Embora o longa trate da forma mais leve possível as opressões sofridas por essas funcionárias da NASA, qualquer telespectador que tenha o mínimo de empatia irá se sentir, no mínimo, incomodado. E arrisco dizer que mesmo os mais racistas e machistas irão sair da sessão com pensamentos mais evoluídos, já que a proposta do filme é exatamente trazer os quadros mais simplórios e grotescos dessas opressões para fazer os mais opressores refletirem sobre suas ações. Os problemas talvez apareçam pelo filme ser de época e as manifestações racistas e machistas de hoje já não serem as mesmas de antes, e isso ser usado como justificativa para dizer que o ‘mundo mudou, já não existe preconceito’. Ou, talvez, muitos encontrem problemas no personagem branco que leva crédito pelas conquistas dos negros, como é o caso do chefe do departamento de Katherine, que não faz muito mais que sua obrigação ao tomar certas medidas (deixo o mistério para quem for ver o filme!), mas que pode acabar saindo como herói pela leitura de algumas pessoas.
Talvez eu tenha sido muito influenciado pela obra original, o melhor livro que já li, escrito pelo Kazuo Ishiguro. É um bom filme, mas não passa nem aproximadamente a ideia que o Kazuo quis passar. O que Ishiguro quis passar é que o maior sentimento que um ser humano pode sentir por outro, o que chamamos de amor, vai muito além desse nome, vai muito além do tempo, muito além do sexo, da identificação. Ishiguro conseguiu colocar isso em palavras, e ao terminar de ler, eu sempre soube que seria muito difícil, praticamente impossível, colocar isso na tela. Não tiro os méritos. O Romanek tentou, e o que conseguiu foi um bom filme, nos limites de obra audiovisual. Seria injusto dizer que ele poderia ter feito melhor. Eu sinceramente não consigo imaginar uma outra adaptação do livro, porque como disse, ele é praticamente inadaptável. Também não consigo dizer que é um desserviço. Espero que toque alguém que não tenha lido o livro. Mas após ler, é praticamente impossível que o faça.
"Eles me perguntam como eu sei se o meu verdadeiro amor é verdadeiro Eu, é claro, respondo: "algo aqui dentro não pode ser negado" Eles dizem "Você algum dia descobrirá que todos os amantes são cegos" Quando o seu coração está pegando fogo, você deve se dar conta, a fumaça entra nos seus olhos"
Russell não é um diretor ambicioso. Como cineasta, já tem três obras que gritam "não vou e não pretendo mudar". Não faz cenas grandes ou diálogos complexos, mas consegue, em sua singular simplicidade original, deixar o ar que cada obra mostra-se necessitada em seus roteiros: o "cômigo-trágico" em O Lado Bom da Vida, a "ambição suja" em Trapaça e, por fim, a "leve, mas bem humorada desgraça" em Joy - O Nome do Sucesso. Diga tudo, menos que os roteiros de David são injustiçados pelo diretor que tem. Eles possuem, exatamente, o diretor que merecem: Singulares e simples, mas nunca medíocres.
Eddie Redmayne está na sua melhor performance, melhor até mesmo que em “The Theory of Everything”. O filme, de início, me pareceu bem “White trash”, com um ator cisgênero interpretando um símbolo tão importante e marcante da causa e movimento Transgênero. Mas o filme (respiradas aliviadas) trata a transexualidade de forma bastante humana e muito bem representada (minha visão enquanto cisgênero). Alicia me surpreendeu bastante, e seu personagem é igualmente incrível. A forma como Gerda lida com a situação de Lili é incrível, o companheirismo do casal, como tudo é minimamente sensibilizado entre eles. A trilha sonora está espetacular. A direção deixa um pouco a desejar: Tom Hooper já reciclou três vezes a sua mesma técnica, que embora seja visualmente bonita, não atrai mais nenhuma atenção devido a sua repetição. Parece sempre que os cenários, a iluminação e a paisagem foram vistas anteriormente, e não é mentira, sendo a fotografia de seus três últimos filmes as mesmas. The Danish Girl é um filme muito bom, acima da média, mas seu maior feito como obra cinematográfica é o seu serviço alcançando o público que ignora a necessidade de luta pela causa TT.
"Ao assistir Beira-Mar percebe-se que o filme só pôde ser feito porque o cinema contemporâneo brasileiro está numa fase onde o foco das obras está em retratar a sociedade como ela é, sem enfeites. O cinema está, felizmente, virando o retrato cru de sua sociedade. A arte imitando a vida. Beira-Mar faz isso tão bem, com tantos detalhes da vida de adolescentes dessa geração, que acaba se prejudicando por isso. Uma famosa frase diz que “A maioria dos dias do ano são dias comuns, sem nada de interessante ou relevante”. Podemos também dizer isso sobre Beira-Mar, trocando algumas palavras da frase descrita. A maior parte do tempo de Beira-Mar retrata dias comuns, sem nada de relevante para o roteiro em si. E isso não chega a ser um problema, quando é, na verdade, a intenção do filme: retratar a vida cotidiana da geração Y, dominados pela tecnologia e por relações introspectivas, silenciosas e monótonas."
Fiquei um pouco incomodado com o fato de que, ultimamente, filmes brasileiros tem explorado culturas "marginalizadas", como a nordestina, para fazer delas uma atração para o público do Sul, ou Sudeste. Sou e moro em São Paulo, mas minha família inteira é nordestina. As pessoas na sessão riam do sotaque mostrado no filme (sotaque que nem ao menos é bem retratado, sendo a maior parte dos atores de outras regiões, não nordestinos). As pessoas riam das expressões usadas. As pessoas riam da situação miserável em que alguns nordestinos vivem e que o filme, devo dizer, retrata com bastante fieldade. Ainda por cima, o filme peca em roteiro, não tendo acontecimentos relevantes, só mostrando a rotina do povo do sertão nordestino, criando situações para que o telespectador (que NUNCA fará parte da classe social das pessoas mostradas no filme) dê risada. E isso revolta ainda mais, pois só consigo chegar a conclusão de que o cenário nordestino foi usado como entretenimento para o resto do Brasil dar risada. Bem triste.
Marion me fez querer desesperadamente entrar dentro da TV e abraçar Sandra, e dizer que tudo ia ficar bem, e que ela ia conseguir. Que atuação fenomenal gente. Estava torcendo pela Rosamund, mas agora acho-a muito mais merecedora da estatueta.
Que filme espetacular. Não sei o que dizer a não ser o quão genialmente bem feito, dirigido e atuado ele é. O último curta tem um dos melhores monólogos que eu já vi.
Espetacular. A obra mais audaciosa do Nolan até hoje. Roteiro trincado e ousado que cresce durante as três horas de filme, e termina em uma magnitude que poucos filmes ousaram ter. Trilha sonora sensacional como sempre de Zimmer, e direção com todos os pontos que fazem Nolan um dos maiores e melhores dessa geração. Magnífico.
"Nunca antes foi visto o retrato de uma união conjugal tão insano, mas ao mesmo tempo verossímil, extremamente bem feito e meticulosamente cuidado, até os resquícios mais íntimos e privados de um casal em crise, como nos é apresentado no maravilhoso Garota Exemplar"
Estrelas Além do Tempo
4.3 1,5K Assista AgoraEmbora o longa trate da forma mais leve possível as opressões sofridas por essas funcionárias da NASA, qualquer telespectador que tenha o mínimo de empatia irá se sentir, no mínimo, incomodado. E arrisco dizer que mesmo os mais racistas e machistas irão sair da sessão com pensamentos mais evoluídos, já que a proposta do filme é exatamente trazer os quadros mais simplórios e grotescos dessas opressões para fazer os mais opressores refletirem sobre suas ações. Os problemas talvez apareçam pelo filme ser de época e as manifestações racistas e machistas de hoje já não serem as mesmas de antes, e isso ser usado como justificativa para dizer que o ‘mundo mudou, já não existe preconceito’. Ou, talvez, muitos encontrem problemas no personagem branco que leva crédito pelas conquistas dos negros, como é o caso do chefe do departamento de Katherine, que não faz muito mais que sua obrigação ao tomar certas medidas (deixo o mistério para quem for ver o filme!), mas que pode acabar saindo como herói pela leitura de algumas pessoas.
Texto completo: https://medium.com/@yurihollanda/hidden-figures-dialogando-com-homens-brancos-sobre-racismo-e-feminismo-bfe3ad4272fe#.t95ejje57
Não Me Abandone Jamais
3.8 2,1K Assista AgoraTalvez eu tenha sido muito influenciado pela obra original, o melhor livro que já li, escrito pelo Kazuo Ishiguro. É um bom filme, mas não passa nem aproximadamente a ideia que o Kazuo quis passar. O que Ishiguro quis passar é que o maior sentimento que um ser humano pode sentir por outro, o que chamamos de amor, vai muito além desse nome, vai muito além do tempo, muito além do sexo, da identificação. Ishiguro conseguiu colocar isso em palavras, e ao terminar de ler, eu sempre soube que seria muito difícil, praticamente impossível, colocar isso na tela. Não tiro os méritos. O Romanek tentou, e o que conseguiu foi um bom filme, nos limites de obra audiovisual. Seria injusto dizer que ele poderia ter feito melhor. Eu sinceramente não consigo imaginar uma outra adaptação do livro, porque como disse, ele é praticamente inadaptável. Também não consigo dizer que é um desserviço. Espero que toque alguém que não tenha lido o livro. Mas após ler, é praticamente impossível que o faça.
Sob a Pele
3.2 1,4K Assista AgoraNois é um lixo mesmo, né?
Dente Canino
3.8 1,2KO mundo comandado pelo machismo junto com um governo totalitário, numa escala populacional imaginativa menor.
A mensagem foi passada.
45 Anos
3.7 254 Assista Agora"Eles me perguntam como eu sei se o meu verdadeiro amor é verdadeiro
Eu, é claro, respondo: "algo aqui dentro não pode ser negado"
Eles dizem "Você algum dia descobrirá que todos os amantes são cegos"
Quando o seu coração está pegando fogo, você deve se dar conta, a fumaça entra nos seus olhos"
Joy: O Nome do Sucesso
3.4 778 Assista AgoraRussell não é um diretor ambicioso. Como cineasta, já tem três obras que gritam "não vou e não pretendo mudar". Não faz cenas grandes ou diálogos complexos, mas consegue, em sua singular simplicidade original, deixar o ar que cada obra mostra-se necessitada em seus roteiros: o "cômigo-trágico" em O Lado Bom da Vida, a "ambição suja" em Trapaça e, por fim, a "leve, mas bem humorada desgraça" em Joy - O Nome do Sucesso. Diga tudo, menos que os roteiros de David são injustiçados pelo diretor que tem. Eles possuem, exatamente, o diretor que merecem: Singulares e simples, mas nunca medíocres.
A Garota Dinamarquesa
4.0 2,2K Assista AgoraEddie Redmayne está na sua melhor performance, melhor até mesmo que em “The Theory of Everything”. O filme, de início, me pareceu bem “White trash”, com um ator cisgênero interpretando um símbolo tão importante e marcante da causa e movimento Transgênero. Mas o filme (respiradas aliviadas) trata a transexualidade de forma bastante humana e muito bem representada (minha visão enquanto cisgênero). Alicia me surpreendeu bastante, e seu personagem é igualmente incrível. A forma como Gerda lida com a situação de Lili é incrível, o companheirismo do casal, como tudo é minimamente sensibilizado entre eles. A trilha sonora está espetacular. A direção deixa um pouco a desejar: Tom Hooper já reciclou três vezes a sua mesma técnica, que embora seja visualmente bonita, não atrai mais nenhuma atenção devido a sua repetição. Parece sempre que os cenários, a iluminação e a paisagem foram vistas anteriormente, e não é mentira, sendo a fotografia de seus três últimos filmes as mesmas. The Danish Girl é um filme muito bom, acima da média, mas seu maior feito como obra cinematográfica é o seu serviço alcançando o público que ignora a necessidade de luta pela causa TT.
Frances Ha
4.1 1,5K Assista AgoraFilme existencialista mais identificável que existe, e nem precisa filosofar muito para conseguir tal feito. Frances é tão eu, tão tanta gente...
Brooklin
3.8 1,1K"My name is Eilis Fiorelo!" <3
Amy
4.4 1,0K Assista AgoraWe only said goodbye with words, Amy.
Beira-Mar
2.7 454"Ao assistir Beira-Mar percebe-se que o filme só pôde ser feito porque o cinema contemporâneo brasileiro está numa fase onde o foco das obras está em retratar a sociedade como ela é, sem enfeites. O cinema está, felizmente, virando o retrato cru de sua sociedade. A arte imitando a vida. Beira-Mar faz isso tão bem, com tantos detalhes da vida de adolescentes dessa geração, que acaba se prejudicando por isso. Uma famosa frase diz que “A maioria dos dias do ano são dias comuns, sem nada de interessante ou relevante”. Podemos também dizer isso sobre Beira-Mar, trocando algumas palavras da frase descrita. A maior parte do tempo de Beira-Mar retrata dias comuns, sem nada de relevante para o roteiro em si. E isso não chega a ser um problema, quando é, na verdade, a intenção do filme: retratar a vida cotidiana da geração Y, dominados pela tecnologia e por relações introspectivas, silenciosas e monótonas."
Texto completo: EstanteNerd .com
Eu Matei Minha Mãe
3.9 1,3KO Hubert é desprezível e incompreensível, mas ainda bem que o Xavier Dolan reconhece isso.
Boi Neon
3.6 459 Assista AgoraFiquei um pouco incomodado com o fato de que, ultimamente, filmes brasileiros tem explorado culturas "marginalizadas", como a nordestina, para fazer delas uma atração para o público do Sul, ou Sudeste. Sou e moro em São Paulo, mas minha família inteira é nordestina. As pessoas na sessão riam do sotaque mostrado no filme (sotaque que nem ao menos é bem retratado, sendo a maior parte dos atores de outras regiões, não nordestinos). As pessoas riam das expressões usadas. As pessoas riam da situação miserável em que alguns nordestinos vivem e que o filme, devo dizer, retrata com bastante fieldade. Ainda por cima, o filme peca em roteiro, não tendo acontecimentos relevantes, só mostrando a rotina do povo do sertão nordestino, criando situações para que o telespectador (que NUNCA fará parte da classe social das pessoas mostradas no filme) dê risada. E isso revolta ainda mais, pois só consigo chegar a conclusão de que o cenário nordestino foi usado como entretenimento para o resto do Brasil dar risada. Bem triste.
Perdido em Marte
4.0 2,3K Assista AgoraBem mediano, e é óbvio que o roteiro não sabe o que fazer com 80% do tempo que o filme tem.
O Abutre
4.0 2,5K Assista AgoraO que Jake G. não fez, que o Bradley Cooper fez? Ai, Academy.
Dois Dias, Uma Noite
3.9 542Marion me fez querer desesperadamente entrar dentro da TV e abraçar Sandra, e dizer que tudo ia ficar bem, e que ela ia conseguir.
Que atuação fenomenal gente. Estava torcendo pela Rosamund, mas agora acho-a muito mais merecedora da estatueta.
Relatos Selvagens
4.4 2,9K Assista AgoraQue filme espetacular. Não sei o que dizer a não ser o quão genialmente bem feito, dirigido e atuado ele é. O último curta tem um dos melhores monólogos que eu já vi.
Drácula: A História Nunca Contada
3.2 1,4K Assista AgoraA crítica: http://www.estantenerd.com/2014/10/critica-dracula-historia-nunca-contada.html
Amaldiçoado
3.0 1,2K Assista AgoraCrítica: http://www.estantenerd.com/2014/11/critica-o-pacto.html
Interestelar
4.3 5,7K Assista AgoraA crítica: http://www.estantenerd.com/2014/10/critica-interestelar.html
Interestelar
4.3 5,7K Assista AgoraEspetacular. A obra mais audaciosa do Nolan até hoje. Roteiro trincado e ousado que cresce durante as três horas de filme, e termina em uma magnitude que poucos filmes ousaram ter.
Trilha sonora sensacional como sempre de Zimmer, e direção com todos os pontos que fazem Nolan um dos maiores e melhores dessa geração. Magnífico.
Homens, Mulheres & Filhos
3.6 670 Assista AgoraCrítica: http://www.estantenerd.com/2014/10/critica-homens-mulheres-filhos.html
Garota Exemplar
4.2 5,0K Assista AgoraEstreia hoje! Leia a crítica: http://www.estantenerd.com/2014/09/critica-garota-exemplar.html
Garota Exemplar
4.2 5,0K Assista Agora"Nunca antes foi visto o retrato de uma união conjugal tão insano, mas ao mesmo tempo verossímil, extremamente bem feito e meticulosamente cuidado, até os resquícios mais íntimos e privados de um casal em crise, como nos é apresentado no maravilhoso Garota Exemplar"
CRÍTICA > http://www.estantenerd.com/2014/09/critica-garota-exemplar.html