Diferentes de muitos dos desenhos mais atuais de sucesso, como Hora da Aventura e Gravity Falls, Dave, O Bárbaro não tem uma trama principal sendo desenvolvida ao longo dos episódios. O show segue bem o estilo “cartoon cartoon” clássico, com episódios independentes, cuja força está nas piadas e na personalidade de seus personagens. E são essas as duas forças de Dave, O Bárbaro: personagens com personalidades marcantes, muito bem construídas e que interagem muito bem entre si, e um humor excelente, que mescla piadas de situação, que funcionam muito bem com as crianças, com piadas decorrentes da personalidade errática dos personagens, e momentos de um humor ácido incrível, que satirizam situações da vida, e que vão chamar a atenção dos adultos. A relação entre os personagens é muito legal e tornam o show mais divertido ainda.
O desenho só não é perfeito pra mim porque acho que, sendo um desenho de humor e se passando nesse mundo medieval de capa e espada, os criadores podiam ir mais a fundo na hora de satirizar os clichês desse gênero, o que deixaria o desenho realmente genial. Mas isso é só uma frustração pessoal, até porque, é a ambientação nesse cenário medieval a responsável por todo o charme único desse desenho, e só isso já é um mérito.
Enfim, Dave, o Bárbaro é um excelente refresco nos dias de hoje, e vale a pena você parar pra reassistir, inclusive com seus filhos e sobrinhos, se tiver: os episódios sempre tem mensagens bacanas pras discutir com as crianças, ao passo que são hilários e possuem sacadas ácidas que só os adultos vão pegar. Mas vale dizer que, justamente pelo show não se preocupar com desenvolvimento, e possuir episódios soltos e independentes entre si, a experiência vai ficando melhor a medida que você assiste mais episódios e passa a conhecer melhor a personalidade dos personagens (inclusive dos vilões), e a dinâmicac entre eles. A primeira vez que assisti os primeiros episódios, não achei eles tão bons, mas depois que voltei pra reassistir depois de ter assistido vários episódios, achei eles incríveis. Então fica, a dica. Não desiste se no começo achar meio sem graça.
Quando alguém nos recomenda a assistir a recente minisérie documental do Netflix, Wild Wild Country, normalmente essa pessoa associa a série a vida de Osho, um dos líderes espirituais mais famosos do século XX. Porém, Wild Wild Country não é sobre Osho. Também não é sobre seus discípulos ou sobre a sua filosofia, por mais que estes sejam importantes atores desta história. Wild Wild Country é a história de Rajneeshpuram, o maior experimento da obra de Osho.
AFINAL, DO QUE SE TRATA A MINISSÉRIE WILD WILD COUNTRY E O QUE FOI RAJNEESHPURAM?
No começo dos anos 1980, devido a internacionalização do grupo de seguidores de Osho e aos constantes conflitos com autoridades indianas, Bhagwan - como era chamado na época - e seus seguidores passaram a procurar um retiro fora do país. O objetivo de Bhagwan era criar uma comunidade autossuficiente baseada em compaixão e troca, que pudesse ser usada como exemplo do que era possível no mundo, na qual seus discípulos pudessem viver em felicidade utópica, seguindo seus ensinamentos. Bem, os EUA dão o direito a todos de praticarem sua religião. Atraídos pelo “sonho americano”, e por um país que se auto proclama como líder do mundo “livre”, e detentor de flexíveis leis sobre a livre associação, que permitiriam a Osho e seus discípulos fundarem uma pequena comunidade autossuficiente, em 1981, guru e discípulos mudaram-se para um rancho limítrofe a pequena cidade de Antelope, no condado de Wasco, Oregon. Este rancho seria o berço da terra prometida, um “campo de Buda”, Rajneeshpuram. Wild Wild Country é a história da cidade de Rajneeshpuram, e de como Bhagwan e seguidores levantaram essa cidade do “nada”, praticamente da noite para o dia. Ao longo dos 6 episódios da série, veremos como esta experiência e as diferenças de valores entre os sannyasins – como eram chamados os seguidores de Rajneesh – e os fazendeiros locais de Antelope gerou um enorme descontentamento dessa pequeníssima população conservadora do interior dos EUA, o que acabou resultando em um caso extremamente controverso, que culminou num processo colossal que mobilizou várias instâncias do governo norte-americano, e acabou resultando em um dos maiores escândalos de fraude fiscal, evasão de impostos e envenenamento da história do país, indo além e chegando até a envolver tentativas de assassinato. O desenrolar desta história é surpreendente e vai te deixar boquiaberto. Parafraseando um policial do Oregon envolvido nas investigações do caso: “Alguém escreverá um livro sobre isso. E eu garanto a vocês: quando for lançado, as pessoas vão dizer que é ficção”.
Wild Wild Country é uma série documental inteligente, informativa e surpreendente, que se esforça para ser imparcial. Defitivamente, trata-se de uma história que a maior parte das pessoas não acreditaria ser real, caso alguém contasse. Impressiona também a riqueza da parte documental. São muitos registros da época, sendo algo impressionante de se assistir. Porém, mesmo contando de maneira maestral a trajetória de Rajneeshpuram, a série não explora a fundo alguns aspectos-chave da questão, deixando várias questões em aberto e muitas dúvidas na cabeça dos espectadores, soando em alguns momentos, sim, parcial, por ocultar informações importantes – faltou contextualizar algumas coisas exibidas na minisséria, como os trechos do filme “Ashram in Poona”, e até mesmo embasar algumas das acusações feitas. Portanto, apesar de um excelente relato da história da comunidade de Rajneeshpuram, o documentário não responde a muitas perguntas, e não desenvolve muitos dos fatos que apresenta aqui e ali ao longo dos 6 episódios. Além disso, falta explicar um pouco da beleza e da profundidade dos ensinamentos de Osho, e do porquê das pessoas fazerem tanta questão de estarem perto do guru. Mas, vale muito a pena você dar uma conferida, pois é uma história surreal e ao mesmo tempo fascinamente, que explora não apenas o experimento de Osho, mas o aspecto humano das pessoas envolvidas. Eu, particularmente, terminei de assistir o último episódio muito emocionado, e emocionalmente conectado a Osho e todas aquelas pessoas que eu nunca vi na minha vida. E até hoje me pergunto como a gente não sabia desse escândalo todo em Rajneeshpuram? Também não sei.
Pra quem quiser se aprofundar um pouquinho mais na discussão sobre a série, acesse o blog Portfólio da Vida e deixe lá seu comentário, vai ser um prazer discutir um pouco mais sobre essa fascinante história. Lá, discorri um pouquinho mais sobre o que a série nos diz a respeito de Osho e de seus ensinamentos. Ficou bem legal!
MAS AFINAL, O QUE WILD WILD COUNTRY NOS DIZ A RESPEITO DE OSHO?
Dito tudo isso, é importante destacar outro ponto. Eu, particularmente, sempre gostei muito dos ensinamentos de Osho, e por isso, terminei o documentário dividido e cheio de perguntas. Afinal, então ele foi mesmo um charlatão, ou ele realmente não sabia dos crimes praticados por sua secretária? E até onde isso pode desvalorizar seus ensinamentos, os quais tanto me identifico? Mas não teremos respostas, ao menos não neste temporada. Como já frisei algumas vezes, o documentário é sobre a história da cidade e do conflito político e ideológico dos administradores de Rajneeshpuram com os moradores das cidades vizinhas no Oregon e, por isso, ele não se preocupa muito em destrinchar aspectos da vida de Osho, ir a fundo para entender até onde ele estava envolvido ou era alheio a tudo o que acontecia, e muito menos a verdadeira motivação por trás de cada um dos envolvidos. Além disso, apesar da enorme quantidade de registros e depoimentos, pouco é falado sobre a filosofia de Bhagwan: afinal, o que se praticava em seus centros de meditação? Quais eram seus ensinamentos e como ele conseguia atrair tantos seguidores devotos? Muitos dos comentários feitos durante a exibição falam dos frequentes sexos grupais e da completa falta de “pudor” dos sannyasins, mas segundo seus discípulos, o guru queria apenas que o sexo n ão fosse renegado, e que os boatos de orgias na comunidade vinham de quem queria se aproveitar da liberdade sexual para “aprontar”.
Psycho Pass se passa em um futuro onde é possível medir e qualificar a personalidade e estado mental de uma pessoa instantaneamente. Essa informação é processada e gravada, e o termo “Psycho Pass” se refere ao padrão usado para medir o estado de espirito de um individuo, podendo classificá-lo como criminoso antes mesmo que cometa qualquer delito. Dessa forma, um sistema computadorizado chamado Sibyl pode julgar e punir criminosos de acordo com suas verdadeiras intenções. Esse mesmo sistema também decide a que tipo de emprego você se adequa baseando-se em suas aptidões e notas. Não existe violência, e todos são felizes... Será? Você gostaria de viver em um mundo onde não precisasse perder tempo pensando em que carreira seguir, ou no que fazer, pois existe um sistema capaz de medir todas as suas aptidões e anseios, e te guiar para o caminho que mais lhe trará felicidade? Ou será que são justamente estes anseios e inseguranças que nos trazem felicidade? Akane Tsunemori é uma policial que acaba de ser transferida para Agência de Segurança Pública, e será através de seus olhos que iremos viver essa história. Ela segue uma rotina de trabalho normal dentro da Agência enquanto conhece seus novos colegas, quando alguns casos sem aparente ligação começam a chamar a atenção de um de seus companheiros de equipe.... Psycho Pass é o que melhor que temos em termos de distopia e ficção científica na animação japonesa. Os primeiros episódios, com tramas indepententes e menos complexas, servem para nos apresentar ao futuro distópico (ou seria utópico?) de Psycho Pass. Apesar de algumas pessoas acharem esses episódios chatos e arrastados (definitivamente não sou uma delas), eles são importantíssimos ao passo que nos colocam na pele da protagonista Tsunemori Akane e nos apresentam a estrutura dessa sociedade, o funcionamento da Agência de Segurança Pública e das Dominators, como funciona a sua rotina e a dos personagens a sua volta, suas pretensões e anseios, etc. Lentamente, somos apresentados ao grande vilão da série, e atraídos pelo fio condutor de todo o anime: Makishima Shogo, um antagonista que surge para abalar as estruturas dessa sociedade “perfeita”. E tudo isso é feito de forma harmônica, de maneira que não somos sobrecarregados com informações (por isso a importância desse pequeno arco inicial). Mas logo a série engata, e toda a trama passa a afunilar em direção as ambições e ações desse misterioso vilão e sua relação com o anti-herói Kogami (que provavelmente irá conquistar mais fandom do que a própria protagonista). E junto disso, vamos avaliando e questionando o sistema que rege essa sociedade e o modo de vida dessas pessoas, e criamos progressivamente teorias e pensamentos em torno dele: Seria ele realmente perfeito? Neste ponto, o antagonista é o responsável por nos incutar vários desses questionamentos a respeito dessa suposta utopia, mas somos nós os responsáveis por respondê-las. A série não se dá ao desserviço de fazer isso por nós. Assim como em obras clássicas como “Admirável Mundo Novo” cabe a nós dizer se esse tipo de sociedade é uma utopia, ou uma distopia. Há argumentos para ambos os lados. Enfim, Psycho Pass possui temas fortes, personagens carismáticos e uma narrativa poderosa, não deixando a desejar às melhores obras de scy-fi da literatura e do cinema. Animação mais do que recomendada, principalmente para quem não é de assistir animações japonesas (a obra não cede aos costumeiros trejeitos típicos das animações nipônicas). Entrou no hall dos meus favoritos, ao lado de Fullmetal, Code Geass e Death Note.
PS1: Adorei o conceito dos co-agentes. Eles dão uma profundidade surreal ao trabalho e as consequências psicológicas do trabalho de um policial. PS2: A idéia de apresentar a verdadeira forma do sistema Sybil como um tipo de consciência coletiva formada pelo cérebro de diversos civis “anômalos” (aka criminosos em série) é um tanto quanto inesperada, ousada e interessante, porém não sei se ela me agradou. Essa premissa faz o espectador criar certa repulsa pelo sistema, e isso dificulta um pouco o julgamento do funcionamento desta sociedade, afinal, ninguém quer viver um uma sociedade onde quem dita as regras são pessoas que não sentem empatia e em vida cometeram diversos crimes e atrocidades. Tudo isso poderia ser resolvido através de um sistema computacional imparcial e racional, que faz o mesmo tipo de análises e julgamentos que o Sybil faz (uma computação quântica, por exemplo), conduzindo a série para o mesmo lugar, porém de uma forma menos repulsiva e através de questionamentos puramente filosóficos, que mantivesse no espectador os anseios de se viver em uma sociedade como a de Psycho Pass.
A 2º Temporada de Strangers Things se apoiou muito mais na força de seus personagens do que na força de sua história. Enquanto a primeira temporada se apoiava numa trama que focava na tensão e no mistério, e em elementos de uma novela de horror do Stephen King mesclados ao clima dos filmes do Spielberg, o segundo ano mudou para uma pegada mais aventuresca, a la Os Goonies, apostando mais nas crianças (que fizeram muito sucesso na 1º Temporada) que no terror e na história. Assim, se o primeiro ano me prendeu por conta de uma narrativa bem contada e um clima de tensão e mistério envolvente, com uma pitada de personagens extremamente carismáticos, o segundo ano praticamente só me manteve preso por conta da volta desses personagens que tanto gostamos. Outra coisa de que senti falta foi de ver mais do Mundo Invertido. Por mais que o grande vilão desta temporada venha de lá e a gente veja bastante desta outra dimensão, eu terminei a temporada sabendo tanto deste universo quanto já sabia ao final da 1º Temporada. Uma pena, pois já que a temporada não ia focar nos elementos de mistério e tensão do primeiro ano, poderia compensar apresentando novos elementos deste universo, de forma que eu ficasse mais interessado na aventura. Tudo isso fez com que os próprios clichês do gênero que na 1° Temporada não me chamavam a atenção, me incomodassem um pouco neste ano. Enfim, depois de tudo isso, pode parecer que eu odiei esse novo arco da história. Não é bem assim. O segundo ano de Stranger Things foi gostoso de assistir. Adorei rever esses personangens, adorei a pegada lovecraftiana da temporada, me diverti ao longo dos episódios e recomendo a temporada para quem curtiu o primeiro ano. Acontece que a trama mais linear não me prendeu tanto, ao ponto de conseguir acompanhar no meu próprio ritmo, um episódio por dia, sem a necessidade de maratonar, e isso acabou me induzindo a reparar mais nos defeitos da série. Não sei para onde a série vai a partir daqui, só sei que adoro esses personagens, adoro esse clima oitentista, e espero que a trama volte a ganhar força e que a série não fique se apoiando apenas no carisma de seus protagonistas.
Avatar a Lenda de Korra é talvez uma das mais criativas e ousadas ideias já tidas para se continuar uma história dentro de um universo tão rico e com personagens tão cativantes quanto o de Avatar a Lenda de Aang. A ideia de inserir a mitologia do Avatar dentro de um mundo em plena revolução industrial é brilhante, quer gostemos ou não dessa mudança. O ponto alto desta nova série é certamente a ambientação. Reimaginar o universo de dominadores de Avatar, cuja espiritualidade e o modo de vida Zen são tão importantes, num período pós-guerra e em plena modernização é estimulante. A forma que o roteiro imagina e encaixa esse elementos dentro deste novo cenário é incrível, e os roteiristas saciam um pouco da curiosidade de quem um dia já imaginou como seria se vivéssemos nesse mundo. Como a tecnologia se desenvolveria? Qual seria o papel dos dominadores e da dominação nas novas máquinas? A filosofia milenar perderia espaço para a globalização e o capitalismo? A Lenda de Korra nos instiga com todas essas questões, e ilustra um pouco deste cenário. Em cada detalhe, há algo novo e inventivo a se descobrir. Eu poderia passar horas só analisando quadro a quadro os cenários dessa série, mas acho melhor parar aqui: vocês entenderam a mensagem. A trama principal também é muito boa. Toda o enredo político desenvolvido por detrás da ideia de opressão velada e do movimento popular anti-dobra e a filosofia igualitária é sensacional. A maioria dos episódios aborda temáticas importantes, desde conflitos de gerações, xenofobia e opressão, abuso de poder, dentre outros. É uma série muito madura, que trabalha temas adultos numa trama que agrada a todas as idades. Soma-se isso a um desenvolvimento imprevisível: a narrativa é acelerada e me peguei por diversas vezes apertando a cadeira de tensão, surpreendido com o desfecho dos episódios. Infelizmente, porém, nem tudo são flores e a série peca em duas questões que acho digno de destaque. Primeiramente, não acho Korra uma protagonista muito carismática, o que constrasta com o carisma do antigo Time Avatar. Isso talvez divida as opiniões. Sua personalidade forte e marcante até a torna uma personagem verossímil e oposta ao que estávamos acostumados com nosso amado monge do Ar, o que agradou muita gente, mas ainda que aceite isso, não me identifiquei muito com a nova Avatar. Chega a ser engraçado que em uma série que apresenta tantos novos personagens, os que mais me identifiquei são justamento os que possuem relação direta com os antigos heróis, como Tenzin e a Li. Aliás, os easter eggs foram muito bem colocados e as referências à Lenda de Aang são inúmeras e renderam os momentos em que mais me arrepiei. Apesar disso, a trama funciona bem independente dos acontecimentos das temporadas anteriores, mas acredito que quem não as tenha assistido não terá 100% de aproveitamento dos conteúdos da série, e talvez fique perdido em alguns momentos. Minha maior crítica, porém, é quanto ao ritmo acelerado de desenvolvimento da história. A ideia que permeia a trama desta temporada é tão boa e o vilão começa tão bem (durante os primeiros episódios, Amon foi talvez o vilão mais impactante que assisto em tempos) que ela merecia mais do que apenas 12 episódios de 20 minutos para ser contada. Tudo na história acontece rápido demais, e senti falta daquela sensação de fluidez orgânica e natural que sentíamos ao assistir a Lenda de Aang, o que compromete principalmente no desenvolvimento dos antagonistas. As motivações se revelam fracas, e o plot twist envolvendo o Amon (apesar de surpreendente e de render uma emocionante cena final, na qual não pude evitar que meus olhos marejassem) tirou muito do impacto do
(afinal, pra que colocá-lo como um dominador de água? Pra que perder tanto tempo inserindo o Tarlok como co antagonista? Numa temporada de 21 episódios que explorasse melhor suas motivações talvez isso funcionasse melhor Ainda assim, acho que o fato do Amon se revelar um dominador tirou muito do impacto das discussões que a temporada estava propondo com o movimento igualitário)
movimento igualitário que permeou toda a temporada. O romance também é um tanto quanto bobo e previsível, mas vou me abster de falar dele devido ao que já sei do desenrolar das próximas temporadas. Enfim, apesar dos tropeços, Avatar a Lenda de Korra é uma continuação muito acima da média. Foi um deleite entrar de novo no universo dos dominadores, e espero continuar ouvindo as histórias dos Avatares ainda por muito tempo.
Se a 1º Temporada de The Last Man on Earth transitava entre o mistério e o cômico, com um protagonista de caráter duvidoso, a 2º Temporada abandona um pouco esta pegada, se voltando pro desenvolvimento do relacionamento entre os últimos sobreviventes da Terra e evoluindo a personalidade do então protagonista, sem deixá-lo perder seu jeito hilário, característica mais marcante da série. Mesmo com alguns episódios mais fracos que outros, a série evoluiu bastante. Pode-se dizer que perdeu um pouco do charme da 1º Temporada, que focava mais no quesito desta pequena sociedade ser a última de todo o planeta, mas ganhou em sentimento e química. E principalmente em drama, apesar do humor não convencional que se fez presente em toda a temporada de estréia continuar sendo o carro-chefe. Algo interessante é que a série nunca se deixa enjoar. Quando você acha que eles estão começando a repetir as mesmas piadas e as mesmas situações, os roteiristas vão lá e dão uma guinada na história. A evolução na personalidade de Tandy, antes um protagonista hilário, mas muito difícil de se simpatizar, foi algo muito bem feito e me aproximou ainda mais da série. Acho que ficaria repetitivo demais outra temporada que repetisse as mesmas atitudes do protagonista na 1º Temporada. A introdução de seu irmão foi um dos pontos altos da trama, explicando muito da personalidade fraca e questionável de Phil nos episódios passados, e adicionando uma química familiar impressionante
(uma pena o destino que eles parecem querer dar ao Mike, um tanto quanto desnecessário pra mim. Diferente do destino de Phil (Boris Kodjoe), que fez muito mais sentido dentro de todo o contexto, ainda que totalmente inesperado)
Enfim, TLON é uma série leve, engraçada, com personagens cômicos e que ganhou uma química incrível nesta 2° Temporada. Muito gostosa de se acompanhar, principalmente pela curta duração dos episódios, recomendo pra todo mundo que quer uma série que faz rir, mas que foge do padrão de outras sitcom. PS: Ainda bem que a série foi renovada, pois ninguém merece o "chiffhanger" do último episódio.
Stranger Things foi um dos grandes "hypes" de 2016, ano que já pode ser lembrado como o ano do exagero. Se no cinema, você tem gente dizendo que a cada novo longa-metragem, "X" é o melhor filme da história e "Y" é o pior filme de todos os tempos, essa onda de ame ou odeio parece estar se estendendo para outras mídias. Stranger Things chegou fazendo muito barulho, e eu preferi esperar o burburinho e a onda massiva de spoilers passar pra conferir a série. Não cresci nos anos 80, e vi pouquíssimos filmes dessa época, portanto, não posso ser acusado de saudosista ao dizer que curti a série. Ela é curtinha, são pouquíssimos episódios, o que facilita muito no engajamento, visto que a série não acumula gorduras, e tudo o que acontece em todos os episódios contribui de alguma forma para a narrativa. Narrativa, esta, que não apresenta nenhuma novidade: a série é sim repleta de clichês, sendo previsível em diversos momentos, mas eles estão ali de forma totalmente intencional, seja para homenagear um gênero, seja para apresentar a uma nova geração um estilo que marcou tanto uma época. Os personagens são muito carismáticos, e o clima de suspense e mistério, principalmente nos primeiros episódios, contribui muito para você não desligar o computador. Enfim, Stranger Things é uma das grandes surpresas do ano. Está longe de ser "a melhor série da história", mas tem uma trama bem amarrada, um clima de suspense e conspiração típico da sobras dos anos 80 que não te deixam desligar o Netflix, personagens interessantes e um universo incrível cheio de potencial para uma segunda temporada.
O maior mérito de Jessica Jones é inovar num gênero que começa a se esgotar, não por falta de boas histórias, mas por medo de inovar. Mesmo quem nunca leu os quadrinhos ou sequer ouviu falar de JJ não encontrará dificuldade em acomapanhar a narrativa. Até quem não conhece nada dos Estúdios Marvel e nem ao menos é adepto à histórias de super-heróis pode apreciar a série normalmente, pois Jessica Jones não é uma história sobre uma heróina em ação preocupada em manter a cidade segura, é apenas a história de uma moça que busca manter uma vida pacata como IP de casos roteineiros, e sobreviver na selva de pedras de NY. A trama, distribuída ao longo de 13 episódios, é amarradinha, os personagens são bem construídos e grande parte do charme da série está no fantástico vilão – se a Marvel tem dificuldades em criar grandes vilões no cinema, o mesmo não pode ser dito das séries. O roteiro de JJ não tem nenhum grande mistério, e o que move a primeira temporada é justamente a caçada até Kilgrave, e isso funciona muito bem em parte devido ao interessantíssimo e assustador poder do vilão e ao rastro de destruição que ele deixa por onde passa, mas também ao carisma e a atuação fantástica do ator. A forma como ele é introduzido aos poucos ao longo dos episódios, com a ameaça surgindo aos poucos, em cenas pontuais e refletida apenas nos medos, depoimentos e na paranóia dos personagens, também ajudam a série a te manter vidrado em episódios que nas mãos de outros diretores e roteiristas poderiam ficar repetitivos. Suas motivações são muito bem desenvolvidas, sendo este outro ponto de destaque entre Kilgrave e as adaptações audiovisuais dos demais vilões da Casa das Ideias: estamos acostumados com planos para dominação mundial, extinção dos humanos, entre outros objetivos completamente exagerados, já o único objetivo de Kilgrave é o amor de Jessica por ele, e como uma criança mimada que não consegue o que quer ele, utiliza desde ameaças sem nenhum alvo definido à ataques de raiva aleatórios. JJ é uma a série mais inventiva em si até que a 1° temporada de Demolidor, por ter um roteiro diferenciado e por conseguir inovar e surpreender dentro de um gênero já saturado, porém, seus personagens não conseguem ser carismáticas como os da séries vizinha, com excessão talvez do vizinho de Jessica, Malcom. Além disso, a série aborda temas pesados e muito atuais, como opressão, estupro, culpabilização da vítima, além de ser uma série muito representativa, em que os protagonistas são mulheres, mulheres lésbicas, e os homens protagonistas são negros. O unico calcasiano de importância para a história é o vilão. Aliás, a série inclusive aborda de forma muito adulta a já velha sina de matar ou não o vilão. Até onde um vilão com poderes tão perigosos deve ser preso? Qual os perigos que isso engloba? A série também possui ótimos fan services, que se encaixam perfeitamente na trama
, e Luke Cage se encaixa perfeitamente na história. Enfim, JJ mantém a pegada das séries da Marvel pela Netflix, com uma abordagem mais crua e adulta, e eleva o nível das séries de super-heróis, com uma trama madura, instrospectiva e representativa. É um dos verdadeiros “must see” de 2015. Agora, se você prefere mais ação do que a exploração psicológica e um jogo de investigação e tensão, talvez sinta muita impaciência ao longos dos episódios, principalmente porque a série peca muito nas cenas de ação.
É engraçado que a sinopse e as primeiras notícas de The Last Man on Earth devem ter enganado a maior parte de seus primeiros espectadores, inclusive eu. Então, já vá sabendo: a série não vai explorar muito da premissa pós-apocalíptica que propõe. A proposta aqui é acompanhar o protagonista Phil Miller enquanto ela toma as piores decisões que o último do homem da Terra poderia tomar. Amei o primeiro episódio e acho que ele merece ser citado. Acho que nunca ninguém antes retratou tão bem o que uma pessoa faria caso se tornasse a única pessoa viva no seu país como Will Forte fez no piloto da série. Bem, mas a partir do segundo episódio a série toma um rumo bem diferente. E não achei isso ruim não, muito pelo contrário. É apenas uma questão de proposta: dê continuidade sabendo que agora o clima da série será outro. Ao longo dos 12 episódios seguintes acompanhamos cada singela decisão estúpida que Phil Miller toma. Vi muita gente falando que ele é um dos protagonistas mais odiáveis já criados. E como eu me irritava com tudo que ele fazia! Mas não dá pra não sentir certa empatia por ele também. E por mais babaca que ele seja, não dá pra não entender também os motivos dele se meter em tanta roubada. Fora que ele nunca termina impune: pra cada decisão idiota que ele toma, existe uma consequência, e isso torna a série muito divertida. Enfim, adorei The Last Man On Earh! A premissa pode não ter sido o que eu esperava de início, mas a série me prendeu de uma forma que eu não esperava. Mesmo não sendo super engraçada, ela tem ótimas sacadas e me prendeu a atenção em todos os episódios: eu simplesmente não conseguia parar de assistir. Além disso, a ideia, principalmente em se tratando de uma comédia, é muito original. Ah, e o final é ótimo, além de ser fechadinho, coisa rara de de se encontrar hoje em dia.
Fullmetal Alchemist Brotherhooh está sendo um anime tão difícil de descrever quanto o foi Code Geass. Sem dúvidas, é um dos animes mais importantes e conceituados de todos. Dificilmente se achará uma lista de melhores animes sem FMA entre os primeiros. Inclusive, o anime tem ocupado insuperavelmente o título de melhor anime no site MyAnimeList, sem contar a média de 4.8, num total de 2394 votos, no Filmow. Isso por si só já deveria ser o suficiente para encorajar qualquer desavisado: se ainda não deu uma chance ao anime, dê agora! Enfim, FMA é um daqueles animes que te deixa um vazio enorme ao terminar de assistir todos os episódios. Você acaba envolvido pela trama, pelos personagens e por suas histórias de tal maneira que você quer continuar com eles. FMA tem dois trunfos que, na minha opinião, fazem a diferença: a carisma dos personagens e o enredo principal. A trama de FMA é muito boa, rica em detalhes, e envolta em mistério do início ao fim, o que te prende ao longo de todos os 64 episódios. Toda a ambientação, a criação de todo um mundo fundamentado nas leis da alquimia, tudo isso é feito de forma brilhante. Ao mesmo tempo que temos a trama principal dos irmãos Elric, há a apresentação do conceito, leis e funcionamento da Alquimia, do universo fictício criado, da política local, etc. Além disso, há no anime muitíssimo conteúdo embutido. Podemos notar várias camadas de informação, conceitos, lições e ideias. E contribuindo para tudo isso, além dos irmãos Elrich (uma das melhores duplas de protagonistas que já vi) temos todos os demais personagens secundários, que são fascinantes e extremamente carismáticos, o que só nos deixa ainda mais apegados pela série e pelas tramas individuais de cada um. Destaque para os personagens Coronel Roy Mustang e Scar, pra mim dois dos personagens mais interessantes do anime. Felizmente, todo esse apego emocional que estou tendo pelo anime não me impediu de reparar em algumas coisas que achei que poderiam ter sido melhores, a meu gosto. Primeiramente, FMA deriva conceitos importantes de conceitos não explicados. A sequência de acontecimentos final do anime é um exemplo disso. Isso não é muito prejudicial para o entendimento e apreciação do anime, mas coisas acontecem e você não sabe exatamente o porque daquilo estar acontecendo. Outras tem uma explicação muito breve e sutil, como a origem do "Pai".
onde é explicado conceito do alinhamento planetário e de se tornar poderoso como Deus?
O outro ponto é o fato do anime, apesar de tratar de temas sérios e pesados, pender demais em certos momentos pro lado mais cômico e pra falação mais típica de outros shounen. Digo isso principalmente porque o primeiro anime de FMA soube explorar bem esse lado, explorando bastante o fator emocional e a questão psicológica, desenvolvendo melhor os arcos dramáticos, como o do General Huges. Enfim, FMA é uma grande obra, que acredito figurará sempre em qualquer lista de melhores animes, que me deixou com o aquele eterno gostinho de "quero mais". Principalmente o que rolou depois na vida desses personagens que aprendemos a gostar tanto,
A 2º Temporada de Helix continua a trama que foi levemente plantada ao longo da 1º Temporada ao mesmo tempo que desenvolve novos mistérios e personagens. Infelizmente, apesar de ser uma boa temporada, com seus altos e baixos, ela peca em não desenvolver adequadamente nenhum dos dois lados. A nova temporada também se passa em um local isolado do mundo; apenas troque os desertos de gelo por uma ensolarada ilha tropical. Ela repete também alguns dos elementos do primeiro ano, como a pegada totalmente insana e nojenta, característica marcante da série desde o início, e um novo surto a ser encarado pela antiga equipe de Alan. Dito isso, esse novo arco se inicia muito bem: os mistérios que já começam a pipocar no primeiro episódio te prendem rapidamente, e a narrativa escolhida (há uma alternância entre cenas no presente e cenas 30 anos no futuro) é muito inteligente. Os novos personagens são muito carismáticos, e em alguns momentos até mais do que os antigos, principalmente Kyle (Matt Lang) e Soren (Cameron Brodeur). O que eu senti falta foi de um maior desenvolvimento da transformação de Alan. Ao final da primeira temporada, apesar de transformado em função dos eventos recentes, ele ainda estava distante do caçador obcecado que veio a se tornar. Vi algumas pessoas reclamarem da súbita transformação de seu irmão, Peter. Porém, não achei algo tão inesperado e inexplicável. Achei sua transformação até condizendo com a psicologia que veio sendo desenvolvida desde o final do primeiro ano. A grande falha do segundo ano são seus episódios finais. A série começa a focar demais nos eventos bizarros da ilha, mesmo quando todos os seus mistérios já foram desvendados, e deixa de desenvolver outros pontos importantes, como, por exemplo, o que ocorreu durantes as temporadas, e diversos outros pontos que envolvem a Corporação Illaria que são mencionados em ambas as temporadas, mas deixados de lado. Além disso, o final novamente é totalmente ambíguo, rodeados de perguntas que provavelmente nunca saberemos a resposta, pois a série foi cancelada. Enfim, pra quem já assistiu a primeira temporada vale a pena conferir a temporada final. Alguns dos mistérios são desvendedos, há elementos interessantes, e toda a bizarrisse característica de Helix está presente. Infelizmente, o roteiro se perde um pouco a partir da metade da temporada e Helix não nos entrega o segundo ano que esperávamos.
Se até pouco tempo atrás era "consenso" que o que a Marvel fazia no cinema, a DC fazia na televisão, a série do Demolidor e a 2º temporada de Marvel's Agents of S.H.I.E.L.D. vieram pra mostrar que a Marvel só precisava de um pouco de tempo pra se acostumar com o novo formato. A 1º temporada de Marvel's Agents of S.H.I.E.L.D. começou morna, realmente, mas seu final foi fantástico. A 2º temporada, no entanto, já começa alucinante: são 22 episódios sem enrolação, sem fillers, e com uma história muito bem amarrada e bem contada. São várias tramas acontecendo, e quando uma parece terminar, outra começa, com mais "plot twists". Vai por mim, você não vai querer parar de assistir. Agents of S.H.I.E.L.D. se provou também uma série ousada, dando desfechos e mortes inesperadas a alguns personagens, o que resulta num season finale emocionante: ao longo da série você chega a se preocupar de verdade com o destino dos personagens. Destaque para o episódio 17, que conta mais sobre o passada da agente May: que episódio, e que final corajoso! Os personagens antigos são melhor desenvolvidos, com destaque pro desenvolvimento dado ao agente Leo Fitz (Iain De Caestecker), além da introdução de novos ótimos personagens, como Hunter (Nick Blood), Bobbi (Adrianne Palicki) e Mack (Henry Simmons). O arco que conta a história dos pais da protagonista Skye (Chloe Bennet), em especial a história de seu pai, interpretado por Kyle MacLachlan, é muito, muito bom. Além de ser emocionante, principalmente em seu desfecho. Também a trama envolvendo os Inumanos é fantástica, repleta de camadas, questionamentos, personagens completos e reviravoltas inesperadas. A série criou uma consistente mitologia própria, ao mesmo tempo que estabeleceu ótimas ligações com o universo cinematográfico. E bem, a Marvel soube explorar muito bem a temática mutante, usando de forma inteligente os Inumanos. E, se você parar pra pensar, os Inumanos, seres geneticamente alterados por uma raça alienígena, fazem até mais sentido que os próprios mutantes. Enfim, foi um ótimo arco que não foi totalmente fechado, o que é uma pena. Mas como a 3º temporada já foi confirmada, era de se esperar. E não dá pra não mencionar que a série introduziu um conceito importante que deverá ser crucial para os filmes vindouros. OBS: a série é repleta de easter eggs, referências aos quadrinhos, menções a filmes da Marvel, personagens que vão e voltam quando você menos espera. Resumindo, é repleta de momentos em que você fica de queixo caido olhando pra televisão e dizendo: CARAAA...
The Flash tinha tudo pra dar errado. O baixo orçamento, a proposta de não se levar a sério. Felizmente, mesmo com muitos erros, a série encontrou um tom próprio, e principalmente depois do 15º episódio, a série foi numa crescente e estabeleceu um plot muito interessante. Vou começar falando dos pontos baixos de The Flash: a série começa bem devagar, naquele velho esquema de "o vilão da semana". Há muitos fillers desnecessários. A série também tentar se apoiar numa pseudociência pouco pensada, e, apesar de estarmos lidando com uma adaptação de um quadrinho (onde raramente as leis da física fazem sentido), há muitos furos no roteiro que mostram um pouco de falta de cuidado com os episódios. O roteiro também constantemente usa de soluções fáceis, como a dupla Cisco (Carlos Valdez) e Caitin (Danielle Panabaker), dois gênios que criam de tudo, absolutamente de tudo, não importa a área de conhecimento, pra salvar o Flash do vilão do dia. Mas, como disse anteriormente, a série começa a se encontrar por volta do episódio 15, quando deixa de lado esse clima de episódios não-interligados para desenvolver melhor sua trama principal. E aí a coisa começa a ficar interessante. O Flash Reverso (Thomas Cavanagh) é um ótimo vilão, e a partir do momento em que ele começa a agir, a série começa a andar, e o que não vão faltar serão plot twists. The Flash é uma série que tem o espírito da era de Prata dos Quadrinhos: histórias mais leves, inocentes, que não tentam ficar se levando a sério. Se você curtir essa proposta, vai adorar o seriado. Senão, faça uma forcinha até o episódio 15, que a coisa começa a melhorar. PS1: Os efeitos especiais surpreendem em alguns momentos.
O final é surpreendente e inesperado. A ideia de trabalhar com infinitas realidades, infinitos mundo, onde cada decisão que você toma muda todo o curso da história da Terra é simplesmente genial! Infelizmente, o final da temporada tem dois furos incríveis de roteiro, que espero que alguém consiga me explicar, ou que a série corrija nas próximas temporadas. Primeiramente, na primeira cena de toda a série, o Flash do Futuro vem ao passado ao lutar contra o Flash Reverso. Ele salva o pequeno Barry. Só aí já temos dois problemas: 1) O que aconteceu com esse Flash do Futuro? Ele interage com o pequeno Barry, e simplesmente desaparece, o que não acontece com Wells. 2) Ora, por quê ao voltar ao passado ele não substituiu o pequeno Barry? Quando o Barry do presente volta alguns dias no passado ao tentar parar uma tsunami, em um dos episódios, ele substitui o Flash daquele mundo específico; ele simplesmente ele ocupa o seu lugar. Segundo, The Flash o tempo inteiro trabalha com universos paralelos e linhas de tempo alternativas. Logo, toda a resolução final não faz o menor sentido. Primeiramente, voltar ao passado e salvar a mãe dele não vai mudar a linha de tempo de onde ele saiu, iria apenas criar outra linha alternativa de tempo. E se ao longo da série inteira são trabalhadas as ideias de universos paralelos e o Flash Reverso veio de um universo onde a mãe do flash nunca morreu, não faz sentido, ao se matar, Eddie eliminar o Reverso. Apesar deste ser um dos pontos altos do episódio, e Eddie se consolidar como um de meus personagens favoritos, ele e o Reverso não são do mesmo universo. No mundo do reverso, nada do que estava acontecendo ali aconteceu. Ele não poderia simplesmente se matar e o Reverso morrer.
É engraçado como essa série é viciante. Mesmo sem ter uma grande trama acontecendo ao longos dos episódios, com várias reviravoltas e mistérios sendo desmiuçados, que é o que normalmente me prende em séries, Demolidor conseguiu me fazer assistir episódio atrás de episódio, sem querer parar. O elenco é brilhante, os personagens são muito bem construídos ao longo dos episódios e são incrivelmente cativantes, e a história, que foca no amadurecimento do herói (é quase um Demolidor Ano Um) é muito bem construída. Gostei muito dos diálogos de Matt com o padre, que funcionam de forma diametralmente opostas ao que estou acostumado a ver em Arrow, onde o protagonista tem que abandonar seus instintos de sobrevivência assassinos pra se tornar um herói. Aqui, Matt quer ser um herói sem precisar matar, mesmo diante de situações extremas. Charlie Cox interpreta, com absoluta competência, um Matt Murdock de várias camadas, que vão da profunda culpa católica aos questionamentos sobre o limite entre sistema legal e vigilantismo. A série, assim como seu protagonista, tem muitas camadas também, que chegam a nos inquietar diante da tela. Corrupção, crime organizado, manipulação, tudo isso é mostrado da forma mais cru e crível possível. Os próprios dilemas que um advogado de boa índole encara em sua carreira são explorados de forma muito interessante, e tudo isso agrega um grande valor ao conteúdo que a série oferece, pois mesmo depois de concluída a temporada ainda temos bons temas para debate. A atuação de Vincent D'Onofrio é digna de destaque. Seu Rei do Crime é espetacular, tão espetacular que não sei se gostei dessa escolha de roteiro. O Wilson Fisk da Netflix é um personagem com várias camadas, e que ao longo da série consegue nos sensibilizar diante de sua causa. Mesmo diante do final da temporada, não tem como não acharmos que o Rei do Crime só vem a existir nesse universo por causa das ações do próprio Demolidor. Os outros personagens de apoio também estão incríveis. O Foggy Nelson de Elden Henson está ótimo, e consegue escapar da principal ameaça de um personagem como ele: o de ser apenas um alívio cômico em uma série densa. Deborah Ann Woll também está longe de ser apenas o interesse amoroso do protagonista, nos entregando uma Karen Page forte e inteligente. Vondie Curtis-Hall e Toby Leonard Moore também estão incríveis como Ben Urich e Wesley, respectivamente. Como nem tudo são flores, uma coisa que pra mim ficou estranha foi a passagem de tempo durante o treinamento do jovem Mudock. O seu tempo de treinamento parece muito curto, incapaz ter impacto profundo na preparação do herói. Queria saber de onde ele aprendeu a lutar assim, visto que quando Stick apareceu na série ele já fazia altos movimentos de luta. Também achei que a resolução do episódio final foi um pouco corrida, destoando do ritmo que a série vinha apresentando. Ah, até agora não sei se gostei ou não do uniforme escolhido pra série.
OBS: Se tem algo que me incomodou na série como um todo foi a morte de Ben Urich. Apesar de ser bem coerente com o que ela vinha nos apresentando, o personagem é importante demais no universo do herói pra ser descartado assim, em plena primeira temporada. Não apenas a morte do personagem não existe nos quadrinhos, como o personagem tem papel muito importante em sagas posteriores do Demolidor. O que mais me incomoda com essa decisão é a perda de um personagem que poderia render grandes temporadas: não teremos o arco de histórias de Urich investigando a identidade secreta de Murdock, não teremos um coadjuvante recorrente excelente para muitas histórias, um repórter investigativo das antigas frente a um mundo pós bolha da internet. Não precisava. Urich não é um personagem de segunda, é um herói sem poderes nesse mundo de super seres. Isso sem falar na trama da esposa doente de Urich, que ocupa tempo demais de tela e quase só serve como desculpa para Karen justificar a visita ao asilo onde mora a mãe de Fisk. Péssimo, e aparentemente ficaremos sem explicação pra essa subtrama.
Inicialmente, o que mais me chamou a atenção em Extant foram os nomes envolvidos na série: Halle Berry e Spielberg. A sinopse também é interessante, mas foram os mistérios introduzidos no episódio piloto que me cativaram a ponto de acompanhar a curta 1º Temporada. Em alguns momentos a série parece que se perde, introduzindo uns temas que não voltam a ser abordados ao longo dos episódios. Mesmo assim, a série se desenvolve muito bem e tem um final bem satisfatório. Por mais aberta que termine a primeira temporada, ela fecha o arco principal que estava sendo desenvolvido para o caso de um cancelamento. Felizmente, ela já foi renovada para uma 2º Temporada. As personagens são extremamente carismáticos. Mas ao contrário do que possa parecer,a personagem que menos me cativou foi a protagonista Molly, que achei um tanto sem graça e irritante. Além do ótimo elenco de apoio, temos as brilhantes atuações de Goran Visnjic (John) e Pierce Gagnon (Ethan). Ethan é incrivelmente carismático, mesmo que tenha chegado a me preocupar em alguns momentos, principalmente nos primeiros episódios, quando não sabia se ele ia ou não virar um robô "maligno". Mas sua participação no ato final é emocionante demais. Ah, e não podemos esquecer de Hiroyuki Sanada sendo Hiroyuki Sanada (quem assistiu Helix sabe do que estou falando). Já falando da trama principal e do roteiro em si, o mistério é muito interessante, mas a solução dada não nos apresenta nada de novo. Achei menos criativa do que eu esperava. Mas não deixa de ser legal. Vamos ver como isso será desenvolvido numa próxima temporada.
The Prisoner me atraiu desde o começo devido à sua premissa básica. O que me manteve colado no monitor em todos os episódios era a curiosidade de descobrir o que era afinal "A Vila", e porque ela existia? Eu terminava um episódio louco para ver o próximo, mas pareciam apenas surgir mais perguntas e nenhuma resposta. Além disso, a série é extremamente agoniante: a vigilância constante, o desespero de 6 em sair de lá, a impossibilidade em confiar em alguém. Imagine você estar num lugar em que não conhece ninguém, mas todos dizem que te conhecem. Imagine tentar sair desse lugar, mas lhe ser dito que o mundo se resume a aquele específico lugarejo, não importa as lembranças que você tenha de uma vida pregressa. Será que você admitiria a própria loucura, ou lutaria assim como 6? The Prisoner é uma daquelas séries que a trama gira em torno de um grande mistério, ou uma grande conspiração. E não gosto das séries em que esse mistério não é solucionado ao final. Por sorte, isso não acontece aqui. Por mais que tenhamos apenas um episódio dedicado a isso, e eles não se aprofundem tanto em explicações, a solução é bem interessante, e não é nada do que esperávamos. A interpretação do Número 2 por Ian McKellen é excepcional, e ele rouba a cena. Mas Jim Caviezel (Número 6) não fica atrás, com uma atuação brilhante também. Hayley Atwell (a Peggy Carter de Capitão América) está linda e muito bem como Lucy, apesar do pouco destaque. No fim, The Prisoner vale pelo clima de suspense e tensão, pelos mistérios, e pelas provocações inerentes ao tema que trabalha. Seu final pode não ser tão esclarecedor, mas é aberto a mais de uma interpretação, e a série levanta questionamentos bem interessantes.
A série começa bem devagar, a ponto deu ter enrolado quase um ano pra finalizar a primeira temporada. Os episódios eram muito "formulaicos", e os personagens muito estereotipados. As soluções sempre saiam de dentro da cartola, e a Skye era um deus ex machina em praticamente todos os episódios, o que soava muito inverossímil, visto que ela era a única agente não treinada ali. Porém, valeu a pena eu ter retomado a série. A partir do décimo episódio as coisas começam a melhorar, principalmente com uma melhor inserção de elementos do universo cinematográfico da Marvel. Mas o grande ponto de virada foi o episódio 16, quando a série começa a ficar alucinante. São reviravoltas atrás de reviravoltas, muitas delas muito corajosas. A série inclusive dá uma amadurecida, ficando mais adulta, não apenas nas decisões tomadas pelos personagens e nas cenas de ação, mas também na trama, que fica realmente interessante. Os últimos episódios compensam todo o início "mais ou menos" da série. Ah, e é muito bom ver o agente Coulson em ação, e tomando as rédeas da situação, finalmente entendendo o porquê dele ter tanta estima por parte do Fury. Observação: Gostei muito da solução que encontraram pra explicar a volta do agente Coulson. E olha que pelo que tinha lido na net, achei que ia ser um baita banho de água fria. Mas não, é muito inteligente, e faz parte de uma trama muito maior, que só aumentou o nível da série.
É difícil falar de Code Geass. Pra início de conversa, eu enrolei muito pra assistir esse anime. Tinha muita gente recomendando, mas eu sempre ia empurrando pra depois. Depois de muito tempo, acabei baixando alguns episódios. Mas eu tenho um problema com primeiros episódios, pois raramente sou fisgado na história assim de cara, e novamente deixei o anime de lado. Até que um dia finalmente tomei vergonha na cara e dei continuidade. Assisti o segundo, o terceiro, o quarto, e não consegui mais parar. Não só a história, mas os personagens foram me cativando de uma forma que é difícil até explicar. Code Geass foi um dos melhores animes/desenho animado/série que já assisti, por vários motivos. O primeiro deles é a história do anime em si, que é fantástica. A trama é cheia de reviravoltas inesperadas, com "plot twists" acontecendo aqui e ali. Além disso, ela é muito complexa e cheia de camadas. Há todo um debate político, aquele velho embate moral de será que os fins justificam os meios, e até uma pitada interessantíssima de metafísica. O segundo motivo que torna Code Geass um anime tão diferenciado é o carisma e a complexidade de seus personagens. Até o último minuto você não vai saber se Lelouch é ou não um vilão, mas você vai gostar dele do mesmo jeito. E você também vai amar cada um dos outros personagens, entender as suas motivações, e sofrer com cada uma das mortes, que não são poucas, diga-se de passagem. Talvez a única coisa que eu tenha sentido falta foi a de se explorar mais algumas ideias plantadas ao longo do anime e a história de alguns personagens, que foram muito brevemente mencionadas. Algo que poderia ser complementado com spin-offs. Enfim, Code Geass é recomendado pra qualquer pessoa, goste ou não de animes. A história é fantástica, os personagens fantásticos, e você vai se ver envolvido quando menos esperar. É um anime que vai além dos 50 episódios e das duas temporadas: você vai terminá-lo, mas volta e meia vai se pegar pensando na história, tentando preencher algumas lacunas, expandir alguns conceitos, entender melhor um outro personagem, e sentindo falta de poder continuar os acompanhando. PS: o final é simplesmente emocionante, talvez um dos melhores que já tenha visto.
Quanto se trata de animes, o que mais vejo por aqui são haters. Acho que todo mundo tem o direito de não gostar de alguma obra, mas por favor, uma coisa é não gostar e explicar o que o levou a essa opinião, como vi gente aqui fazendo, mas outra coisa é sair falando merda sem nem querer justificar ou dar uma de sabichão. Gosto é gosto, mas ofender sem motivo algum é complicado.
Se você quer saber se vai curtir ou não Gosick, assista os três primeiro episódios. O anime inteiro segue essa linha. Você tem uma trama de fundo acontecendo, mas o anime foca no relacionamento dos protagonistas e em desvendar mistérios periódicos. Os traços são lindos, e o anime é bastante sensível. O final é emocionante, realmente. Eu gostei muito do anime, principalmente do debate religião x ciência que ele propõe, mesmo que de forma sutil.
série que me surpreendeu bastante.. não esperava muito, e achava que a série ia ser meio bobinha e mais pro público feminino, mas me enganei. Entenda melhor o que essa série tem de bom vendo a crítica completa:
Dave, o Bárbaro (1ª Temporada)
3.5 2Diferentes de muitos dos desenhos mais atuais de sucesso, como Hora da Aventura e Gravity Falls, Dave, O Bárbaro não tem uma trama principal sendo desenvolvida ao longo dos episódios. O show segue bem o estilo “cartoon cartoon” clássico, com episódios independentes, cuja força está nas piadas e na personalidade de seus personagens. E são essas as duas forças de Dave, O Bárbaro: personagens com personalidades marcantes, muito bem construídas e que interagem muito bem entre si, e um humor excelente, que mescla piadas de situação, que funcionam muito bem com as crianças, com piadas decorrentes da personalidade errática dos personagens, e momentos de um humor ácido incrível, que satirizam situações da vida, e que vão chamar a atenção dos adultos. A relação entre os personagens é muito legal e tornam o show mais divertido ainda.
O desenho só não é perfeito pra mim porque acho que, sendo um desenho de humor e se passando nesse mundo medieval de capa e espada, os criadores podiam ir mais a fundo na hora de satirizar os clichês desse gênero, o que deixaria o desenho realmente genial. Mas isso é só uma frustração pessoal, até porque, é a ambientação nesse cenário medieval a responsável por todo o charme único desse desenho, e só isso já é um mérito.
Enfim, Dave, o Bárbaro é um excelente refresco nos dias de hoje, e vale a pena você parar pra reassistir, inclusive com seus filhos e sobrinhos, se tiver: os episódios sempre tem mensagens bacanas pras discutir com as crianças, ao passo que são hilários e possuem sacadas ácidas que só os adultos vão pegar. Mas vale dizer que, justamente pelo show não se preocupar com desenvolvimento, e possuir episódios soltos e independentes entre si, a experiência vai ficando melhor a medida que você assiste mais episódios e passa a conhecer melhor a personalidade dos personagens (inclusive dos vilões), e a dinâmicac entre eles. A primeira vez que assisti os primeiros episódios, não achei eles tão bons, mas depois que voltei pra reassistir depois de ter assistido vários episódios, achei eles incríveis. Então fica, a dica. Não desiste se no começo achar meio sem graça.
Wild Wild Country
4.3 265 Assista AgoraQuando alguém nos recomenda a assistir a recente minisérie documental do Netflix, Wild Wild Country, normalmente essa pessoa associa a série a vida de Osho, um dos líderes espirituais mais famosos do século XX. Porém, Wild Wild Country não é sobre Osho. Também não é sobre seus discípulos ou sobre a sua filosofia, por mais que estes sejam importantes atores desta história. Wild Wild Country é a história de Rajneeshpuram, o maior experimento da obra de Osho.
AFINAL, DO QUE SE TRATA A MINISSÉRIE WILD WILD COUNTRY E O QUE FOI RAJNEESHPURAM?
No começo dos anos 1980, devido a internacionalização do grupo de seguidores de Osho e aos constantes conflitos com autoridades indianas, Bhagwan - como era chamado na época - e seus seguidores passaram a procurar um retiro fora do país. O objetivo de Bhagwan era criar uma comunidade autossuficiente baseada em compaixão e troca, que pudesse ser usada como exemplo do que era possível no mundo, na qual seus discípulos pudessem viver em felicidade utópica, seguindo seus ensinamentos. Bem, os EUA dão o direito a todos de praticarem sua religião. Atraídos pelo “sonho americano”, e por um país que se auto proclama como líder do mundo “livre”, e detentor de flexíveis leis sobre a livre associação, que permitiriam a Osho e seus discípulos fundarem uma pequena comunidade autossuficiente, em 1981, guru e discípulos mudaram-se para um rancho limítrofe a pequena cidade de Antelope, no condado de Wasco, Oregon. Este rancho seria o berço da terra prometida, um “campo de Buda”, Rajneeshpuram. Wild Wild Country é a história da cidade de Rajneeshpuram, e de como Bhagwan e seguidores levantaram essa cidade do “nada”, praticamente da noite para o dia. Ao longo dos 6 episódios da série, veremos como esta experiência e as diferenças de valores entre os sannyasins – como eram chamados os seguidores de Rajneesh – e os fazendeiros locais de Antelope gerou um enorme descontentamento dessa pequeníssima população conservadora do interior dos EUA, o que acabou resultando em um caso extremamente controverso, que culminou num processo colossal que mobilizou várias instâncias do governo norte-americano, e acabou resultando em um dos maiores escândalos de fraude fiscal, evasão de impostos e envenenamento da história do país, indo além e chegando até a envolver tentativas de assassinato. O desenrolar desta história é surpreendente e vai te deixar boquiaberto. Parafraseando um policial do Oregon envolvido nas investigações do caso: “Alguém escreverá um livro sobre isso. E eu garanto a vocês: quando for lançado, as pessoas vão dizer que é ficção”.
Wild Wild Country é uma série documental inteligente, informativa e surpreendente, que se esforça para ser imparcial. Defitivamente, trata-se de uma história que a maior parte das pessoas não acreditaria ser real, caso alguém contasse. Impressiona também a riqueza da parte documental. São muitos registros da época, sendo algo impressionante de se assistir. Porém, mesmo contando de maneira maestral a trajetória de Rajneeshpuram, a série não explora a fundo alguns aspectos-chave da questão, deixando várias questões em aberto e muitas dúvidas na cabeça dos espectadores, soando em alguns momentos, sim, parcial, por ocultar informações importantes – faltou contextualizar algumas coisas exibidas na minisséria, como os trechos do filme “Ashram in Poona”, e até mesmo embasar algumas das acusações feitas. Portanto, apesar de um excelente relato da história da comunidade de Rajneeshpuram, o documentário não responde a muitas perguntas, e não desenvolve muitos dos fatos que apresenta aqui e ali ao longo dos 6 episódios. Além disso, falta explicar um pouco da beleza e da profundidade dos ensinamentos de Osho, e do porquê das pessoas fazerem tanta questão de estarem perto do guru. Mas, vale muito a pena você dar uma conferida, pois é uma história surreal e ao mesmo tempo fascinamente, que explora não apenas o experimento de Osho, mas o aspecto humano das pessoas envolvidas. Eu, particularmente, terminei de assistir o último episódio muito emocionado, e emocionalmente conectado a Osho e todas aquelas pessoas que eu nunca vi na minha vida.
E até hoje me pergunto como a gente não sabia desse escândalo todo em Rajneeshpuram? Também não sei.
Pra quem quiser se aprofundar um pouquinho mais na discussão sobre a série, acesse o blog Portfólio da Vida e deixe lá seu comentário, vai ser um prazer discutir um pouco mais sobre essa fascinante história. Lá, discorri um pouquinho mais sobre o que a série nos diz a respeito de Osho e de seus ensinamentos. Ficou bem legal!
MAS AFINAL, O QUE WILD WILD COUNTRY NOS DIZ A RESPEITO DE OSHO?
Dito tudo isso, é importante destacar outro ponto. Eu, particularmente, sempre gostei muito dos ensinamentos de Osho, e por isso, terminei o documentário dividido e cheio de perguntas. Afinal, então ele foi mesmo um charlatão, ou ele realmente não sabia dos crimes praticados por sua secretária? E até onde isso pode desvalorizar seus ensinamentos, os quais tanto me identifico? Mas não teremos respostas, ao menos não neste temporada. Como já frisei algumas vezes, o documentário é sobre a história da cidade e do conflito político e ideológico dos administradores de Rajneeshpuram com os moradores das cidades vizinhas no Oregon e, por isso, ele não se preocupa muito em destrinchar aspectos da vida de Osho, ir a fundo para entender até onde ele estava envolvido ou era alheio a tudo o que acontecia, e muito menos a verdadeira motivação por trás de cada um dos envolvidos. Além disso, apesar da enorme quantidade de registros e depoimentos, pouco é falado sobre a filosofia de Bhagwan: afinal, o que se praticava em seus centros de meditação? Quais eram seus ensinamentos e como ele conseguia atrair tantos seguidores devotos? Muitos dos comentários feitos durante a exibição falam dos frequentes sexos grupais e da completa falta de “pudor” dos sannyasins, mas segundo seus discípulos, o guru queria apenas que o sexo n ão fosse renegado, e que os boatos de orgias na comunidade vinham de quem queria se aproveitar da liberdade sexual para “aprontar”.
Psycho-Pass (1ª Temporada)
4.4 84Psycho Pass se passa em um futuro onde é possível medir e qualificar a personalidade e estado mental de uma pessoa instantaneamente. Essa informação é processada e gravada, e o termo “Psycho Pass” se refere ao padrão usado para medir o estado de espirito de um individuo, podendo classificá-lo como criminoso antes mesmo que cometa qualquer delito. Dessa forma, um sistema computadorizado chamado Sibyl pode julgar e punir criminosos de acordo com suas verdadeiras intenções. Esse mesmo sistema também decide a que tipo de emprego você se adequa baseando-se em suas aptidões e notas. Não existe violência, e todos são felizes... Será? Você gostaria de viver em um mundo onde não precisasse perder tempo pensando em que carreira seguir, ou no que fazer, pois existe um sistema capaz de medir todas as suas aptidões e anseios, e te guiar para o caminho que mais lhe trará felicidade? Ou será que são justamente estes anseios e inseguranças que nos trazem felicidade?
Akane Tsunemori é uma policial que acaba de ser transferida para Agência de Segurança Pública, e será através de seus olhos que iremos viver essa história. Ela segue uma rotina de trabalho normal dentro da Agência enquanto conhece seus novos colegas, quando alguns casos sem aparente ligação começam a chamar a atenção de um de seus companheiros de equipe....
Psycho Pass é o que melhor que temos em termos de distopia e ficção científica na animação japonesa. Os primeiros episódios, com tramas indepententes e menos complexas, servem para nos apresentar ao futuro distópico (ou seria utópico?) de Psycho Pass. Apesar de algumas pessoas acharem esses episódios chatos e arrastados (definitivamente não sou uma delas), eles são importantíssimos ao passo que nos colocam na pele da protagonista Tsunemori Akane e nos apresentam a estrutura dessa sociedade, o funcionamento da Agência de Segurança Pública e das Dominators, como funciona a sua rotina e a dos personagens a sua volta, suas pretensões e anseios, etc. Lentamente, somos apresentados ao grande vilão da série, e atraídos pelo fio condutor de todo o anime: Makishima Shogo, um antagonista que surge para abalar as estruturas dessa sociedade “perfeita”. E tudo isso é feito de forma harmônica, de maneira que não somos sobrecarregados com informações (por isso a importância desse pequeno arco inicial).
Mas logo a série engata, e toda a trama passa a afunilar em direção as ambições e ações desse misterioso vilão e sua relação com o anti-herói Kogami (que provavelmente irá conquistar mais fandom do que a própria protagonista).
E junto disso, vamos avaliando e questionando o sistema que rege essa sociedade e o modo de vida dessas pessoas, e criamos progressivamente teorias e pensamentos em torno dele: Seria ele realmente perfeito? Neste ponto, o antagonista é o responsável por nos incutar vários desses questionamentos a respeito dessa suposta utopia, mas somos nós os responsáveis por respondê-las. A série não se dá ao desserviço de fazer isso por nós. Assim como em obras clássicas como “Admirável Mundo Novo” cabe a nós dizer se esse tipo de sociedade é uma utopia, ou uma distopia. Há argumentos para ambos os lados.
Enfim, Psycho Pass possui temas fortes, personagens carismáticos e uma narrativa poderosa, não deixando a desejar às melhores obras de scy-fi da literatura e do cinema. Animação mais do que recomendada, principalmente para quem não é de assistir animações japonesas (a obra não cede aos costumeiros trejeitos típicos das animações nipônicas). Entrou no hall dos meus favoritos, ao lado de Fullmetal, Code Geass e Death Note.
PS1: Adorei o conceito dos co-agentes. Eles dão uma profundidade surreal ao trabalho e as consequências psicológicas do trabalho de um policial.
PS2: A idéia de apresentar a verdadeira forma do sistema Sybil como um tipo de consciência coletiva formada pelo cérebro de diversos civis “anômalos” (aka criminosos em série) é um tanto quanto inesperada, ousada e interessante, porém não sei se ela me agradou. Essa premissa faz o espectador criar certa repulsa pelo sistema, e isso dificulta um pouco o julgamento do funcionamento desta sociedade, afinal, ninguém quer viver um uma sociedade onde quem dita as regras são pessoas que não sentem empatia e em vida cometeram diversos crimes e atrocidades. Tudo isso poderia ser resolvido através de um sistema computacional imparcial e racional, que faz o mesmo tipo de análises e julgamentos que o Sybil faz (uma computação quântica, por exemplo), conduzindo a série para o mesmo lugar, porém de uma forma menos repulsiva e através de questionamentos puramente filosóficos, que mantivesse no espectador os anseios de se viver em uma sociedade como a de Psycho Pass.
Stranger Things (2ª Temporada)
4.3 1,6KA 2º Temporada de Strangers Things se apoiou muito mais na força de seus personagens do que na força de sua história. Enquanto a primeira temporada se apoiava numa trama que focava na tensão e no mistério, e em elementos de uma novela de horror do Stephen King mesclados ao clima dos filmes do Spielberg, o segundo ano mudou para uma pegada mais aventuresca, a la Os Goonies, apostando mais nas crianças (que fizeram muito sucesso na 1º Temporada) que no terror e na história. Assim, se o primeiro ano me prendeu por conta de uma narrativa bem contada e um clima de tensão e mistério envolvente, com uma pitada de personagens extremamente carismáticos, o segundo ano praticamente só me manteve preso por conta da volta desses personagens que tanto gostamos.
Outra coisa de que senti falta foi de ver mais do Mundo Invertido. Por mais que o grande vilão desta temporada venha de lá e a gente veja bastante desta outra dimensão, eu terminei a temporada sabendo tanto deste universo quanto já sabia ao final da 1º Temporada. Uma pena, pois já que a temporada não ia focar nos elementos de mistério e tensão do primeiro ano, poderia compensar apresentando novos elementos deste universo, de forma que eu ficasse mais interessado na aventura. Tudo isso fez com que os próprios clichês do gênero que na 1° Temporada não me chamavam a atenção, me incomodassem um pouco neste ano.
Enfim, depois de tudo isso, pode parecer que eu odiei esse novo arco da história. Não é bem assim. O segundo ano de Stranger Things foi gostoso de assistir. Adorei rever esses personangens, adorei a pegada lovecraftiana da temporada, me diverti ao longo dos episódios e recomendo a temporada para quem curtiu o primeiro ano. Acontece que a trama mais linear não me prendeu tanto, ao ponto de conseguir acompanhar no meu próprio ritmo, um episódio por dia, sem a necessidade de maratonar, e isso acabou me induzindo a reparar mais nos defeitos da série. Não sei para onde a série vai a partir daqui, só sei que adoro esses personagens, adoro esse clima oitentista, e espero que a trama volte a ganhar força e que a série não fique se apoiando apenas no carisma de seus protagonistas.
Avatar: A Lenda de Korra (1ª Temporada)
4.2 333 Assista AgoraAvatar a Lenda de Korra é talvez uma das mais criativas e ousadas ideias já tidas para se continuar uma história dentro de um universo tão rico e com personagens tão cativantes quanto o de Avatar a Lenda de Aang. A ideia de inserir a mitologia do Avatar dentro de um mundo em plena revolução industrial é brilhante, quer gostemos ou não dessa mudança.
O ponto alto desta nova série é certamente a ambientação. Reimaginar o universo de dominadores de Avatar, cuja espiritualidade e o modo de vida Zen são tão importantes, num período pós-guerra e em plena modernização é estimulante. A forma que o roteiro imagina e encaixa esse elementos dentro deste novo cenário é incrível, e os roteiristas saciam um pouco da curiosidade de quem um dia já imaginou como seria se vivéssemos nesse mundo. Como a tecnologia se desenvolveria? Qual seria o papel dos dominadores e da dominação nas novas máquinas? A filosofia milenar perderia espaço para a globalização e o capitalismo? A Lenda de Korra nos instiga com todas essas questões, e ilustra um pouco deste cenário. Em cada detalhe, há algo novo e inventivo a se descobrir. Eu poderia passar horas só analisando quadro a quadro os cenários dessa série, mas acho melhor parar aqui: vocês entenderam a mensagem.
A trama principal também é muito boa. Toda o enredo político desenvolvido por detrás da ideia de opressão velada e do movimento popular anti-dobra e a filosofia igualitária é sensacional. A maioria dos episódios aborda temáticas importantes, desde conflitos de gerações, xenofobia e opressão, abuso de poder, dentre outros. É uma série muito madura, que trabalha temas adultos numa trama que agrada a todas as idades. Soma-se isso a um desenvolvimento imprevisível: a narrativa é acelerada e me peguei por diversas vezes apertando a cadeira de tensão, surpreendido com o desfecho dos episódios.
Infelizmente, porém, nem tudo são flores e a série peca em duas questões que acho digno de destaque.
Primeiramente, não acho Korra uma protagonista muito carismática, o que constrasta com o carisma do antigo Time Avatar. Isso talvez divida as opiniões. Sua personalidade forte e marcante até a torna uma personagem verossímil e oposta ao que estávamos acostumados com nosso amado monge do Ar, o que agradou muita gente, mas ainda que aceite isso, não me identifiquei muito com a nova Avatar. Chega a ser engraçado que em uma série que apresenta tantos novos personagens, os que mais me identifiquei são justamento os que possuem relação direta com os antigos heróis, como Tenzin e a Li. Aliás, os easter eggs foram muito bem colocados e as referências à Lenda de Aang são inúmeras e renderam os momentos em que mais me arrepiei. Apesar disso, a trama funciona bem independente dos acontecimentos das temporadas anteriores, mas acredito que quem não as tenha assistido não terá 100% de aproveitamento dos conteúdos da série, e talvez fique perdido em alguns momentos.
Minha maior crítica, porém, é quanto ao ritmo acelerado de desenvolvimento da história. A ideia que permeia a trama desta temporada é tão boa e o vilão começa tão bem (durante os primeiros episódios, Amon foi talvez o vilão mais impactante que assisto em tempos) que ela merecia mais do que apenas 12 episódios de 20 minutos para ser contada. Tudo na história acontece rápido demais, e senti falta daquela sensação de fluidez orgânica e natural que sentíamos ao assistir a Lenda de Aang, o que compromete principalmente no desenvolvimento dos antagonistas. As motivações se revelam fracas, e o plot twist envolvendo o Amon (apesar de surpreendente e de render uma emocionante cena final, na qual não pude evitar que meus olhos marejassem) tirou muito do impacto do
(afinal, pra que colocá-lo como um dominador de água? Pra que perder tanto tempo inserindo o Tarlok como co antagonista? Numa temporada de 21 episódios que explorasse melhor suas motivações talvez isso funcionasse melhor Ainda assim, acho que o fato do Amon se revelar um dominador tirou muito do impacto das discussões que a temporada estava propondo com o movimento igualitário)
Enfim, apesar dos tropeços, Avatar a Lenda de Korra é uma continuação muito acima da média. Foi um deleite entrar de novo no universo dos dominadores, e espero continuar ouvindo as histórias dos Avatares ainda por muito tempo.
O Último Cara da Terra (2ª Temporada)
3.7 34 Assista AgoraSe a 1º Temporada de The Last Man on Earth transitava entre o mistério e o cômico, com um protagonista de caráter duvidoso, a 2º Temporada abandona um pouco esta pegada, se voltando pro desenvolvimento do relacionamento entre os últimos sobreviventes da Terra e evoluindo a personalidade do então protagonista, sem deixá-lo perder seu jeito hilário, característica mais marcante da série.
Mesmo com alguns episódios mais fracos que outros, a série evoluiu bastante. Pode-se dizer que perdeu um pouco do charme da 1º Temporada, que focava mais no quesito desta pequena sociedade ser a última de todo o planeta, mas ganhou em sentimento e química. E principalmente em drama, apesar do humor não convencional que se fez presente em toda a temporada de estréia continuar sendo o carro-chefe. Algo interessante é que a série nunca se deixa enjoar. Quando você acha que eles estão começando a repetir as mesmas piadas e as mesmas situações, os roteiristas vão lá e dão uma guinada na história. A evolução na personalidade de Tandy, antes um protagonista hilário, mas muito difícil de se simpatizar, foi algo muito bem feito e me aproximou ainda mais da série. Acho que ficaria repetitivo demais outra temporada que repetisse as mesmas atitudes do protagonista na 1º Temporada. A introdução de seu irmão foi um dos pontos altos da trama, explicando muito da personalidade fraca e questionável de Phil nos episódios passados, e adicionando uma química familiar impressionante
(uma pena o destino que eles parecem querer dar ao Mike, um tanto quanto desnecessário pra mim. Diferente do destino de Phil (Boris Kodjoe), que fez muito mais sentido dentro de todo o contexto, ainda que totalmente inesperado)
PS: Ainda bem que a série foi renovada, pois ninguém merece o "chiffhanger" do último episódio.
Stranger Things (1ª Temporada)
4.5 2,7K Assista AgoraStranger Things foi um dos grandes "hypes" de 2016, ano que já pode ser lembrado como o ano do exagero. Se no cinema, você tem gente dizendo que a cada novo longa-metragem, "X" é o melhor filme da história e "Y" é o pior filme de todos os tempos, essa onda de ame ou odeio parece estar se estendendo para outras mídias. Stranger Things chegou fazendo muito barulho, e eu preferi esperar o burburinho e a onda massiva de spoilers passar pra conferir a série.
Não cresci nos anos 80, e vi pouquíssimos filmes dessa época, portanto, não posso ser acusado de saudosista ao dizer que curti a série. Ela é curtinha, são pouquíssimos episódios, o que facilita muito no engajamento, visto que a série não acumula gorduras, e tudo o que acontece em todos os episódios contribui de alguma forma para a narrativa. Narrativa, esta, que não apresenta nenhuma novidade: a série é sim repleta de clichês, sendo previsível em diversos momentos, mas eles estão ali de forma totalmente intencional, seja para homenagear um gênero, seja para apresentar a uma nova geração um estilo que marcou tanto uma época. Os personagens são muito carismáticos, e o clima de suspense e mistério, principalmente nos primeiros episódios, contribui muito para você não desligar o computador.
Enfim, Stranger Things é uma das grandes surpresas do ano. Está longe de ser "a melhor série da história", mas tem uma trama bem amarrada, um clima de suspense e conspiração típico da sobras dos anos 80 que não te deixam desligar o Netflix, personagens interessantes e um universo incrível cheio de potencial para uma segunda temporada.
Jessica Jones (1ª Temporada)
4.1 1,1K Assista AgoraO maior mérito de Jessica Jones é inovar num gênero que começa a se esgotar, não por falta de boas histórias, mas por medo de inovar. Mesmo quem nunca leu os quadrinhos ou sequer ouviu falar de JJ não encontrará dificuldade em acomapanhar a narrativa. Até quem não conhece nada dos Estúdios Marvel e nem ao menos é adepto à histórias de super-heróis pode apreciar a série normalmente, pois Jessica Jones não é uma história sobre uma heróina em ação preocupada em manter a cidade segura, é apenas a história de uma moça que busca manter uma vida pacata como IP de casos roteineiros, e sobreviver na selva de pedras de NY. A trama, distribuída ao longo de 13 episódios, é amarradinha, os personagens são bem construídos e grande parte do charme da série está no fantástico vilão – se a Marvel tem dificuldades em criar grandes vilões no cinema, o mesmo não pode ser dito das séries. O roteiro de JJ não tem nenhum grande mistério, e o que move a primeira temporada é justamente a caçada até Kilgrave, e isso funciona muito bem em parte devido ao interessantíssimo e assustador poder do vilão e ao rastro de destruição que ele deixa por onde passa, mas também ao carisma e a atuação fantástica do ator. A forma como ele é introduzido aos poucos ao longo dos episódios, com a ameaça surgindo aos poucos, em cenas pontuais e refletida apenas nos medos, depoimentos e na paranóia dos personagens, também ajudam a série a te manter vidrado em episódios que nas mãos de outros diretores e roteiristas poderiam ficar repetitivos. Suas motivações são muito bem desenvolvidas, sendo este outro ponto de destaque entre Kilgrave e as adaptações audiovisuais dos demais vilões da Casa das Ideias: estamos acostumados com planos para dominação mundial, extinção dos humanos, entre outros objetivos completamente exagerados, já o único objetivo de Kilgrave é o amor de Jessica por ele, e como uma criança mimada que não consegue o que quer ele, utiliza desde ameaças sem nenhum alvo definido à ataques de raiva aleatórios. JJ é uma a série mais inventiva em si até que a 1° temporada de Demolidor, por ter um roteiro diferenciado e por conseguir inovar e surpreender dentro de um gênero já saturado, porém, seus personagens não conseguem ser carismáticas como os da séries vizinha, com excessão talvez do vizinho de Jessica, Malcom. Além disso, a série aborda temas pesados e muito atuais, como opressão, estupro, culpabilização da vítima, além de ser uma série muito representativa, em que os protagonistas são mulheres, mulheres lésbicas, e os homens protagonistas são negros. O unico calcasiano de importância para a história é o vilão. Aliás, a série inclusive aborda de forma muito adulta a já velha sina de matar ou não o vilão. Até onde um vilão com poderes tão perigosos deve ser preso? Qual os perigos que isso engloba? A série também possui ótimos fan services, que se encaixam perfeitamente na trama
, como a introdução do vilão Bazooca
O Último Cara da Terra (1ª Temporada)
3.6 105 Assista AgoraÉ engraçado que a sinopse e as primeiras notícas de The Last Man on Earth devem ter enganado a maior parte de seus primeiros espectadores, inclusive eu. Então, já vá sabendo: a série não vai explorar muito da premissa pós-apocalíptica que propõe. A proposta aqui é acompanhar o protagonista Phil Miller enquanto ela toma as piores decisões que o último do homem da Terra poderia tomar.
Amei o primeiro episódio e acho que ele merece ser citado. Acho que nunca ninguém antes retratou tão bem o que uma pessoa faria caso se tornasse a única pessoa viva no seu país como Will Forte fez no piloto da série. Bem, mas a partir do segundo episódio a série toma um rumo bem diferente. E não achei isso ruim não, muito pelo contrário. É apenas uma questão de proposta: dê continuidade sabendo que agora o clima da série será outro.
Ao longo dos 12 episódios seguintes acompanhamos cada singela decisão estúpida que Phil Miller toma. Vi muita gente falando que ele é um dos protagonistas mais odiáveis já criados. E como eu me irritava com tudo que ele fazia! Mas não dá pra não sentir certa empatia por ele também. E por mais babaca que ele seja, não dá pra não entender também os motivos dele se meter em tanta roubada. Fora que ele nunca termina impune: pra cada decisão idiota que ele toma, existe uma consequência, e isso torna a série muito divertida.
Enfim, adorei The Last Man On Earh! A premissa pode não ter sido o que eu esperava de início, mas a série me prendeu de uma forma que eu não esperava. Mesmo não sendo super engraçada, ela tem ótimas sacadas e me prendeu a atenção em todos os episódios: eu simplesmente não conseguia parar de assistir. Além disso, a ideia, principalmente em se tratando de uma comédia, é muito original. Ah, e o final é ótimo, além de ser fechadinho, coisa rara de de se encontrar hoje em dia.
Fullmetal Alchemist: Brotherhood
4.7 391Fullmetal Alchemist Brotherhooh está sendo um anime tão difícil de descrever quanto o foi Code Geass. Sem dúvidas, é um dos animes mais importantes e conceituados de todos. Dificilmente se achará uma lista de melhores animes sem FMA entre os primeiros. Inclusive, o anime tem ocupado insuperavelmente o título de melhor anime no site MyAnimeList, sem contar a média de 4.8, num total de 2394 votos, no Filmow. Isso por si só já deveria ser o suficiente para encorajar qualquer desavisado: se ainda não deu uma chance ao anime, dê agora!
Enfim, FMA é um daqueles animes que te deixa um vazio enorme ao terminar de assistir todos os episódios. Você acaba envolvido pela trama, pelos personagens e por suas histórias de tal maneira que você quer continuar com eles.
FMA tem dois trunfos que, na minha opinião, fazem a diferença: a carisma dos personagens e o enredo principal. A trama de FMA é muito boa, rica em detalhes, e envolta em mistério do início ao fim, o que te prende ao longo de todos os 64 episódios. Toda a ambientação, a criação de todo um mundo fundamentado nas leis da alquimia, tudo isso é feito de forma brilhante. Ao mesmo tempo que temos a trama principal dos irmãos Elric, há a apresentação do conceito, leis e funcionamento da Alquimia, do universo fictício criado, da política local, etc. Além disso, há no anime muitíssimo conteúdo embutido. Podemos notar várias camadas de informação, conceitos, lições e ideias.
E contribuindo para tudo isso, além dos irmãos Elrich (uma das melhores duplas de protagonistas que já vi) temos todos os demais personagens secundários, que são fascinantes e extremamente carismáticos, o que só nos deixa ainda mais apegados pela série e pelas tramas individuais de cada um. Destaque para os personagens Coronel Roy Mustang e Scar, pra mim dois dos personagens mais interessantes do anime.
Felizmente, todo esse apego emocional que estou tendo pelo anime não me impediu de reparar em algumas coisas que achei que poderiam ter sido melhores, a meu gosto. Primeiramente, FMA deriva conceitos importantes de conceitos não explicados. A sequência de acontecimentos final do anime é um exemplo disso. Isso não é muito prejudicial para o entendimento e apreciação do anime, mas coisas acontecem e você não sabe exatamente o porque daquilo estar acontecendo. Outras tem uma explicação muito breve e sutil, como a origem do "Pai".
onde é explicado conceito do alinhamento planetário e de se tornar poderoso como Deus?
O outro ponto é o fato do anime, apesar de tratar de temas sérios e pesados, pender demais em certos momentos pro lado mais cômico e pra falação mais típica de outros shounen. Digo isso principalmente porque o primeiro anime de FMA soube explorar bem esse lado, explorando bastante o fator emocional e a questão psicológica, desenvolvendo melhor os arcos dramáticos, como o do General Huges.
Enfim, FMA é uma grande obra, que acredito figurará sempre em qualquer lista de melhores animes, que me deixou com o aquele eterno gostinho de "quero mais". Principalmente o que rolou depois na vida desses personagens que aprendemos a gostar tanto,
Helix (2ª temporada)
3.3 44A 2º Temporada de Helix continua a trama que foi levemente plantada ao longo da 1º Temporada ao mesmo tempo que desenvolve novos mistérios e personagens. Infelizmente, apesar de ser uma boa temporada, com seus altos e baixos, ela peca em não desenvolver adequadamente nenhum dos dois lados.
A nova temporada também se passa em um local isolado do mundo; apenas troque os desertos de gelo por uma ensolarada ilha tropical. Ela repete também alguns dos elementos do primeiro ano, como a pegada totalmente insana e nojenta, característica marcante da série desde o início, e um novo surto a ser encarado pela antiga equipe de Alan. Dito isso, esse novo arco se inicia muito bem: os mistérios que já começam a pipocar no primeiro episódio te prendem rapidamente, e a narrativa escolhida (há uma alternância entre cenas no presente e cenas 30 anos no futuro) é muito inteligente.
Os novos personagens são muito carismáticos, e em alguns momentos até mais do que os antigos, principalmente Kyle (Matt Lang) e Soren (Cameron Brodeur). O que eu senti falta foi de um maior desenvolvimento da transformação de Alan. Ao final da primeira temporada, apesar de transformado em função dos eventos recentes, ele ainda estava distante do caçador obcecado que veio a se tornar. Vi algumas pessoas reclamarem da súbita transformação de seu irmão, Peter. Porém, não achei algo tão inesperado e inexplicável. Achei sua transformação até condizendo com a psicologia que veio sendo desenvolvida desde o final do primeiro ano.
A grande falha do segundo ano são seus episódios finais. A série começa a focar demais nos eventos bizarros da ilha, mesmo quando todos os seus mistérios já foram desvendados, e deixa de desenvolver outros pontos importantes, como, por exemplo, o que ocorreu durantes as temporadas, e diversos outros pontos que envolvem a Corporação Illaria que são mencionados em ambas as temporadas, mas deixados de lado. Além disso, o final novamente é totalmente ambíguo, rodeados de perguntas que provavelmente nunca saberemos a resposta, pois a série foi cancelada.
Enfim, pra quem já assistiu a primeira temporada vale a pena conferir a temporada final. Alguns dos mistérios são desvendedos, há elementos interessantes, e toda a bizarrisse característica de Helix está presente. Infelizmente, o roteiro se perde um pouco a partir da metade da temporada e Helix não nos entrega o segundo ano que esperávamos.
Agentes da S.H.I.E.L.D. (2ª Temporada)
4.1 226Se até pouco tempo atrás era "consenso" que o que a Marvel fazia no cinema, a DC fazia na televisão, a série do Demolidor e a 2º temporada de Marvel's Agents of S.H.I.E.L.D. vieram pra mostrar que a Marvel só precisava de um pouco de tempo pra se acostumar com o novo formato.
A 1º temporada de Marvel's Agents of S.H.I.E.L.D. começou morna, realmente, mas seu final foi fantástico. A 2º temporada, no entanto, já começa alucinante: são 22 episódios sem enrolação, sem fillers, e com uma história muito bem amarrada e bem contada. São várias tramas acontecendo, e quando uma parece terminar, outra começa, com mais "plot twists". Vai por mim, você não vai querer parar de assistir.
Agents of S.H.I.E.L.D. se provou também uma série ousada, dando desfechos e mortes inesperadas a alguns personagens, o que resulta num season finale emocionante: ao longo da série você chega a se preocupar de verdade com o destino dos personagens. Destaque para o episódio 17, que conta mais sobre o passada da agente May: que episódio, e que final corajoso!
Os personagens antigos são melhor desenvolvidos, com destaque pro desenvolvimento dado ao agente Leo Fitz (Iain De Caestecker), além da introdução de novos ótimos personagens, como Hunter (Nick Blood), Bobbi (Adrianne Palicki) e Mack (Henry Simmons). O arco que conta a história dos pais da protagonista Skye (Chloe Bennet), em especial a história de seu pai, interpretado por Kyle MacLachlan, é muito, muito bom. Além de ser emocionante, principalmente em seu desfecho.
Também a trama envolvendo os Inumanos é fantástica, repleta de camadas, questionamentos, personagens completos e reviravoltas inesperadas. A série criou uma consistente mitologia própria, ao mesmo tempo que estabeleceu ótimas ligações com o universo cinematográfico. E bem, a Marvel soube explorar muito bem a temática mutante, usando de forma inteligente os Inumanos. E, se você parar pra pensar, os Inumanos, seres geneticamente alterados por uma raça alienígena, fazem até mais sentido que os próprios mutantes. Enfim, foi um ótimo arco que não foi totalmente fechado, o que é uma pena. Mas como a 3º temporada já foi confirmada, era de se esperar. E não dá pra não mencionar que a série introduziu um conceito importante que deverá ser crucial para os filmes vindouros.
OBS: a série é repleta de easter eggs, referências aos quadrinhos, menções a filmes da Marvel, personagens que vão e voltam quando você menos espera. Resumindo, é repleta de momentos em que você fica de queixo caido olhando pra televisão e dizendo: CARAAA...
The Flash (1ª Temporada)
4.1 903 Assista AgoraThe Flash tinha tudo pra dar errado. O baixo orçamento, a proposta de não se levar a sério. Felizmente, mesmo com muitos erros, a série encontrou um tom próprio, e principalmente depois do 15º episódio, a série foi numa crescente e estabeleceu um plot muito interessante.
Vou começar falando dos pontos baixos de The Flash: a série começa bem devagar, naquele velho esquema de "o vilão da semana". Há muitos fillers desnecessários. A série também tentar se apoiar numa pseudociência pouco pensada, e, apesar de estarmos lidando com uma adaptação de um quadrinho (onde raramente as leis da física fazem sentido), há muitos furos no roteiro que mostram um pouco de falta de cuidado com os episódios. O roteiro também constantemente usa de soluções fáceis, como a dupla Cisco (Carlos Valdez) e Caitin (Danielle Panabaker), dois gênios que criam de tudo, absolutamente de tudo, não importa a área de conhecimento, pra salvar o Flash do vilão do dia.
Mas, como disse anteriormente, a série começa a se encontrar por volta do episódio 15, quando deixa de lado esse clima de episódios não-interligados para desenvolver melhor sua trama principal. E aí a coisa começa a ficar interessante. O Flash Reverso (Thomas Cavanagh) é um ótimo vilão, e a partir do momento em que ele começa a agir, a série começa a andar, e o que não vão faltar serão plot twists.
The Flash é uma série que tem o espírito da era de Prata dos Quadrinhos: histórias mais leves, inocentes, que não tentam ficar se levando a sério. Se você curtir essa proposta, vai adorar o seriado. Senão, faça uma forcinha até o episódio 15, que a coisa começa a melhorar.
PS1: Os efeitos especiais surpreendem em alguns momentos.
O final é surpreendente e inesperado. A ideia de trabalhar com infinitas realidades, infinitos mundo, onde cada decisão que você toma muda todo o curso da história da Terra é simplesmente genial! Infelizmente, o final da temporada tem dois furos incríveis de roteiro, que espero que alguém consiga me explicar, ou que a série corrija nas próximas temporadas. Primeiramente, na primeira cena de toda a série, o Flash do Futuro vem ao passado ao lutar contra o Flash Reverso. Ele salva o pequeno Barry. Só aí já temos dois problemas: 1) O que aconteceu com esse Flash do Futuro? Ele interage com o pequeno Barry, e simplesmente desaparece, o que não acontece com Wells. 2) Ora, por quê ao voltar ao passado ele não substituiu o pequeno Barry? Quando o Barry do presente volta alguns dias no passado ao tentar parar uma tsunami, em um dos episódios, ele substitui o Flash daquele mundo específico; ele simplesmente ele ocupa o seu lugar.
Segundo, The Flash o tempo inteiro trabalha com universos paralelos e linhas de tempo alternativas. Logo, toda a resolução final não faz o menor sentido. Primeiramente, voltar ao passado e salvar a mãe dele não vai mudar a linha de tempo de onde ele saiu,
iria apenas criar outra linha alternativa de tempo. E se ao longo da série inteira são trabalhadas as ideias de universos paralelos e o Flash Reverso veio de um universo onde a mãe do flash nunca morreu, não faz sentido, ao se matar, Eddie eliminar o Reverso. Apesar deste ser um dos pontos altos do episódio, e Eddie se consolidar como um de meus personagens favoritos, ele e o Reverso não são do mesmo universo. No mundo do reverso, nada do que estava acontecendo ali aconteceu. Ele não poderia simplesmente se matar e o Reverso morrer.
Demolidor (1ª Temporada)
4.4 1,5K Assista AgoraÉ engraçado como essa série é viciante. Mesmo sem ter uma grande trama acontecendo ao longos dos episódios, com várias reviravoltas e mistérios sendo desmiuçados, que é o que normalmente me prende em séries, Demolidor conseguiu me fazer assistir episódio atrás de episódio, sem querer parar. O elenco é brilhante, os personagens são muito bem construídos ao longo dos episódios e são incrivelmente cativantes, e a história, que foca no amadurecimento do herói (é quase um Demolidor Ano Um) é muito bem construída.
Gostei muito dos diálogos de Matt com o padre, que funcionam de forma diametralmente opostas ao que estou acostumado a ver em Arrow, onde o protagonista tem que abandonar seus instintos de sobrevivência assassinos pra se tornar um herói. Aqui, Matt quer ser um herói sem precisar matar, mesmo diante de situações extremas. Charlie Cox interpreta, com absoluta competência, um Matt Murdock de várias camadas, que vão da profunda culpa católica aos questionamentos sobre o limite entre sistema legal e vigilantismo.
A série, assim como seu protagonista, tem muitas camadas também, que chegam a nos inquietar diante da tela. Corrupção, crime organizado, manipulação, tudo isso é mostrado da forma mais cru e crível possível. Os próprios dilemas que um advogado de boa índole encara em sua carreira são explorados de forma muito interessante, e tudo isso agrega um grande valor ao conteúdo que a série oferece, pois mesmo depois de concluída a temporada ainda temos bons temas para debate.
A atuação de Vincent D'Onofrio é digna de destaque. Seu Rei do Crime é espetacular, tão espetacular que não sei se gostei dessa escolha de roteiro. O Wilson Fisk da Netflix é um personagem com várias camadas, e que ao longo da série consegue nos sensibilizar diante de sua causa. Mesmo diante do final da temporada, não tem como não acharmos que o Rei do Crime só vem a existir nesse universo por causa das ações do próprio Demolidor.
Os outros personagens de apoio também estão incríveis. O Foggy Nelson de Elden Henson está ótimo, e consegue escapar da principal ameaça de um personagem como ele: o de ser apenas um alívio cômico em uma série densa. Deborah Ann Woll também está longe de ser apenas o interesse amoroso do protagonista, nos entregando uma Karen Page forte e inteligente. Vondie Curtis-Hall e Toby Leonard Moore também estão incríveis como Ben Urich e Wesley, respectivamente.
Como nem tudo são flores, uma coisa que pra mim ficou estranha foi a passagem de tempo durante o treinamento do jovem Mudock. O seu tempo de treinamento parece muito curto, incapaz ter impacto profundo na preparação do herói. Queria saber de onde ele aprendeu a lutar assim, visto que quando Stick apareceu na série ele já fazia altos movimentos de luta. Também achei que a resolução do episódio final foi um pouco corrida, destoando do ritmo que a série vinha apresentando. Ah, até agora não sei se gostei ou não do uniforme escolhido pra série.
OBS: Se tem algo que me incomodou na série como um todo foi a morte de Ben Urich. Apesar de ser bem coerente com o que ela vinha nos apresentando, o personagem é importante demais no universo do herói pra ser descartado assim, em plena primeira temporada. Não apenas a morte do personagem não existe nos quadrinhos, como o personagem tem papel muito importante em sagas posteriores do Demolidor. O que mais me incomoda com essa decisão é a perda de um personagem que poderia render grandes temporadas: não teremos o arco de histórias de Urich investigando a identidade secreta de Murdock, não teremos um coadjuvante recorrente excelente para muitas histórias, um repórter investigativo das antigas frente a um mundo pós bolha da internet. Não precisava. Urich não é um personagem de segunda, é um herói sem poderes nesse mundo de super seres. Isso sem falar na trama da esposa doente de Urich, que ocupa tempo demais de tela e quase só serve como desculpa para Karen justificar a visita ao asilo onde mora a mãe de Fisk. Péssimo, e aparentemente ficaremos sem explicação pra essa subtrama.
Extant (1ª Temporada)
3.6 83Inicialmente, o que mais me chamou a atenção em Extant foram os nomes envolvidos na série: Halle Berry e Spielberg. A sinopse também é interessante, mas foram os mistérios introduzidos no episódio piloto que me cativaram a ponto de acompanhar a curta 1º Temporada.
Em alguns momentos a série parece que se perde, introduzindo uns temas que não voltam a ser abordados ao longo dos episódios. Mesmo assim, a série se desenvolve muito bem e tem um final bem satisfatório. Por mais aberta que termine a primeira temporada, ela fecha o arco principal que estava sendo desenvolvido para o caso de um cancelamento. Felizmente, ela já foi renovada para uma 2º Temporada.
As personagens são extremamente carismáticos. Mas ao contrário do que possa parecer,a personagem que menos me cativou foi a protagonista Molly, que achei um tanto sem graça e irritante. Além do ótimo elenco de apoio, temos as brilhantes atuações de Goran Visnjic (John) e Pierce Gagnon (Ethan). Ethan é incrivelmente carismático, mesmo que tenha chegado a me preocupar em alguns momentos, principalmente nos primeiros episódios, quando não sabia se ele ia ou não virar um robô "maligno". Mas sua participação no ato final é emocionante demais. Ah, e não podemos esquecer de Hiroyuki Sanada sendo Hiroyuki Sanada (quem assistiu Helix sabe do que estou falando).
Já falando da trama principal e do roteiro em si, o mistério é muito interessante, mas a solução dada não nos apresenta nada de novo. Achei menos criativa do que eu esperava. Mas não deixa de ser legal. Vamos ver como isso será desenvolvido numa próxima temporada.
The Prisoner
3.3 11The Prisoner me atraiu desde o começo devido à sua premissa básica. O que me manteve colado no monitor em todos os episódios era a curiosidade de descobrir o que era afinal "A Vila", e porque ela existia?
Eu terminava um episódio louco para ver o próximo, mas pareciam apenas surgir mais perguntas e nenhuma resposta. Além disso, a série é extremamente agoniante: a vigilância constante, o desespero de 6 em sair de lá, a impossibilidade em confiar em alguém. Imagine você estar num lugar em que não conhece ninguém, mas todos dizem que te conhecem. Imagine tentar sair desse lugar, mas lhe ser dito que o mundo se resume a aquele específico lugarejo, não importa as lembranças que você tenha de uma vida pregressa. Será que você admitiria a própria loucura, ou lutaria assim como 6?
The Prisoner é uma daquelas séries que a trama gira em torno de um grande mistério, ou uma grande conspiração. E não gosto das séries em que esse mistério não é solucionado ao final. Por sorte, isso não acontece aqui. Por mais que tenhamos apenas um episódio dedicado a isso, e eles não se aprofundem tanto em explicações, a solução é bem interessante, e não é nada do que esperávamos.
A interpretação do Número 2 por Ian McKellen é excepcional, e ele rouba a cena. Mas Jim Caviezel (Número 6) não fica atrás, com uma atuação brilhante também. Hayley Atwell (a Peggy Carter de Capitão América) está linda e muito bem como Lucy, apesar do pouco destaque.
No fim, The Prisoner vale pelo clima de suspense e tensão, pelos mistérios, e pelas provocações inerentes ao tema que trabalha. Seu final pode não ser tão esclarecedor, mas é aberto a mais de uma interpretação, e a série levanta questionamentos bem interessantes.
Agentes da S.H.I.E.L.D. (1ª Temporada)
3.8 474 Assista AgoraA série começa bem devagar, a ponto deu ter enrolado quase um ano pra finalizar a primeira temporada. Os episódios eram muito "formulaicos", e os personagens muito estereotipados. As soluções sempre saiam de dentro da cartola, e a Skye era um deus ex machina em praticamente todos os episódios, o que soava muito inverossímil, visto que ela era a única agente não treinada ali. Porém, valeu a pena eu ter retomado a série. A partir do décimo episódio as coisas começam a melhorar, principalmente com uma melhor inserção de elementos do universo cinematográfico da Marvel. Mas o grande ponto de virada foi o episódio 16, quando a série começa a ficar alucinante. São reviravoltas atrás de reviravoltas, muitas delas muito corajosas. A série inclusive dá uma amadurecida, ficando mais adulta, não apenas nas decisões tomadas pelos personagens e nas cenas de ação, mas também na trama, que fica realmente interessante. Os últimos episódios compensam todo o início "mais ou menos" da série.
Ah, e é muito bom ver o agente Coulson em ação, e tomando as rédeas da situação, finalmente entendendo o porquê dele ter tanta estima por parte do Fury.
Observação: Gostei muito da solução que encontraram pra explicar a volta do agente Coulson. E olha que pelo que tinha lido na net, achei que ia ser um baita banho de água fria. Mas não, é muito inteligente, e faz parte de uma trama muito maior, que só aumentou o nível da série.
Code Geass - Hangyaku no Lelouch R2
4.1 60É difícil falar de Code Geass. Pra início de conversa, eu enrolei muito pra assistir esse anime. Tinha muita gente recomendando, mas eu sempre ia empurrando pra depois. Depois de muito tempo, acabei baixando alguns episódios. Mas eu tenho um problema com primeiros episódios, pois raramente sou fisgado na história assim de cara, e novamente deixei o anime de lado. Até que um dia finalmente tomei vergonha na cara e dei continuidade. Assisti o segundo, o terceiro, o quarto, e não consegui mais parar. Não só a história, mas os personagens foram me cativando de uma forma que é difícil até explicar. Code Geass foi um dos melhores animes/desenho animado/série que já assisti, por vários motivos.
O primeiro deles é a história do anime em si, que é fantástica. A trama é cheia de reviravoltas inesperadas, com "plot twists" acontecendo aqui e ali. Além disso, ela é muito complexa e cheia de camadas. Há todo um debate político, aquele velho embate moral de será que os fins justificam os meios, e até uma pitada interessantíssima de metafísica.
O segundo motivo que torna Code Geass um anime tão diferenciado é o carisma e a complexidade de seus personagens. Até o último minuto você não vai saber se Lelouch é ou não um vilão, mas você vai gostar dele do mesmo jeito. E você também vai amar cada um dos outros personagens, entender as suas motivações, e sofrer com cada uma das mortes, que não são poucas, diga-se de passagem.
Talvez a única coisa que eu tenha sentido falta foi a de se explorar mais algumas ideias plantadas ao longo do anime e a história de alguns personagens, que foram muito brevemente mencionadas. Algo que poderia ser complementado com spin-offs.
Enfim, Code Geass é recomendado pra qualquer pessoa, goste ou não de animes. A história é fantástica, os personagens fantásticos, e você vai se ver envolvido quando menos esperar. É um anime que vai além dos 50 episódios e das duas temporadas: você vai terminá-lo, mas volta e meia vai se pegar pensando na história, tentando preencher algumas lacunas, expandir alguns conceitos, entender melhor um outro personagem, e sentindo falta de poder continuar os acompanhando.
PS: o final é simplesmente emocionante, talvez um dos melhores que já tenha visto.
Code Geass - Lelouch of the Rebellion
4.3 93 Assista AgoraQuanto se trata de animes, o que mais vejo por aqui são haters. Acho que todo mundo tem o direito de não gostar de alguma obra, mas por favor, uma coisa é não gostar e explicar o que o levou a essa opinião, como vi gente aqui fazendo, mas outra coisa é sair falando merda sem nem querer justificar ou dar uma de sabichão. Gosto é gosto, mas ofender sem motivo algum é complicado.
Gosick
4.4 25Se você quer saber se vai curtir ou não Gosick, assista os três primeiro episódios. O anime inteiro segue essa linha. Você tem uma trama de fundo acontecendo, mas o anime foca no relacionamento dos protagonistas e em desvendar mistérios periódicos. Os traços são lindos, e o anime é bastante sensível. O final é emocionante, realmente. Eu gostei muito do anime, principalmente do debate religião x ciência que ele propõe, mesmo que de forma sutil.
Era Uma Vez (1ª Temporada)
4.2 1,1Ksérie que me surpreendeu bastante.. não esperava muito, e achava que a série ia ser meio bobinha e mais pro público feminino, mas me enganei. Entenda melhor o que essa série tem de bom vendo a crítica completa:
http://portfolio-da-vida.blogspot.com.br/2014/03/once-upon-time-1-temporada.html