Se Kubo não ganhar na categoria melhor animação, olha, não há justiça possível na terra. História envolvente, muito cativante. Uma das melhores animações que já vi.
Vou parecer uma criançona frágil e uma romântica incorrigível, típica mulher do século XIX, mas confesso: choro sempre que assisto. É meu filme Disney favorito EVER [eu tinha em VHS o/]. Minha princesa Disney favorita EVER. <3
Não é apenas uma história de amor. É, sobretudo, uma lição sobre o julgamento pela aparência e sobre mudança de percepção quando se enxerga o outro pelo que ele é, não por aquilo que ele aparenta ser. O pessoal que tanto critica a Disney não faz ideia do quanto Bella foi minha inspiração na infância. É minha heroína Disney. A Bella é destemida, forte, decidida [ e estamos falando de um filme de 1991].
Quando li alguns comentários simplistas fazendo comparações com Síndrome de Estocolmo, eu fiquei: como assim? Esse pessoal viu o mesmo filme que eu? Leu a mesma história? Porque essa ideia não é só anacrônica [estamos falando de um conto que remete ao século XVIII, um clássico dos contos franceses, e foi escrito por uma mulher].
Ainda que a Disney não seja totalmente fiel ao tradicional conto de fadas francês [teve que atenuar a história para uma linguagem própria para as crianças], é inegável que a essência do clássico escrito por Gabrielle-Suzanne Barbot, a dama de Villeneuve, é sentida no filme. Essa ideia de Síndrome de Estocolmo é absurda e incoerente com o contexto, com a história em si. Mas enfim, às vezes o pessoal pira na problematização e é bom a gente apenas ignorar estes discursos absurdos, típico de quem não sabe sobre o que fala.
Ainda sobre o filme: a música é maravilhosa: ♪♫ Tale as old as time True as it can be Barely even friends Then somebody bends Unexpectedly...Just a little change Small, to say the least Both a little scared Neither one prepared Beauty and the Beast ♪♫♥
Espero que o remake não estrague um dos meus contos favoritos. u.u
Já temos a segunda injustiça do Oscar deste ano. Além de Amy Adams não concorrer na categoria melhor atriz [e esse prêmio era dela, quem assistiu Arrival sabe do que falo], temos outra injustiça: o filme Silence, de Martin Scorsese. Assisti o filme hoje e, veja bem, esse filme deveria concorrer não só como fotografia [que é belíssima, por sinal], mas direção e também melhor filme. Muita coisa no filme perturba, e aqui eu tiro meu chapéu para o excelente trabalho de direção do Scorsese. Scorsese peca ao romantizar esses chamados mártires religiosos. Sabemos que esses missionários não buscavam salvar almas, mas expandir a cultura europeia. Não foi diferente no Japão do século XVII. Fora esta romantização do diretor, o filme é lindo visualmente, com uma história que nos faz refletir. Ainda que tenha um ritmo vagaroso para os padrões atuais, onde tudo é rápido, sem intensidade, o filme vale a pena. Certamente é um filme que vou querer assistir outras vezes.
Certamente, é um filme que mereceu muito sua indicação. A história do pequeno Saroo nos marca e nos comove de uma maneira ímpar. O filme é mais do que a história de um garoto em busca de suas origens, tentando encontrar sua casa.É um filme sobre esperança. A sutileza como essa história foi contada, assim como a triste realidade que evidenciamos ao longo da jornada, é algo que mexe profundamente até com aqueles menos sensíveis. O filme traz uma reflexão sobre a realidade social de um lugar onde existem 80 mil crianças perdidas: a Índia. Ainda que falhe em alguns momentos em seu roteiro, não perde a magia como esta história foi explorada, narrada. O Saroo menino é um encanto. Ao saber o significado de seu nome [e a real pronuncia], vi que tinha a ver com sua trajetória. O significado de seu nome diz muito sobre aquilo que ele enfrentou para realizar seus desejos. A fotografia e a trilha sonora são belíssimas.
Concordo que a história em si é realmente melhor do que o filme. Pontos positivos: figurino e atuações. Ponto fracos: roteiro, a trilha sonora e a direção. Há momentos que pediram profundidade, e o que vemos é algo abaixo do esperado. Não é um filme que deveria estar na categoria melhores filmes, pois não é um filme para Oscar, mas vale a pena ser visto sim. Eu substituiria Octavia Spencer e indicaria Janelle Monáe na categoria atriz coadjuvante. Ela tá bem melhor no papel. Enfim.
A Tartaruga Vermelha me conquistou. Já tem minha torcida. Como um filme sem diálogos pode nos sensibilizar tanto? Estúdios Ghibli e seu poder de contar boas histórias. Lindo, sensível. Uma animação necessária. <3
Bem, não sou especialista em mitologia dos povos da Polinésia, mas fiquei encantada pelo deslumbre visual do filme [agora vou procurar investigar um pouco mais sobre esta cultura fascinante apresentada no longa]. O filme é esteticamente lindo, isso é inegável.. A trilha sonora também é majestosa. Certamente, é um filme que garantirá bons momentos, pois a narrativa é envolvente, acompanhamos a jornada da heroína, a princesa Moana [que não se reconhece como tal], e torcemos a cada instante para que ela cumpra seu objetivo.
Dito isso, também é preciso reconhecer que o roteiro tem muitas lacunas, que o filme se torna um pouco cansativo algumas vezes, justamente por cair nos clichês do gênero. Nada que tire o brilhantismo do filme em si. Acho que Moana inaugura um momento novo na Disney [que temos acompanhado já há bastante tempo, mas aqui se solidifica as mudanças no modo de narrar do Estúdio Disney].
Enfim, é um filme simpático, que garante diversão, reflexão, mas não chega a ser a melhor animação de 2016. Mesmo assim vale sim a pena assistir. Os pontos positivos são mesmo o visual e a trilha sonora impecável.
Minha impressão sobre La La Land - que, pra variar, aqui no Brasil recebeu um dispensável subtítulo de cantando estações. Senta que lá vem textão [rs]. Contém spoiler. :)
♪♫ City of stars/ Are you shining just for me? City of stars/ There's so much that I can't see Who knows?/I felt it from the first embrace I shared with you That now our dreams/They've finally come true City of stars/Just one thing everybody wants There in the bars/And through the smokescreen of the crowded restaurants/It's love Yes, all we're looking for is love from someone else [...] ♫♪
City of Stars. Esta é a canção que embala a narrativa e, provavelmente, a grande vencedora do Oscar na categoria melhor canção. A letra da música é belíssima. A voz do Ryan cantando essa música é qualquer coisa de sublime. La La Land é um deleite visual que nos envolve em muitos momentos, mas o filme em si não justifica suas 14 indicações.
Por isso é um filme ruim? Não, longe disso. Mas não chega a empolgar ao ponto de concorrer nessas 14 categorias. É um filme bom, fofo, bem feito, mas não chega a ser o melhor filme de 2016, muito menos um clássico do gênero no século XXI. Acredito que há um exagero em sua divulgação. O diretor, Damien Chazelle, foi bem mais feliz em Whiplash.
Não é um filme para todos os públicos. Certamente quem não curte o gênero musical não vai apreciar os 128 minutos do longa. Aqueles que, assim como eu, amam o gênero musical ficarão com a sensação que faltou alguma coisa. O filme deixa a desejar em muitos momentos, por isso, nossa não identificação com aquilo que é apresentado. Mas vamos ao filme para entender o que há de positivo e o que há de negativo em sua narrativa.
O filme narra a história de Mia, uma jovem barista aspirante à atriz [vivida por Emma Stone], e Sebatian, um talentoso músico aficionado por jazz. O filme é contado em 5 atos. Cada ato representa uma estação do ano,
sendo que seu último ato acontece no inverno, uma aproximação [e também uma síntese] daquilo que vemos no momento inicial da trama [que se inicia no inverno, por isso a repetição].
Logo de início, fica claro o tom exagerado do longa. Há um maravilhoso plano sequência que nos envolve por sua grandeza visual, mas peca pela pieguice da música. Acho a cena inicial dispensável, mas entendo a escolha do diretor. Não há uma escolha fácil quando falamos de um filme que se mostra uma homenagem ao gênero musical.
Ao longo da narrativa, sobretudo nas cenas que acontecem na primavera e no verão, esse exagero é uma constante. São nestes momentos que temos os melhores planos, as melhores imagens e tudo aquilo que nos remete aos clássicos do gênero. As referências aos grandes musicais são percebidas em vários momentos. Temos referências aos belíssimos Cantando na Chuva e Amor Sublime Amor, para citar alguns. Assim como há uma clara inspiração do cinema francês, notadamente, em sua vertente da Nouvelle Vague, dos anos 1960. Há referências aos clássicos protagonizados por Fred Astaire e Ginger Rogers - a cena do sapateado é um deles [vide imagem].
Pontos positivos:
A fotografia, o figurino e a direção são um show à parte. A atuação de Ryan Gosling é impecável. Ele nos convence que ninguém seria mais adequado para o papel de Sebastian. E é justamente a história de Sebastian que nos encanta.
A cena final, aquele olhar do ator demonstrando o lamento por tudo aquilo que poderia ter acontecido se sua escolha tivesse sido diferente, é devastadora.
Para mim, as cenas do Ryan me emocionaram muito mais do que as cenas da Emma.
Pontos negativos:
Apesar de seu brilhantismo, o filme é decepcionante em vários momentos. As músicas do longa estão longe de fazer jus ao gênero musical. Com exceção de City of Stars. O roteiro é fraco. Apesar dos atores terem uma grande química, a atuação da Emma não me convenceu. Não vejo sentido em sua indicação na categoria melhor atriz, ainda que compreenda os elogios à atriz. Ela se esforça, ainda que não convença como Mia. Aqui, fica claro que talvez uma atriz como Anne Hathaway correspondesse melhor às expectativas em torno da personagem, sobretudo, na cena da audição que ela canta aquela belíssima canção.
Outro fator negativo do filme é que em muitos momentos as cenas que pediam uma certa densidade foram tratadas num tom leve, incoerente com aquilo que víamos. O filme também fica bem arrastado, justamente, por ter cenas dispensáveis ao enredo. Algumas reflexões que surgiram a partir do filme: Até onde você iria para realizar seu sonho? Se você pudesse refazer sua história suas escolhas seriam as mesmas ou seriam diferentes?
Apesar de não ser tudo o que poderia, é um filme que merece sim ser visto e apreciado por aquilo que apresenta visualmente. É encantador, tal como a canção tema.
Meu coração paralisou na cena final. Que filmaço. Para qualquer fã de Star Wars ficar satisfeito. Estou em êxtase. MARAVILHOSO! Melhor filme de 2016! <3
Uma linda homenagem à Carrie Fisher, nossa eterna Princesa Leia Organa/ General Leia Organa. <3 <3 <3
O roteiro é o mais clichê da temática lésbica no cinema, mesmo assim nos envolve por ser uma história de amor piegas, como são todas as boas histórias de amor desde Romeu e Julieta. Ainda que o filme peque em técnica, encanta pelo realismo.
Aqui, temos uma história baseada em fatos reais: a história de Nicole Conn, a diretora e roteirista do filme, e de sua parceira, Marina Rice Bader. No longa, Elena e Peyton.
É um filme que provoca muitas sensações. Desejo, sobretudo, de um final feliz para o romance. Nos mostra que o amor pode sim ser piegas e avassalador. Nos tirar do nosso lugar de acomodação.
E que mulher incrível é Elena. A Traci é um uma mulher espetacular. A química entre as duas convence muito.
Não é um filme para todos os públicos [e não agradará a todos], mas certamente é um filme obrigatório para quem ainda quer acreditar num amor daqueles dos contos de fada. Vale a pena.
Ainda estou me recuperando de tudo que vi no cinema. Que filme maravilhoso é esse? Valeu muito a espera. Cheio de referências. Muitas referências. Filme feito para fãs. Como admiradora confessa do homem morcego, do homem de aço e da mulher maravilha, só tenho uma coisa a dizer: Ben Affleck, você nasceu para ser o Batman. Você está perdoado!
Depois faço uma análise mais fria do filme. Por hora, estou aplaudindo de pé este espetáculo!
Vale pela lembrança dos anos 90 com alguns sucessos da banda que representou toda uma geração de adolescentes da época, mas como documentário não chega a impactar. Para quem é fã [ e eu cresci ouvindo boa parte destas músicas], e dançou alguns destes hits, acho que será interessante todas as histórias da vida pessoal de cada um dos integrantes da banda da forma como é contada, os desafios e superação que cada um viveu antes da formação original do grupo, durante e no auge do sucesso no lançamento do álbum Millennium em 1999.
Como entendo que o objetivo do produto é muito mais como um recorte memorialístico da banda para fãs, creio que o documentário em si cumpre seu propósito.
"O teu orgulho é o teu fracasso, Medéia. E o teu orgulho é o teu sucesso Jasão..." [...] "Minha fraqueza e cegueira me fizeram encorajar sua vaidade."
Tragédia grega adaptada para o cinema por ninguém menos que o mestre Lars Von Trier. Só poderia ser uma bela obra [sobre uma das minhas peças favoritas]. Eurípedes ficaria orgulhoso.
Muito amor envolvido por este filme por motivos de: Elizabeth Taylor [ rainha, <3 ], o gato Paul Newman <3, e este roteiro genial. Uma aula de interpretação e diálogos memoráveis! Eis um clássico! Lembra um pouco o outro maravilhoso clássico, Quem tem Medo de Virginia Woolf?, com Elizabeth Taylor em sua melhor performance. Mais que indicado. É obrigatório para qualquer cinéfilo.
Tennessee Willliams é a prova viva que ainda há esperanças para humanidade! Gênio!
Não é meu gênero de filme [gosto do estilo Batman, Superman etc], mas é extremamente divertido. Garantia de boas risadas. Não li a HQ, mas o filme deve agradar aos amantes [que leram a] da história original.
Escolhi achando que era mais uma comédia romântica com temática LGBT estilo fofura, tipo o filme Imagine Eu e Você com Lena Headey. Ledo engano. É drama familiar. O conflito da família de Jenny e a aceitação sobre sua escolha afetiva.
Quem liga pra o clichê dos filmes americanos se a família tradicional brasileira entrará em fase de extinção a cada vez que forem produzidos filmes ou novelas com temática LGBT? [risada irônica].
Roteiro fraco? Sim. Em compensação, tem uma trilha sonora cativante [Blondie ♥]. O ponto forte do filme, aliás. Uma ótima síntese dos anos 80. A personagem do Richard Gere, um prostituto de luxo, é extremamente babaca: misógino e homofóbico. Em contraponto, Richard Gere nunca esteve tão lindo. Absurdamente lindo. Só por ele o filme já vale muito a pena.
É uma obra memorável pelo seu valor histórico e artístico. Entendo muitos comentários aqui na página que classificam não só a obra em si, mas o próprio diretor D.W. Griffith como racista [s]. Sei que é uma leitura muito particular da obra e eu não julgo quem assim classifica diretor e filme.
Antes de assistir este filme é preciso ter em mente que a obra é uma adaptação cinematográfica de uma obra literária. Nesta obra, “The Clansman" ( escrita e publicada em 1905, de Thomas F. Dixon), temos uma visão romantizada de um dos períodos mais obscuros da história norte americana: a Guerra de Secessão norte-americana (1861-1865) ou a Guerra Civil Americana. Sem este entendimento, de fato, o sentido desta obra acaba recaindo neste anacronismo expresso em muitos comentários que descontextualiza a obra e direciona para ela algo que não era fruto de seu tempo. Ao menos, não do contexto da narrativa ou de quando ela foi exibida.
Em 1915, quando foi exibido o filme, o mundo atravessava um momento difícil. Era o momento da I Guerra Mundial que inicia em 1914, portanto, um ano antes da exibição do longa, e só termina em 1918. O cinema, em particular, ainda não era o grande refúgio da classe média norte americana. Assistir filme era um luxo para poucos. Sabendo estas informações, então, fica fácil compreender o fascínio que este filme exerce não só para os amantes do cinema, mas para os cientistas da área de humanas como historiadores, por exemplo, compreendendo que aquilo que resplandece no filme como as várias técnicas inovadoras, a maneira de narrar a história, assim como a própria imagem e mentalidade que retrata sujeitos históricos deste recorte são frutos de seu tempo.
Para o nosso olhar de hoje o blackface, a maneira caricaturada com que homens negros e mulheres negras são exibidos na tela, de fato, é uma apresentação clara de racismo. A nossa compreensão de mundo é outra, por isso nosso olhar sobre esta representação é de abjeção, ojeriza, desaprovação. Mas nós somos fruto de uma educação pautada na intolerância a qualquer forma de preconceito. No início do século XX isso era incomum. É só lembrarmos que as ideias raciais do século XIX ainda tinham adeptos em vários setores da sociedade. A ideia de que o negro era um ser inferior e deveria ser subjugado pelo homem branco não era um pensamento exclusivo do homem branco norte americano deste período (século XIX e início do século XX - contexto da narrativa do longa e o momento em que esta narrativa foi exibida nos cinemas).
É incompreensivo atribuir ao diretor o título de racista quando o que vemos na tela é uma apresentação narrativa linear de algo que ele ouviu dizer, no caso, também leu a respeito. Ele não procurou problematizar estes estereótipos ou as ideias equivocadas de sua época sobre o homem negro ou a mulher negra? Sim, infelizmente. Mas a visão apresentada no longa era justamente a mentalidade da época. Para nós, para nossa geração é difícil compreender que esta mentalidade tinha validação social. Mas era o senso comum desse contexto histórico. Admitir isso não é concordar com este pensamento, mas compreender o momento histórico com o qual lidamos. Uma pena que muitos se neguem o prazer de ver um clássico do cinema que influenciou muita gente bacana que tantos admiram hoje como Chaplin, fã confesso do diretor, apenas por perceber no filme as limitações de seu tempo, não observando o espaço que temos hoje para problematizar, questionar, refletir sobre tudo o que é apresentado. E, sobretudo, compreender e situar a obra em seu próprio tempo.
Para os amantes da história, notadamente da sétima arte, O Nascimento de uma Nação é o marco do cinema moderno. Pioneiro em recursos de montagem, construção narrativa, inovação nos planos, recursos visuais etc. Nesta época, uma outra característica muito forte era a necessidade dos norte-americanos de reescreverem sua história (assim como aconteceu no Brasil no início do século XX), portanto, a compreensão sobre o papel do negro e dos imigrantes na construção da nação americana [ cito como referência o livro do historiador britânico Eric Hobsbawm "Nações e Nacionalismos"] para compreender, inclusive, este sentimento de nação, a ideia de nacionalismo como é construída ao longo do século XIX e fortalecida posteriormente [o modelo segregacionista, o nazismo, fascismo, etc].
Enfim, para não escrever além do que já afirmei: é um filme importante na história do cinema. É impactante por tudo aquilo que ele representa.
Obrigatório para qualquer fã do gênio Kurt Cobain, ainda que peque pelas lacunas estrategicamente deixadas no documentário, justamente por ser um ponto de vista familiar sobre o filho, marido, pai e amigo - e sim, sou suspeita ao falar isso já que sou fã do trabalho dele. O Nirvana é uma das minhas bandas favoritas. Que me acompanhou em minha trajetória difícil na adolescência. Algumas informações que conhecemos na leitura de Mais Pesado Que O Céu, ou 'Heavier Than Heaven' no título original, escrita por Charles R. Cross, por exemplo, aqui foram trabalhadas com mais profundidade, outras foram negligenciadas. Mesmo assim, não deixa de ser um primor adentrar em alguns detalhes da intimidade deste que, para mim, foi um dos maiores nomes do rock.
Há tempos que não assistia um filme tão bem feito. Vem Oscar por aí. Lindo, delicado e encantador. Atuações poderosas. Rooney Mara e Cate Blanchett estão impecáveis. Já se tornou um dos meus filmes favoritos.
Não é um filme para todos os públicos.Com certeza, aqueles que estão acostumados com ritmos mais frenéticos vão achar insuportáveis os 20 primeiros minutos do longa.A atuação da Binoche é um dos grandes trunfos do filme.A fotografia é incrível.Os diálogos são intensos, a narrativa é interessante.É preciso dizer que o roteiro é brilhante, mas faltou alguma coisa para me cativar.
O filme serve ao mesmo tempo como uma denuncia a um problema ainda não resolvido na Irlanda (onde se passa boa parte da história), e também à religião, quando denuncia a hipocrisia das freiras do convento em que vivia a pobre Philomena Lee. É tocante o desenrolar da narrativa.Caminhamos juntos a protagonista, atentos aos detalhes, na esperança que seu sofrimento seja diluído de algum modo.Até mesmo o cinismo do jornalista cético, Martin Sixmith, nos submete a uma reflexão profunda sobre a vida, o amor, a fé, e outras questões que fazem parte da nossa existência humana, quando nos indaga: qual o limite do perdão? Qual o limite do amor? Qual o limite da fé? A religião é realmente necessária para que sejamos pessoas melhores?
O longa é baseado em uma história real, para tanto conta o drama de uma jovem que foi separada do filho quando vivia num convento na Irlanda. Neste lugar, as freiras vendiam para a adoção as crianças sem o consentimento das mães, ainda as forçavam a trabalhar em um regime servil, para pagarem sua “dívida” com as freiras que as acolhiam.
Marcante o momento em que Philomena encontra o ex companheiro de seu filho, e este mostra o vídeo caseiro feito em homenagem ao jovem Anthony Lee.Impossível não se emocionar quando ela, Philomena, volta ao convento e finalmente encontra alento para seu desespero.Diante do túmulo de seu filho, agora ela realmente entende a importância da revelação daquela história, para que o mundo saiba o que aconteceu não só com ela, mas com todas as mulheres vítimas desta violência
Para além do brilhante roteiro, temos uma excelente atuação da Judi Dench. Uma história envolvente com um final emocionante.
Kubo e as Cordas Mágicas
4.2 635 Assista AgoraSe Kubo não ganhar na categoria melhor animação, olha, não há justiça possível na terra. História envolvente, muito cativante. Uma das melhores animações que já vi.
Nota: 4,5/5
A Bela e a Fera
4.1 1,1K Assista AgoraÉ muita nostalgia. <3
Vou parecer uma criançona frágil e uma romântica incorrigível, típica mulher do século XIX, mas confesso: choro sempre que assisto. É meu filme Disney favorito EVER [eu tinha em VHS o/]. Minha princesa Disney favorita EVER. <3
Não é apenas uma história de amor. É, sobretudo, uma lição sobre o julgamento pela aparência e sobre mudança de percepção quando se enxerga o outro pelo que ele é, não por aquilo que ele aparenta ser. O pessoal que tanto critica a Disney não faz ideia do quanto Bella foi minha inspiração na infância. É minha heroína Disney. A Bella é destemida, forte, decidida [ e estamos falando de um filme de 1991].
Quando li alguns comentários simplistas fazendo comparações com Síndrome de Estocolmo, eu fiquei: como assim? Esse pessoal viu o mesmo filme que eu? Leu a mesma história? Porque essa ideia não é só anacrônica [estamos falando de um conto que remete ao século XVIII, um clássico dos contos franceses, e foi escrito por uma mulher].
Ainda que a Disney não seja totalmente fiel ao tradicional conto de fadas francês [teve que atenuar a história para uma linguagem própria para as crianças], é inegável que a essência do clássico escrito por Gabrielle-Suzanne Barbot, a dama de Villeneuve, é sentida no filme. Essa ideia de Síndrome de Estocolmo é absurda e incoerente com o contexto, com a história em si. Mas enfim, às vezes o pessoal pira na problematização e é bom a gente apenas ignorar estes discursos absurdos, típico de quem não sabe sobre o que fala.
Ainda sobre o filme: a música é maravilhosa:
♪♫ Tale as old as time
True as it can be
Barely even friends
Then somebody bends
Unexpectedly...Just a little change
Small, to say the least
Both a little scared
Neither one prepared
Beauty and the Beast ♪♫♥
Espero que o remake não estrague um dos meus contos favoritos. u.u
Moonlight: Sob a Luz do Luar
4.1 2,4K Assista AgoraMoonlight merece o Oscar de melhor filme. É poético. Sensível. Lindo. <3
Silêncio
3.8 576Já temos a segunda injustiça do Oscar deste ano. Além de Amy Adams não concorrer na categoria melhor atriz [e esse prêmio era dela, quem assistiu Arrival sabe do que falo], temos outra injustiça: o filme Silence, de Martin Scorsese.
Assisti o filme hoje e, veja bem, esse filme deveria concorrer não só como fotografia [que é belíssima, por sinal], mas direção e também melhor filme.
Muita coisa no filme perturba, e aqui eu tiro meu chapéu para o excelente trabalho de direção do Scorsese. Scorsese peca ao romantizar esses chamados mártires religiosos. Sabemos que esses missionários não buscavam salvar almas, mas expandir a cultura europeia. Não foi diferente no Japão do século XVII. Fora esta romantização do diretor, o filme é lindo visualmente, com uma história que nos faz refletir. Ainda que tenha um ritmo vagaroso para os padrões atuais, onde tudo é rápido, sem intensidade, o filme vale a pena.
Certamente é um filme que vou querer assistir outras vezes.
Lion: Uma Jornada para Casa
4.3 1,9K Assista AgoraCertamente, é um filme que mereceu muito sua indicação. A história do pequeno Saroo nos marca e nos comove de uma maneira ímpar. O filme é mais do que a história de um garoto em busca de suas origens, tentando encontrar sua casa.É um filme sobre esperança. A sutileza como essa história foi contada, assim como a triste realidade que evidenciamos ao longo da jornada, é algo que mexe profundamente até com aqueles menos sensíveis. O filme traz uma reflexão sobre a realidade social de um lugar onde existem 80 mil crianças perdidas: a Índia. Ainda que falhe em alguns momentos em seu roteiro, não perde a magia como esta história foi explorada, narrada. O Saroo menino é um encanto. Ao saber o significado de seu nome [e a real pronuncia], vi que tinha a ver com sua trajetória. O significado de seu nome diz muito sobre aquilo que ele enfrentou para realizar seus desejos. A fotografia e a trilha sonora são belíssimas.
Nota: 4/5
Estrelas Além do Tempo
4.3 1,5K Assista AgoraConcordo que a história em si é realmente melhor do que o filme. Pontos positivos: figurino e atuações. Ponto fracos: roteiro, a trilha sonora e a direção. Há momentos que pediram profundidade, e o que vemos é algo abaixo do esperado. Não é um filme que deveria estar na categoria melhores filmes, pois não é um filme para Oscar, mas vale a pena ser visto sim. Eu substituiria Octavia Spencer e indicaria Janelle Monáe na categoria atriz coadjuvante. Ela tá bem melhor no papel. Enfim.
Nota: 3/5
A Tartaruga Vermelha
4.1 392 Assista AgoraA Tartaruga Vermelha me conquistou. Já tem minha torcida. Como um filme sem diálogos pode nos sensibilizar tanto? Estúdios Ghibli e seu poder de contar boas histórias. Lindo, sensível. Uma animação necessária. <3
Moana: Um Mar de Aventuras
4.1 1,5KBem, não sou especialista em mitologia dos povos da Polinésia, mas fiquei encantada pelo deslumbre visual do filme [agora vou procurar investigar um pouco mais sobre esta cultura fascinante apresentada no longa]. O filme é esteticamente lindo, isso é inegável.. A trilha sonora também é majestosa. Certamente, é um filme que garantirá bons momentos, pois a narrativa é envolvente, acompanhamos a jornada da heroína, a princesa Moana [que não se reconhece como tal], e torcemos a cada instante para que ela cumpra seu objetivo.
Dito isso, também é preciso reconhecer que o roteiro tem muitas lacunas, que o filme se torna um pouco cansativo algumas vezes, justamente por cair nos clichês do gênero. Nada que tire o brilhantismo do filme em si. Acho que Moana inaugura um momento novo na Disney [que temos acompanhado já há bastante tempo, mas aqui se solidifica as mudanças no modo de narrar do Estúdio Disney].
Enfim, é um filme simpático, que garante diversão, reflexão, mas não chega a ser a melhor animação de 2016. Mesmo assim vale sim a pena assistir. Os pontos positivos são mesmo o visual e a trilha sonora impecável.
Nota: 3,5/5
La La Land: Cantando Estações
4.1 3,6K Assista AgoraMinha impressão sobre La La Land - que, pra variar, aqui no Brasil recebeu um dispensável subtítulo de cantando estações. Senta que lá vem textão [rs]. Contém spoiler. :)
♪♫ City of stars/ Are you shining just for me?
City of stars/ There's so much that I can't see
Who knows?/I felt it from the first embrace I shared with you
That now our dreams/They've finally come true
City of stars/Just one thing everybody wants
There in the bars/And through the smokescreen of the crowded restaurants/It's love
Yes, all we're looking for is love from someone else [...] ♫♪
City of Stars. Esta é a canção que embala a narrativa e, provavelmente, a grande vencedora do Oscar na categoria melhor canção. A letra da música é belíssima. A voz do Ryan cantando essa música é qualquer coisa de sublime. La La Land é um deleite visual que nos envolve em muitos momentos, mas o filme em si não justifica suas 14 indicações.
Por isso é um filme ruim? Não, longe disso. Mas não chega a empolgar ao ponto de concorrer nessas 14 categorias. É um filme bom, fofo, bem feito, mas não chega a ser o melhor filme de 2016, muito menos um clássico do gênero no século XXI. Acredito que há um exagero em sua divulgação. O diretor, Damien Chazelle, foi bem mais feliz em Whiplash.
Não é um filme para todos os públicos. Certamente quem não curte o gênero musical não vai apreciar os 128 minutos do longa. Aqueles que, assim como eu, amam o gênero musical ficarão com a sensação que faltou alguma coisa. O filme deixa a desejar em muitos momentos, por isso, nossa não identificação com aquilo que é apresentado.
Mas vamos ao filme para entender o que há de positivo e o que há de negativo em sua narrativa.
O filme narra a história de Mia, uma jovem barista aspirante à atriz [vivida por Emma Stone], e Sebatian, um talentoso músico aficionado por jazz. O filme é contado em 5 atos. Cada ato representa uma estação do ano,
sendo que seu último ato acontece no inverno, uma aproximação [e também uma síntese] daquilo que vemos no momento inicial da trama [que se inicia no inverno, por isso a repetição].
Logo de início, fica claro o tom exagerado do longa. Há um maravilhoso plano sequência que nos envolve por sua grandeza visual, mas peca pela pieguice da música. Acho a cena inicial dispensável, mas entendo a escolha do diretor. Não há uma escolha fácil quando falamos de um filme que se mostra uma homenagem ao gênero musical.
Ao longo da narrativa, sobretudo nas cenas que acontecem na primavera e no verão, esse exagero é uma constante. São nestes momentos que temos os melhores planos, as melhores imagens e tudo aquilo que nos remete aos clássicos do gênero. As referências aos grandes musicais são percebidas em vários momentos. Temos referências aos belíssimos Cantando na Chuva e Amor Sublime Amor, para citar alguns. Assim como há uma clara inspiração do cinema francês, notadamente, em sua vertente da Nouvelle Vague, dos anos 1960. Há referências aos clássicos protagonizados por Fred Astaire e Ginger Rogers - a cena do sapateado é um deles [vide imagem].
Pontos positivos:
A fotografia, o figurino e a direção são um show à parte. A atuação de Ryan Gosling é impecável. Ele nos convence que ninguém seria mais adequado para o papel de Sebastian. E é justamente a história de Sebastian que nos encanta.
A cena final, aquele olhar do ator demonstrando o lamento por tudo aquilo que poderia ter acontecido se sua escolha tivesse sido diferente, é devastadora.
Pontos negativos:
Apesar de seu brilhantismo, o filme é decepcionante em vários momentos. As músicas do longa estão longe de fazer jus ao gênero musical. Com exceção de City of Stars. O roteiro é fraco. Apesar dos atores terem uma grande química, a atuação da Emma não me convenceu. Não vejo sentido em sua indicação na categoria melhor atriz, ainda que compreenda os elogios à atriz. Ela se esforça, ainda que não convença como Mia. Aqui, fica claro que talvez uma atriz como Anne Hathaway correspondesse melhor às expectativas em torno da personagem, sobretudo, na cena da audição que ela canta aquela belíssima canção.
Outro fator negativo do filme é que em muitos momentos as cenas que pediam uma certa densidade foram tratadas num tom leve, incoerente com aquilo que víamos. O filme também fica bem arrastado, justamente, por ter cenas dispensáveis ao enredo. Algumas reflexões que surgiram a partir do filme: Até onde você iria para realizar seu sonho? Se você pudesse refazer sua história suas escolhas seriam as mesmas ou seriam diferentes?
Apesar de não ser tudo o que poderia, é um filme que merece sim ser visto e apreciado por aquilo que apresenta visualmente. É encantador, tal como a canção tema.
Nota 7.8/10.
Rogue One: Uma História Star Wars
4.2 1,7K Assista AgoraMeu coração paralisou na cena final. Que filmaço. Para qualquer fã de Star Wars ficar satisfeito. Estou em êxtase. MARAVILHOSO!
Melhor filme de 2016! <3
Uma linda homenagem à Carrie Fisher, nossa eterna Princesa Leia Organa/ General Leia Organa. <3 <3 <3
Elena Undone
3.5 278O roteiro é o mais clichê da temática lésbica no cinema, mesmo assim nos envolve por ser uma história de amor piegas, como são todas as boas histórias de amor desde Romeu e Julieta. Ainda que o filme peque em técnica, encanta pelo realismo.
Aqui, temos uma história baseada em fatos reais: a história de Nicole Conn, a diretora e roteirista do filme, e de sua parceira, Marina Rice Bader. No longa, Elena e Peyton.
É um filme que provoca muitas sensações. Desejo, sobretudo, de um final feliz para o romance. Nos mostra que o amor pode sim ser piegas e avassalador. Nos tirar do nosso lugar de acomodação.
E que mulher incrível é Elena. A Traci é um uma mulher espetacular. A química entre as duas convence muito.
Não é um filme para todos os públicos [e não agradará a todos], mas certamente é um filme obrigatório para quem ainda quer acreditar num amor daqueles dos contos de fada. Vale a pena.
Batman vs Superman - A Origem da Justiça
3.4 5,0K Assista AgoraAinda estou me recuperando de tudo que vi no cinema. Que filme maravilhoso é esse? Valeu muito a espera. Cheio de referências. Muitas referências. Filme feito para fãs. Como admiradora confessa do homem morcego, do homem de aço e da mulher maravilha, só tenho uma coisa a dizer: Ben Affleck, você nasceu para ser o Batman. Você está perdoado!
Depois faço uma análise mais fria do filme. Por hora, estou aplaudindo de pé este espetáculo!
Mulher Maravilha, já estou ansiosa. <3
Backstreet Boys: Show 'Em What You're Made Of
4.3 65Vale pela lembrança dos anos 90 com alguns sucessos da banda que representou toda uma geração de adolescentes da época, mas como documentário não chega a impactar. Para quem é fã [ e eu cresci ouvindo boa parte destas músicas], e dançou alguns destes hits, acho que será interessante todas as histórias da vida pessoal de cada um dos integrantes da banda da forma como é contada, os desafios e superação que cada um viveu antes da formação original do grupo, durante e no auge do sucesso no lançamento do álbum Millennium em 1999.
Como entendo que o objetivo do produto é muito mais como um recorte memorialístico da banda para fãs, creio que o documentário em si cumpre seu propósito.
Medéia
3.8 74"O teu orgulho é o teu fracasso, Medéia.
E o teu orgulho é o teu sucesso Jasão..."
[...] "Minha fraqueza e cegueira me fizeram encorajar sua vaidade."
Tragédia grega adaptada para o cinema por ninguém menos que o mestre Lars Von Trier. Só poderia ser uma bela obra [sobre uma das minhas peças favoritas]. Eurípedes ficaria orgulhoso.
Um Beijo Roubado
3.5 605 Assista AgoraO filme é ruim. Um poderoso sonífero. A única coisa que salva é a trilha sonora. Ah, e Norah Jones, claro. <3
Gata em Teto de Zinco Quente
4.1 207 Assista AgoraMuito amor envolvido por este filme por motivos de: Elizabeth Taylor [ rainha, <3 ], o gato Paul Newman <3, e este roteiro genial.
Uma aula de interpretação e diálogos memoráveis! Eis um clássico!
Lembra um pouco o outro maravilhoso clássico, Quem tem Medo de Virginia Woolf?, com Elizabeth Taylor em sua melhor performance. Mais que indicado. É obrigatório para qualquer cinéfilo.
Tennessee Willliams é a prova viva que ainda há esperanças para humanidade! Gênio!
Deadpool
4.0 3,0K Assista AgoraNão é meu gênero de filme [gosto do estilo Batman, Superman etc], mas é extremamente divertido. Garantia de boas risadas. Não li a HQ, mas o filme deve agradar aos amantes [que leram a] da história original.
Casamento de Verdade
3.2 203 Assista grátisEscolhi achando que era mais uma comédia romântica com temática LGBT estilo fofura, tipo o filme Imagine Eu e Você com Lena Headey. Ledo engano. É drama familiar. O conflito da família de Jenny e a aceitação sobre sua escolha afetiva.
Quem liga pra o clichê dos filmes americanos se a família tradicional brasileira entrará em fase de extinção a cada vez que forem produzidos filmes ou novelas com temática LGBT? [risada irônica].
Drama. Drama. Drama.
Gigolô Americano
3.2 66 Assista AgoraRoteiro fraco? Sim. Em compensação, tem uma trilha sonora cativante [Blondie ♥]. O ponto forte do filme, aliás. Uma ótima síntese dos anos 80.
A personagem do Richard Gere, um prostituto de luxo, é extremamente babaca: misógino e homofóbico. Em contraponto, Richard Gere nunca esteve tão lindo. Absurdamente lindo. Só por ele o filme já vale muito a pena.
O Nascimento de uma Nação
3.0 230É uma obra memorável pelo seu valor histórico e artístico. Entendo muitos comentários aqui na página que classificam não só a obra em si, mas o próprio diretor D.W. Griffith como racista [s]. Sei que é uma leitura muito particular da obra e eu não julgo quem assim classifica diretor e filme.
Antes de assistir este filme é preciso ter em mente que a obra é uma adaptação cinematográfica de uma obra literária. Nesta obra, “The Clansman" ( escrita e publicada em 1905, de Thomas F. Dixon), temos uma visão romantizada de um dos períodos mais obscuros da história norte americana: a Guerra de Secessão norte-americana (1861-1865) ou a Guerra Civil Americana. Sem este entendimento, de fato, o sentido desta obra acaba recaindo neste anacronismo expresso em muitos comentários que descontextualiza a obra e direciona para ela algo que não era fruto de seu tempo. Ao menos, não do contexto da narrativa ou de quando ela foi exibida.
Em 1915, quando foi exibido o filme, o mundo atravessava um momento difícil. Era o momento da I Guerra Mundial que inicia em 1914, portanto, um ano antes da exibição do longa, e só termina em 1918. O cinema, em particular, ainda não era o grande refúgio da classe média norte americana. Assistir filme era um luxo para poucos. Sabendo estas informações, então, fica fácil compreender o fascínio que este filme exerce não só para os amantes do cinema, mas para os cientistas da área de humanas como historiadores, por exemplo, compreendendo que aquilo que resplandece no filme como as várias técnicas inovadoras, a maneira de narrar a história, assim como a própria imagem e mentalidade que retrata sujeitos históricos deste recorte são frutos de seu tempo.
Para o nosso olhar de hoje o blackface, a maneira caricaturada com que homens negros e mulheres negras são exibidos na tela, de fato, é uma apresentação clara de racismo. A nossa compreensão de mundo é outra, por isso nosso olhar sobre esta representação é de abjeção, ojeriza, desaprovação. Mas nós somos fruto de uma educação pautada na intolerância a qualquer forma de preconceito. No início do século XX isso era incomum. É só lembrarmos que as ideias raciais do século XIX ainda tinham adeptos em vários setores da sociedade. A ideia de que o negro era um ser inferior e deveria ser subjugado pelo homem branco não era um pensamento exclusivo do homem branco norte americano deste período (século XIX e início do século XX - contexto da narrativa do longa e o momento em que esta narrativa foi exibida nos cinemas).
É incompreensivo atribuir ao diretor o título de racista quando o que vemos na tela é uma apresentação narrativa linear de algo que ele ouviu dizer, no caso, também leu a respeito. Ele não procurou problematizar estes estereótipos ou as ideias equivocadas de sua época sobre o homem negro ou a mulher negra? Sim, infelizmente. Mas a visão apresentada no longa era justamente a mentalidade da época. Para nós, para nossa geração é difícil compreender que esta mentalidade tinha validação social. Mas era o senso comum desse contexto histórico. Admitir isso não é concordar com este pensamento, mas compreender o momento histórico com o qual lidamos. Uma pena que muitos se neguem o prazer de ver um clássico do cinema que influenciou muita gente bacana que tantos admiram hoje como Chaplin, fã confesso do diretor, apenas por perceber no filme as limitações de seu tempo, não observando o espaço que temos hoje para problematizar, questionar, refletir sobre tudo o que é apresentado. E, sobretudo, compreender e situar a obra em seu próprio tempo.
Para os amantes da história, notadamente da sétima arte, O Nascimento de uma Nação é o marco do cinema moderno. Pioneiro em recursos de montagem, construção narrativa, inovação nos planos, recursos visuais etc. Nesta época, uma outra característica muito forte era a necessidade dos norte-americanos de reescreverem sua história (assim como aconteceu no Brasil no início do século XX), portanto, a compreensão sobre o papel do negro e dos imigrantes na construção da nação americana [ cito como referência o livro do historiador britânico Eric Hobsbawm "Nações e Nacionalismos"] para compreender, inclusive, este sentimento de nação, a ideia de nacionalismo como é construída ao longo do século XIX e fortalecida posteriormente [o modelo segregacionista, o nazismo, fascismo, etc].
Enfim, para não escrever além do que já afirmei: é um filme importante na história do cinema. É impactante por tudo aquilo que ele representa.
Cobain: Montage of Heck
4.2 344 Assista AgoraObrigatório para qualquer fã do gênio Kurt Cobain, ainda que peque pelas lacunas estrategicamente deixadas no documentário, justamente por ser um ponto de vista familiar sobre o filho, marido, pai e amigo - e sim, sou suspeita ao falar isso já que sou fã do trabalho dele. O Nirvana é uma das minhas bandas favoritas. Que me acompanhou em minha trajetória difícil na adolescência.
Algumas informações que conhecemos na leitura de Mais Pesado Que O Céu, ou 'Heavier Than Heaven' no título original, escrita por Charles R. Cross, por exemplo, aqui foram trabalhadas com mais profundidade, outras foram negligenciadas. Mesmo assim, não deixa de ser um primor adentrar em alguns detalhes da intimidade deste que, para mim, foi um dos maiores nomes do rock.
Vida longa ao grunge. Vida longa ao Kurt Cobain.
Carol
3.9 1,5K Assista AgoraHá tempos que não assistia um filme tão bem feito. Vem Oscar por aí. Lindo, delicado e encantador. Atuações poderosas. Rooney Mara e Cate Blanchett estão impecáveis.
Já se tornou um dos meus filmes favoritos.
Acima das Nuvens
3.6 400Não é um filme para todos os públicos.Com certeza, aqueles que estão acostumados com ritmos mais frenéticos vão achar insuportáveis os 20 primeiros minutos do longa.A atuação da Binoche é um dos grandes trunfos do filme.A fotografia é incrível.Os diálogos são intensos, a narrativa é interessante.É preciso dizer que o roteiro é brilhante, mas faltou alguma coisa para me cativar.
Philomena
4.0 925 Assista AgoraO filme serve ao mesmo tempo como uma denuncia a um problema ainda não resolvido na Irlanda (onde se passa boa parte da história), e também à religião, quando denuncia a hipocrisia das freiras do convento em que vivia a pobre Philomena Lee.
É tocante o desenrolar da narrativa.Caminhamos juntos a protagonista, atentos aos detalhes, na esperança que seu sofrimento seja diluído de algum modo.Até mesmo o cinismo do jornalista cético, Martin Sixmith, nos submete a uma reflexão profunda sobre a vida, o amor, a fé, e outras questões que fazem parte da nossa existência humana, quando nos indaga: qual o limite do perdão? Qual o limite do amor? Qual o limite da fé? A religião é realmente necessária para que sejamos pessoas melhores?
O longa é baseado em uma história real, para tanto conta o drama de uma jovem que foi separada do filho quando vivia num convento na Irlanda. Neste lugar, as freiras vendiam para a adoção as crianças sem o consentimento das mães, ainda as forçavam a trabalhar em um regime servil, para pagarem sua “dívida” com as freiras que as acolhiam.
Marcante o momento em que Philomena encontra o ex companheiro de seu filho, e este mostra o vídeo caseiro feito em homenagem ao jovem Anthony Lee.Impossível não se emocionar quando ela, Philomena, volta ao convento e finalmente encontra alento para seu desespero.Diante do túmulo de seu filho, agora ela realmente entende a importância da revelação daquela história, para que o mundo saiba o que aconteceu não só com ela, mas com todas as mulheres vítimas desta violência
Para além do brilhante roteiro, temos uma excelente atuação da Judi Dench. Uma história envolvente com um final emocionante.