São trazidas muitas lembranças e lições nessa obra, cada um votará em seu momento marcante, e no fim das contas o todo justifica os momentos altos.
A começar pela fotografia delicada, de uma lembrança de nossos bons momentos que estão fixos na memória, se eu me lembro de uma boa experiência, muitas vezes ela vem no tom limpo da fotografia. Os dois personagens principais seguem em um ritmo cadente,
as cenas mais quentes são sensatas, evidente que são muito sexy, mas ao mesmo tempo
, não se sente uma apelação. Armie Hammer e o Timothee estão muito bonitos, seus figurinos, o de Oliver às vezes engraçado com suas meias altas, refletem a leveza do momento. Os personagens daquele mundo, como a Mafalda, são os prédios, são a tranquilidade, são o tempo parado, o pós guerra onde os pomares já estão de volta, mesmo com uma sequela ou imagem do Duce em um quadro na sombra.
Meus momentos marcantes foram quando Oliver vai embora de trem. Já senti na pele uma despedida de verão na qual realmente foi doloroso ver a amada partir, mas que durou pouco, foi machucado relâmpago. Outro e o principal é o apoio que o pai do Elio, o mr. Perlman confessa e as suas ideias sobre a vida. Concordo com ele e sinto muita revolta pelos meus pares de juventude. Ao sair vejo grupos, vejo a vaidade e a vontade de demonstrar uma postura arrogante nas pessoas em festas e etc. O que mata é o fato de terem em torno de 26 anos para baixo e serem tão tolos. Os sentimentos de propriedade e ciúmes que casais ditos hétero e gays possuem, sejam eles compostos por dois homens ou duas mulheres, um não pode ir sem o outro, um não pode estar livre do outro. Se o Elio e o Oliver estavam transgredindo algo, ainda o fariam no presente. A mensagem do Mr. Perlman é um soco no estômago de muitos, tece sobre a liberdade sexual que muitos não sabem, sobre as possibilidades de experiências, que muitas vezem aparecem quando nos submetemos ao contraditório, de viver outros pontos da vida, vida curta, vida efêmera, que pode acabar nesse exato momento em que lê meu comentário. Não pense que é só um avião caindo ou um assaltante, um erro de transcrição em trilhões de moléculas de DNA e você acabará, uma pequena disfunção aqui ou ali e idem. Que os jovens sejam menos velhos, carcomidos de iniciativa. E que os mais experientes ensinem os jovens a não serem velhos mas sensatos.
Assisti em uma viagem, portanto destaco alguns pontos de primeira vista, pretendo assistir novamente.
Interpretações: Sally Hawkins, Richard Jenkins e Octavia Spencer são um trio de atores muito agradável de se ver. As personas a que dão vida te fazem torcer por elas e poderiam gerar um filme que desse conta somente de suas perspectivas e possíveis históricos. O Michael Shannon também capricha mas eu já havia visto dois papéis conturbados que fez, um deles o excelente "Foi apenas um sonho", o outro, "O abrigo" de 2011, isso anestesiou um pouco minha surpresa pela semelhança de tensão e violência do personagem e das situações que tem de lidar.
Fotografia/ Cenários
A fotografia tende para um conceito de umidade, ferrugens pequenas aqui e ali. Os apartamentos e a cidade são bem peculiares em sua arquitetura que flerta entre a decadência, o que é clássico e transições da época. Foi muito bom ver a ambientação com o período histórico, tanto pela questão do consumo como pelo formato da publicidade que o Giles produzia e já se tem como clássica.
Questões de debate/ polêmicas: Sexo e Discriminação
Um marco em minha concepção foi o tratamento da sexualidade. Giles possui uma admiração, antes fosse platônica, depois menos comedida quando supera sua insegurança, ao tentar uma aproximação maior com o rapaz que lhe vende tortas. O personagem de Jenkins é uma pessoa sensível, e que supera muitas aflições frente à repressão aos homossexuais. A aproximação de Elise com o "Deus" foi realmente inexperada. O relacionamento dos dois supera as diferenças física, biológica, fisiológica e social. Na época a mulher estava em pleno vapor na conquista de direitos e espaços, imagine aproximar-se de uma criatura não humana com traços anfíbios/piscinianos, hoje em dia o assunto seria questão de estranheza conservadora. A sociedade presente já possui muita dificuldade em lidar com o público LGBT e padrões que incomodem os status quo, acredito que o fato de ambos se relacionarem é um grande salto na concepção de carinho, amor e sexo. Por fim, há a repressão contra os negros, apresentada também no filme, uma situação digna de uma atmosfera a la Apartheid. O del Toro abordou diferentes matizes de problemas de décadas atrás e que permanecem sob diferentes roupagens e tipificações no presente. Imagino possibilidades de roteiro com o foco em um desses problemas, e seria possível que o caso da moça e o ser das águas fosse descoberto e debatido na mídia, ou que o ser Deus tentasse se enquadrar na sociedade....
É um filme muito colorido em seu tom azulado, dark e ficcional.
Estou tentando fazer as marcações de spoiler e não consigo, portanto cuidado! Marquei no texto para que evite problemas:
Perguntaram-se se ele estava certo ou errado, ao que respondi:
[spoiler]Mas que pergunta capciosa! Acredito que ele é visto como um vencedor porque conjurou o que o sistema de valores vigente espera, e o que alimenta esse sistema[spoiler]
Para muitos que adotam o egoísmo como ponto primordial do ser humano para que este avance no processo produtivo esse filme deve ser um verdadeiro exemplo. Discordo porém de uma perspectiva limitada a assumir e naturalizar o ser humano dessa forma, a uma consideração apriorística de nascença, a uma natureza generalizante, de certa forma um belo reducionismo vinculado às teorias de início de Adam Smith. O protagonista estaria em consonância com o que se espera de cada num nesse sistema vigente, quem sabe a perspicácia e determinação também não tenham garantido o "sucesso" a outros tipos de pessoas explorando suas potências ao máximo, como Gandhi ou Saddam Husseim mas em outros âmbitos. Parece que existem muitas potências por aí pautadas pela força de vontade e persistência, mas nesse caso há todo o conto de fadas de que dará certo o suor, de que você pode! Slogans do mérito de assumir riscos, nadar contra as probabilidades, é um pensamento estimulante. Parece que a noção de ambição esbarra com a satisfação em torno de algo que não precisa ser a conquista de riquezas materiais.
[spoiler]Acredito em outros tipos de satisfação que não precisam estar ligados com o foder com o próximo, aliás a sociedade está chafurdando em guerras desde sempre, em miséria desde sempre também por causa dessa lógica da ambição. O Kroc foi injusto com os McDonald, e eles pagaram por não terem uma visão de retranca, de falta de estratégia para lidar com um ambicioso como o Kroc.[spoiler]
O filme demonstra um dos nossos fracassos na existência, um ser com tanto potencial...
Nós comemos e vivemos no expresso do Amanhã, sabia? Um filme desses, aliás dessa leva de diretores Sul Coreanos sofre uma injustiça ao ser criticado sem uma reflexão mais profunda do que os elementos que aparecem na tela. Afinal, é a discussão que parece ser um dos objetivos de roteiro, da fotografia, da ambientação e desenvolvimento dos personagens, ou seja, quase tudo. Por isso, é importante notar que existem motivos menos superficiais e mais complexos que o filme como obra de arte busca expressar. Não sei de outras obras relativas, por isso avalio o filme aqui.
É muito forte que a obra reflita a nossa existência social, será que não dá para notar por exemplo no fato de que nos nossos alimentos são permitidas partes de inseto? Isso para não falar no grosso da metáfora, porque a quantidade de agrotóxicos e a qualidade nutricional do que se vende por aí é digno de algo pior do que baratas, digno de comer merda mesmo. Mcdonald's, as quantidades gigantes de açúcar e sódio nos refrigerantes e outras gordurebas cancerígenas fazem grande parte da alimentação das massas. Sem contar que manda uma mensagem clara: os abastados não ligam se comemos baratas ou não, se comemos do lixo ou não. Os grupos do trem somos nós, as castas, as classes, o poder de compra (e digo aqui de compra/suborno da justiça, de garantir um advogado melhor, de ser melhor tratado nos Jardins do que na periferia de SP, etc), é o retrato do que vivemos agora com a lava-jato, a perseguição de grupos políticos em detrimento de outros, o combate fracassado às drogas que só pega o ponta, o peão do tráfico, enquanto os chefes estão por aí continuando a distribuição e lucro. O pior é que a lógica e ideologia do Wilford leva o grupo esmagado e oprimido a ser manipulado por um líder. Um convencido do caminho mais fácil. As sequências de ação são o de menos frente a isso, embora muito boas. O contexto de vida no trem, como por exemplo a contagem da passagem de uma data importante pela passagem do trem sob uma ponte, as observações sobre o mundo de fora e os personagens são muito interessantes, mas penso que a mensagem principal é de uma retórica política. Convenhamos que esse âmbito passa despercebido por muitos de nós, o que é ótimo para quem está no poder, ou negaremos que para Paulo Maluf, Eduardo Cunha ou Sarney, é bem mais vantajoso que a figura construída de uma dona de casa fique assistindo novela o invés de se rebelar contra esses Wilfords e Masons!? Que os jovens só percebam a superfície de uma realidade complexa onde a manipulação é ferramenta de controle?
Há quem achou uma produção bem ruim, mas vou advogar pelo chifrudo um pouco. Não estou familiarizado com os estilos ou referenciais do Tommy Lee Jones para a direção de filmes, mas algumas temáticas são sensatas e cativam embora nem sempre tenham sido resolvidas das melhores formas. Aqui vai a análise:
O destino das três mulheres foi uma das questões que me seguraram até o final, sabemos que hoje a sociedade e os setores especializados ainda patinam quando se trata de sofrimento mental. Cada uma delas não encontrou paz pelas questões ambientais terríveis das antigas populações de regiões áridas nos EUA, que já foram até matéria da revista National Geographic, não receberam a solidariedade de suas comunidades religiosas e a família ou não soube lidar com esses problemas ou forçou a situação, como é o caso da mulher nórdica, extremamente violentada pelo seu "marido". Quando a lápide da Mary Bee cai na água é um tapa na cara do espectador, hahah, se tem algum fundo Nietzschiano nesse filme essa parte é um bom pingo no "i". O George Briggs apesar de demonstrar algum fracasso, fez o que deu na telha, um reforço para a virtude do personagem. As paisagens estão de acordo com o clima desagradável da doença e do vazio. Mary Bee se enforcar é outro tapa ótimo! Demonstra o quão degradados são muitos valores éticos e morais, que se forem seguidos à risca no mundo imperfeito humano, autodestroem a pessoa. Há um filme muito bom que explora isso chamado "um homem sério" dos irmãos Coen. Os problemas estão no fechamento besta e sumiço rápido das três mulheres que nem a presença da Meryl Streep resolve, a quebra do realismo na aventura do George, quando ele coloca fogo no hotel, uma trilha tímida dentre algumas amenidades. Esses elementos devem ter irritado e furado o roteiro para muitos.
Diria que é um bom entretenimento, que traz boas reflexões, mas nada de botar grandes pretensões, o risco de se desapontar é razoável.
Vida plena que exige força, coragem e acima de tudo uma certa abertura das chamadas portas da percepção, essa é uma composição do que notei no filme, aliás como já sugere Hermann Hesse no livro "O lobo da estepe", é só para os loucos e só para os raros, só eles abrem ela. Morrison seguiu a natureza sem pestanejar, assumiu suas potências. Nesse caminho o conflito e a destruição são iminentes dependendo da gordura que você consegue gastar, mas destruição mesmo é se submeter ao mundanismo dominado, extremamente alienado.
Nietzsche chuta o balde e nos liberta e não somos capazes. não temos pernas que acompanhem os caminhos por ele esclarecidos, os ideiais (igreja, amor mercadológico tipo dia das mães, pais,etc, casamento, identificação com esquerda, direita, consumismo, capitalismo, etc) querem segurar nosso caminhar, muitas vezes com correntes de ignorância, autoritarismo e agressividade, esse filme, Capitão Fantástico expõe com certa razoabilidade a complexidade dessa trilha a se percorrer. Sem delimitar muito o vilão, ou o mocinho, inserindo os personagens de forma justificada em suas perspectivas e valores do que é certo. O filme traz muitas reflexões sobre percepção. Quando assisti me senti muito mal, é evidente como nossos costumes são péssimos, sintomas dos modos de produção e estilo de andamento do que se propaga em cultura e ideologia. Indica que a superproteção de pais emburrece os filhos, não bastasse sermos naturalmente frágeis nos primeiros anos de vida por questões evolutivas ainda não aprendemos a realizar tarefas básicas de sobrevivência. Outro ponto é a terceirização da nossa autonomia, você não planta alface, você compra de um mercado, que comprou de um produtor, que foi pago por um empresário, que investiu em agrotóxicos ou fertilizantes, e assim a cadeia de descontrole sobre a origem do que você consome se prolonga. O descontrole não é um agravante mas a essência do problema, o grosso está nos fenômenos que acontecem ao longo do processo. Você não sabe sobre os efeitos e nem se todos os produtos usados no alimento foram os explicitados, você não sabe de onde vem, por onde passou, é difícil ter tempo para plantar e fazer outras coisas, não é uma habilidade valorizada socialmente, você não pode vender sem pagar impostos que provavelmente não são cobrados de grandes produtores por meio de concessões, e da mesma forma que a cadeia de descontrole terceirizada, a complexidade não é levada em conta no momento de punição dos órgãos de regulação que buscam a máxima literal das leis, no momento da necessidade de justiça e fazer valer direitos , acabamos ferrados. A fé em detrimento da razão também é revelada como algo pútrido, não quero dizer que a razão em detrimento da fé seja algo bom também, mas é necessário sempre que possível aplicar um princípio de bom senso, de razoabilidade, no filme "orações para Bobby" p
or exemplo, acontecimentos terríveis tiveram que ocorrer para que esse princípio fosse tomado na consciência dos envolvidos.
. A vida é campo de sobrevivência, e campo no sentido de disputa, não tomamos consciência dessa disputa toda hora, o que é essencial para não enlouquecer, trata-se de não viver perdendo ela.
Em síntese o que me trouxe à reflexão é que não há como usar fator de cura para condições psicológicas como depressão e arrependimento, daí, só redenção através do que se pode fazer à frente. A presença da atriz mirim Dafne Keen é fabulosa, indica que a tecnologia pode substituir uma réplica decapitada por uma almofada azul e não atingir a criança que interpreta, levando para os expectadores mais paternais que ficarem boquiabertos com a presença da garota num filme violento, a segurança sobre o que ela pode ter presenciado no trabalho. E vale constar que as crianças no mundo presenciam tanta violência, estupro, abuso e degradação quanto os adultos, assim incluir crianças nesse filme foi uma agradável surpresa, flerta com a realidade e dá um tom de esperança para a história. De dica, fica na lembrança a relação do prof. Xavier com o Logan que me lembrou de certa forma a peça de Samuel Beckett "Fim de Partida", onde a figura do mais velho tem uma relação com um mais novo num cenário de extremos. Hugh, Patrick e Dafne, mandaram bem!
desenvolver um sistema de Hardware também super realista para os sistemas operacionais. Não seria necessário o intermédio de outro ser humano para que o usuário tivesse uma experiência mais próxima da realidade. Andróides fabricados com tecidos orgânicos no revestimento externo e alta capacidade de resposta ao seu Software iriam exprimir as emoções pela expressão facial com uma coordenação perfeita, a mando da central de inteligência artificial. Algumas baterias econômicas em seu interior iriam gerar o calor necessário aos 36, 37Cº de um corpo em estado equilibrado e um sistema de ventilação, uma sensação de inspiração e expiração. Seria um grande salto e um grande risco. Infelizmente para ser criado um organismo decente seria necessário que esse pudesse se reproduzir e interagir com as comunidades e ecossistemas à sua volta. Diria que a metafísica contida nos sentimentos , historicidade de vida, além das heranças gênicas iriam ser outro desafio. Enquanto o homem não conseguir produzir isso teremos só nós matando em cima do globo e não uma criação, até parece que como espécie suicida não iríamos usar esses seres para
Com relação à fotografia e atuação, sim, há algumas desvantagens, mas o suspense e retrato da conjuntura da época são ótimos. São mostradas pessoas que não
estavam intensamente relacionadas com o embate contra a ditadura, o objetivo me parece que não era retratar um militante no estilo Dilma, Serra, Marighella ou Martinelli, e sim os intermediários que colaboravam com tarefas menos arriscadas, mas que ainda representavam perigo. Só a capa do filme já deixa uma mensagem sobre a possibilidade de mudança e o conservadorismo e repressão, no lado da direita podemos ver os personagens que são de direita. Não é porque o personagem de Walmor Chagas é aposentado e velhinho que deixa de ser conivente com o sistema que estava em andamento. Para finalizar, um dos personagens mais importantes foi o de Otávio Augusto, o tio do Getulio, ele representa a classe média conservadora que provavelmente participou das marchas promovidas por setores como a igreja e os militares chamadas ''marchas com deus pela família'' e ajudou na implantação da ditadura, mostrar o Maluf e seu apoio a ele retocaram fortemente esse caráter, mostra que o cidadão tem sua parcela de responsabilidade no andamento político, as manifestações de Junho foram interessantes nesse sentido, em que bandeiras de posicionamentos de esquerda foram subjugadas em alguns momentos quando é uma razão neoliberal que predomina, ninguém espancou membros do pSDB ou PP, que curioso pra não dizer
Gostei muito do conto relacionado aos mímicos, não consigo esquecer a imagem das irmãs Malroux, as gêmeas sentadas no café, Walter Salles também foi um dos pontos altos, quebrando um pouco a atmosfera pequeno burguesa que parece fazer parte de Paris, porém foi um dos que li ser surreal que me intriga no momento, o ''Porte de Choisy''
começa com um vendedor de produtos femininos, porém logo percebe-se o destaque do conto, me parece que uma das possíveis interpretações é que a história foi passada como se fosse um comercial de produtos de beleza ou de perfume! rs, pode parecer estranho mas se recortássemos várias cenas poderíamos fazer vários comerciais desses de poucos segundos que vemos passar nos meios de comunicação...alguém viu uma análise sobre isso por parte da direção do conto ou
cenas de ação com os elfos e demora na cidade do lago, comentarei fatos mais pontuais:
Achei que o Hobbit agrada os fãs que acompanharam os livros e o universo criado por J.R.R. Tolkien e recebe contribuições maiores do diretor Peter Jackson e das roteiristas Philippa Boyens e Fran Walsh, sem estragar o filme ou a mitologia, evitando isso com inclusões de personagens e partes na história de qualidade.
Apesar de em uma cena extendida de ''O Retorno do Rei'' vermos Gandalf, o branco perdendo em um rápido encontro com o Rei Bruxo de Angmar na batalha de Minas Tirith, o que achei uma das coisas mais desnecessárias de serem criadas para o filme, nesse há inclusões relacionadas a esses personagens com poderes extra físicos que são muito discutidas em fóruns e textos de fãs como se fossem possibilidades distantes de ocorrer na tela. No filme ''Hobbit, A Desolação de Smaug'' há um momento de uso da influência de poder de luz presente nos elfos, que não sei se é uma invocação ou energia presente em sua imortalidade por Tauriel, já vimos esse tipo de invocação por Arwen no Sociedade do Anel quando precisa fugir dos espectros do anel com Frodo ferido em seu cavalo. Outro momento é a exploração que Gandalf impele por Dol Guldur a fim de encontrar o Necromante e tomar proporções com relação ao mal que se desenvolve, manifesta e já começa a causar sinais de destruição. Nesse momento o mago se depara com orcs poderosos e consegue mantê-los afastados além de lançar um encanto a fim de quebrar uma magia negra que camufla Dol Guldur, quando nota o contingente que terá de enfrentar tenta fugir e se depara com o próprio Necromante e seu estado selvagem, não antropomórfico. Nesse momento vemos uma batalha interessante de magia e temos a mediação entre dois Maiar, um Istari (Gandalf) e um dos mais poderosos Maiar, o Necromante , entidades acima dos homens em poder e sabedoria, ditos espíritos que têm finalidade e objetivos a cumprir na Terra Média. Beorn também aparece e como troca peles vemos sua parte animal (um grande urso) e o pouco que permanece na história é o bastante para entendermos sua natureza. Esses foram alguns pontos que me chamaram muito a atenção, tendo outros como as batalhas muito bem construídas, me fazendo não suspeitar que o Peter Jackson construiu sequências para nos conduzir pelas cenas de ação de
modo subjetivo e inteligente. Em Harry Potter sempre quis ver mais ação, mais partes desenvolvidas e possíveis embates que atendessem aos fãs, como entre grandes e pequenos personagens, mostrar por exemplo o Prof. Flitwick em ação contra os comensais no Enigma do Príncipe seria criar mais nichos de fãs e de motivos para se gostar do filme. Esses são alguns detalhes.
As duas forças que guiam o roteiro são tão baixas quanto os poços de petróleo, a corrida capitalista por recursos em seu estado mais selvagem e a religião com objetividade aliada ao capital e não puramente à objetividade do dogma. Certamente esses encontros de hienas já ocorreu mais de uma vez no passado, sendo que em alguns momentos a igreja ganhou retalhando outros tipos de culto, como foi o caso da fuga protestante para os EUA pré colonização e em outros momentos o trabalho da extrema direita, como foi com a ditadura no Brasil, impulsionada por setores religiosos e conservadores. Como dizem, o dinheiro confunde na hora do amor, incluiria na hora de rezar também...e quem sabe na hora de buscar um modelo de sociedade melhor? Haja força para que a busca pelo poder pare de confundir a sociedade, que se preda, hiena contra hiena...o velho lobo só assiste.
Reconheço grande parte das análises aqui, mas dessa vez farei considerações mais simples do que de costume.....esse filme me aliviou de um stress que estava passando, o andamento aparentemente descompromissado da história, que certamente foi bem encaminhado pelo diretor, deu a sensação de simplesmente curtir um ambiente de dia comum, com vivências corriqueiras, e nada melhor do que um ambiente mais ermo como a Coréia do Sul.
Cheech & Chong é um tipo de filme que deveria ocorrer com mais frequência, sim, existem muitos filmes que fazem críticas ou expõem questões que as dirigências das sociedade e a mídia tentam esconder ou criminalizar, mas a proporção entre esses e outros tipos de filme ainda é um degrau bem alto. Na época havia a onde hippie e outros tipos de manifestação de estilos de vida, o que ajudou bastante na popularidade do filme, no entanto o conservadorismo era tão forte quanto hoje, um exemplo desse controle na nossa realidade foi a reação dos ''formadores de opinião'' frente aos protestos, totalmente despreparados para uma discussão política, forçando o discurso, ausentando-se de mostrar a violência empregada pela polícia, e nós nem ouvimos falar nos bancos como possíveis vilões, a internet também não escapa, quando você vê uma notícia do tipo ''manifestação provoca trânsito'' , ''lata de lixo é depredada'' é sinal de uma tentativa de desmobilizar o fenômeno, oras, não há questões muito mais urgentes e profundas de se noticiar como as condições precárias em que os serviços oferecidos à população matam muito mais? Cheech e Chong se arriscaram e venceram sobre o conservadorismo, até porque ele não tem moral alguma quando proíbe a Cannabis e permite que milhares morram em função do cigarro e álcool que são amplamente comercializados, não tomo posição contra o cigarro ou o álcool mas como parâmetro de comparação são ótimos exemplos da falência de discurso dos ''coxinhas'' os Arnaldo Jabor e Serras da vida, além disso essa fatia conservadora, nisso se inclui grandes empresários, igreja, setores da polícia, militares, etc... se prostam quando precisam contradizer poderes de instituições como a igreja, Marcos Feliciano é uma prova. No presente o filme em questão é uma ótima ferramenta na luta pela descriminalização da maconha, afinal há uma tensão, há um pedido e necessidade de um público para isso, essa é uma das razões de se pautar isso, não é à toa, não existem marchas para descriminalizar outros tipos de drogas fortes, existem vários documentários também reforçando argumentos e propondo medidas de substituição e encaminhamento eficientes no sentido da legalização, que no modo de ser da sociedade brasileira e ademais a norte americana, visando controlar seu quintal, vão se colocar contra.
Quem lê um livro e vai assistir sua adaptação para o cinema sempre fica com um pé a trás (talvez não seja o caso da Saga crepúsculo, pois ambos são lamentáveis rsrs), entretanto a dinâmica de encaminhamento cinematográfico é bem diferente do literário, existe a pressão de atender grande parte de um público que muitas vezes não consta como o específico do gênero, os produtores levam em conta a faixa etária para que mais pessoas possam ir assistir o filme e comprar ingressos, dentre outras questões infelizes do comércio. Apesar dessas questões da adaptação o mínimo que pode acontecer é um livro bom tornar-se um filme bom, mesmo que o segundo não siga o roteiro ou estrutura narrativa da história original, em Guerra mundial Z, o degrau entre a obra literária e a de cinema é grande, muito dos impactos mundiais da infestação poderiam ser melhor aproveitados, ao longo do filme o protagonista vai
de lugar para lugar num pinball de resolver o mistério da infestação, escapar da morte e encontrar a cura, em um momento que ele teria de ir se não me engano para a Escócia, me perguntei: ''Para onde será que ele vai depois?!!''. Fiquei feliz pela família não ter enchido muito a paciência, e as partes de ação são muito boas, nesse aspecto o filme acerta.
Os filmes de zumbi já foram sinal de ótima crítica à sociedade, só assistir os feitos por Romero em sua época de ouro, o Despertar dos Mortos faz isso muito bem e mantendo a tensão por toda sua duração, ou seja, filme de zumbi não é só para suprir a necessidade de passar tempo, mas pode ter mensagens de reflexão muito bem construídas e fundamentadas, o cinema consiste num espaço de formação que poucos conseguem aproveitar ou notar como tal. :)
poxa, eles brilham e tem um aspecto muito alienígena, muito ornamentados, estão alienígenas demais!
'', e ele foi bem certeiro argumentando sobre a evolução das tecnologias atuais do design, os ''carros antigos quadradões e agora os carros que mais parecem módulos'', nessa analogia lembro da aparência mais vinculada à terra, com os animais, que os monstros tinham antes, também pela sua origem ser a partir de mutações , do teor ecológico envolvido, criatividades de releitura próximos à fauna conhecida dentre outros motivos. Com os do presente é natural ser tão impactante suas aparências, afinal de contas são de outra dimensão! Um Kaiju chamado Orga do filme Godzilla 2000 tem origem extraterrestre e se parece mesmo com um alien, uma morfologia mais diferente dos animais terrestres, embora outros como o King Ghidorah se pareça com um dragão, meio lagarto, e seja um extraterrestre. Na onda da ficção científica, um ser realmente monstruoso com aparência única, olhos em todos lugares, sangue azul, braços com fendas entre os ossos, foi sendo construído no nosso imaginário e nada melhor do que o choque, a impressão de algo realmente grotesto, assutador.
O filme é ótimo, dos Jaegers curti mais o russo, sendo um dos mais trash!, gostaria que o jaeger chinês também fosse mais aproveitado, não duraram muito em combate, o que se justificou no filme pelos seus usos prolongados com batalhas anteriores, com relação a pontos de vista gerais, foi muito bom o reflexo dos enormes gastos com os robôs nas economias mundiais ser mostrado, a escalada de poder dos Kaijus frente aos Jaegers, a exposição de partes internas dos monstros, ossadas, e até o Kaiju recém nascido, muito bem feito, personagens que se encaixam muito bem como o Hannibal, mostrar a outra dimensão, etc.
Só fiquei fulo com os esteriótipos, os russos muito esteriotipados, os norte americanos sempre firmes, buscando honra, verdadeiros capitães américas, os cientistas que usam óculos, terninho, não sabem nem realizar um cumprimento, bobões atrapalhados, enfim essas características embora me incomodem acabam fazendo parte da caricatura do filme, são envolventes também para o público iniciante ou que simplesmente que passar um tempo, não se deve levar a sério, pelo menos o ''casal'' que se aproximou não deu um beijo no final!....
Foram feitas muitas releituras e homenagens aos bons filmes tradicionais do gênero Tokusatsu e derivados, acredito que o primeiro Godzilla por exemplo teve muito mais caráter revolucionário em uma época de plena destruição propiciada pela guerra e pelos EUA no Japão, ergueu-se um resquício de ódio e revolta, o monstro ( Estados Unidos) criando outro monstro a partir da radiação.
que deveria ter o maior nível de dramaticidade, além do drama provocar um choque no espectador que construiu durante toda a duração um mundo realmente fantástico deixou a desejar, muitos não gostam de comparar livro com filmes, minha crítica vem sob essa perspectiva, afinal se você não modifica o filme e o faz fielmente ao livro, deveria pelo menos manter o grau de estupefação que a literatura proporciona. Ler o livro compensa bem mais, o filme foi eficiente no sentido da arte, mas não de inovação do roteiro, com melhores releituras ou fidelidade.
Além da boa direção gostaria de manifestar a satisfação de ver Sonia Guedes e Luiz Serra como praticamente protagonistas em um filme, grandes nomes do teatro desempenhando seus papéis no cinema sem esconderem seus rostos por maquiagem ou diminuindo a simplicidade dos personagens. Existem muitas matizes no nosso Brasil, desde as porções mais ao Sul nesse filme, até os interiores letárgicos e litorâneos como no filme ''Sudoeste'' ao Centro Oeste, como no curta metragem ''dez dias felizes'' , ainda há muito para se descobrir, e não precisa ser uma realidade bonita ou perfeita, nossa condição de país periférico permite esse tipo de história em maior expressão, é errado exigir uma realidade européia ou norte americana em nossa arte cinematográfica também, já não bastasse dominarem modos de se vestir ou outros gostos culturais....e serem também culpados historicamente junto da liderança do sistema econômico por nossa condição.
Concordo com o Rubens Matheus, uma das minhas decepções com o Django foi essa roupagem dele, mais dinâmica e desenfreada do que esses filmes mais pé no chão como Jackie Brown ou cães de aluguel, passam mais a malandragem do mundo, o problema dos filmes com plano de fundo histórico como Bastardos inglórios e Django, foi o exagero e a atmosfera mais aventuresca. Não nego a qualidade deles mas prefiro os antecedentes do Tarantino.
Grau de angústia lá em cima, não sei como o Henry não se matou logo, e a trilha com um em órgão ou teclado de blues joga a malandragem da situação, tirando uma com você, dentre deformações, e partes humanas que não vemos, sempre internas e delicadas sendo pisoteadas!
Algumas partes angustiaram, depois de assistir Hollywood perdeu uns tons de sua vivacidade rs.....''eraserhead'' do Lynch em questão de desolação equivale à dose desse tomada mais umas três vezes.
Górgona
3.2 4Não consegui baixar, ou encontrá-lo....se alguém tiver algum endereço...
Me Chame Pelo Seu Nome
4.1 2,6K Assista AgoraSão trazidas muitas lembranças e lições nessa obra, cada um votará em seu momento marcante, e no fim das contas o todo justifica os momentos altos.
A começar pela fotografia delicada, de uma lembrança de nossos bons momentos que estão fixos na memória, se eu me lembro de uma boa experiência, muitas vezes ela vem no tom limpo da fotografia.
Os dois personagens principais seguem em um ritmo cadente,
as cenas mais quentes são sensatas, evidente que são muito sexy, mas ao mesmo tempo
Os personagens daquele mundo, como a Mafalda, são os prédios, são a tranquilidade, são o tempo parado, o pós guerra onde os pomares já estão de volta, mesmo com uma sequela ou imagem do Duce em um quadro na sombra.
Meus momentos marcantes foram quando Oliver vai embora de trem. Já senti na pele uma despedida de verão na qual realmente foi doloroso ver a amada partir, mas que durou pouco, foi machucado relâmpago.
Outro e o principal é o apoio que o pai do Elio, o mr. Perlman confessa e as suas ideias sobre a vida. Concordo com ele e sinto muita revolta pelos meus pares de juventude.
Ao sair vejo grupos, vejo a vaidade e a vontade de demonstrar uma postura arrogante nas pessoas em festas e etc. O que mata é o fato de terem em torno de 26 anos para baixo e serem tão tolos. Os sentimentos de propriedade e ciúmes que casais ditos hétero e gays possuem, sejam eles compostos por dois homens ou duas mulheres, um não pode ir sem o outro, um não pode estar livre do outro.
Se o Elio e o Oliver estavam transgredindo algo, ainda o fariam no presente.
A mensagem do Mr. Perlman é um soco no estômago de muitos, tece sobre a liberdade sexual que muitos não sabem, sobre as possibilidades de experiências, que muitas vezem aparecem quando nos submetemos ao contraditório, de viver outros pontos da vida, vida curta, vida efêmera, que pode acabar nesse exato momento em que lê meu comentário.
Não pense que é só um avião caindo ou um assaltante, um erro de transcrição em trilhões de moléculas de DNA e você acabará, uma pequena disfunção aqui ou ali e idem.
Que os jovens sejam menos velhos, carcomidos de iniciativa. E que os mais experientes ensinem os jovens a não serem velhos mas sensatos.
A Forma da Água
3.9 2,7KAssisti em uma viagem, portanto destaco alguns pontos de primeira vista, pretendo assistir novamente.
Interpretações:
Sally Hawkins, Richard Jenkins e Octavia Spencer são um trio de atores muito agradável de se ver. As personas a que dão vida te fazem torcer por elas e poderiam gerar um filme que desse conta somente de suas perspectivas e possíveis históricos.
O Michael Shannon também capricha mas eu já havia visto dois papéis conturbados que fez, um deles o excelente "Foi apenas um sonho", o outro, "O abrigo" de 2011, isso anestesiou um pouco minha surpresa pela semelhança de tensão e violência do personagem e das situações que tem de lidar.
Fotografia/ Cenários
A fotografia tende para um conceito de umidade, ferrugens pequenas aqui e ali. Os apartamentos e a cidade são bem peculiares em sua arquitetura que flerta entre a decadência, o que é clássico e transições da época.
Foi muito bom ver a ambientação com o período histórico, tanto pela questão do consumo como pelo formato da publicidade que o Giles produzia e já se tem como clássica.
Questões de debate/ polêmicas: Sexo e Discriminação
Um marco em minha concepção foi o tratamento da sexualidade.
Giles possui uma admiração, antes fosse platônica, depois menos comedida quando supera sua insegurança, ao tentar uma aproximação maior com o rapaz que lhe vende tortas. O personagem de Jenkins é uma pessoa sensível, e que supera muitas aflições frente à repressão aos homossexuais.
A aproximação de Elise com o "Deus" foi realmente inexperada. O relacionamento dos dois supera as diferenças física, biológica, fisiológica e social. Na época a mulher estava em pleno vapor na conquista de direitos e espaços, imagine aproximar-se de uma criatura não humana com traços anfíbios/piscinianos, hoje em dia o assunto seria questão de estranheza conservadora. A sociedade presente já possui muita dificuldade em lidar com o público LGBT e padrões que incomodem os status quo, acredito que o fato de ambos se relacionarem é um grande salto na concepção de carinho, amor e sexo.
Por fim, há a repressão contra os negros, apresentada também no filme, uma situação digna de uma atmosfera a la Apartheid.
O del Toro abordou diferentes matizes de problemas de décadas atrás e que permanecem sob diferentes roupagens e tipificações no presente. Imagino possibilidades de roteiro com o foco em um desses problemas, e seria possível que o caso da moça e o ser das águas fosse descoberto e debatido na mídia, ou que o ser Deus tentasse se enquadrar na sociedade....
É um filme muito colorido em seu tom azulado, dark e ficcional.
Fome de Poder
3.6 830 Assista AgoraEstou tentando fazer as marcações de spoiler e não consigo, portanto cuidado! Marquei no texto para que evite problemas:
Perguntaram-se se ele estava certo ou errado, ao que respondi:
[spoiler]Mas que pergunta capciosa! Acredito que ele é visto como um vencedor porque conjurou o que o sistema de valores vigente espera, e o que alimenta esse sistema[spoiler]
Para muitos que adotam o egoísmo como ponto primordial do ser humano para que este avance no processo produtivo esse filme deve ser um verdadeiro exemplo. Discordo porém de uma perspectiva limitada a assumir e naturalizar o ser humano dessa forma, a uma consideração apriorística de nascença, a uma natureza generalizante, de certa forma um belo reducionismo vinculado às teorias de início de Adam Smith.
O protagonista estaria em consonância com o que se espera de cada num nesse sistema vigente, quem sabe a perspicácia e determinação também não tenham garantido o "sucesso" a outros tipos de pessoas explorando suas potências ao máximo, como Gandhi ou Saddam Husseim mas em outros âmbitos.
Parece que existem muitas potências por aí pautadas pela força de vontade e persistência, mas nesse caso há todo o conto de fadas de que dará certo o suor, de que você pode! Slogans do mérito de assumir riscos, nadar contra as probabilidades, é um pensamento estimulante. Parece que a noção de ambição esbarra com a satisfação em torno de algo que não precisa ser a conquista de riquezas materiais.
[spoiler]Acredito em outros tipos de satisfação que não precisam estar ligados com o foder com o próximo, aliás a sociedade está chafurdando em guerras desde sempre, em miséria desde sempre também por causa dessa lógica da ambição.
O Kroc foi injusto com os McDonald, e eles pagaram por não terem uma visão de retranca, de falta de estratégia para lidar com um ambicioso como o Kroc.[spoiler]
O filme demonstra um dos nossos fracassos na existência, um ser com tanto potencial...
Expresso do Amanhã
3.5 1,3K Assista grátisNós comemos e vivemos no expresso do Amanhã, sabia?
Um filme desses, aliás dessa leva de diretores Sul Coreanos sofre uma injustiça ao ser criticado sem uma reflexão mais profunda do que os elementos que aparecem na tela. Afinal, é a discussão que parece ser um dos objetivos de roteiro, da fotografia, da ambientação e desenvolvimento dos personagens, ou seja, quase tudo. Por isso, é importante notar que existem motivos menos superficiais e mais complexos que o filme como obra de arte busca expressar.
Não sei de outras obras relativas, por isso avalio o filme aqui.
É muito forte que a obra reflita a nossa existência social, será que não dá para notar por exemplo no fato de que nos nossos alimentos são permitidas partes de inseto? Isso para não falar no grosso da metáfora, porque a quantidade de agrotóxicos e a qualidade nutricional do que se vende por aí é digno de algo pior do que baratas, digno de comer merda mesmo. Mcdonald's, as quantidades gigantes de açúcar e sódio nos refrigerantes e outras gordurebas cancerígenas fazem grande parte da alimentação das massas. Sem contar que manda uma mensagem clara: os abastados não ligam se comemos baratas ou não, se comemos do lixo ou não.
Os grupos do trem somos nós, as castas, as classes, o poder de compra (e digo aqui de compra/suborno da justiça, de garantir um advogado melhor, de ser melhor tratado nos Jardins do que na periferia de SP, etc), é o retrato do que vivemos agora com a lava-jato, a perseguição de grupos políticos em detrimento de outros, o combate fracassado às drogas que só pega o ponta, o peão do tráfico, enquanto os chefes estão por aí continuando a distribuição e lucro.
O pior é que a lógica e ideologia do Wilford leva o grupo esmagado e oprimido a ser manipulado por um líder. Um convencido do caminho mais fácil.
As sequências de ação são o de menos frente a isso, embora muito boas. O contexto de vida no trem, como por exemplo a contagem da passagem de uma data importante pela passagem do trem sob uma ponte, as observações sobre o mundo de fora e os personagens são muito interessantes, mas penso que a mensagem principal é de uma retórica política.
Convenhamos que esse âmbito passa despercebido por muitos de nós, o que é ótimo para quem está no poder, ou negaremos que para Paulo Maluf, Eduardo Cunha ou Sarney, é bem mais vantajoso que a figura construída de uma dona de casa fique assistindo novela o invés de se rebelar contra esses Wilfords e Masons!? Que os jovens só percebam a superfície de uma realidade complexa onde a manipulação é ferramenta de controle?
Dívida de Honra
3.5 200 Assista AgoraHá quem achou uma produção bem ruim, mas vou advogar pelo chifrudo um pouco.
Não estou familiarizado com os estilos ou referenciais do Tommy Lee Jones para a direção de filmes, mas algumas temáticas são sensatas e cativam embora nem sempre tenham sido resolvidas das melhores formas.
Aqui vai a análise:
O destino das três mulheres foi uma das questões que me seguraram até o final, sabemos que hoje a sociedade e os setores especializados ainda patinam quando se trata de sofrimento mental. Cada uma delas não encontrou paz pelas questões ambientais terríveis das antigas populações de regiões áridas nos EUA, que já foram até matéria da revista National Geographic, não receberam a solidariedade de suas comunidades religiosas e a família ou não soube lidar com esses problemas ou forçou a situação, como é o caso da mulher nórdica, extremamente violentada pelo seu "marido".
Quando a lápide da Mary Bee cai na água é um tapa na cara do espectador, hahah, se tem algum fundo Nietzschiano nesse filme essa parte é um bom pingo no "i".
O George Briggs apesar de demonstrar algum fracasso, fez o que deu na telha, um reforço para a virtude do personagem. As paisagens estão de acordo com o clima desagradável da doença e do vazio. Mary Bee se enforcar é outro tapa ótimo! Demonstra o quão degradados são muitos valores éticos e morais, que se forem seguidos à risca no mundo imperfeito humano, autodestroem a pessoa. Há um filme muito bom que explora isso chamado "um homem sério" dos irmãos Coen.
Os problemas estão no fechamento besta e sumiço rápido das três mulheres que nem a presença da Meryl Streep resolve, a quebra do realismo na aventura do George, quando ele coloca fogo no hotel, uma trilha tímida dentre algumas amenidades. Esses elementos devem ter irritado e furado o roteiro para muitos.
Diria que é um bom entretenimento, que traz boas reflexões, mas nada de botar grandes pretensões, o risco de se desapontar é razoável.
When You're Strange: Um Filme Sobre o The Doors
4.5 163Vida plena que exige força, coragem e acima de tudo uma certa abertura das chamadas portas da percepção, essa é uma composição do que notei no filme, aliás como já sugere Hermann Hesse no livro "O lobo da estepe", é só para os loucos e só para os raros, só eles abrem ela.
Morrison seguiu a natureza sem pestanejar, assumiu suas potências. Nesse caminho o conflito e a destruição são iminentes dependendo da gordura que você consegue gastar, mas destruição mesmo é se submeter ao mundanismo dominado, extremamente alienado.
Capitão Fantástico
4.4 2,7K Assista AgoraNietzsche chuta o balde e nos liberta e não somos capazes. não temos pernas que acompanhem os caminhos por ele esclarecidos, os ideiais (igreja, amor mercadológico tipo dia das mães, pais,etc, casamento, identificação com esquerda, direita, consumismo, capitalismo, etc) querem segurar nosso caminhar, muitas vezes com correntes de ignorância, autoritarismo e agressividade, esse filme, Capitão Fantástico expõe com certa razoabilidade a complexidade dessa trilha a se percorrer. Sem delimitar muito o vilão, ou o mocinho, inserindo os personagens de forma justificada em suas perspectivas e valores do que é certo.
O filme traz muitas reflexões sobre percepção. Quando assisti me senti muito mal, é evidente como nossos costumes são péssimos, sintomas dos modos de produção e estilo de andamento do que se propaga em cultura e ideologia.
Indica que a superproteção de pais emburrece os filhos, não bastasse sermos naturalmente frágeis nos primeiros anos de vida por questões evolutivas ainda não aprendemos a realizar tarefas básicas de sobrevivência. Outro ponto é a terceirização da nossa autonomia, você não planta alface, você compra de um mercado, que comprou de um produtor, que foi pago por um empresário, que investiu em agrotóxicos ou fertilizantes, e assim a cadeia de descontrole sobre a origem do que você consome se prolonga.
O descontrole não é um agravante mas a essência do problema, o grosso está nos fenômenos que acontecem ao longo do processo. Você não sabe sobre os efeitos e nem se todos os produtos usados no alimento foram os explicitados, você não sabe de onde vem, por onde passou, é difícil ter tempo para plantar e fazer outras coisas, não é uma habilidade valorizada socialmente, você não pode vender sem pagar impostos que provavelmente não são cobrados de grandes produtores por meio de concessões, e da mesma forma que a cadeia de descontrole terceirizada, a complexidade não é levada em conta no momento de punição dos órgãos de regulação que buscam a máxima literal das leis, no momento da necessidade de justiça e fazer valer direitos , acabamos ferrados.
A fé em detrimento da razão também é revelada como algo pútrido, não quero dizer que a razão em detrimento da fé seja algo bom também, mas é necessário sempre que possível aplicar um princípio de bom senso, de razoabilidade, no filme "orações para Bobby" p
or exemplo, acontecimentos terríveis tiveram que ocorrer para que esse princípio fosse tomado na consciência dos envolvidos.
A vida é campo de sobrevivência, e campo no sentido de disputa, não tomamos consciência dessa disputa toda hora, o que é essencial para não enlouquecer, trata-se de não viver perdendo ela.
Logan
4.3 2,6K Assista AgoraEm síntese o que me trouxe à reflexão é que não há como usar fator de cura para condições psicológicas como depressão e arrependimento, daí, só redenção através do que se pode fazer à frente.
A presença da atriz mirim Dafne Keen é fabulosa, indica que a tecnologia pode substituir uma réplica decapitada por uma almofada azul e não atingir a criança que interpreta, levando para os expectadores mais paternais que ficarem boquiabertos com a presença da garota num filme violento, a segurança sobre o que ela pode ter presenciado no trabalho. E vale constar que as crianças no mundo presenciam tanta violência, estupro, abuso e degradação quanto os adultos, assim incluir crianças nesse filme foi uma agradável surpresa, flerta com a realidade e dá um tom de esperança para a história.
De dica, fica na lembrança a relação do prof. Xavier com o Logan que me lembrou de certa forma a peça de Samuel Beckett "Fim de Partida", onde a figura do mais velho tem uma relação com um mais novo num cenário de extremos.
Hugh, Patrick e Dafne, mandaram bem!
Ela
4.2 5,8K Assista AgoraSeria questão de tempo até a empresa
desenvolver um sistema de Hardware também super realista para os sistemas operacionais. Não seria necessário o intermédio de outro ser humano para que o usuário tivesse uma experiência mais próxima da realidade.
Andróides fabricados com tecidos orgânicos no revestimento externo e alta capacidade de resposta ao seu Software iriam exprimir as emoções pela expressão facial com uma coordenação perfeita, a mando da central de inteligência artificial. Algumas baterias econômicas em seu interior iriam gerar o calor necessário aos 36, 37Cº de um corpo em estado equilibrado e um sistema de ventilação, uma sensação de inspiração e expiração.
Seria um grande salto e um grande risco. Infelizmente para ser criado um organismo decente seria necessário que esse pudesse se reproduzir e interagir com as comunidades e ecossistemas à sua volta. Diria que a metafísica contida nos sentimentos , historicidade de vida, além das heranças gênicas iriam ser outro desafio.
Enquanto o homem não conseguir produzir isso teremos só nós matando em cima do globo e não uma criação, até parece que como espécie suicida não iríamos usar esses seres para
Cara ou Coroa
2.9 24Com relação à fotografia e atuação, sim, há algumas desvantagens, mas o suspense e retrato da conjuntura da época são ótimos. São mostradas pessoas que não
estavam intensamente relacionadas com o embate contra a ditadura, o objetivo me parece que não era retratar um militante no estilo Dilma, Serra, Marighella ou Martinelli, e sim os intermediários que colaboravam com tarefas menos arriscadas, mas que ainda representavam perigo.
Só a capa do filme já deixa uma mensagem sobre a possibilidade de mudança e o conservadorismo e repressão, no lado da direita podemos ver os personagens que são de direita. Não é porque o personagem de Walmor Chagas é aposentado e velhinho que deixa de ser conivente com o sistema que estava em andamento.
Para finalizar, um dos personagens mais importantes foi o de Otávio Augusto, o tio do Getulio, ele representa a classe média conservadora que provavelmente participou das marchas promovidas por setores como a igreja e os militares chamadas ''marchas com deus pela família'' e ajudou na implantação da ditadura, mostrar o Maluf e seu apoio a ele retocaram fortemente esse caráter, mostra que o cidadão tem sua parcela de responsabilidade no andamento político, as manifestações de Junho foram interessantes nesse sentido, em que bandeiras de posicionamentos de esquerda foram subjugadas em alguns momentos quando é uma razão neoliberal que predomina, ninguém espancou membros do pSDB ou PP, que curioso pra não dizer
Paris, Te Amo
3.8 453Gostei muito do conto relacionado aos mímicos, não consigo esquecer a imagem das irmãs Malroux, as gêmeas sentadas no café, Walter Salles também foi um dos pontos altos, quebrando um pouco a atmosfera pequeno burguesa que parece fazer parte de Paris, porém foi um dos que li ser surreal que me intriga no momento, o ''Porte de Choisy''
começa com um vendedor de produtos femininos, porém logo percebe-se o destaque do conto, me parece que uma das possíveis interpretações é que a história foi passada como se fosse um comercial de produtos de beleza ou de perfume! rs, pode parecer estranho mas se recortássemos várias cenas poderíamos fazer vários comerciais desses de poucos segundos que vemos passar nos meios de comunicação...alguém viu uma análise sobre isso por parte da direção do conto ou
O Hobbit: A Desolação de Smaug
4.0 2,5K Assista AgoraVou comentar aqui algumas coisas que me chamaram a atenção no filme, para além das
cenas de ação com os elfos e demora na cidade do lago, comentarei fatos mais pontuais:
Achei que o Hobbit agrada os fãs que acompanharam os livros e o universo criado por J.R.R. Tolkien e recebe contribuições maiores do diretor Peter Jackson e das roteiristas Philippa Boyens e Fran Walsh, sem estragar o filme ou a mitologia, evitando isso com inclusões de personagens e partes na história de qualidade.
Apesar de em uma cena extendida de ''O Retorno do Rei'' vermos Gandalf, o branco perdendo em um rápido encontro com o Rei Bruxo de Angmar na batalha de Minas Tirith, o que achei uma das coisas mais desnecessárias de serem criadas para o filme, nesse há inclusões relacionadas a esses personagens com poderes extra físicos que são muito discutidas em fóruns e textos de fãs como se fossem possibilidades distantes de ocorrer na tela. No filme ''Hobbit, A Desolação de Smaug'' há um momento de uso da influência de poder de luz presente nos elfos, que não sei se é uma invocação ou energia presente em sua imortalidade por Tauriel, já vimos esse tipo de invocação por Arwen no Sociedade do Anel quando precisa fugir dos espectros do anel com Frodo ferido em seu cavalo. Outro momento é a exploração que Gandalf impele por Dol Guldur a fim de encontrar o Necromante e tomar proporções com relação ao mal que se desenvolve, manifesta e já começa a causar sinais de destruição.
Nesse momento o mago se depara com orcs poderosos e consegue mantê-los afastados além de lançar um encanto a fim de quebrar uma magia negra que camufla Dol Guldur, quando nota o contingente que terá de enfrentar tenta fugir e se depara com o próprio Necromante e seu estado selvagem, não antropomórfico. Nesse momento vemos uma batalha interessante de magia e temos a mediação entre dois Maiar, um Istari (Gandalf) e um dos mais poderosos Maiar, o Necromante , entidades acima dos homens em poder e sabedoria, ditos espíritos que têm finalidade e objetivos a cumprir na Terra Média. Beorn também aparece e como troca peles vemos sua parte animal (um grande urso) e o pouco que permanece na história é o bastante para entendermos sua natureza.
Esses foram alguns pontos que me chamaram muito a atenção, tendo outros como as batalhas muito bem construídas, me fazendo não suspeitar que o Peter Jackson construiu sequências para nos conduzir pelas cenas de ação de
Esses são alguns detalhes.
Sangue Negro
4.3 1,2K Assista AgoraAs duas forças que guiam o roteiro são tão baixas quanto os poços de petróleo, a corrida capitalista por recursos em seu estado mais selvagem e a religião com objetividade aliada ao capital e não puramente à objetividade do dogma.
Certamente esses encontros de hienas já ocorreu mais de uma vez no passado, sendo que em alguns momentos a igreja ganhou retalhando outros tipos de culto, como foi o caso da fuga protestante para os EUA pré colonização e em outros momentos o trabalho da extrema direita, como foi com a ditadura no Brasil, impulsionada por setores religiosos e conservadores. Como dizem, o dinheiro confunde na hora do amor, incluiria na hora de rezar também...e quem sabe na hora de buscar um modelo de sociedade melhor?
Haja força para que a busca pelo poder pare de confundir a sociedade, que se preda, hiena contra hiena...o velho lobo só assiste.
A Visitante Francesa
3.2 76Reconheço grande parte das análises aqui, mas dessa vez farei considerações mais simples do que de costume.....esse filme me aliviou de um stress que estava passando, o andamento aparentemente descompromissado da história, que certamente foi bem encaminhado pelo diretor, deu a sensação de simplesmente curtir um ambiente de dia comum, com vivências corriqueiras, e nada melhor do que um ambiente mais ermo como a Coréia do Sul.
Queimando Tudo
3.9 222Cheech & Chong é um tipo de filme que deveria ocorrer com mais frequência, sim, existem muitos filmes que fazem críticas ou expõem questões que as dirigências das sociedade e a mídia tentam esconder ou criminalizar, mas a proporção entre esses e outros tipos de filme ainda é um degrau bem alto.
Na época havia a onde hippie e outros tipos de manifestação de estilos de vida, o que ajudou bastante na popularidade do filme, no entanto o conservadorismo era tão forte quanto hoje, um exemplo desse controle na nossa realidade foi a reação dos ''formadores de opinião'' frente aos protestos, totalmente despreparados para uma discussão política, forçando o discurso, ausentando-se de mostrar a violência empregada pela polícia, e nós nem ouvimos falar nos bancos como possíveis vilões, a internet também não escapa, quando você vê uma notícia do tipo ''manifestação provoca trânsito'' , ''lata de lixo é depredada'' é sinal de uma tentativa de desmobilizar o fenômeno, oras, não há questões muito mais urgentes e profundas de se noticiar como as condições precárias em que os serviços oferecidos à população matam muito mais?
Cheech e Chong se arriscaram e venceram sobre o conservadorismo, até porque ele não tem moral alguma quando proíbe a Cannabis e permite que milhares morram em função do cigarro e álcool que são amplamente comercializados, não tomo posição contra o cigarro ou o álcool mas como parâmetro de comparação são ótimos exemplos da falência de discurso dos ''coxinhas'' os Arnaldo Jabor e Serras da vida, além disso essa fatia conservadora, nisso se inclui grandes empresários, igreja, setores da polícia, militares, etc... se prostam quando precisam contradizer poderes de instituições como a igreja, Marcos Feliciano é uma prova.
No presente o filme em questão é uma ótima ferramenta na luta pela descriminalização da maconha, afinal há uma tensão, há um pedido e necessidade de um público para isso, essa é uma das razões de se pautar isso, não é à toa, não existem marchas para descriminalizar outros tipos de drogas fortes, existem vários documentários também reforçando argumentos e propondo medidas de substituição e encaminhamento eficientes no sentido da legalização, que no modo de ser da sociedade brasileira e ademais a norte americana, visando controlar seu quintal, vão se colocar contra.
Guerra Mundial Z
3.5 3,2K Assista AgoraQuem lê um livro e vai assistir sua adaptação para o cinema sempre fica com um pé a trás (talvez não seja o caso da Saga crepúsculo, pois ambos são lamentáveis rsrs), entretanto a dinâmica de encaminhamento cinematográfico é bem diferente do literário, existe a pressão de atender grande parte de um público que muitas vezes não consta como o específico do gênero, os produtores levam em conta a faixa etária para que mais pessoas possam ir assistir o filme e comprar ingressos, dentre outras questões infelizes do comércio. Apesar dessas questões da adaptação o mínimo que pode acontecer é um livro bom tornar-se um filme bom, mesmo que o segundo não siga o roteiro ou estrutura narrativa da história original, em Guerra mundial Z, o degrau entre a obra literária e a de cinema é grande, muito dos impactos mundiais da infestação poderiam ser melhor aproveitados, ao longo do filme o protagonista vai
de lugar para lugar num pinball de resolver o mistério da infestação, escapar da morte e encontrar a cura, em um momento que ele teria de ir se não me engano para a Escócia, me perguntei: ''Para onde será que ele vai depois?!!''.
Fiquei feliz pela família não ter enchido muito a paciência, e as partes de ação são muito boas, nesse aspecto o filme acerta.
Os filmes de zumbi já foram sinal de ótima crítica à sociedade, só assistir os feitos por Romero em sua época de ouro, o Despertar dos Mortos faz isso muito bem e mantendo a tensão por toda sua duração, ou seja, filme de zumbi não é só para suprir a necessidade de passar tempo, mas pode ter mensagens de reflexão muito bem construídas e fundamentadas, o cinema consiste num espaço de formação que poucos conseguem aproveitar ou notar como tal.
:)
Círculo de Fogo
3.8 2,6K Assista AgoraSobre o design do monstros: me peguei argumentando a um amigo, ''
poxa, eles brilham e tem um aspecto muito alienígena, muito ornamentados, estão alienígenas demais!
Um Kaiju chamado Orga do filme Godzilla 2000 tem origem extraterrestre e se parece mesmo com um alien, uma morfologia mais diferente dos animais terrestres, embora outros como o King Ghidorah se pareça com um dragão, meio lagarto, e seja um extraterrestre. Na onda da ficção científica, um ser realmente monstruoso com aparência única, olhos em todos lugares, sangue azul, braços com fendas entre os ossos, foi sendo construído no nosso imaginário e nada melhor do que o choque, a impressão de algo realmente grotesto, assutador.
O filme é ótimo, dos Jaegers curti mais o russo, sendo um dos mais trash!, gostaria que o jaeger chinês também fosse mais aproveitado, não duraram muito em combate, o que se justificou no filme pelos seus usos prolongados com batalhas anteriores, com relação a pontos de vista gerais, foi muito bom o reflexo dos enormes gastos com os robôs nas economias mundiais ser mostrado, a escalada de poder dos Kaijus frente aos Jaegers, a exposição de partes internas dos monstros, ossadas, e até o Kaiju recém nascido, muito bem feito, personagens que se encaixam muito bem como o Hannibal, mostrar a outra dimensão, etc.
Só fiquei fulo com os esteriótipos, os russos muito esteriotipados, os norte americanos sempre firmes, buscando honra, verdadeiros capitães américas, os cientistas que usam óculos, terninho, não sabem nem realizar um cumprimento, bobões atrapalhados, enfim essas características embora me incomodem acabam fazendo parte da caricatura do filme, são envolventes também para o público iniciante ou que simplesmente que passar um tempo, não se deve levar a sério, pelo menos o ''casal'' que se aproximou não deu um beijo no final!....
Foram feitas muitas releituras e homenagens aos bons filmes tradicionais do gênero Tokusatsu e derivados, acredito que o primeiro Godzilla por exemplo teve muito mais caráter revolucionário em uma época de plena destruição propiciada pela guerra e pelos EUA no Japão, ergueu-se um resquício de ódio e revolta, o monstro ( Estados Unidos) criando outro monstro a partir da radiação.
As Aventuras de Pi
3.9 4,4KFotografia boa, os efeitos visuais estão bem também, o filme deveria chocar mais, o final
que deveria ter o maior nível de dramaticidade, além do drama provocar um choque no espectador que construiu durante toda a duração um mundo realmente fantástico deixou a desejar, muitos não gostam de comparar livro com filmes, minha crítica vem sob essa perspectiva, afinal se você não modifica o filme e o faz fielmente ao livro, deveria pelo menos manter o grau de estupefação que a literatura proporciona. Ler o livro compensa bem mais, o filme foi eficiente no sentido da arte, mas não de inovação do roteiro, com melhores releituras ou fidelidade.
1964: Um Golpe Contra o Brasil
3.4 5Olá, se alguém souber onde consigo por torrent este filme ficaria mui agradecido.
Histórias Que Só Existem Quando Lembradas
4.1 283 Assista AgoraAlém da boa direção gostaria de manifestar a satisfação de ver Sonia Guedes e Luiz Serra como praticamente protagonistas em um filme, grandes nomes do teatro desempenhando seus papéis no cinema sem esconderem seus rostos por maquiagem ou diminuindo a simplicidade dos personagens. Existem muitas matizes no nosso Brasil, desde as porções mais ao Sul nesse filme, até os interiores letárgicos e litorâneos como no filme ''Sudoeste'' ao Centro Oeste, como no curta metragem ''dez dias felizes'' , ainda há muito para se descobrir, e não precisa ser uma realidade bonita ou perfeita, nossa condição de país periférico permite esse tipo de história em maior expressão, é errado exigir uma realidade européia ou norte americana em nossa arte cinematográfica também, já não bastasse dominarem modos de se vestir ou outros gostos culturais....e serem também culpados historicamente junto da liderança do sistema econômico por nossa condição.
Jackie Brown
3.8 739 Assista AgoraConcordo com o Rubens Matheus, uma das minhas decepções com o Django foi essa roupagem dele, mais dinâmica e desenfreada do que esses filmes mais pé no chão como Jackie Brown ou cães de aluguel, passam mais a malandragem do mundo, o problema dos filmes com plano de fundo histórico como Bastardos inglórios e Django, foi o exagero e a atmosfera mais aventuresca.
Não nego a qualidade deles mas prefiro os antecedentes do Tarantino.
Eraserhead
3.9 922 Assista AgoraGrau de angústia lá em cima, não sei como o Henry não se matou logo, e a trilha com um em órgão ou teclado de blues joga a malandragem da situação, tirando uma com você, dentre deformações, e partes humanas que não vemos, sempre internas e delicadas sendo pisoteadas!
Cidade dos Sonhos
4.2 1,7K Assista AgoraAlgumas partes angustiaram, depois de assistir Hollywood perdeu uns tons de sua vivacidade rs.....''eraserhead'' do Lynch em questão de desolação equivale à dose desse tomada mais umas três vezes.