como controle de natalidade e celibato. Entre “mudanças” e “concessões”, os dois discutem sobre teologia, política, passado, escândalos e futuro da Igreja.
O roteiro nos entrega razões para a renúncia de Bento XVI, da mesma forma que mostra o chamado de Bergoglio para o sacerdócio quando sua vida tomava um rumo mais comum, e aqui a montagem utiliza de flashbacks muito bem aplicados durante os 120 minutos, incluindo um interessante artifício fotográfico na transição para a fase religiosa de Bergoglio.
O que talvez vá gerar maior discussão será sobre o que é fato e o que não é fato. Sobre o que foi dito e o que não foi realmente dito. A personalidade do Bergoglio do filme ultrapassa a heterodoxia e atinge o nível da heresia. Além de abordar sua simpatia aos ideais socialistas, muitas vezes ilustrados, como quando critica as teorias econômicas liberais, e quando pega um exemplar de “A Pedagogia do Oprimido”, de Paulo Freire.
O diretor Fernando Meireles, aclamado pelo clássico nacional “Cidade de Deus”, parece querer reforçar essa imagem que se formou sobre o papa Francisco, apresentando-o como este homem preocupado com as camadas mais pobres, com as demandas das minorias, com o excesso de pompa no vaticano, com o excesso de fronteiras, etc.
No quesito técnico é um dos grandes destaques do ano e um dos maiores acertos da Netflix, com uma direção apurada e uma montagem marcante. Ainda que eu pense que o estilo de filmagem de Fernando Meireles, com sua câmera dinâmica e zoom brusco, não seja o mais apropriado para contar uma história sem muita ação como a relação entre dois religiosos, o produto final funciona. A fotografia é um ponto alto na estética do filme. Destaque para alguns close-ups nos dois personagens em momentos de embate, uma incrível tomada aérea e um lindo movimento de câmera em que expuseram uma geografia urbana com acentuada desigualdade social, uma determinada cena na neblina, ilustrando a narração, e o uso criativo do Preto e Branco junto com uma mudança no formato de tela em alguns trechos.
As grandes atuações dos protagonistas são outro grande destaque, principalmente Jonathan Pryce, que conseguiu ser tão natural quanto parecido com o personagem real, e sem dúvidas é uma das maiores do ano.
No meio disso, ainda há espaço para momentos muito engraçados, e de forma alguma é um filme chato sobre dois “padres” velhos. É um filme bem produzido e que certamente deve ser assistido por católicos, protestantes, fãs de cinema e qualquer pessoa minimamente interessada.
o melhor da franquia junto com o penúltimo. Só pecou por repetir um vilão, no entanto este vilão foi melhor explorado neste filme. Conseguiu amarrar as pontas em relação a linearidade, especificamente sobre os interesses amorosos do Ethan, sendo assim o próximo filme vai vir mais redondo. Espero que não se atrapalhem outra vez.
Além dos quesitos técnicos brilhantes como a fotografia, design de produção, direção e trilha sonora, sem falar também do incrível trabalho de seu ator principal, o roteiro é o que faz Coringa, de Tod Philips, realmente ser grande.
Perdi as contas de quantos artigos sobre o filme eu li ou pelo menos notei a existência. Inúmeras análises. Poucas delas eram relacionadas à sua mitologia dos quadrinhos (e, acredite, até nisso as discussões são muitas), mas quase todas eram relacionadas à assuntos da vida real, do mundo, da vida, do homem.
Muita gente interpreta o filme do Coringa da sua própria forma. Muitos vêem como uma crítica política, e dentro dessa crítica política, uns dizem que é uma apologia à esquerda, outros dizem que é à direita. Uns enxergam pelo olhar clínico da psicologia, outros como um estudo sociológico, antropológico. Alguns dizem que contém uma ideologia marxista, outros destrutivista, anarquista, etc. Filosoficamente há uma leque de interpretações, as mais comuns abordam o niilismo e o existencialismo.
Alguns enxergam que ele passa uma mensagem anti-conservadora, que exalta o ideal comunista da luta de classes. Outros, no entanto, culpam o problema do Arthur no vazio de Deus e no desarranjo familiar e que é, portanto, um filme conservador.
Não faltam artigos na internet de todos os tipos de interpretações possíveis, e isso prova o que eu saí da sala de cinema dizendo: esse filme vai render assunto por um longo tempo. Vão falar muito desse filme pelos próximos meses (ou anos).
Essa é uma das grandezas de Coringa.
Os filmes há muito deixaram de ser um mero entretenimento. Passaram a ser o meio pelo qual o autor quer passar uma mensagem. E apesar que o diretor tenha tido em mente uma mensagem principal, o filme inteiro não se resume a ela. O próprio afirmou que o filme é aberto a várias interpretações, tanto sobre o final quanto sobre o que o filme todo quer dizer.
É comum que em tempos de euforia política como os nossos haja esse cabo de guerra sobre o que cada um acha que o filme quer defender. São tempos de polarização. Coringa tem esse poder de se adequar a todo tipo de olhar, bem como ao contexto de diferentes sociedades.
No baralho, a carta do coringa tem um valor neutro. O colunista Ari Mattes, para o portal The Conversation, define: "No baralho, o coringa é (quase sempre) formalmente inútil. As duas cartas são excluídas da maioria dos jogos e ainda assim um baralho fica incompleto sem elas. O coringa é necessariamente uma não-carta, a exceção que une as demais cartas."
E por ironia (ou não) o filme de Tod Philips faz isso. Ele não é um ponto de apoio pra qualquer ideologia ou interpretação, mas adaptável a muitas. Assim como o baralho sem a carta, o cinema contemporâneo estava incompleto sem o filme. A sua multi-interpretação une os que estavam separados no campo das ideias, defendendo as suas como verdades absolutas, e os colocam ao redor da mesa e diz "vamos conversar, há muito o que discutir".
Coringa é um filme atemporal e acima de tudo um documento histórico, que são ingredientes de um clássico.
Primeiro que não havia necessidade desse filme. Mas já que existiu, que pelo menos fizessem algo melhor. Não é ruim, mas há falhas. Bem que poderiam ter pelo menos mandado os atores emagrecerem uns quilos pra parecer com seis anos atrás. Contudo serviu pra matar um pouco a saudade de BB e foi bom rever os personagens.
Por que Joaquim Phoenix é quem teve a melhor atuação na pele de Coringa?
As comparações com a grande atuação de Heath Ledger são inevitáveis. Porém temos que separar as duas fases do personagem. Ambas as fases necessitavam de um tipo de atuação diferente. Numa ele já era um personagem feito, confiante, um vilão formado, noutra um inseguro, frágil, confuso, problemático e atormentado. Ambos os atores foram perfeitos cada qual em sua fase.
Porém tenho razões pra entender que Phoenix tenha se destacado entre todos.
Primeiro: o tempo de tela. Ledger e os demais devem ter tido uns 40 minutos ou menos em cena, Phoenix esteve presente em simplesmente todas as cenas de Joker, 120 minutos de filme, 100% presente, e em cada uma delas ele teve seu potencial extraído ao máximo. A câmera estava o tempo todo em cima dele. Isso significa mais trabalho, mais esforço, mais cobrança, mais responsabilidade. Ele é o filme.
Segundo: o coringa de Phoenix é multifacetado. Ele alterna vários sentimentos, emoções, estados de espírito, humores. Ele sorri, chora, se ira, sofre, fica triste, ama, odeia. Horas é compassivo, horas frio e impiedoso. E em todas elas Phoenix não é apenas convincente, mas tem o poder de nos fazer sentir cada uma delas, de ter empatia, de dividir com o personagem.
Terceiro: a exploração física. O corpo de Phoenix é alvo de grande exposição. Sua forma física um tanto estranha e retorcida é mostrada sem a menor timidez, como um reflexo da mente do personagem. O seu corpo é tão bizarro quanto a sua mente. Phoenix corre tanto quanto um Tom Cruise em missão impossível. Sem contar que o ator teve que emagrecer mais de 20 quilos para o papel.
Quarto: mais cara limpa, menos maquiagem. Eu costumo achar que muitas vezes uma boa maquiagem pode elevar a atuação. Já reparei que muitas vezes interpretações de destaque fazem uso de maquiagem pesada ou próteses, e isso eu não falo pra desqualificar, mas creio que ela influencia no resultado. Você imagina que o impacto do Coringa de Ledger fosse o mesmo se o vilão não pintasse o rosto? Joaquim fez a maior parte das cenas de rosto limpo, sem nada que o "ajudasse" a ser mais ameaçador.
Joaquim no mínimo se destaca. Se ele seria um Coringa (chefão do crime) tão bom quanto os outros eu não sei, mas como Arthur Fleck, que também é Coringa, acho difícil os outros baterem.
Aqui vemos um filme baseado em quadrinhos com a pegada mais realista que eu já vi. Não há sequer um resquício de elemento fantasioso. Até mesmo as cicatrizes físicas de seu rosto são substituídas por cicatrizes da alma, da mente. O motivo do seu riso marcante e perpétuo não é um trauma físico que marcou o seu rosto para sempre, mas de uma mente traumatizada por uma série de abusos sofridos e por uma condição mental herdada. Nota-se que a intenção do roteiro é chamar a atenção para o problema dos doentes mentais. Em várias cenas o foco é trazido explicitamente para este sentido, como na frase (por sinal, escrita) "o ruim de ser doente mental é que as pessoas querem que você se comporte como se não fosse".
O filme também aborda a questão da perversão do homem, sob a teoria de que o 'homem nasce bom, a sociedade o corrompe", e aqui as culpadas são as elites, o sistema. A polícia e a burguesia são colocadas como causadoras do comportamento de Arthur Fleck, bem como outros indivíduos que este considere que tenham lhe feito algum mal pessoal. Há referências a Tempos Modernos, filme de temática marxista. Arthur, apesar de afirmar não ter motivações políticas, reconhece os problemas que alguns grupos passam. Em certo momento ele até ameniza, justifica, a agressão que ele sofreu por um grupo de jovens: "são apenas garotos".
Alguns críticos do filme alegam que ele possa influenciar quem já é predisposto ao comportamento do Joker, e têm receio de uma romantização da psicopatia. Contudo, acho que a intenção do filme tenha sido justamente a contrária, foi mostrar que existem pessoas com sérios transtornos psicológicos e que elas precisam ser vistas, atendidas, tratadas (lembrem do momento em que cortaram a verba para este atendimento de saúde no filme). Essa, ao meu ver, foi a principal mensagem do filme. Não é influenciar ataques em massa, mas prevenir, e para isso tocar na ferida, na raiz do problema. Não é atoa que a direção tenha se esforçado tanto em nos fazer sentir compadecidos com o drama de Arthur, utilizando de closes super fechados no personagem e às vezes o isolando, como no close de cima para baixo na escada do asilo após ele descobrir a verdade sobre a mãe (pra mim a cena mais triste do filme).
Esse é um ponto forte do filme, trazer essa tristeza para o espectador, fazê-lo se sentir desconfortável, angustiado, pra baixo, com a vida de Arthur, e se o espectador se levantou do assento com essa sensação de drama compartilhado, então ele assistiu certo.
Joaquim Phoenix foi perfeito, nos deixando com dó de seu sofrimento e assustados com sua frieza e maldade. Sua entrega foi total, tendo seu físico bastante explorado e também compondo praticamente TODAS as cenas do filme. Certamente valerá uma indicação ao Oscar de melhor ator, bem como melhor direção, fotografia e roteiro (adaptado?). Tinha gente chorando ao meu lado em algumas cenas. A violência gráfica existe, é claro, mas o que torna o filme pesado é o seu apelo psicológico.
Claramente o diretor Todd Phillips teve forte inspiração em Taxi Driver (1976) e em algumas cenas ele praticamente fez uma cópia.
O que mais caracteriza essa versão do personagem é o lado humano e realista. Em nenhum momento parece que estamos vendo um filme baseado em quadrinhos. O ar fantasioso e ficcional de um filme de super heróis é totalmente abandonado, mas sem deixar de lado, é claro, os elementos com os quais o personagem convive. O clima é carregado, trágico, triste. Isso faz com que o filme seja mais pesado pelo apelo psicológico que pela violência gráfica (que também está lá). Em muitos momentos a gente sente tanta tristeza pelo personagem que chega a esquecer que ele é (ou será) um vilão.
Joaquim Phoenix entrega, provavelmente, sua melhor atuação. O ator emagreceu mais de 20 quilos para o papel, teve um trabalho de exposição do corpo muito explorado e praticamente 100% de todas as cenas estão com a lente da câmera sobre o ator. Uma comparação entre este e o coringa do Ledger não convém, pois são fases diferentes do mesmo personagem. Phoenix foi perfeito encarnando Arthur Fleck, Ledger foi perfeito encarnando um Coringa vilão já pronto e atuante. Acho que ambos os atores foram perfeitos cada qual na fase em que seu personagem se encontrava nos filmes.
Superficial! Esperava mais da cinebiografia do pai da fantasia moderna. MUITOS clichês e furos no roteiro. É bom pra dar uma ideia (muito)por cima da vida do autor de O Hobbit. Algumas cenas foram desnecessárias, como aquela em que a Edith, do nada, joga um cubo de açúcar no chapéu da mulher. Tipo, pra quê fazer isso?
Tenho sentimentos mistos sobre esse filme. No começo, até a metade, tava parecendo aqueles filmes biográficos da Globo, e algumas coisas pareciam meio forçadas. Mas gostei da caracterização dos personagens, da edição e, claro, da trilha sonora.
Sobre a atuação de Rami Malek: acho que no geral ele foi muito bem. Pegou muito bem os trejeitos em palco, e alguns faciais. Quem é fã do Freddie percebeu. Talvez o que tenha lhe faltado pra ser bem melhor, foi um pouco mais de energia no palco (Freddie tinha muita) e ter usado um poucos mais de tons graves na voz durante as falas e poderia ter falado um pouquinho mais rápido também, Freddie falava rápido. Uma falha que eu notei foi que, quando tocava o piano, ele tocava com muita suavidade, sem segurança nenhuma, e Freddie tocava piano muito bem e com bastante segurança.
O terceiro ato foi o melhor e um verdadeiro presente para os fãs, com a sequência do Live Aid muito bem conduzida e montada. A cereja do bolo foi a última canção dos créditos finais, que foi também a última canção gravada por Freddie Mercury, já no final da vida.
Uma pena que Olivia Colman tenha sido indicada como melhor atriz invés de melhor atriz coadjuvante, terá bem menos chances de levar a estatueta com a Glen Close no páreo. Se fosse como coadjuvante (que é o que ela é) levaria fácil. Não acho que tenha sido o melhor filme do Yorgos, ainda prefiro O Sacrifício do Cervo Sagrado. Deve levar o oscar de design de produção e fotografia.
"Não pergunte o que o seu país pode fazer por você. Pergunte o que você pode fazer por si mesmo." Gostei da forma individualista com a qual o filme trata os problemas raciais enfrentados. Não vemos aqui ativismo como em Infiltrado na Klan, mas vemos um homem negro que escolheu enfrentar o sistema racista ao seu modo, tentando ocupar espaços que ele sabia serem hostis, sem se vitimizar.
Bacurau
4.3 2,7K Assista AgoraAtendeu minhas expectativas. Achei que ia ser ruim e foi mesmo. Eu poderia falar tanta coisa ruim sobre esse filme mas é muita coisa, e o filme é tão ruim que nem sequer vale a pena. Quem sabe depois eu fale
O Último Homem Negro em San Francisco
3.8 51Ótimas atuações dos dois amigos, principalmente do coadjuvante. Mas faltou alguma coisa pro filme me envolver.
Animais Fantásticos e Onde Habitam
4.0 2,2K Assista AgoraDecepcionante! Nada funciona nesse filme: humor, personagens, ritmo...
Chegar até o final do filme pra mim foi uma tortura. A única coisa boa nesse filme foi o figurino, desperdiçando numa produção de merda.
O Farol
3.8 1,6K Assista AgoraNada menos que excelente! No top 3 de melhores filmes do ano com certeza. A atmosfera claustrofóbica potencializada pela proporção de tela e pela fotografia em preto e branco, as atuações magníficas dos protagonistas (o melhor trabalho de Pattinson), o ótimo e interessante uso do som, que por vezes se mescla à trilha sonora, fazem de O Farol um clássico do gênero.
minha teoria bem simplória é de que os dois são uma pessoa só. Talvez o Dafoe passou tanto tempo sozinho que projetou uma companhia através de sua mente enlouquecida
Retrato de uma Jovem em Chamas
4.4 899 Assista Agoratorrent?
Alita: Anjo de Combate
3.6 813 Assista AgoraUma opção válida para o simples entretenimento.
O roteiro não é um dos melhores e abusa de clichês do gênero. Se fosse uma série funcionaria melhor, já que teria mais tempo para desenvolver o grande número de informações, personagens e mitologia, ao que tudo acabou ficando muito corrido e com pouco tempo para explorar o que parece ser uma mitologia interessante, se imaginar que no mangá deve ter muito mais detalhes.
O ótimo elenco é desperdiçado com personagens sem profundidade, pouco convincentes e diálogos rasos. As atuações do casal protagonista são fracas, sendo que a única atuação realmente convincente, dentro do que exige o respectivo personagem, é a do caçador de recompensas que usa uma espada.
A ação funciona bem, com cenas divertidas e efeitos visuais muito bem feitos e no final ainda é uma opção válida para o divertimento.
Dois Papas
4.1 962 Assista AgoraDOIS PAPAS (CRÍTICA)
O roteiro nos apresenta dois homens totalmente distintos. Um, Josef Ratzinger (Bento XVI) é um ortodoxo, conservador, cujos dogmas da Igreja defende que sejam preservados. Outro, Bergoglio (Francisco), é um reformista que acredita que a Igreja precisa de grandes mudanças e é flexível à respeito de temas como controle de natalidade e celibato. Entre “mudanças” e “concessões”, os dois discutem sobre teologia, política, passado, escândalos e futuro da Igreja.
O roteiro nos entrega razões para a renúncia de Bento XVI, da mesma forma que mostra o chamado de Bergoglio para o sacerdócio quando sua vida tomava um rumo mais comum, e aqui a montagem utiliza de flashbacks muito bem aplicados durante os 120 minutos, incluindo um interessante artifício fotográfico na transição para a fase religiosa de Bergoglio.
O que talvez vá gerar maior discussão será sobre o que é fato e o que não é fato. Sobre o que foi dito e o que não foi realmente dito. A personalidade do Bergoglio do filme ultrapassa a heterodoxia e atinge o nível da heresia. Além de abordar sua simpatia aos ideais socialistas, muitas vezes ilustrados, como quando critica as teorias econômicas liberais, e quando pega um exemplar de “A Pedagogia do Oprimido”, de Paulo Freire.
O diretor Fernando Meireles, aclamado pelo clássico nacional “Cidade de Deus”, parece querer reforçar essa imagem que se formou sobre o papa Francisco, apresentando-o como este homem preocupado com as camadas mais pobres, com as demandas das minorias, com o excesso de pompa no vaticano, com o excesso de fronteiras, etc.
No quesito técnico é um dos grandes destaques do ano e um dos maiores acertos da Netflix, com uma direção apurada e uma montagem marcante. Ainda que eu pense que o estilo de filmagem de Fernando Meireles, com sua câmera dinâmica e zoom brusco, não seja o mais apropriado para contar uma história sem muita ação como a relação entre dois religiosos, o produto final funciona. A fotografia é um ponto alto na estética do filme. Destaque para alguns close-ups nos dois personagens em momentos de embate, uma incrível tomada aérea e um lindo movimento de câmera em que expuseram uma geografia urbana com acentuada desigualdade social, uma determinada cena na neblina, ilustrando a narração, e o uso criativo do Preto e Branco junto com uma mudança no formato de tela em alguns trechos.
As grandes atuações dos protagonistas são outro grande destaque, principalmente Jonathan Pryce, que conseguiu ser tão natural quanto parecido com o personagem real, e sem dúvidas é uma das maiores do ano.
No meio disso, ainda há espaço para momentos muito engraçados, e de forma alguma é um filme chato sobre dois “padres” velhos. É um filme bem produzido e que certamente deve ser assistido por católicos, protestantes, fãs de cinema e qualquer pessoa minimamente interessada.
John Wick: De Volta ao Jogo
3.8 1,8K Assista AgoraÓtimo filme de ação.
Missão: Impossível - Efeito Fallout
3.9 788o melhor da franquia junto com o penúltimo. Só pecou por repetir um vilão, no entanto este vilão foi melhor explorado neste filme. Conseguiu amarrar as pontas em relação a linearidade, especificamente sobre os interesses amorosos do Ethan, sendo assim o próximo filme vai vir mais redondo. Espero que não se atrapalhem outra vez.
Meu Nome é Dolemite
3.8 361 Assista Agorao mais acertado dentre os lançamentos recentes da Netflix
Coringa
4.4 4,1K Assista AgoraO FILME QUE FALTAVA
Além dos quesitos técnicos brilhantes como a fotografia, design de produção, direção e trilha sonora, sem falar também do incrível trabalho de seu ator principal, o roteiro é o que faz Coringa, de Tod Philips, realmente ser grande.
Perdi as contas de quantos artigos sobre o filme eu li ou pelo menos notei a existência. Inúmeras análises. Poucas delas eram relacionadas à sua mitologia dos quadrinhos (e, acredite, até nisso as discussões são muitas), mas quase todas eram relacionadas à assuntos da vida real, do mundo, da vida, do homem.
Muita gente interpreta o filme do Coringa da sua própria forma. Muitos vêem como uma crítica política, e dentro dessa crítica política, uns dizem que é uma apologia à esquerda, outros dizem que é à direita. Uns enxergam pelo olhar clínico da psicologia, outros como um estudo sociológico, antropológico. Alguns dizem que contém uma ideologia marxista, outros destrutivista, anarquista, etc. Filosoficamente há uma leque de interpretações, as mais comuns abordam o niilismo e o existencialismo.
Alguns enxergam que ele passa uma mensagem anti-conservadora, que exalta o ideal comunista da luta de classes. Outros, no entanto, culpam o problema do Arthur no vazio de Deus e no desarranjo familiar e que é, portanto, um filme conservador.
Não faltam artigos na internet de todos os tipos de interpretações possíveis, e isso prova o que eu saí da sala de cinema dizendo: esse filme vai render assunto por um longo tempo. Vão falar muito desse filme pelos próximos meses (ou anos).
Essa é uma das grandezas de Coringa.
Os filmes há muito deixaram de ser um mero entretenimento. Passaram a ser o meio pelo qual o autor quer passar uma mensagem. E apesar que o diretor tenha tido em mente uma mensagem principal, o filme inteiro não se resume a ela. O próprio afirmou que o filme é aberto a várias interpretações, tanto sobre o final quanto sobre o que o filme todo quer dizer.
É comum que em tempos de euforia política como os nossos haja esse cabo de guerra sobre o que cada um acha que o filme quer defender. São tempos de polarização. Coringa tem esse poder de se adequar a todo tipo de olhar, bem como ao contexto de diferentes sociedades.
No baralho, a carta do coringa tem um valor neutro. O colunista Ari Mattes, para o portal The Conversation, define: "No baralho, o coringa é (quase sempre) formalmente inútil. As duas cartas são excluídas da maioria dos jogos e ainda assim um baralho fica incompleto sem elas. O coringa é necessariamente uma não-carta, a exceção que une as demais cartas."
E por ironia (ou não) o filme de Tod Philips faz isso. Ele não é um ponto de apoio pra qualquer ideologia ou interpretação, mas adaptável a muitas.
Assim como o baralho sem a carta, o cinema contemporâneo estava incompleto sem o filme. A sua multi-interpretação une os que estavam separados no campo das ideias, defendendo as suas como verdades absolutas, e os colocam ao redor da mesa e diz "vamos conversar, há muito o que discutir".
Coringa é um filme atemporal e acima de tudo um documento histórico, que são ingredientes de um clássico.
El Camino: Um Filme de Breaking Bad
3.7 842 Assista AgoraPrimeiro que não havia necessidade desse filme. Mas já que existiu, que pelo menos fizessem algo melhor. Não é ruim, mas há falhas. Bem que poderiam ter pelo menos mandado os atores emagrecerem uns quilos pra parecer com seis anos atrás. Contudo serviu pra matar um pouco a saudade de BB e foi bom rever os personagens.
O melhor momento foi quando Walter e Jesse estão juntos.
Coringa
4.4 4,1K Assista AgoraPor que Joaquim Phoenix é quem teve a melhor atuação na pele de Coringa?
As comparações com a grande atuação de Heath Ledger são inevitáveis. Porém temos que separar as duas fases do personagem. Ambas as fases necessitavam de um tipo de atuação diferente. Numa ele já era um personagem feito, confiante, um vilão formado, noutra um inseguro, frágil, confuso, problemático e atormentado. Ambos os atores foram perfeitos cada qual em sua fase.
Porém tenho razões pra entender que Phoenix tenha se destacado entre todos.
Primeiro: o tempo de tela. Ledger e os demais devem ter tido uns 40 minutos ou menos em cena, Phoenix esteve presente em simplesmente todas as cenas de Joker, 120 minutos de filme, 100% presente, e em cada uma delas ele teve seu potencial extraído ao máximo. A câmera estava o tempo todo em cima dele. Isso significa mais trabalho, mais esforço, mais cobrança, mais responsabilidade. Ele é o filme.
Segundo: o coringa de Phoenix é multifacetado. Ele alterna vários sentimentos, emoções, estados de espírito, humores. Ele sorri, chora, se ira, sofre, fica triste, ama, odeia. Horas é compassivo, horas frio e impiedoso. E em todas elas Phoenix não é apenas convincente, mas tem o poder de nos fazer sentir cada uma delas, de ter empatia, de dividir com o personagem.
Terceiro: a exploração física. O corpo de Phoenix é alvo de grande exposição. Sua forma física um tanto estranha e retorcida é mostrada sem a menor timidez, como um reflexo da mente do personagem. O seu corpo é tão bizarro quanto a sua mente. Phoenix corre tanto quanto um Tom Cruise em missão impossível. Sem contar que o ator teve que emagrecer mais de 20 quilos para o papel.
Quarto: mais cara limpa, menos maquiagem. Eu costumo achar que muitas vezes uma boa maquiagem pode elevar a atuação. Já reparei que muitas vezes interpretações de destaque fazem uso de maquiagem pesada ou próteses, e isso eu não falo pra desqualificar, mas creio que ela influencia no resultado. Você imagina que o impacto do Coringa de Ledger fosse o mesmo se o vilão não pintasse o rosto? Joaquim fez a maior parte das cenas de rosto limpo, sem nada que o "ajudasse" a ser mais ameaçador.
Joaquim no mínimo se destaca. Se ele seria um Coringa (chefão do crime) tão bom quanto os outros eu não sei, mas como Arthur Fleck, que também é Coringa, acho difícil os outros baterem.
Coringa
4.4 4,1K Assista AgoraComentário COM SPOILERS:
Aqui vemos um filme baseado em quadrinhos com a pegada mais realista que eu já vi. Não há sequer um resquício de elemento fantasioso. Até mesmo as cicatrizes físicas de seu rosto são substituídas por cicatrizes da alma, da mente. O motivo do seu riso marcante e perpétuo não é um trauma físico que marcou o seu rosto para sempre, mas de uma mente traumatizada por uma série de abusos sofridos e por uma condição mental herdada. Nota-se que a intenção do roteiro é chamar a atenção para o problema dos doentes mentais. Em várias cenas o foco é trazido explicitamente para este sentido, como na frase (por sinal, escrita) "o ruim de ser doente mental é que as pessoas querem que você se comporte como se não fosse".
O filme também aborda a questão da perversão do homem, sob a teoria de que o 'homem nasce bom, a sociedade o corrompe", e aqui as culpadas são as elites, o sistema. A polícia e a burguesia são colocadas como causadoras do comportamento de Arthur Fleck, bem como outros indivíduos que este considere que tenham lhe feito algum mal pessoal. Há referências a Tempos Modernos, filme de temática marxista. Arthur, apesar de afirmar não ter motivações políticas, reconhece os problemas que alguns grupos passam. Em certo momento ele até ameniza, justifica, a agressão que ele sofreu por um grupo de jovens: "são apenas garotos".
Alguns críticos do filme alegam que ele possa influenciar quem já é predisposto ao comportamento do Joker, e têm receio de uma romantização da psicopatia. Contudo, acho que a intenção do filme tenha sido justamente a contrária, foi mostrar que existem pessoas com sérios transtornos psicológicos e que elas precisam ser vistas, atendidas, tratadas (lembrem do momento em que cortaram a verba para este atendimento de saúde no filme). Essa, ao meu ver, foi a principal mensagem do filme. Não é influenciar ataques em massa, mas prevenir, e para isso tocar na ferida, na raiz do problema. Não é atoa que a direção tenha se esforçado tanto em nos fazer sentir compadecidos com o drama de Arthur, utilizando de closes super fechados no personagem e às vezes o isolando, como no close de cima para baixo na escada do asilo após ele descobrir a verdade sobre a mãe (pra mim a cena mais triste do filme).
Esse é um ponto forte do filme, trazer essa tristeza para o espectador, fazê-lo se sentir desconfortável, angustiado, pra baixo, com a vida de Arthur, e se o espectador se levantou do assento com essa sensação de drama compartilhado, então ele assistiu certo.
Joaquim Phoenix foi perfeito, nos deixando com dó de seu sofrimento e assustados com sua frieza e maldade. Sua entrega foi total, tendo seu físico bastante explorado e também compondo praticamente TODAS as cenas do filme. Certamente valerá uma indicação ao Oscar de melhor ator, bem como melhor direção, fotografia e roteiro (adaptado?). Tinha gente chorando ao meu lado em algumas cenas. A violência gráfica existe, é claro, mas o que torna o filme pesado é o seu apelo psicológico.
Coringa
4.4 4,1K Assista AgoraBreves comentários, SEM SPOILERS:
Claramente o diretor Todd Phillips teve forte inspiração em Taxi Driver (1976) e em algumas cenas ele praticamente fez uma cópia.
O que mais caracteriza essa versão do personagem é o lado humano e realista. Em nenhum momento parece que estamos vendo um filme baseado em quadrinhos. O ar fantasioso e ficcional de um filme de super heróis é totalmente abandonado, mas sem deixar de lado, é claro, os elementos com os quais o personagem convive. O clima é carregado, trágico, triste. Isso faz com que o filme seja mais pesado pelo apelo psicológico que pela violência gráfica (que também está lá). Em muitos momentos a gente sente tanta tristeza pelo personagem que chega a esquecer que ele é (ou será) um vilão.
Joaquim Phoenix entrega, provavelmente, sua melhor atuação. O ator emagreceu mais de 20 quilos para o papel, teve um trabalho de exposição do corpo muito explorado e praticamente 100% de todas as cenas estão com a lente da câmera sobre o ator. Uma comparação entre este e o coringa do Ledger não convém, pois são fases diferentes do mesmo personagem. Phoenix foi perfeito encarnando Arthur Fleck, Ledger foi perfeito encarnando um Coringa vilão já pronto e atuante. Acho que ambos os atores foram perfeitos cada qual na fase em que seu personagem se encontrava nos filmes.
Tolkien
3.5 162 Assista AgoraSuperficial! Esperava mais da cinebiografia do pai da fantasia moderna. MUITOS clichês e furos no roteiro. É bom pra dar uma ideia (muito)por cima da vida do autor de O Hobbit. Algumas cenas foram desnecessárias, como aquela em que a Edith, do nada, joga um cubo de açúcar no chapéu da mulher. Tipo, pra quê fazer isso?
Nós
3.8 2,3K Assista AgoraAcho que criei expectativa demais após o Corra! No geral achei mediano, mas curti muito a Lupita.
Creed: Nascido para Lutar
4.0 1,1K Assista AgoraForçado, como todas as outras sequências após o primeiro Rocky. As soluções não são convincentes e muitas vezes são clichês.
Senhores do Crime
3.9 446 Assista AgoraIndicação ao oscar merecida do Viggo. Já vi vários do Cronenberg e este acaba de se tornar um dos meus favoritos.
Detona Ralph
3.9 2,6K Assista AgoraNão conseguiu me conquistar nos primeiros 30 ou 40 minutos e acabei desistindo de continuar. Não achei engraçado e muito menos cativante.
Bohemian Rhapsody
4.1 2,2K Assista AgoraTenho sentimentos mistos sobre esse filme. No começo, até a metade, tava parecendo aqueles filmes biográficos da Globo, e algumas coisas pareciam meio forçadas. Mas gostei da caracterização dos personagens, da edição e, claro, da trilha sonora.
Sobre a atuação de Rami Malek: acho que no geral ele foi muito bem. Pegou muito bem os trejeitos em palco, e alguns faciais. Quem é fã do Freddie percebeu. Talvez o que tenha lhe faltado pra ser bem melhor, foi um pouco mais de energia no palco (Freddie tinha muita) e ter usado um poucos mais de tons graves na voz durante as falas e poderia ter falado um pouquinho mais rápido também, Freddie falava rápido. Uma falha que eu notei foi que, quando tocava o piano, ele tocava com muita suavidade, sem segurança nenhuma, e Freddie tocava piano muito bem e com bastante segurança.
O terceiro ato foi o melhor e um verdadeiro presente para os fãs, com a sequência do Live Aid muito bem conduzida e montada. A cereja do bolo foi a última canção dos créditos finais, que foi também a última canção gravada por Freddie Mercury, já no final da vida.
Vice
3.5 488 Assista Agoralegenda?
A Favorita
3.9 1,2K Assista AgoraUma pena que Olivia Colman tenha sido indicada como melhor atriz invés de melhor atriz coadjuvante, terá bem menos chances de levar a estatueta com a Glen Close no páreo. Se fosse como coadjuvante (que é o que ela é) levaria fácil. Não acho que tenha sido o melhor filme do Yorgos, ainda prefiro O Sacrifício do Cervo Sagrado. Deve levar o oscar de design de produção e fotografia.
Green Book: O Guia
4.1 1,5K Assista Agora"Não pergunte o que o seu país pode fazer por você. Pergunte o que você pode fazer por si mesmo."
Gostei da forma individualista com a qual o filme trata os problemas raciais enfrentados. Não vemos aqui ativismo como em Infiltrado na Klan, mas vemos um homem negro que escolheu enfrentar o sistema racista ao seu modo, tentando ocupar espaços que ele sabia serem hostis, sem se vitimizar.
"É preciso coragem para mudar o coração das pessoas"