Conhecia o Kiko Dinucci músico. O primeiro contato que tive com o seu trabalho foi ouvindo o álbum de 2011, o "Metá Metá". Álbum belíssimo e corajoso onde a música brasileira se etrelaça às referências africanas de modo poético e bastante singular, diferente de tudo o que eu já havia escutado quando o assunto era essa imbricação. Depois do Metá Metá, busquei mais trabalhos seus. Fui compreendendo suas referências: Itamar Assumpção, Jards Macalé, Luiz Tati e a grande sacada e o grande amor pela referências da musicalidade africana. Daí para conhecer o álbum "Pastiche nagô", com o Bando Afromacarrônico, foi um passo delicosamente rápido e que me remeteu a um link sobre este documentário Dança das cabaças. Kiko Dinucci pesquisa sobre Exu, entidade africana que mais apresenta contradições no imaginário popular. Faz uma direção segura, arrisca numa estética poética sem exagerar e, por isso, traz entrevistas que podem até parecer de discurso de autoridade, mas que estão postas com tanta afeição que de maneira alguma nos faz pensar em um documentário do tipo quadradão. Gostei do que vi e do que ouvi: a trilha sonora é coerente e muito bonita. E gostei de verificar que o diretor é sim um pesquisador. "Metá Metá", "Padê" e "Pastiche nagô" não são apenas bons álbuns da recente música brasileira: são pesquisas, são trabalhos árduos: a realização do documentário confirma. E o Kiko, um artista que procura se expressar de maneira plural.
Depois de defesa de dissertação sobre memória, assistir a esse filme foi "emblemático". Um filme que fala sobre a necessidade de fechamentos de ciclos. A referência direta a Adele H. me fez compartilhar sorrisos de satisfação com o amigo-irmão que me acompanhava durante a sessão. Um filme com direção segura, atuação na medida exata para capturar nossas atenções e despertar sentimentos de identificação ou até mesmo de compreensão...E Gael García Bernal está passionalmente bom no papel de garoto perdido...rsrsrsrsrsrs
Sensibilidade, inteligência, conhecimento histórico e muito amor ao cinema. A fotografia é de uma acuidade e de um primor extraordinários. As homenagens rendidas a grandes cineastas são feitas com uma delicadeza e um humor que só poderiam ter partido de um diretor italiano. Após a sessão, além da emoção: muitos detalhes e muita coisa para ser digerida. Filme para se rever várias vezes e todas elas com paixão, apesar de ser sim "uma aula de cinema".
Estética fantástica (pura psicodelia!) e trilha sonora poderosíssima. Alegorias muitas, porém: o fim é abrupto...Resolve-se muito rapidamente os conflitos criados num ritmo bastante interessante e esta disritmia deixa gosto de quero mais, impressão de que falta alguma coisa... :/
Aqui, aprendi a ter raiva das bailarinas (ou das gurias que são potenciais nojentinhas do futuro como aquela irmã mais nova que não é afortunada nada, apenas sabe é tirar proveito de situações com arzinho de "sou um doce e não tô querendo nada" (eca!) - quase morro com aquela da sobremesa - ódio mortal, comentário personalíssimo!) rsrsrsrsrsrs. Eu não esperava que o filme abordasse temática tão clássica quanto os tempos duros da escola de maneira tão cruel.
Gostei do clima sombrio-quase-engraçado do filme. As alucinações de Klara são imágáveis, a maldade de Vicktoria é novelesca, mas isso não tira o mérito do filme de forma alguma. A fotografia é coerente com a proposta do filme assim como o é a trilha sonora. E Morgiana muito provavelmente virará nome de cria de minha gata se ela vier a dar crias. A câmera em alguns momentos quando Morgiana entra em cena é boa, muito boa. Eu compreendo esse filme como uma boa ironia e o desfecho com a citação de que existem plantas venenosas, animais venenosos e que o homem carrega veneno na saliva podendo passá-lo para outrem através da língua só me faz pensar que se o filme parece simplezinho não o é no sentido chulo que alguém possa pensar/falar. E o figurino é um show à parte!
Talvez eu não estivesse com o espírito preparado para ver o filme...o filme traz coisas que me interessam e me fazem gostar de um filme. E a temática é interessantíssima...há busca desesperada por sexo, há a questao do incesto (e sim, lembrei também do Forever, do Walter Hugo Khouri), há a solidao, há o caos emocional e há a ideia do suicidio...porém, alguma coisa me incomodou profundamente e não me fez sentir toda a carga do sofrimento metafísico da personagem. Ao menos até a cena final, que sim, me tomou um tantinho... :/
Diz Primo Levi em "Os afogados e os sobreviventes" que "São inúmeros aqueles que levantam âncora, fastam-se momentaneamente ou para sempre, das recordações genuínas e fabricam uma realidade conveniente. Para eles, o passado pesa; experimentam repugnância pelas coisas feitas ou sofridas e tendem a substituí-las por outras. A substituição pode começar em plena consciência, com um cenário inventado, mendaz, restaurado, mas menos penoso do que o real; repetindo sua descrição para outros, mas também para si mesmo, a distinção entre verdadeiro e falso perde progressivamente suas linhas, e o homem termina por acreditar plenamente na narrativa que fez tão frequentemente e que ainda continua a fazer, ou incongruentes entre si, ou ainda incompatíveis com o quadro dos acontecimentos sabidos: a má-fé inicial tornou-se boa-fé". Aqui, em "O amor", a mentira que Luca inventa para a sua sogra é para doar e viver um tiquinho da dignidade que o regime opressor do lugar onde vivem não permite. Outros filmes que tratam da mesma temática, o entrelaçamento da vida política com a afetiva-familiar, vez por outra colocam seus personagens para viver essa passagem silenciosa da mentira para o auto-engano. "A vida é bela" aborda isso, "O ano em que meus pais saíram de férias" também o faz, assim como acontece o mesmo em "Adeus Lênin" e outros tantos - cada um desses com suas peculiaridades e diferenças entre si. A grande diferença (ou o plus) entre os que lembrei e este "O amor" é que verdadeiramente, em relação à fotografia, montagem, direção de atores e à postura mesmo da direção, este filme é uma obra-prima.
"Os filósofos devem se aliar aos párias e aos desempregados". e "Mesotodimento" (mistura de método com sentimento para definir, por fim, som e imagem), me fisgaram entre tantas coisas outras. Um filme-aprendizagem.
Já tenho o filme mais belo sobre a mulher mais bela que eu deveria já ter conhecido e reconhecido. Se o filme apresenta alguns problemas, especialmente no que diz sobre a relação de amizade entre Violeta e Neruda e mais especialmente ainda quanto à influência do contexto político-histórico que tantas vezes aparece diluído, dá para inferir que tamanha força, que tamanha garra de Violeta não estava apartada das disputas políticas, da luta pela arte de seu povo. Para mim, foi perfeito ter assistido a este filme e ter escutado de minha admirável e companheira de cinefilia e amiga dizer: "Esse filme mexeu com meus brios de mulher". Sim. Mexeu também com os meus brios: de mulher, de gente, de quem está aí para ouvir, de quem não é "surdo". E no mais:
"Maldigo del alto cielo La estrella con su reflejo Maldigo los azulejos Destellos del arroyuelo Maldigo del bajo suelo La piedra con su contorno Maldigo el fuego del horno Porque mi alma está de luto Maldigo los estatutos Del tiempo con sus bochornos Cuánto será mi dolor. Maldigo la cordillera De los andes y de la costa Maldigo señor la angosta Y larga faja de tierra También la paz y la guerra Lo franco y lo veleidoso Maldigo lo perfumoso Porque mi anhelo está muerto Maldigo todo lo cierto Y lo falso con lo dudoso Cuánto será mi dolor. Maldigo la primavera Con sus jardines en flor Y del otoño el color Yo lo maldigo de veras A la nube pasajera La maldigo tanto y tanto Porque me asiste un quebranto Maldigo el invierno entero Con el verano embustero Maldigo profano y santo Cuánto será mi dolor. Maldigo a la solitaria Figura de la bandera Maldigo cualquier emblema La venus y la araucaria El trino de la canaria El cosmo y sus planetas La tierra y todas sus grietas Porque me aqueja un pesar Maldigo del ancho mar Sus puertos y sus caletas Cuánto será mi dolor. Maldigo luna y paisaje Los valles y los desiertos Maldigo muerto por muerto Y al vivo de rey a paje Al ave con su plumaje Yo la maldigo a porfia Las aulas , las sacrsitias Porque me aflije un dolor Maldigo el vocablo amor Con toda su porquería Cuánto será mi dolor. Maldigo por fin lo blanco Lo negro con lo amarillo Obispos y monaguillos Ministros y predicantes Yo los maldigo llorando Lo libre y lo prisionero Lo dulce y lo pendenciero Le pongo mi maldición En griego y español Por culpa de un traicionero Cuánto será mi dolor".
Antes de tudo, para mim: Bergman não tem isso de "filme menor". E sim: entre tantas coisas (fotografia fodona, cenas arrasadoras, paisagens idílicas e a abordagem das relações humanas), concordo que essa é a história de alguém que escolhe o inferno em lugar do céu. E o rosto de Harriet Andersson em close-up: (tristemente) belo.
Há filmes que são os nossos filmes prediletos, há filmes que sabemos que são obras-primas, há filmes nos quais encontramos personagens (ou enredos) com os quais nos identificamos, há filmes que parecem contar "a história de nossas vidas" (para comungar com o que quse sempre diz um amigo querido) e há filmes que dizem de nosso estado de alma. Este "As filhas do fogo" diz do meu estado de alma há seis anos. A cena-alegoria final, diz muito do que venho sentindo. Aquela janela-bosque-cerrado-labirinto...
Quase sempre esqueço de marcar os filmes no filmow...Ontem, tive a oportunidade de assistir ao A dama do cine Shanghai, do diretor Guilherme de Alemeida Prado e saí da sessão estupefata com a aula de cinema, com a segurança na direção do filme e dos atores e fui lembrada de que eu já havia assistido ao Onde andará Dulce Veiga? do mesmo diretor. Sim, este filme é um filme bom, novamente o noir, fotografia bonita...mas, como é uma adaptação de obra literária, tende a dividir opiniões. Mas, impressionada mesmo é com "A dama..." e querendo muito ver os outros dele.
Perfeito. Fotografia, som, direção de atores, referências mil a bastantes filmes. Metalinguístico do começo ao fim sem ser massante...Enigmático, charmoso. Um clássico do cinema nacional!
A ideia é boa. O texto poderia ser melhor. Porém, se a direção de atores fosse fodona, aí sim a coisa funcionaria bem. A guria é ruim, apesar de eu concordar que há verossimilhança (inclusive na chatice e na pretensão da moiçola) com "o mundo real", já que ela faz parte de uma "fábula sobre a juventude", de uma "história de super-heróis"...
Ainda estou tentando me deixar ser convencida de que esse filme se propõe a ser um "retrato" da juventude contemporânea francesa (e do mundo todo). Vazia, sem nexo, apática. Ela não envelhece porque ela não vive. Os personagens não têm ânimo. O carinha viaja pela América Latina, volta fotógrafo e NÃO muda o seu olhar. definitivamente: não gosto desse filme. Fato.
A primeira história emociona e é muitíssimo pertinente para a proposta em pauta. O filme é lindo. Depois, as outras histórias decaem como que numa ordem sinistra: o tempo avança, a coisa fica pior. Estranho isso. A última história é péssima. Normatização para o enredo e as cores e as musiquinhas para envolver perigosamente o espectador - a edição, pra mim, tenta emocionar a partir de manipulações clicherosas... :~
Santo Antônio pequenino, amansador de burro brabo...rsrsrsrsrsrs. Filmaço bonito de se ver e e se sentir. Para além de qualquer método de ensino/aprendizagem que funcione, o enredo mostra a indivdualidade de cada um e o quanto issod eve ser respeitado, além de que:para lá do método, quando há amor, a coisa tende a funcionar melhor. Amor sem cegueira. Dos que curam e não dos piedosos que estragam. Filme bom para se discutir aquisição da linguagem também. E mais uma vez, vejo neste filme, esquizofrenias mais aceitas e outras não. Porque a figura do "capitão", venhamos e convenhamos, é de uma loucura ímpar. Vale vê-lo não apenas por conta do enredo e do contexto, mas também pela fotografia e pelas interpretações (que em alguns momentos, fazem arrepiar).
Lembrei-me, listando os filmes que já vi, do debate que rolou com o José Padilha, depois da sessão no Festival É Tudo Verdade, em São Paulo. Não sabia, à época, diferenciar o choque do filme ou algumas falas e pensamentos cristalizados de pessoas do sudeste acerca de pessoas do nordeste. Para mim, o debate foi extremamente significativo.
Dança das Cabaças
4.2 7Conhecia o Kiko Dinucci músico. O primeiro contato que tive com o seu trabalho foi ouvindo o álbum de 2011, o "Metá Metá". Álbum belíssimo e corajoso onde a música brasileira se etrelaça às referências africanas de modo poético e bastante singular, diferente de tudo o que eu já havia escutado quando o assunto era essa imbricação. Depois do Metá Metá, busquei mais trabalhos seus. Fui compreendendo suas referências: Itamar Assumpção, Jards Macalé, Luiz Tati e a grande sacada e o grande amor pela referências da musicalidade africana. Daí para conhecer o álbum "Pastiche nagô", com o Bando Afromacarrônico, foi um passo delicosamente rápido e que me remeteu a um link sobre este documentário Dança das cabaças. Kiko Dinucci pesquisa sobre Exu, entidade africana que mais apresenta contradições no imaginário popular. Faz uma direção segura, arrisca numa estética poética sem exagerar e, por isso, traz entrevistas que podem até parecer de discurso de autoridade, mas que estão postas com tanta afeição que de maneira alguma nos faz pensar em um documentário do tipo quadradão. Gostei do que vi e do que ouvi: a trilha sonora é coerente e muito bonita. E gostei de verificar que o diretor é sim um pesquisador. "Metá Metá", "Padê" e "Pastiche nagô" não são apenas bons álbuns da recente música brasileira: são pesquisas, são trabalhos árduos: a realização do documentário confirma. E o Kiko, um artista que procura se expressar de maneira plural.
O Passado
3.3 131 Assista AgoraDepois de defesa de dissertação sobre memória, assistir a esse filme foi "emblemático". Um filme que fala sobre a necessidade de fechamentos de ciclos. A referência direta a Adele H. me fez compartilhar sorrisos de satisfação com o amigo-irmão que me acompanhava durante a sessão. Um filme com direção segura, atuação na medida exata para capturar nossas atenções e despertar sentimentos de identificação ou até mesmo de compreensão...E Gael García Bernal está passionalmente bom no papel de garoto perdido...rsrsrsrsrsrs
Nós que nos Amávamos Tanto
4.4 79Sensibilidade, inteligência, conhecimento histórico e muito amor ao cinema. A fotografia é de uma acuidade e de um primor extraordinários. As homenagens rendidas a grandes cineastas são feitas com uma delicadeza e um humor que só poderiam ter partido de um diretor italiano. Após a sessão, além da emoção: muitos detalhes e muita coisa para ser digerida. Filme para se rever várias vezes e todas elas com paixão, apesar de ser sim "uma aula de cinema".
Planeta Fantástico
4.3 319Estética fantástica (pura psicodelia!) e trilha sonora poderosíssima. Alegorias muitas, porém: o fim é abrupto...Resolve-se muito rapidamente os conflitos criados num ritmo bastante interessante e esta disritmia deixa gosto de quero mais, impressão de que falta alguma coisa... :/
Bem-Vindo à Casa de Bonecas
3.9 228Aqui, aprendi a ter raiva das bailarinas (ou das gurias que são potenciais nojentinhas do futuro como aquela irmã mais nova que não é afortunada nada, apenas sabe é tirar proveito de situações com arzinho de "sou um doce e não tô querendo nada" (eca!) - quase morro com aquela da sobremesa - ódio mortal, comentário personalíssimo!) rsrsrsrsrsrs. Eu não esperava que o filme abordasse temática tão clássica quanto os tempos duros da escola de maneira tão cruel.
Szamanka
3.8 23"Eu não sei se estou ficando louca ou se você está me destruindo".
Morgiana
3.8 19Gostei do clima sombrio-quase-engraçado do filme. As alucinações de Klara são imágáveis, a maldade de Vicktoria é novelesca, mas isso não tira o mérito do filme de forma alguma. A fotografia é coerente com a proposta do filme assim como o é a trilha sonora. E Morgiana muito provavelmente virará nome de cria de minha gata se ela vier a dar crias. A câmera em alguns momentos quando Morgiana entra em cena é boa, muito boa. Eu compreendo esse filme como uma boa ironia e o desfecho com a citação de que existem plantas venenosas, animais venenosos e que o homem carrega veneno na saliva podendo passá-lo para outrem através da língua só me faz pensar que se o filme parece simplezinho não o é no sentido chulo que alguém possa pensar/falar. E o figurino é um show à parte!
Confiança
4.1 65Estrelinha de preferido nele!!! Senti o filme do começo ao fim. E sim: eu sou tragicômica.
Hemel
2.8 37Talvez eu não estivesse com o espírito preparado para ver o filme...o filme traz coisas que me interessam e me fazem gostar de um filme. E a temática é interessantíssima...há busca desesperada por sexo, há a questao do incesto (e sim, lembrei também do Forever, do Walter Hugo Khouri), há a solidao, há o caos emocional e há a ideia do suicidio...porém, alguma coisa me incomodou profundamente e não me fez sentir toda a carga do sofrimento metafísico da personagem. Ao menos até a cena final, que sim, me tomou um tantinho... :/
O Amor
4.1 11 Assista Agora"Por todas as noite...enquanto eu viver".
Diz Primo Levi em "Os afogados e os sobreviventes" que "São inúmeros aqueles que levantam âncora, fastam-se momentaneamente ou para sempre, das recordações genuínas e fabricam uma realidade conveniente. Para eles, o passado pesa; experimentam repugnância pelas coisas feitas ou sofridas e tendem a substituí-las por outras. A substituição pode começar em plena consciência, com um cenário inventado, mendaz, restaurado, mas menos penoso do que o real; repetindo sua descrição para outros, mas também para si mesmo, a distinção entre verdadeiro e falso perde progressivamente suas linhas, e o homem termina por acreditar plenamente na narrativa que fez tão frequentemente e que ainda continua a fazer, ou incongruentes entre si, ou ainda incompatíveis com o quadro dos acontecimentos sabidos: a má-fé inicial tornou-se boa-fé".
Aqui, em "O amor", a mentira que Luca inventa para a sua sogra é para doar e viver um tiquinho da dignidade que o regime opressor do lugar onde vivem não permite. Outros filmes que tratam da mesma temática, o entrelaçamento da vida política com a afetiva-familiar, vez por outra colocam seus personagens para viver essa passagem silenciosa da mentira para o auto-engano. "A vida é bela" aborda isso, "O ano em que meus pais saíram de férias" também o faz, assim como acontece o mesmo em "Adeus Lênin" e outros tantos - cada um desses com suas peculiaridades e diferenças entre si. A grande diferença (ou o plus) entre os que lembrei e este "O amor" é que verdadeiramente, em relação à fotografia, montagem, direção de atores e à postura mesmo da direção, este filme é uma obra-prima.
A Gaia Ciência
3.8 30"Os filósofos devem se aliar aos párias e aos desempregados". e "Mesotodimento" (mistura de método com sentimento para definir, por fim, som e imagem), me fisgaram entre tantas coisas outras. Um filme-aprendizagem.
As Bodas de Deus
4.1 4Preciso com urgência ver os outros dois da trilogia! o.O
O Abilolado Endoidou
3.6 8"Mas tem que haver algo bonito por aí, tem que haver".
Violeta Foi para o Céu
4.0 107 Assista AgoraJá tenho o filme mais belo sobre a mulher mais bela que eu deveria já ter conhecido e reconhecido. Se o filme apresenta alguns problemas, especialmente no que diz sobre a relação de amizade entre Violeta e Neruda e mais especialmente ainda quanto à influência do contexto político-histórico que tantas vezes aparece diluído, dá para inferir que tamanha força, que tamanha garra de Violeta não estava apartada das disputas políticas, da luta pela arte de seu povo. Para mim, foi perfeito ter assistido a este filme e ter escutado de minha admirável e companheira de cinefilia e amiga dizer: "Esse filme mexeu com meus brios de mulher". Sim. Mexeu também com os meus brios: de mulher, de gente, de quem está aí para ouvir, de quem não é "surdo". E no mais:
"Maldigo del alto cielo
La estrella con su reflejo
Maldigo los azulejos
Destellos del arroyuelo
Maldigo del bajo suelo
La piedra con su contorno
Maldigo el fuego del horno
Porque mi alma está de luto
Maldigo los estatutos
Del tiempo con sus bochornos
Cuánto será mi dolor.
Maldigo la cordillera
De los andes y de la costa
Maldigo señor la angosta
Y larga faja de tierra
También la paz y la guerra
Lo franco y lo veleidoso
Maldigo lo perfumoso
Porque mi anhelo está muerto
Maldigo todo lo cierto
Y lo falso con lo dudoso
Cuánto será mi dolor.
Maldigo la primavera
Con sus jardines en flor
Y del otoño el color
Yo lo maldigo de veras
A la nube pasajera
La maldigo tanto y tanto
Porque me asiste un quebranto
Maldigo el invierno entero
Con el verano embustero
Maldigo profano y santo
Cuánto será mi dolor.
Maldigo a la solitaria
Figura de la bandera
Maldigo cualquier emblema
La venus y la araucaria
El trino de la canaria
El cosmo y sus planetas
La tierra y todas sus grietas
Porque me aqueja un pesar
Maldigo del ancho mar
Sus puertos y sus caletas
Cuánto será mi dolor.
Maldigo luna y paisaje
Los valles y los desiertos
Maldigo muerto por muerto
Y al vivo de rey a paje
Al ave con su plumaje
Yo la maldigo a porfia
Las aulas , las sacrsitias
Porque me aflije un dolor
Maldigo el vocablo amor
Con toda su porquería
Cuánto será mi dolor.
Maldigo por fin lo blanco
Lo negro con lo amarillo
Obispos y monaguillos
Ministros y predicantes
Yo los maldigo llorando
Lo libre y lo prisionero
Lo dulce y lo pendenciero
Le pongo mi maldición
En griego y español
Por culpa de un traicionero
Cuánto será mi dolor".
Monika e o Desejo
4.0 120 Assista AgoraAntes de tudo, para mim: Bergman não tem isso de "filme menor". E sim: entre tantas coisas (fotografia fodona, cenas arrasadoras, paisagens idílicas e a abordagem das relações humanas), concordo que essa é a história de alguém que escolhe o inferno em lugar do céu. E o rosto de Harriet Andersson em close-up: (tristemente) belo.
As Filhas do Fogo
3.8 24Há filmes que são os nossos filmes prediletos, há filmes que sabemos que são obras-primas, há filmes nos quais encontramos personagens (ou enredos) com os quais nos identificamos, há filmes que parecem contar "a história de nossas vidas" (para comungar com o que quse sempre diz um amigo querido) e há filmes que dizem de nosso estado de alma. Este "As filhas do fogo" diz do meu estado de alma há seis anos. A cena-alegoria final, diz muito do que venho sentindo. Aquela janela-bosque-cerrado-labirinto...
Onde Andará Dulce Veiga?
2.7 79Quase sempre esqueço de marcar os filmes no filmow...Ontem, tive a oportunidade de assistir ao A dama do cine Shanghai, do diretor Guilherme de Alemeida Prado e saí da sessão estupefata com a aula de cinema, com a segurança na direção do filme e dos atores e fui lembrada de que eu já havia assistido ao Onde andará Dulce Veiga? do mesmo diretor. Sim, este filme é um filme bom, novamente o noir, fotografia bonita...mas, como é uma adaptação de obra literária, tende a dividir opiniões. Mas, impressionada mesmo é com "A dama..." e querendo muito ver os outros dele.
A Dama do Cine Shanghai
3.4 30 Assista AgoraPerfeito. Fotografia, som, direção de atores, referências mil a bastantes filmes. Metalinguístico do começo ao fim sem ser massante...Enigmático, charmoso. Um clássico do cinema nacional!
A Alegria
2.7 43A ideia é boa. O texto poderia ser melhor. Porém, se a direção de atores fosse fodona, aí sim a coisa funcionaria bem. A guria é ruim, apesar de eu concordar que há verossimilhança (inclusive na chatice e na pretensão da moiçola) com "o mundo real", já que ela faz parte de uma "fábula sobre a juventude", de uma "história de super-heróis"...
Adeus, Primeiro Amor
3.3 191Ainda estou tentando me deixar ser convencida de que esse filme se propõe a ser um "retrato" da juventude contemporânea francesa (e do mundo todo). Vazia, sem nexo, apática. Ela não envelhece porque ela não vive. Os personagens não têm ânimo. O carinha viaja pela América Latina, volta fotógrafo e NÃO muda o seu olhar. definitivamente: não gosto desse filme. Fato.
Desejo Proibido
3.7 124A primeira história emociona e é muitíssimo pertinente para a proposta em pauta. O filme é lindo. Depois, as outras histórias decaem como que numa ordem sinistra: o tempo avança, a coisa fica pior. Estranho isso. A última história é péssima. Normatização para o enredo e as cores e as musiquinhas para envolver perigosamente o espectador - a edição, pra mim, tenta emocionar a partir de manipulações clicherosas... :~
Mônica e a Sereia do Rio
3.5 73Pura psicodelia! ;)
O Milagre de Anne Sullivan
4.4 217 Assista AgoraSanto Antônio pequenino, amansador de burro brabo...rsrsrsrsrsrs. Filmaço bonito de se ver e e se sentir. Para além de qualquer método de ensino/aprendizagem que funcione, o enredo mostra a indivdualidade de cada um e o quanto issod eve ser respeitado, além de que:para lá do método, quando há amor, a coisa tende a funcionar melhor. Amor sem cegueira. Dos que curam e não dos piedosos que estragam. Filme bom para se discutir aquisição da linguagem também. E mais uma vez, vejo neste filme, esquizofrenias mais aceitas e outras não. Porque a figura do "capitão", venhamos e convenhamos, é de uma loucura ímpar. Vale vê-lo não apenas por conta do enredo e do contexto, mas também pela fotografia e pelas interpretações (que em alguns momentos, fazem arrepiar).
Garapa
4.3 153 Assista AgoraLembrei-me, listando os filmes que já vi, do debate que rolou com o José Padilha, depois da sessão no Festival É Tudo Verdade, em São Paulo. Não sabia, à época, diferenciar o choque do filme ou algumas falas e pensamentos cristalizados de pessoas do sudeste acerca de pessoas do nordeste. Para mim, o debate foi extremamente significativo.