Luiza

Série excelente. Bem escrita, dirigida e atuada. Uma produção criminal sem glorificação de assassinos, mas com enfoque nos nossos fracassos enquanto sistema e sociedade. Os crimes de Dahmer não pertencem apenas a ele, houveram tantos outros cúmplices naquele apartamento, assim como suas vítimas não se limitam as que infelizmente cruzaram seu caminho.
A forma como abordaram a infância do assassino é essencial e na medida, evitando transformar o serial killer em uma vítima de sua realidade, mas entendendo que Jeffrey Dahmer era produto consciente e esclarecido do seu meio.

Ao contrário de outras produções do momento, o filme não é sobre um 'grande plano', não contém batalhas infinitas sobre bem e mal ou tem a pretensão de induzir um debate sobre quem é o vilão e quem é o bonzinho. Em Top Gun: Maverick (para mim) o foco não é o mundo externo, mas o mundo interno e a questão quase poética do desenvolvimento humano. É sobre o homem, o ser humano, que pode transcender aquilo que é quando vence a si mesmo e atinge estados maiores de união, compreensão, vencendo o medo (aspecto fundamental para seguirmos dentro dessa nossa realidade) e compreendendo o seu papel como um organizador e "capacitador" de si mesmo, ao passo em que entende que, para isso, precisamos do(s) outro(s) e daqueles que nos mostram o caminho ainda que possamos acreditar que nosso caminho já está claro, aceitando que sempre existirá alguém que nos adiciona, respeita nossas singularidades e nos ajuda na criação um grupo forte, devotado à construir algo maior.