Apesar do silêncio ser de extrema pertinência para o enredo deste filme, ouso dizer que os personagens se perderam na ausência - quase total - das palavras. A personagem principal, de nome Samira, foi a que mais me revoltou pela falta de palavras, pela falta de mobilidade. É claro que deve-se levar em conta o contexto que o filme retrata e a consequente submissão das mulheres prisioneiras da Guerra da Bósnia, mas acho que faltaram, ainda assim, palavras de revolta para retratar, mesmo que minimamente, as angústias das mulheres prisioneiras que passavam por torturas atrozes. Ou sou eu que sou dado demasiadamente às palavras e à revolta, ou o filme que de fato merece não mais que três estrelas pela sua incapacidade verbal de exprimir aquilo que o tema se propusera de início. Ainda não sei o que decidir.
Este filme foi um dos últimos que assisti que me fez sentir, uma vez mais, que o cinema é de suma importância na vida de um homem, seja para tamponar o tédio da realidade, seja para abrir as percepções para mundos além do próprio umbigo. E neste último caso, 'As cores da montanha' teve muito êxito. Não pude deixar de sorrir quando, no decorrer do filme, o título começa a se mostrar no roteiro. Algumas cenas - que não merecem ser descritas nos seus pormenores aqui - retratam exatamente as cores de uma montanha pelos olhos de uma criança. Este filme todo - de baixo orçamento e extrema delicadeza de roteiro - se mostrou para mim como se se tratasse dos olhos de uma criança que, sempre atenta, se coloca a desenhar o que está em sua volta. Acho que esta foi a melhor sacada: a abordagem extremamente infantil que o longa possui: apesar de tratar de alguns assuntos extremamente pertencentes ao mundo adulto, tudo - ou quase tudo - me pareceu ser visto sob a óptica do Manuel, a criança que segura o papel de protagonista. A simplicidade do roteiro não o deixa menos belo. A fotografia excelente contrastando com os problemas políticos de uma Colômbia ao deus dará. Enfim, indico para aqueles que ainda exigem uma bela história para colorir e pensar. Não é um filme para crianças; requer a capacidade crítica e psicológica de um adulto. Porém, tudo isso tem cheiro de infância!
Eu não poderia deixar de comentar a respeito deste longa. Primeiramente, devo elogiar o roteiro, que soube, com muita inteligência, não misturar de forma indiscriminada a construção dos personagens com a biografia de alguns astros do rock, tais como Bowie e Iggy Pop. É óbvio que as referências estão ali o tempo todo, visto que seria inviável não as ter quando se trata, antes de qualquer coisa, de um filme que retrata um marco histórico em vários âmbitos - moda, música, comportamento, etc -, mas o que fica mais evidente é que, apesar das semelhanças, Jonathan Rhys-Meyers não atua como um David Bowie de cabelos azuis; o personagem não foge das suas pretensões de personagem meramente ficcional para cair num relato biográfico. O mesmo com o personagem do McGregor. E acho que esta foi a melhor sacada no tocante aos personagens - afora, obviamente, a maquiagem, o figurino e até mesmo a trilha sonora. Este filme merece, sem dúvida, cinco estrelas, pois apesar de algumas pequenas falhas (que nem cabe aqui mencioná-las), o filme se supera a cada minuto. Como já foi dito logo abaixo nos comentários: não é um filme que vc assiste e pronto: ele requer doses de crítica sociológica, psicológica e publicitária. And that's what rock and roll is all about!
Por uma força maior sempre acabo vendo filmes com a temática do trio, mas, na maioria das vezes, me decepciono. Entretanto, este não foi o caso. Despretensioso, 'Dieta Mediterrânea' abre espaço para as ótimas atuações dos atores que compõem o trio. Além do mais, no tocante ao roteiro, a ligação dos afetos com a produção culinária foi de uma sacada incrível neste longa. Adorei e recomendo.
Leandra Leal nunca me decepciona. Está incrível neste filme. Fiquei imensamente afetado. E confesso: poderia ficar mais, não fosse as aparições do Cauã Reymond. Não sei o que vêem nesse cara. Péssimas atuações é o que consigo dizer sobre ele.
Este filme, ouso dizer, é o melhor filme do Godard para mim. Não sei se devido ao tema vez ou outro abordado - a problemática da linguagem - que tanto me instiga ou se pela ótima atuação da Anna Karina... O fato é que me agradou sobremaneira e que foi o filme responsável por me fazer interessar pela nouvelle vague dos anos 60. E justo comigo que sempre recusei o 'cinema-ensaio' francês, hahaha. Muito bom. Indico!
Eu sou do tipo de espectador que sempre espera o melhor desse gênero de filme. Acho que há de se ter extrema delicadeza para fazer com que 3 se torne par - como foi relatado no trailer. Entretanto, as chances de frustrações se tornam imensas. Geralmente me frustro com filmes assim. E este foi mais um deles. E digo mais: achei de um contra-senso compararem este longa com 'Os Sonhadores', visto que o primeiro deixa a desejar ao segundo em todos os âmbitos da construção de um filme. Outro fator que me incomodou neste longa foi a superficialidade dos personagens - não por falta das falhas tentativas de aprofundá-los com alguns diálogos sobre arte. Não li o livro no qual este filme se baseou, portanto não posso me deixar generalizar acerca da superficialidade presente nos personagens. Entretanto um ponto é fato para mim: nenhum dos personagens presentes no filme compactuou com a minha expectativa; expectativa esta muito bem construída antes do filme. Além disso, o encontro dos personagens e o plano de viverem juntos fica solto, sem mostrar o porquê, sem evidenciar, mesmo que minimamente, um lado mais profundo que leve o homem - em suma maioria monogâmico -a conviver, amorosa e sexualmente com mais dois. No tocante à superficialidade, me questiono tbm acerca do ator que fez o personagem Marcos, pois o achei extremamente infeliz na execução de um papel que tinha tudo para ser profundo e intenso. Por ora passei a cogitar que se tratava de um personagem com sérios problemas de socialização, mas, posteriormente, percebi que se tratava de uma péssima atuação. Enfim... Infelizmente este filme foi mais um daqueles com um belo trailer, mas que - uma pena! - deveria ter continuado a ser apenas um trailer.
Gatos Velhos
3.9 37 Assista Agoraalguém tem um linK? não acho em lugar algum e faz tempo que quero, hahah.
Como Se Eu Não Estivesse Lá
3.7 6Apesar do silêncio ser de extrema pertinência para o enredo deste filme, ouso dizer que os personagens se perderam na ausência - quase total - das palavras. A personagem principal, de nome Samira, foi a que mais me revoltou pela falta de palavras, pela falta de mobilidade. É claro que deve-se levar em conta o contexto que o filme retrata e a consequente submissão das mulheres prisioneiras da Guerra da Bósnia, mas acho que faltaram, ainda assim, palavras de revolta para retratar, mesmo que minimamente, as angústias das mulheres prisioneiras que passavam por torturas atrozes.
Ou sou eu que sou dado demasiadamente às palavras e à revolta, ou o filme que de fato merece não mais que três estrelas pela sua incapacidade verbal de exprimir aquilo que o tema se propusera de início. Ainda não sei o que decidir.
As Cores da Montanha
3.9 29 Assista AgoraEste filme foi um dos últimos que assisti que me fez sentir, uma vez mais, que o cinema é de suma importância na vida de um homem, seja para tamponar o tédio da realidade, seja para abrir as percepções para mundos além do próprio umbigo. E neste último caso, 'As cores da montanha' teve muito êxito.
Não pude deixar de sorrir quando, no decorrer do filme, o título começa a se mostrar no roteiro. Algumas cenas - que não merecem ser descritas nos seus pormenores aqui - retratam exatamente as cores de uma montanha pelos olhos de uma criança. Este filme todo - de baixo orçamento e extrema delicadeza de roteiro - se mostrou para mim como se se tratasse dos olhos de uma criança que, sempre atenta, se coloca a desenhar o que está em sua volta. Acho que esta foi a melhor sacada: a abordagem extremamente infantil que o longa possui: apesar de tratar de alguns assuntos extremamente pertencentes ao mundo adulto, tudo - ou quase tudo - me pareceu ser visto sob a óptica do Manuel, a criança que segura o papel de protagonista.
A simplicidade do roteiro não o deixa menos belo. A fotografia excelente contrastando com os problemas políticos de uma Colômbia ao deus dará. Enfim, indico para aqueles que ainda exigem uma bela história para colorir e pensar. Não é um filme para crianças; requer a capacidade crítica e psicológica de um adulto. Porém, tudo isso tem cheiro de infância!
Velvet Goldmine
3.9 333 Assista AgoraEu não poderia deixar de comentar a respeito deste longa. Primeiramente, devo elogiar o roteiro, que soube, com muita inteligência, não misturar de forma indiscriminada a construção dos personagens com a biografia de alguns astros do rock, tais como Bowie e Iggy Pop. É óbvio que as referências estão ali o tempo todo, visto que seria inviável não as ter quando se trata, antes de qualquer coisa, de um filme que retrata um marco histórico em vários âmbitos - moda, música, comportamento, etc -, mas o que fica mais evidente é que, apesar das semelhanças, Jonathan Rhys-Meyers não atua como um David Bowie de cabelos azuis; o personagem não foge das suas pretensões de personagem meramente ficcional para cair num relato biográfico. O mesmo com o personagem do McGregor. E acho que esta foi a melhor sacada no tocante aos personagens - afora, obviamente, a maquiagem, o figurino e até mesmo a trilha sonora. Este filme merece, sem dúvida, cinco estrelas, pois apesar de algumas pequenas falhas (que nem cabe aqui mencioná-las), o filme se supera a cada minuto.
Como já foi dito logo abaixo nos comentários: não é um filme que vc assiste e pronto: ele requer doses de crítica sociológica, psicológica e publicitária. And that's what rock and roll is all about!
Dieta Mediterrânea
3.7 71Por uma força maior sempre acabo vendo filmes com a temática do trio, mas, na maioria das vezes, me decepciono. Entretanto, este não foi o caso. Despretensioso, 'Dieta Mediterrânea' abre espaço para as ótimas atuações dos atores que compõem o trio. Além do mais, no tocante ao roteiro, a ligação dos afetos com a produção culinária foi de uma sacada incrível neste longa. Adorei e recomendo.
Estamos Juntos
2.9 245 Assista AgoraLeandra Leal nunca me decepciona. Está incrível neste filme. Fiquei imensamente afetado. E confesso: poderia ficar mais, não fosse as aparições do Cauã Reymond. Não sei o que vêem nesse cara. Péssimas atuações é o que consigo dizer sobre ele.
Viver a Vida
4.2 391Este filme, ouso dizer, é o melhor filme do Godard para mim. Não sei se devido ao tema vez ou outro abordado - a problemática da linguagem - que tanto me instiga ou se pela ótima atuação da Anna Karina... O fato é que me agradou sobremaneira e que foi o filme responsável por me fazer interessar pela nouvelle vague dos anos 60. E justo comigo que sempre recusei o 'cinema-ensaio' francês, hahaha. Muito bom. Indico!
Castelos de Papel
3.0 17Eu sou do tipo de espectador que sempre espera o melhor desse gênero de filme. Acho que há de se ter extrema delicadeza para fazer com que 3 se torne par - como foi relatado no trailer. Entretanto, as chances de frustrações se tornam imensas. Geralmente me frustro com filmes assim. E este foi mais um deles. E digo mais: achei de um contra-senso compararem este longa com 'Os Sonhadores', visto que o primeiro deixa a desejar ao segundo em todos os âmbitos da construção de um filme. Outro fator que me incomodou neste longa foi a superficialidade dos personagens - não por falta das falhas tentativas de aprofundá-los com alguns diálogos sobre arte. Não li o livro no qual este filme se baseou, portanto não posso me deixar generalizar acerca da superficialidade presente nos personagens. Entretanto um ponto é fato para mim: nenhum dos personagens presentes no filme compactuou com a minha expectativa; expectativa esta muito bem construída antes do filme. Além disso, o encontro dos personagens e o plano de viverem juntos fica solto, sem mostrar o porquê, sem evidenciar, mesmo que minimamente, um lado mais profundo que leve o homem - em suma maioria monogâmico -a conviver, amorosa e sexualmente com mais dois. No tocante à superficialidade, me questiono tbm acerca do ator que fez o personagem Marcos, pois o achei extremamente infeliz na execução de um papel que tinha tudo para ser profundo e intenso. Por ora passei a cogitar que se tratava de um personagem com sérios problemas de socialização, mas, posteriormente, percebi que se tratava de uma péssima atuação. Enfim... Infelizmente este filme foi mais um daqueles com um belo trailer, mas que - uma pena! - deveria ter continuado a ser apenas um trailer.